quinta-feira, 18 de julho de 2024

Meta suspende recursos de IA no WhatsApp após ser impedida de usar dados de usuários do Brasil

 Empresa treinava IA com conteúdo postado nas redes


A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, informou nesta quarta-feira que interrompeu, no Brasil, o acesso a recursos de inteligência artificial (IA) generativa em suas redes sociais. Entre as soluções suspensas está o criador de figurinhas do WhatsApp.


A decisão acontece depois de a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANDP) suspender a nova política de privacidade da empresa, que permitia o uso de informações e postagens dos usuários para treinar sistemas de IA.


A empresa informou, em nota, que decidiu “suspender ferramentas de genAI (termo, em inglês, para IA generativa) que estavam ativas no Brasil”, enquanto trabalha com a ANPD “para endereçar suas perguntas sobre IA generativa”.


A Meta planejava para este mês o lançamento, no mercado brasileiro, da IA da Meta, um pacote de recursos, já disponível em alguns países, que inclui robôs de inteligência artificial generativa no WhatsApp, Facebook e Instagram.


O anúncio sobre a disponibilidade do novo sistema para o Brasil, em português, foi feito por Mark Zuckeberg, CEO da Meta, no início de junho. 



Além da IA da Meta, a empresa vinha disponibilizando para parte dos usuários brasileiros um recurso de criação de figurinhas usando IA generativa.


A ferramenta permitia a geração dos stickers pelo próprio WhatsApp e Instagram, com base em comandos de texto. As imagens, depois, podiam ser compartilhadas nas conversas.


A decisão de suspender os recursos de IA no Brasil foi similar a postura adotada na União Europeia. Depois autoridades de dados do bloco europeu questionarem a nova política de privacidade da empresa, a companhia anunciou que iria adiar o lançamento do chatbot Meta AI na região.


No mercado europeu, diferentemente do que aconteceu no Brasil, a empresa informou os usuários que iria promover a mudança nos termos da plataforma e que as publicações seriam usadas para alimentar seus modelos de inteligência artificial. No Brasil, o aviso não aconteceu.


Em junho, a Meta começou a coletar informações de vídeos, fotos e legendas postadas nas redes sociais para treinar seus modelos de inteligência artificial. Para bloquear o uso de seu conteúdo, o usuário brasileiro tinha que enviar um solicitação para empresa, em um processo envolvia pelo menos sete passos até chegar ao formulário.

A ANPD, em 2 de julho, proibiu a big tech de usar as informações postadas para alimentar suas IAs. Segundo a autarquia, faltou transparência da empresa ao mudar seus termos de privacidade.


A Meta também teria dificultado o trâmite  para os usuários se oporem ao uso de suas informações e infringido a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Para a ANPD, havia “riscos de dano grave e de difícil reparação aos usuários” com a nova política de privacidade.


A alegação da companhia é que o uso das informações públicas de seus usuários teria como fim o aperfeiçoamento de seus sistemas, em um momento em que a Meta vem ampliando os recursos de inteligência artificial generativa em suas plataformas.


Até a noite desta quarta-feira, seguia no ar o formulário para que os usuários brasileiros solicitassem que seus dados não fossem usados no treinamento de IA. A página da “Política de Privacidade” da Meta, no entanto, foi atualizada e passou a trazer um informe: “Neste momento, estamos adiando a aplicação das mudanças que fizemos relacionadas à inteligência artificial”.


Na ocasião do bloqueio de sua política de privacidade, a gigante das redes afirmou, por meio de nota, estar “desapontada” com a decisão da ANPD, que definiu como um “retrocesso”, que atrasaria a chegada “de benefícios da IA para as pessoas no Brasil”.


Na semana passada, a dona do Instagram e do WhatsApp chegou a apresentar um pedido de reconsideração da decisão, que foi negado pela ANPD. A autarquia concedeu um prazo adicional para que a Meta apresentasse a documentação necessária para comprovar a interrupção da coleta de dados para as IAs, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.


Para especialistas em privacidade de dados ouvidos pelo GLOBO, a decisão da ANPD foi acertada. O Data Privacy Brasil, organização civil que trabalha com tema, considerou que a suspensão cautelar representou “um importante precedente para proteção de direitos” diante da expansão da Inteligência Artificial.


Um dos argumentos da ANPD para a suspensão cautelar do treinamento foi que a Meta utilizou a hipótese de “legítimo interesse” para tratar dados pessoais sem justificar claramente a necessidade e finalidade específica, e de forma ampla. A empresa não detalhou como iria diferenciar, por exemplo, a coleta de informações sensíveis, como referentes à origem étnica e racial de usuários, vinculação política, saúde, religião e vida sexual – o que vedaria a hipótese do legítimo interesse.


Pedro Martins, coordenador da Data Privacy Brasil, destaca que ainda não está certo o quanto a Meta depende do treinamento dos dados com usuários brasileiros, como vinha sendo feito, para manter em operação seus serviços de IA no Brasil. Esse é um ponto que, para ele, ainda deveria ser esclarecido pela empresa. Ele lembra ainda que o escopo de informações que a companhia vinha utilizando era amplo e avalia que a indústria pode ser “funcional” sem infringir a legislação brasileira de dados:


— O escopo amplo e vasto adotado pela Meta, que incluiu uso até de dados sensíveis, como de crianças e adolescentes (para treinar a IA), pode ser entendido como ilícito. Mas tem várias outras maneiras com as quais os dados podem ser usados para desenvolver sistemas de IA.


Rony Vainzof, sócio-fundador do VLK Advogados, diz que exigência de consentimento como base legal para o treinamento de sistemas de IA iria “praticamente inviabilizar” o desenvolvimento desses sistemas. Ele pondera, no entanto, que o argumento de “legítimo interesse” usado pela Meta precisaria das salvaguardas adequadas, incluindo transparência e garantia do direito de oposição.


— O que eu espero é que haja muito diálogo entre regulador e regulado para que esse caso (suspensão do treinamento e retirada dos serviços) não se torne um padrão. Deveria haver um diálogo no sentido de garantir o legítimo interesse. E acredito que esse será o caminho daqui para frente.


Para Martins, dificilmente a postura adotada pela Meta, de suspender os serviços de IA após questionamentos da ANPD, seria uma prática adotada pela indústria:


— Não acho que vai ser um movimento da indústria inteira, até pela importância do mercado brasileiro. Mas talvez as empresas vão ter mais cuidado com as práticas no Brasil, que é algo ao meu ver positivo.


Para aperfeiçoar os seus sistemas de IA, a Meta e toda a indústria que desenvolve grandes modelos depende de enormes quantidades de dados, lembra Carlos Rafael Gimenes, professor do curso de Sistemas da Informação da ESPM. Mas é difícil saber o quanto de informações a Meta já coletou para criar os sistemas que pretendia lançar no Brasil:


—Sem o treinamento com muitos dados, ferramentas de grande escala não evoluem. Elas ficam paradas como estão. Para a empresa melhorar a IA e usá-la em novos casos, é necessário coletar dados constantemente.O que não precisaria é da coleta de dados constante para uma ferramenta operar no estado em que se encontra, como as que já tinham sido lançadas — afirma Gimenes.


Léo Xavier, sócio fundador consultoria de estratégia digital Môre, diz que o caso é positivoa para trazer luz para discussão “sobre ética e limites de uso da IA generativa”. Ele também avalia que o movimento da ANPD pode impulsionar as big techs a adotarem melhores práticas no Brasil, em um cenário ainda sem regulações específicas para a inteligência artificial.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Ministério da Agricultura confirma foco de doença de Newcastle em frangos no Rio Grande do Sul

 Consumo de produtos avícolas permanece ‘seguro e sem contraindicações’


O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta quarta-feira, um foco da doença de Newcastle em estabelecimento de avicultura comercial, localizado no município de Anta Gorda, no estado do Rio Grande do Sul.


O diagnóstico positivo foi informado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da DNC.


“O Mapa esclarece que o estabelecimento avícola foi imediatamente interditado, incluindo suspensão de movimentação das aves, a partir do primeiro atendimento pela Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul)”, afirma a pasta.

O ministério afirma que rá aplicar os procedimentos de erradicação do foco estabelecidos no Plano de Contingência de Influenza Aviária e doença de Newcastle, com a eliminação e destruição de todas as aves e limpeza e desinfecção do local.


“Também será realizada investigação complementar em raio de 10 km ao redor da área de ocorrência do foco, além de outras medidas que forem necessárias conforme avaliação epidemiológica”, diz a pasta. “O Mapa ressalta que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanece seguro e sem contraindicações”.


A doença


A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais.


De notificação obrigatória, ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.


Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Sumiço de 26 áudios de escuta ilegal na cela de Youssef, principal delator da Lava Jato, pode levar à anulação de toda a operação de Moro e Deltan

 Gravações foram feitas em 2014, por 10 dias,, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.


A defesa de Alberto Youssef, cuja delação premiada embasa os principais processos oriundos da operação Lava Jato, conseguiu acesso a mais de 210 horas de áudios gravados em grampo ilegal instalado na cela do doleiro. As gravações foram feitas em 2014, por 10 dias consecutivos, na carceragem da Polícia Federal.


O acesso às gravações foi concedido por meio de decisão judicial do juiz Guilherme Roman Borges, que atua como substituto há duas semanas na 13ª Vara Federal de Curitiba. Está em tramitação um processo que investiga justamente a escuta ilegal e agora os advogados devem concluir a perícia dos áudios para seguir com a ação.


Isso significa que a defesa pode ter em mãos uma forte prova que refutaria os investigadores da Operação, que sempre negaram haver uma escuta na cela do doleiro. Mas mais do que isso, as gravações têm o potencial de anular a delação de Youssef e melar os principais feitos da operação, conforme diz fonte ouvida pela Fórum que mantém acesso aos autos e aos pormenores da Lava Jato.


Todas as provas derivadas da delação de Alberto Youssef, em 2014, podem ser atingidas, caso o STF considere que a própria delação de Youssef é nula porque teria sido amparada em prova ilícita, ou seja, numa escuta ilegal na cela onde ele ficou. Com isso, cerca de 90% das delações fechadas podem cair, é a ‘teoria dos frutos da árvore envenenada’. Aliás, este era o grande temor de Deltan Dallagnol, segundo aqueles diálogos publicados na chamada Vaza Jato, da Operação Spoofing”, diz a fonte.


Entre as descobertas feitas até aqui pela defesa de Youssef há 26 arquivos que foram apagados antes do material ser recolhido pela Justiça.


“Boa parte dos áudios foi deletada, e diz-se supostamente que pelos próprios delegados da PF ligados a Sergio Moro àquela época, inclusive Erika Marena e Marcio Anselmo, que eram os destinatários das gravações ilegais segundo a palavra do agente da PF Dalmey Werlang, que teria instalado a escuta ilegal na cela. Alguns áudios sobreviveram e agora estão nas mãos de um técnico que tenta melhorar a qualidade dos arquivos. Cai toda a operação, pelo que se vê aqui. Foram erros gravíssimos já nos primeiros dias da operação, tudo que Moro e os delegados envolvidos faziam era ilegal”, completa a fonte da Fórum.

 

Segundo informações preliminares, a defesa deve ir além do pedido de anulação da delação, como também entrar na Justiça contra Sergio Moro que, à época em que foi o juiz à frente da Operação negou por três vezes o acesso aos áudios. Nesse caso, o processo deve ser levado ao Supremo Tribunal Federal e ao Conselho Nacional de Justiça, onde estão Gilmar Mendes e Luís Felipe Salomão, respectivamente.


Fonte: Agenda do Poder com informações do portal Diário do Centro do Mundo e Revista Forum

PF vê elo entre inquéritos da trama golpista, 'Abin paralela' e fake news e estende investigações

 

A Polícia Federal pretende finalizar o inquérito do golpe até agosto e o das fake news até o final do ano

Polícia Federal e Mauro Cid com Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação/PF | REUTERS/Adriano Machado)

A Polícia Federal (PF) vai, segundo o jornal O Globo, adiar a conclusão do inquérito sobre a trama golpista após descobertas sobre a "Abin paralela". Inicialmente previsto para ser encerrado em julho, o inquérito agora deve ser finalizado até agosto, devido a novas revelações feitas durante as investigações. Outro inquérito de grande relevância, o das fake news, está previsto para ser concluído até o final de 2024, após mais de cinco anos tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro do STF Alexandre de Moraes, relator dos três casos na Corte, autorizou na última semana o compartilhamento das provas do inquérito sobre o esquema de espionagem ilegal com as investigações da trama golpista e das fake news. Segundo o relatório da PF, há uma tese central que conecta essas três apurações: o governo Bolsonaro teria se utilizado da máquina do Estado, incluindo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Receita Federal, para obter "vantagens indevidas de ordem política e econômica".

"Abin paralela"

No caso da "Abin paralela", a PF identificou conversas entre dois servidores cedidos à Abin discutindo uma possível intervenção das Forças Armadas logo após o segundo turno das eleições de 2022. Esses diálogos reforçam a "premissa investigativa", referindo-se à possibilidade de invocação do artigo 142 como justificativa para um golpe de Estado.

"Dizem que ele [Bolsonaro] vai amanhã... de repente invoca de lá", comentou um policial federal que atuou na Abin. Para a PF, essas falas indicam "no mínimo potencial conhecimento do planejamento das ações que culminaram na construção da minuta do decreto de intervenção".

Outro diálogo revela a frustração dos envolvidos com a falta de ação de Jair Bolsonaro (PL) após sua derrota para o presidente Lula (PT). "O nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?", questiona um deles, recebendo como resposta: "Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa".

Inquérito das fake news

Novos elementos surgidos a partir do caso da Abin também impactaram o inquérito das fake news, instaurado em março de 2019 pelo ministro Dias Toffoli e depois designado a Moraes. Inicialmente, a apuração tratava de notícias fraudulentas e ameaças contra ministros do Supremo e seus familiares.

Conforme o relatório da PF, a estrutura montada na Abin fornecia munição para influenciadores digitais disseminarem fake news, visando "descredibilizar" o sistema eleitoral e produzir dossiês contra adversários do governo Bolsonaro, incluindo ministros do STF, parlamentares e jornalistas. Os investigadores descobriram mensagens em que servidores cedidos à Abin discutiam "alimentar" pessoas que postavam nas redes sociais tudo que recebiam.

"Segue o perfil do maluco que eu estou alimentando... mas usa uma conta fake, não segue com a sua não... tudo que eu estou passando ele publica... acabou de publicar mais uma", relata um dos servidores.

Com essas descobertas, a PF continua a investigar as ramificações dos supostos esquemas e suas implicações, com a expectativa de concluir o inquérito sobre a trama golpista em agosto e o das fake news até o final de 2024.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Produção de biocombustíveis bate recorde histórico no Brasil

 Produção de etanol e biodiesel chegou a quase 43 bilhões de litros


A produção de biocombustíveis no Brasil atingiu marco histórico em 2023, refletindo o crescimento robusto no setor e a diversificação das fontes de energia renováveis no país. Juntos, etanol e biodiesel somaram quase 43 bilhões de litros produzidos, alcançando recorde histórico. Os dados estão no Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


“Esses resultados fortalecem a posição do Brasil como líder na produção e uso de biocombustíveis no cenário global, contribuindo significativamente para a matriz energética nacional e para a redução das emissões de gases de efeito estufa. É o Brasil na liderança da transição energética justa e inclusiva, trazendo desenvolvimento econômico e beneficiando o nosso povo”, apontou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.


Entre os destaques do estudo, está o etanol que registrou alta de 15,5%, totalizando 35,4 bilhões de litros produzidos. A produção de etanol anidro, que é misturado à gasolina nos postos, aumentou 13,5% em relação ao ano passado, enquanto a de etanol hidratado, vendido separadamente na bomba, cresceu 16,8% no mesmo período. A região Sudeste liderou a produção nacional de etanol, com um volume de 17,2 bilhões de litros, respondendo por 48,5% da produção brasileira. Outros aumentos significativos foram observados nas regiões Nordeste, Sul, e Centro-Oeste.


Na área do biodiesel, a produção nacional foi de mais de 7,5 bilhões de litros, impulsionada pela elevação do percentual de mistura obrigatória ao diesel para 12%, a partir de 1º de abril de 2023. A região Sul destacou-se como a maior produtora, com 3,1 bilhões de litros, seguida pela região Centro-Oeste, com 3 bilhões. O biometano, outro importante biocombustível, também apresentou crescimento significativo. Em 2023, a produção foi de 74,9 milhões de m³, um aumento de 12,3% em relação ao ano anterior.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Agência Gov.

Vice-presidente da Argentina defende canto racista de jogadores e chama “países colonialistas” de hipócritas: “Verdades que não querem admitir”

 Após vencer a Copa América, jorgadores argentinos entoram cântico racista e transmitiram ao vivo, causando escândalo


A vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, defendeu o canto racista dos jogadores contra a seleção francesa durante as comemorações no ônibus da equipe após a conquista do título na Copa América. Em publicação nas redes sociais, a política afirmou que “nenhum país colonialista vai intimidar” a Argentina.


“A Argentina é um país soberano e livre. Nunca tivemos colônias ou cidadãos de segunda classe. Nunca impusemos nosso modo de vida a ninguém. Mas também não vamos tolerar que façam isso conosco (…) Nenhum país colonialista nos vai intimidar por uma canção de torcida ou por dizermos verdades que não querem admitir. Parem de fingir indignação, hipócritas. Enzo [Fernández], eu te banco, Messi, obrigado por tudo! Argentinos sempre de cabeça erguida! Viva a Argentina!”, declarou nas redes.


O escândalo levou a abertura de uma investigação pela Fifa e ambém levou o Chelsea, da Inglaterra, a abrir um processo disciplinar contra o meia argentino Enzo Fernández, que gravou e transmitiu ao vivo o vídeo que provocou o escândalo. A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que levaria o caso à Fifa.


“A Fifa tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais e o incidente é objeto de uma investigação”, afirmou a entidade em um comunicado. “A Fifa condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes”.


Nesta quarta-feira (17), o presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu o subsecretário de Esportes, Julio Garro, que criticou Lionel Messi e os jogadores da seleção argentina pelo cântico racista.


Racismo


Desde segunda-feira, circula nas redes sociais um vídeo em que vários jogadores argentinos são vistos comemorando o título da Copa América-2024, nos Estados Unidos, conquistado no domingo, em Miami, ao vencer a Colômbia por 1 a 0 na final, e começam a cantar uma música que contém termos racistas, antes de um corte na transmissão.


O canto já havia sido entoado por torcedores argentinos para atacar os integrantes da seleção francesa e Kylian Mbappé em particular após a final da Copa do Mundo do Catar-2022, vencida pela Argentina contra a França (3-3, 4-2 nos pênaltis).

O canto inclui frases como “jogam pela França, mas vêm de Angola”. Sobre Mbappé afirma “sua mãe é nigeriana (na verdade é franco-argelina), seu pai é camaronês, mas no documento tem nacionalidade francesa”.


Na terça-feira, a FFF anunciou que levaria o caso à Fifa e que apresentará uma denúncia à Justiça “por palavras ofensivos de cunho racista e discriminatório”. O zagueiro francês Wesley Fofana, colega de time de Fernandéz no Chelsea, reagiu na rede social X com a frase: “Futebol em 2024: racismo sem pudor”.


Diante do escândalo, o jogador argentino publicou uma mensagem no Instagram para pedir desculpas pelo vídeo. “A canção inclui uma linguagem muito ofensiva e não há absolutamente nenhuma desculpa para estas palavras”, admitiu. “Sou contra todas as formas de discriminação e peço desculpas por ter me deixado levar pela euforia das comemorações da Copa América. O vídeo, esse momento, essas palavras, não refletem minhas crenças nem meu caráter. Lamento muito”.


O Chelsea afirmou em um comunicado que “reconhece e aprecia as desculpas públicas” do jogador, mas também anunciou a abertura de um processo disciplinar interno.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

Mauro Cid disse à PF que empresário do agro bancou viagem de Bolsonaro aos EUA

 PF suspeita que parte das despesas de Bolsonaro no país foram custeadas com valores provenientes da venda ilegal das joias


O tenente-coronel Mauro Cid afirmou à Polícia Federal, em um dos depoimentos do seu acordo de delação premiada, que o empresário do agronegócio Paulo Junqueira bancou a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, realizada no fim de dezembro de 2022 após a derrota nas eleições. O ex-presidente passou três meses no país.


Segundo informa o colunista Aguirre Talento, do portal UOL, a PF obteve indícios de que um familiar do empresário entregou um envelope de dinheiro vivo ao ex-presidente nos EUA. O próprio empresário confirmou a uma repostagem do UOL, publicada na semana passada, que ajudou a bancar despesas da hospedagem de Bolsonaro.


Procurada, a defesa de Bolsonaro não se manifestou. O empresário não respondeu aos contatos feitos nesta quarta-feira (17).


Junqueira, que preside o Sindicato Rural de Ribeirão Preto, também emprestou sua casa para que Bolsonaro se hospedasse no período em que ficou no país. Ainda no cargo de presidente da República, ele viajou para os EUA porque não queria passar a faixa presidencial para Lula.


Em um dos termos de depoimento de sua delação premiada, obtido pelo portal UOL, Cid disse que o empresário foi responsável por bancar despesas da viagem de Bolsonaro no país. A PF não chegou a fazer questionamentos para aprofundar esse ponto do depoimento, que também abordou outros assuntos.


O depoimento foi prestado em setembro do ano passado, quando Cid assinou seu acordo de delação. O material está sob sigilo.


Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid passou quatro meses preso no ano passado, por suspeitas de envolvimentos em diversos crimes. Ele deixou a prisão após fechar um acordo de delação.


Depois do depoimento, a PF encontrou no celular de Cid diálogos sobre a entrega de um envelope de dinheiro vivo pelo genro do empresário.


Os diálogos foram anexados ao inquérito que trata do desvio das joias, mas esse ponto não chegou a ser aprofundado. Esse fato deve ser investigado em uma outra linha de apuração a ser aberta pela PF.


Os diálogos


Em 31 de dezembro, quando ainda era presidente da República, Bolsonaro recebeu a visita do genro do empresário, Samuel Oliveira, que foi responsável por fazer a entrega do dinheiro.


Questionado pelo UOL na semana passada, Junqueira disse que se tratava de um “valor irrisório”.


“Ele foi entregar o imóvel pra eles, a chave. Tinha alguns reparos para serem feitos na casa, e o Samuel, se não me engano, por que eu não tava lá né, aí você teria que falar com o Samuel, entregou alguma coisa pra eles assim pra que fosse feito algum reparo, alguma coisa no imóvel. Mas sem dúvida alguma foi um valor irrisório. Parece que também que o Samuel, se eu nao me engano foram feitas também algumas compras com o cartão”, disse o empresário.


Mauro Cid recebeu uma mensagem de um funcionário da Ajudância de Ordens comunicando sobre a visita. “Compras foram feitas e a casa já está abastecida. A cobertura da área da piscina foi finalizada para garantir a privacidade. O Samuel (genro do Paulo) prefere ir encontrar o PR amanhã para entregar a encomenda”, disse o funcionário.


No dia seguinte, Cid perguntou ao coronel Marcelo Câmara, segurança de Bolsonaro que o acompanhava na casa, se houve a entrega do dinheiro. “Samuel entregou o dinheiro?”, escreveu na mensagem. “Cartão do Junqueira?”, complementou Cid, sem deixar claro se houve a entrega de um cartão de visitas ou cartão de crédito.


O coronel Marcelo Câmara confirmou a entrega e disse que ficaria com parte do dinheiro “para controle” e que cumpria demandas da primeira-dama Michelle. “Sim entregou. E eu passei para o cordeiro [Sérgio Cordeiro, também integrante da equipe de segurança]. Aí ele vai falar com o PR. Avisei para deixar uma parte comigo para controle. A PD me manda msg pedindo as coisas eu faço”, escreveu Câmara a Cid.


“Diante dessas conversas entre Mauro Cid, Daniel Luccas e Marcelo Câmara, ficou evidente que Samuel entregaria uma encomenda (dinheiro) para o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda no ano 2022, enquanto ainda exercia o cargo de Presidente da República do Brasil”, diz o relatório pericial da Polícia Federal.


O presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, Paulo Junqueira, inicialmente confirmou que seu genro fez pagamentos para a equipe de Bolsonaro, mas depois disse que não ordenou pagamentos nem a entrega de dinheiro para o ex-presidente. “Da minha parte, não foi pedido pra entregar, e nem acredito que o Samuel tenha entregue absolutamente nada para o presidente Bolsonaro. Eu cedi o imóvel pra ele ficar, ele não foi pro meu imóvel no início da temporada que ele teve lá, ele ficou num outro imóvel”, afirmou, em conversa com o UOL por telefone na semana passada.


“Agora eu vou receber os meus amigos na minha casa, a casa tem que estar em ordem. Pode ser que o Samuel tenha entregue alguma coisa, não para o presidente Bolsonaro. Pra que alguma coisa tenha sido arrumada, alguma coisa nesse sentido, entendeu. Te garanto também que foi alguma coisa irrisória”, disse.


A PF também suspeita que parte das despesas de Bolsonaro no país foram custeadas com valores provenientes da venda das joias.


Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL