Risco de novas delações existe, inclusive dos assessores acusados
O repórter colunista do UOL Tales Faria afirmou no programa UOL News que se Alexandre Ramagem sentir o barco afundando com o decorrer das investigações sobre a “Abin paralela”, ele pode fazer delação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesta quarta, o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro prestou um depoimento de mais de seis horas na Polícia Federal, no Rio.
“Quanto mais se mexe, mais coisa vai aparecendo. É o caso do governo Bolsonaro, quanto mais você mexe, mais malcheirosa fica a situação. O Ramagem, nesse depoimento, parece que jogou para os assessores a decisão de bisbilhotar os oposicionistas e governistas que a Abin fez [espionagem ilegal”, analisa Tales.
“Bisbilhotou um monte de gente. (…) Os tais assessores parecem que uns estão presos inclusive. Então, ele tá correndo um sério risco de esses assessores, que segundo ele fizeram isso por conta própria, resolverem abrir o bico. Dizer: ‘já que vai cair tudo em cima da gente, [vamos] fazer o que Mauro Cid fez, vamos entregar o resto”, continua.
“Tá no ar o risco de novas delações premiadas contra ele próprio, o Ramagem, e contra o Bolsonaro. Porque na hora que o Ramagem sentir [que o barco] está afundando, ele também vai ser um perigo [e pode delatar Bolsonaro]”, alerta o colunista do UOL.
Tales lembrou que o longo depoimento não tratou apenas sobre a reunião de Ramagem com Bolsonaro para blindar Flávio Bolsonaro.
“Ele está correndo um sério risco, porque foi um depoimento muito longo, não foi só sobre esse encontro dele com as advogadas do Flávio Bolsonaro lá no Palácio do Planalto com o [ex] presidente Bolsonaro e o general Heleno. Quer dizer, não foi só desse encontro, foram várias coisas, inclusive e principalmente o fato da Abin ter monitorado adversários e aliados.”, finaliza Tales.
Os advogados do ex-mandatário, Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, entraram em atrito no caso da venda ilegal de joias
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está em um racha no inquérito que investiga a venda de joias recebidas da Arábia Saudita.
O atrito ocorre entre Fabio Wajngarten e Frederick Wassef. O primeiro deles foi chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e é um dos advogados constituídos para defender o ex-presidente no inquérito que apura esquema de venda de joias que Bolsonaro recebeu de presente da Arábia Saudita. Wassef, por sua vez, é defensor da família Bolsonaro em outros processos há anos, mas não tem procuração para representar o ex-presidente formalmente no caso das joias sauditas.
Nos bastidores, desentendimentos envolvem acusações de traição. Wajngarten é acusado de vazar informações das investigações para a imprensa, usar o caso das joias para se promover e aproveitar seu registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para se proteger atrás de suas prerrogativas de advogado. Em uma conversa no WhatsApp, tornada pública pelo ministro Alexandre de Moraes, Wassef disse que Wajngarten estaria “atirando nas costas” de Bolsonaro.
Demais advogados de Bolsonaro procuram se afastar de conflitos. Reportagem do portal UOL apurou que as discussões entre Wajngarten e Wassef têm causado desconforto no restante da equipe de defesa do ex-presidente no caso das joias — o grupo é comandado pelo advogado Paulo Amador da Cunha Bueno. A equipe nega relação com Wassef e busca não se envolver nos atritos para preservar as estratégias para defender Bolsonaro.
Ex-presidente é próximo de Wassef e o consultou para tentar ficar com joias. Mensagens interceptadas pela PF mostram que, no dia 7 de março de 2023, Bolsonaro enviou trechos de um acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União) a Wassef e questionou, em áudio enviado pelo WhatsApp, se havia possibilidade de incorporação das joias recebidas por ele da Arábia Saudita. Na ocasião, o tenente-coronel Mauro Cid havia dito que Bolsonaro recebeu pessoalmente um segundo kit de joias de uma comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque.
“Você [Wassef] que é advogado aí, dá uma olhada nisso aí. Nós sublinhamos aí um? Pintamos de amarelo alguma coisa. Pelo que tudo indica, nós temos o direito de ficar com o material. Dá uma olhada aí”, disse Jair Bolsonaro, em áudio a Frederick Wassef.
Conversa com Bolsonaro também teve debate sobre nota de defesa. As horas seguintes à consulta do ex-presidente a Wassef tiveram ao menos sete ligações entre os dois, além do envio de várias versões de uma nota de defesa para decidir o texto definitivo. Oficialmente, Wassef só representa Bolsonaro em uma ação no STJ. Essa ação foi movida pela OAB em favor de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, ex-advogado de Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro.
Imagem: Reprodução/Polícia Federal
A Wajngarten, Wassef se queixou por nota de defesa não ter nome dele. Enquanto Wassef falava com o ex-presidente, ele também trocou mensagens com o ex-chefe da Secom. Nessas conversas, os dois discordaram sobre a forma de defender o ex-presidente. “Se o [Mauro] Cid já falou, para quê a nota?”, perguntou Wajngarten. Na sequência, ele enviou uma versão do texto sem a assinatura de Wassef, que se queixou do fato de seu nome não estar na nota — Wassef também cobrou Wajngarten pelo texto não ter saído na imprensa.
Imagem: Reprodução/Polícia Federal
Wajngarten disse que Wassef e assessor de Bolsonaro “contaminavam tudo”. O comentário foi feito pelo ex-Secom em conversa com Mauro Cid. Na conversa, eles estavam organizando as viagens para recuperar os itens do kit de joias em ouro branco que o ex-presidente ganhou, mas tinham sido vendidos em 2022. Wajngarten criticou Wassef e Marcelo Câmara, que era assessor pessoal de Bolsonaro.
Imagem: Reprodução/Polícia Federal
À PF, Wassef atribuiu a Wajngarten operação para recomprar relógio Rolex. Em seu depoimento, ele afirmou que partiu de Wajngarten o pedido para recomprar o item de luxo e que, inclusive, ele teria prometido devolver o dinheiro da recompra para Wassef.
Wassef fez insinuação sobre patrimônio de Wajngarten ao depôr para a PF. Ele foi ouvido no dia 31 de agosto de 2023 e disse que o ex-titular da Secom teve “recente crescimento patrimonial”. Por isso, Wanjgarten teria condições de reembolsá-lo pela recompra do relógio.
Para a PF, Wajngarten atuou na operação para trazer de volta ao Brasil o kit “ouro rosé”. Já Wassef ficou responsável pela recompra do Rolex nos EUA. Ao final do inquérito, os dois advogados foram indiciados por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Agora, cabe à PGR (Procuradoria-Geral da República) analisar as provas do inquérito e decidir se denuncia eles ou não.
À reportagem, Wanjgarten minimizou as divergências. “O dr. Frederick Wassef possui longo histórico de prestação de serviços advocatícios para a família Bolsonaro e permanece como advogado em vários casos. A antiguidade do relacionamento dele, sendo apoiador de primeira hora do Presidente, não pode ser desprezada”, disse o ex-chefe da Secom.
Juliana Bierrenbach afirma que não foi ao encontro com objetivo de propor algo ilícito sobre defesa de Flávio, conforme alegou o ex-chefe da Abin
Juliana Bierrenbach, ex-advogada de Flávio Bolsonaro, afirma que não foi até Brasília para a reunião com Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Augusto Heleno, em agosto de 2020, para apresentar nenhuma proposta ilícita relativa à defesa do senador no caso das “rachadinhas”, informa o colunista Lauro Jardim, do jornal O GLOBO.
A versão refutada por ela foi apresentada por Ramagem à PF, em depoimento prestado ontem. Aos investigadores, o ex-chefe da Abin disse que registrou o encontro em áudio para proteger o então presidente de eventuais ilegalidades sugeridas pela defesa de Flávio. Àquela altura, o “Zero Um” era representado, além de Juliana, por Luciana Pires, também presente na reunião, e por Frederick Wassef, ausente na ocasião.
Diz Juliana, em resposta a Ramagem:
— Eu não tinha nada para fazer naquela reunião a não ser apresentar a minha investigação a respeito da Receita Federal (…) Estou bastante curiosa pra descobrir quais são as propostas ilícitas que o Ramagem esperava ouvir na reunião. Ele deveria dizer publicamente de quem viriam, e quais seriam.
Ao falar publicamente sobre o episódio pela primeira vez, num vídeo publicado na segunda-feira, Ramagem afirmou teria feito a gravação com o aval do Bolsonaro, diante da preocupação de uma pessoa supostamente ligada a Wilson Witzel, desafeto do chefe, apresentar ao grupo uma “proposta nada republicana” para livrar Flávio das investigações. Juliana se defende:
— Jamais tive qualquer contato nem com Wilson Witzel, nem com nenhum dos governadores do Rio.
A preocupação de Ramagem, de fato, não era relativa à Juliana, mas à Luciana Pires. A criminalista fazia a defesa de Flávio no TJ do Rio e vinha rivalizando com Wassef, responsável por representar o senador em Brasília. Teria partido de Wassef o “alerta” que levou Ramagem a ligar o gravador.
Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo
Silêncio foi a estratégia de Alexandre Ramagem ao ser questionado pelo jornalista Guilherme Amado sobre motivações da gravação
Alexandre Ramagem (Foto: Agencia Brasil-EBC)
Silêncio foi a estratégia de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alvo da Polícia Federal (PF), ao ser questionado pelo jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles, sobre sua versão de que gravou escondido uma reunião no Planalto em 2020 para evitar um crime contra Jair Bolsonaro. Para não ser taxado como um traidor, ele alega que não confiava em uma das advogadas presentes na reunião e por isso teria usado a ferramenta. O argumento é considerado frágil pela cúpula bolsonarista.
“A coluna perguntou a Ramagem que outras providências o então chefe da Abin tomou ao receber o alerta de um possível crime no gabinete presidencial; se Ramagem notificou a PF, a Procuradoria-Geral da República, o Gabinete de Segurança Institucional e a própria Abin sobre o episódio; se Ramagem teve receio de uma nova proposta ilegal depois da reunião; e no que consistiria o alegado crime. Ramagem não respondeu”, informa o jornalista.
Saiba mais - O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) atribuiu a dois ex-assessores a responsabilidade pelo funcionamento da chamada “Abin paralela”, que teria monitorado ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas, opositores e críticos durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo a coluna do jornalistaFausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, às declarações foram feitas à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (17), no âmbito do inquérito que apura o suposto esquema de monitoramento ilegal feito por agentes da Abin.
“Ao tentar se esquivar de responsabilidade pela estrutura clandestina, Ramagem indicou os nomes do policial federal Marcelo Araújo Bormevet e do sargento do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues - ambos presos desde quinta-feira, 13, na Operação Última Milha”, destaca um trecho da reportagem. Durante o depoimento, Ramagem foi submetido a mais de 100 perguntas.
Um dos tópicos abordados foi o áudio divulgado na segunda-feira (15), no qual o atual deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro orienta a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-mandatário, sobre a melhor forma de questionar a conduta dos auditores fiscais que elaboraram o relatório de inteligência que colocou Flávio na mira das investigações de um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete na época em que ocupava uma cadeira de deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Pane em sistemas de computadores, supostamente ligada à Microsoft, causou transtornos em diversas indústrias
(Foto: REUTERS/Mike Blake)
A interrupção global dos sistemas de tecnologia registrada em todo o mundo parece resultar de um problema com a empresa de segurança cibernética CrowdStrike, disseram especialistas do setor àCNNBrasil. O Microsoft Windows está entre seus clientes.
O CrowdStrike é uma empresa de cibersegurança que se especializa em fornecer soluções de proteção contra ameaças digitais e ataques cibernéticos. Fundada em 2011, a empresa é conhecida por seu software de proteção de endpoints baseado em nuvem, que ajuda organizações a detectar e responder a ameaças de forma proativa.
Saiba mais -Na sexta-feira, uma pane em sistemas de computadores, supostamente ligada à Microsoft, causou transtornos em diversas indústrias. Voos nos Estados Unidos foram cancelados, transmissões de televisão no Reino Unido foram interrompidas e as telecomunicações na Austrália foram afetadas. A Microsoft informou por meio da plataforma X que estava trabalhando para "minimizar o impacto de maneira acelerada". Usuários do Microsoft em todo o mundo, incluindo bancos e companhias aéreas, relataram interrupções generalizadas na sexta-feira, algumas horas após a empresa de tecnologia declarar que estava corrigindo gradativamente um problema que afetava o acesso aos aplicativos e serviços do Microsoft 365. A causa, a natureza exata e a escala da interrupção permaneciam incertas, de acordo cominformações do serviços News Wires.
Historiador comenta desafios do governo nas próximas eleições municipais
Valter Pomar e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert/PR)
Em entrevista ao programa Contramola da TV 247, o historiador e analista político Valter Pomar destacou a necessidade de uma abordagem mais agressiva nas campanhas eleitorais e na comunicação do governo para enfrentar a atual conjuntura política. Segundo Pomar, a manutenção da popularidade do governo e do presidente está aquém do necessário para garantir estabilidade e avanços significativos.
“A gente, com essa política feijão com arroz, temos conseguido manter o patamar de popularidade do governo e do presidente, mais ou menos no mesmo nível desde março de 2023, isso é insuficiente, a gente precisa dar um salto em termos de popularidade, em termos de apoio e termos de engajamento. As pesquisas indicam que a gente está um pouco abaixo da onde a gente estava em março de 2023, e quando eu olho a situação internacional, eu chego à mesma conclusão, essa política que eu estou chamando de feijão com arroz, ela não dá conta de proteger o país desse ambiente que a gente está vivendo, as duas coisas indicam para nós que a gente precisa ter uma política mais arrojada.”
Para Pomar, a comunicação é um ponto crucial que precisa ser abordado com maior intensidade pelo governo. Ele observa que a visibilidade do presidente Lula e suas declarações firmes em certos momentos tiveram efeitos positivos, mas que é necessário um esforço mais amplo e consistente.
“O que é uma política mais arrojada? Em primeiríssimo lugar, não por ordem de importância, mas por ordem da capacidade de fazer, tem a área da comunicação. A gente comentava, o que que aconteceu de positivo para justificar essa melhoria? Teve algum fato objetivo? Não, teve um fato subjetivo: o Lula apareceu mais, falou mais, e disse coisas duras contra a taxa de juros, contra o presidente do Banco Central, contra os inimigos do povo. Isso politiza as pessoas, isso tem efeito. Só que o Lula é uma voz, a gente precisa ter um trombone imenso, que depende de ter meio de comunicação, uma política de comunicação à altura, e nós não temos, já estamos indo para o final do segundo ano de governo, é um desastre isso.”
Sobre as campanhas eleitorais municipais, Pomar enfatizou que a extrema direita está disposta a politizar fortemente suas campanhas, e que o governo precisa adotar uma postura combativa para contrapor essa estratégia e mostrar os riscos que o país enfrenta.
“Segundo ponto: a gente precisa ter uma campanha eleitoral dos municípios que seja muito politizada, a extrema direita vai fazer isso. Essa ideia de que a gente vai ganhar as eleições com o gabinete do amor não emplaca, sinceramente, a gente precisa ter campanhas eleitorais de combate, que mostrem para as pessoas o risco que o país está correndo. Não dá para só fazer discurso positivo. Precisa ter campanhas eleitorais com muito engajamento político e com muita politização. Precisa que o governo tome partido em questões essenciais.”
Jurista comenta implicações jurídicas de áudio revelando tentativa de intervenção em investigações contra Flávio Bolsonaro
Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Pedro Serrano comentou sobre os áudios divulgados recentemente que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. A gravação de agosto de 2020 revela a disposição de Bolsonaro em interceder junto aos chefes da Receita Federal e do Serpro para tentar anular as investigações de "rachadinha" contra seu filho, Flávio Bolsonaro. A reunião, gravada pelo ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, contou com a presença de Bolsonaro, Ramagem, o então ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, e as advogadas de Flávio, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach.
Pedro Serrano destacou a gravidade dos áudios: "É um indício muito forte de participação do presidente nesse engendramento todo, houve crimes nesses ilícitos do ex-presidente. É um indício forte, óbvio que vai ter que ver o conteúdo geral, como é que coincide com as provas do processo".
O jurista criticou a divulgação dos áudios no atual momento, afirmando que isso pode prejudicar as investigações: "A única coisa que eu tenho a criticar é a divulgação, não acho que era o momento de divulgar, estão divulgando muito, isso é ruim para as investigações. Achei muito grave e inadequado ter divulgado agora, mas o conteúdo é muito pesado".
Sobre as implicações jurídicas para Bolsonaro, Serrano foi direto: "Do ponto de vista jurídico, estritamente técnico, Bolsonaro está numa situação muito difícil".
O áudio divulgado é parte da investigação da Polícia Federal sobre a "Abin paralela" no governo Bolsonaro e foi liberado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Nele, Bolsonaro mencionou conversar com Gustavo Canuto, então presidente do Dataprev, e com o secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, sobre a apuração dos dados fiscais de Flávio. A Receita mobilizou uma equipe para investigar a alegação, mas concluiu pela improcedência das teses. Além disso, o ex-presidente mencionou uma suposta proposta do então governador do Rio, Wilson Witzel, de uma vaga no STF em troca de resolver o caso de Flávio.
A divulgação dos áudios coloca em evidência as tentativas de interferência de Bolsonaro em processos investigativos, agravando sua situação jurídica e política.
Historiador Fernando Horta avalia que o STF dificilmente colocará na cadeia um aliado de Donald Trump
Fernando Horta e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | Reuters/Carla Carniel)
O historiador Fernando Horta, em entrevista ao Programa Brasil Agora, da TV 247, fez uma análise da situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro e as possíveis repercussões das eleições norte-americanas no Brasil. Horta destacou que, em sua visão, há um prazo crítico para a prisão de Bolsonaro. "Se Bolsonaro não for preso dentro de 60 dias, ele não será mais", afirmou. Ele explicou que "o STF dificilmente prenderá um aliado de Donald Trump, caso o republicano se eleja".
Comentando sobre os círculos próximos a Bolsonaro, Horta afirmou: "Os círculos internos de Jair Bolsonaro esperam não apenas o perdão judicial, como a devolução dos direitos políticos do ex-presidente". Ele ainda acrescentou que "Bolsonaro já vinha se recusando a passar o bastão – e agora vai se recusar ainda mais".
Horta também mencionou o impacto do escândalo envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). "O escândalo da Abin paralela mostrou que ele só pode confiar no núcleo da família", disse.
Sobre a política internacional, Horta destacou possíveis mudanças com um novo governo Trump. "Trump vai moderar o discurso se todos os seus processos forem retirados", opinou. Ele acredita que "um novo governo Trump seria menos tóxico do que o de Biden" e que "eles provavelmente elegerão um novo inimigo, que será a China".
Na América Latina, Horta acredita que um novo governo Trump "tentará reabilitar toda a extrema-direita na América Latina". Ele também previu que "com Trump no poder, Bolsonaro poderá ser candidato em 2026 – e com boas chances".