quarta-feira, 17 de julho de 2024

'Vamos criar um país com estabilidade fiscal, econômica e social', diz Lula

 

Em entrevista à TV Record, presidente cita indicadores econômicos, de resgate social e de projeção mundial positiva do País

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Agência Gov – Emprego em alta, inflação controlada, crescimento do PIB acima das previsões do mercado e salário mínimo reajustado acima das perdas anuais. A conjuntura de bons indicadores faz com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha certeza de que o país vive um bom momento, e que a trajetória seguirá acompanhada de redução da desigualdade social, estabilidade fiscal e credibilidade internacional. Foi esse cenário que ele apontou durante entrevista concedida à jornalista Renata Varandas, da TV Record, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (16/7).
"A gente está crescendo mais do que a previsão do mercado. O mercado previa 0,8%, nós crescemos 3%. O mercado previa a inflação descontrolada, a inflação está controlada. O Brasil está gerando 2,5 milhões de empregos em um ano e sete meses. A massa salarial cresceu 11,7%. O salário mínimo reajustado duas vezes acima da inflação. Isenção do imposto de renda para quem ganha dois salários mínimos e pretendo chegar a 5 mil reais de desconto. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome. Então, estamos vivendo um momento muito sensacional", sustentou.
Durante a conversa de quase 40 minutos, Lula defendeu a estabilidade econômica, o controle das contas públicas e a perseguição das metas de inflação. "Nós vamos criar um país com estabilidade fiscal, econômica e social. Esse país terá previsibilidade. Responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago ela de berço", resumiu o presidente.

Lula sustentou que o crescimento do país precisa se pautar pela redução de desigualdades sociais e pela criação de oportunidades e ressaltou a necessidade de regulação das big techs. Para ele, o mundo digital se tornou, em muitos aspectos, um palco lucrativo para a disseminação de desinformação. O presidente defendeu a retomada da civilidade no debate político, celebrou o retorno do país aos grandes palcos da geopolítica internacional e as múltiplas oportunidades geradas para o país com a transição energética.

 

Confira trechos da entrevista

ECONOMIA - Não tem um único número, um único número que diga que o Brasil tem qualquer problema. A gente está crescendo mais do que a previsão do mercado. O mercado previa 0,8%, nós crescemos 3%. O mercado previa a inflação descontrolada, a inflação está totalmente controlada. A única coisa que não está controlada é a taxa de juros. Geramos 2,5 milhões de empregos em um ano e sete meses. A massa salarial cresceu 11,7%. O salário mínimo reajustado duas vezes acima da inflação. Isenção do imposto de renda para quem ganha dois salários mínimos e eu pretendo chegar a 5 mil reais de desconto do imposto de renda. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome. Então, nós estamos vivendo um momento sensacional.

META FISCAL - Esse país é muito grande. Muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes, de alguns especuladores. Porque esse país não tem nenhum problema. Se o déficit é zero, se é 0,1, o que é importante é que o país esteja crescendo. O que é importante é que a economia esteja crescendo. O que é importante é que o emprego esteja crescendo. O salário crescendo. Nós vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Nós vamos criar um país com estabilidade jurídica. Nós vamos criar um país com estabilidade fiscal, com estabilidade econômica, com estabilidade social. Esse país terá previsibilidade.

SALÁRIO MÍNIMO - O mínimo, já diz, é o mínimo. Não tem nada mais baixo que o mínimo. Então, eu não posso cortar o mínimo, que já é o mais baixo de tudo. O que estou falando? Quando você tem que dar aumento do salário mínimo, você faz a reposição inflacionária. Se a inflação foi 3%, você repõe 3%. O crescimento do PIB nos últimos dois anos, a média, a gente dá de aumento do salário mínimo. Então, se durante dois anos o PIB crescer 6%, a gente além da inflação dá 6% de aumento. O que é humanamente justo, socialmente justo. Por quê? Porque o crescimento da riqueza no país, que é o resultado da produção de 203 milhões de brasileiros, tem que ser distribuído de forma equitativa para todo mundo.

CIVILIDADE - O que o mundo está precisando é de civilidade na política. Nós precisamos aprender a conviver democraticamente na diversidade. Eu não sou obrigado a gostar de você. Você não é obrigado a gostar de mim. Você não precisa concordar comigo, eu não preciso concordar com você, mas nós temos que nos respeitar. Você tem o direito de ter sua opinião, eu tenho o direito de ter a minha. Quando chega no processo eleitoral, essas opiniões vão para debate e o povo vai de forma soberana escolher quem é o primeiro da república. Quem for eleito, governa. Quem for derrotado, chora e se prepara para os próximos debates. Foi assim que eu fiz em 89, em 94, em 98, porque ninguém perdeu mais eleições do que eu. E estou aqui, forte e com muita vontade de fazer as coisas certas. Então eu acho que é abominável a violência. É abominável qualquer tipo de violência.

ARGUMENTO - É abominável qualquer tipo de violência. Não é só com o ex-presidente Donald Trump. É a morte de um prefeito em uma cidadezinha no interior. É a morte de um vereador em uma cidadezinha no interior. Então é preciso que a gente volte a ter tolerância. O que temos hoje é a derrota do argumento. O argumento vale muito pouco. O que vale hoje é mentira. O que vale é fake news. Porque quando você está dizendo a verdade, você tem que argumentar. Quando você está contando uma mentira, não tem que argumentar. Você percebe? Então é essa a diferença que está fazendo hoje falta na sociedade brasileira. A volta do argumento para os debates políticos. Está faltando um pouco de compreensão dos problemas do mundo.

BIGTECHS - Não é possível que as empresas continuem ganhando dinheiro disseminando mentiras, fazendo provocação, campanha contra vacina, sem levar em conta nenhum compromisso com a verdade. Eu sou favorável a que a gente dê uma regulação, porque essas empresas não pagam nada. Ganham bilhões de publicidade. Têm muito lucro com a disseminação do ódio no mundo inteiro. O dado concreto é que a gente não pode perder de vista a necessidade de fazer uma regulação para que as coisas voltem a uma certa normalidade. Essa é uma discussão que a gente vai ter que fazer em foros internacionais. Primeiro, acho que a ONU deveria convocar uma assembleia para esse assunto. O G20 tem que discutir, o BRICs tem que discutir, o G7 tem que discutir, porque é preciso uma saída coletiva para o mundo.

COMBATE À FOME - Estamos fazendo no G20 uma campanha forte para que a gente crie um movimento de combate à fome e à pobreza, contra a desigualdade, contra a fome e contra a pobreza. O mundo já produz alimento suficiente. A tecnologia e o avanço da genética já produziu muito mais alimento em área muito menor. Então, temos que fazer com que as pessoas tenham acesso aos bens básico de sua sobrevivência. Se a gente fizer isso, não precisa ter violência.

RECONSTRUÇÃO - No primeiro ano, tivemos que fazer um processo de reconstrução interna. E depois tivemos que reconstruir ministérios, recolocar as pessoas. Depois tinha que reconstruir o país no mundo. Veja, nesse primeiro um ano e sete meses, eu já fiz reuniões com 54 países da União Africana. Eu já fiz reuniões com todos os países da União Europeia. Eu já fiz reuniões com todos os países da América Latina. Eu já fiz reuniões com todos os países da América do Sul, dos países do Caribe. E já fiz reuniões com o G20, com os BRICs e já participei de duas COPs. Por que fiz isso? Eu fiz para mostrar o seguinte: você sabe quantos mercados novos nós abrimos em um ano e sete meses? 165 novos mercados para os produtos brasileiros. E isso é preciso muita política. É preciso viajar. É preciso vender aquilo que a gente tem de bom. É por isso que o Brasil está bem na fotografia. É por isso que é levado a sério.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

Anderson Torres aposta em reviravolta para não ser expulso da PF e não apresentará sua defesa

 

Torres responde a acusações de omissão no âmbito do 8 de Janeiro e de manter aves, de maneira supostamente ilegal, em sua residência

Anderson Torres (Foto: Alan Santos/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, o delegado Anderson Torres decidiu abrir mão de apresentar sua defesa nos dois processos administrativos disciplinares (PADs) que podem resultar em sua expulsão dos quadros da Polícia Federal (PF). O prazo para a entrega da documentação terminou nesta terça-feira (16).

De acordo com o jornalista Paulo Cappelli, em sua coluna no Metrópoles," Torres responde a acusações de omissão no âmbito do 8 de Janeiro e de manter aves, de maneira supostamente ilegal, em sua residência. Para o ex-ministro, a comissão responsável pelos processos está “viciada” e teria a intenção de prejudicá-lo. A defesa de Torres pediu a anulação dos dois PADs alegando suspeição do presidente da comissão, o delegado da PF Clyton Eustáquio Xavier".

Pedido ao STF - Recentemente, o perfil de Torres foi alvo de um ataque hacker. Diante da invasão, a defesa de Torres pediu ao STF que flexibilizasse as medidas cautelares impostas a ele, como a proibição do uso de redes sociais. Impedido de navegar nas plataformas, o ex-ministro não podia entrar para modificar senha nem retomar sua conta.

De acordo com GloboMoraes, no entanto, negou flexibilizar as cautelares. Afirmou que "não existe motivo para a modificação". O ministro estabeleceu que seja enviado um ofício à Meta, dona do Facebook, para excluir a conta de sua titularidade para evitar maiores prejuízos ao investigado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"Ainda não tenho nome para presidir o Banco Central, vou escolher na hora certa", diz Lula

 

O presidente destacou dados positivos de inflação antes de afirmar que “a única coisa que não está controlada no Brasil é a taxa de juros”

Lula em entrevista à Record (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que ainda não tem um nome para indicar à presidência do Banco Central, ressaltando que não há um momento definido para a escolha.

Em entrevista à Record TV, Lula disse que “tem muita gente boa” que poderia substituir o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem mandato até dezembro. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será consultado sobre o assunto.

“Vou escolher a pessoa na hora certa, na hora que tiver o nome correto vou chamar Haddad e vamos debater. Não tem tempo certo, não tem nome certo, tem muita gente boa”, disse.

Na entrevista, o presidente afirmou saber da responsabilidade do presidente do BC e enfatizou que o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional, optou por manter a meta de inflação em 3%.

O presidente destacou dados positivos de inflação e outros indicadores econômicos antes de afirmar que “a única coisa que não está controlada no Brasil é a taxa de juros”.

A sucessão ao comando da autoridade monetária é acompanhada de perto por agentes de mercado já que são recorrentes as críticas de Lula a Campos Neto, ao próprio BC e ao modelo de autonomia operacional da autarquia.

A partir de 2025, o governo contará com maioria de indicados no Comitê de Política Monetária, responsável pela definição da taxa básica de juros no país, atualmente em 10,50% ao ano.

(Por Bernardo Caram e Lisandra Paraguassu)

Boulos aciona Justiça contra Marçal e pede R$ 50 mil em indenização por danos morais

 

Ex-coach teria proferido "mentiras absurdas e acusações gravíssimas" contra o deputado

Guilherme Boulos (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

 O deputado federal Guilherme Boulos (Psol) entrou com uma ação judicial contra Pablo Marçal (PRTB), após declarações ofensivas feitas pelo ex-coach durante uma entrevista ao podcast "Os Sócios", na última quinta-feira (11), segundo a Folha de S. Paulo. Ambos são pré-candidatos na corrida eleitoral para a prefeitura da capital paulista.

Segundo a petição apresentada por Boulos, Marçal teria proferido "mentiras absurdas e acusações gravíssimas" com o objetivo de manchar sua reputação e prejudicar sua pré-candidatura. Durante o programa, Marçal acusou o parlamentar de promover invasões de casas e cobrar aluguel das famílias que ocupam esses imóveis.

"Ele [Boulos] é a maior imobiliária irregular do estado de São Paulo. Ele coloca a família lá — pode perguntar para as famílias, eu fui, eu tô indo em tudo — e cobra R$ 700 de aluguel desse povo. Tem base um cara desses? Falar que ajuda o pobre, cobrar aluguel dos caras? Esse cara tem é que pagar imposto da imobiliária dele", afirmou Marçal no podcast. Ele continuou, dizendo: "é o maior sistema imobiliário que a gente já viu na cidade de São Paulo. Invade coisa dos outros para cobrar aluguel de quem é vulnerável".

Na ação judicial, Boulos contesta as afirmações de Marçal, alegando que ele faz acusações sem qualquer prova, sugerindo a existência de uma "suposta máfia imobiliária" e "extorsões para cobrança de aluguel de pessoas humildes". O deputado destaca seu trabalho de mais de 20 anos à frente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), organização que luta pela desapropriação de imóveis que não cumprem sua função social e pela implementação de políticas públicas de habitação social. Boulos ressalta que sua atuação é voltada à garantia do direito constitucional à moradia digna e que, durante esse período, nunca foi alvo de acusações semelhantes, mesmo sob o escrutínio da imprensa e das autoridades.

Boulos solicita à Justiça uma indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil e a retirada da entrevista e de todas as publicações que reproduziram seu conteúdo.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Adolescente brasileiro cai de prédio e morre durante viagem de formatura em Bariloche

 

Local da queda fica a 150 metros do Centro Cívico de Bariloche

(Foto: Reprodução)

Leonardo Rainha de Castro, um adolescente brasileiro de apenas 17 anos, faleceu após cair do 6º andar de um hotel durante uma viagem de formatura em Bariloche, na Argentina, local que compartilhava com seus amigos. 

De acordo com UOL, o acidente ocorreu na noite de 8 de julho, mas brasileiro só foi sepultado nesta terça-feira (16) em Santa Bárbara d'Oeste (SP).  O jovem era natural de Americana (SP), mas morava com a família no distrito de Hernandarias, no Paraguai.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL


Em carta a Trump, parlamentar ucraniano diz que existe dedo de Kiev no suposto atentado ao ex-presidente

 

Viktor Medvedchuk disse que ataques a políticos que defendem negociações e paz na Ucrânia se tornaram uma tendência preocupante

Trump sofre atentado durante comício em Butler (Foto: Brendan McDermid / Reuters)

Sputnik - Vladimir Zelensky e seus apoiadores no governo Biden fariam o que fosse preciso para destruir aqueles que defendem um acordo pacífico na Ucrânia, alertou o presidente do conselho do movimento Outra Ucrânia, Viktor Medvedchuk, ao magnata Donald Trump.

Ataques a políticos que defendem negociações e paz na Ucrânia se tornaram uma tendência preocupante, escreveu Viktor Medvedchuk, político da oposição ucraniana e presidente do conselho do movimento Outra Ucrânia em carta aberta a Donald Trump, o favorito republicano dos EUA.

"O terrorista [atirador de Trump], seja ele quem for, claramente não era um lobo solitário", observou Medvedchuk. "Na campanha eleitoral, você [Trump] declarou repetidamente que seria capaz de trazer paz à sofrida terra ucraniana. Mas essa paz significa a perda de poder do regime [neo]nazista de [Vladimir] Zelensky e seus manipuladores americanos na administração Biden."

"É por isso, caro senhor Trump, que você se tornou um inimigo pessoal do neonazista ucraniano Zelensky. Esse canalha faria de tudo para impedi-lo de vencer a eleição presidencial. Acho que um traço ucraniano aparecerá no caso de tentativa de homicídio", acrescenta o texto da carta.

Medvedchuk chamou a atenção para o fato de que um dia antes da tentativa de assassinato, o chefe da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia, Kyrylo Budanov, gabou-se à imprensa ucraniana de que houve várias tentativas, "embora sem sucesso até agora", de matar o presidente russo, Vladimir Putin.

"A luta pela paz na Ucrânia está causando cada vez mais agressões abertas por parte dos apoiadores da guerra e está se tornando cada vez mais perigosa", enfatizou Medvedchuk.

"O ex-presidente da Ucrânia e comandante supremo Zelensky perdeu sua legitimidade desde 21 de maio de 2024. O poder foi usurpado por um grupo de conspiradores, direitos humanos fundamentais foram violados pelo regime criminoso vigente, o Estado de direito e o pluralismo político foram completamente destruídos", continuou o político ucraniano.

O interesse pessoal de Zelensky em prolongar as hostilidades na Ucrânia para permanecer no poder pode levar ao agravamento do conflito e criar uma ameaça ao mundo inteiro, concluiu Medvedchuk.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

MPF cobra R$ 1,7 bi do WhatsApp por alegada violação de direitos em política de privacidade

 

"Ao implementar a versão atual de sua política de privacidade, o WhatsApp deixou de esclarecer os usuários sobre as alterações", disse o MPF

Aplicativo do WhatsApp em tela de celular (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa)

Reuters - O Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) abriram processo contra o WhatsApp com cobrança de indenização de 1,73 bilhão de reais por danos morais coletivos, entre outras obrigações, devido a mudanças em sua política de privacidade, informou o MPF nesta terça-feira.

As entidades afirmam que a empresa controlada da Meta não apresentou "informações adequadas sobre as mudanças de sua política de privacidade em 2021", o que, segundo o MPF, violou direitos dos usuários do aplicativo no Brasil.

"Ao implementar a versão atual de sua política de privacidade, o WhatsApp deixou de esclarecer os usuários sobre as alterações que seriam feitas e praticamente os forçou a manifestar anuência a essas mudanças", disse o MPF em comunicado.

Procurado no Brasil, representantes do WhatsApp afirmaram que a empresa não foi intimida, "portanto não comentaremos a respeito".

O MPF afirmou que a indenização cobrada se baseia em valores que o WhatsApp já teria sido condenado a pagar na Europa por irregularidades semelhantes.

Caso a Justiça Federal acolha o pedido, o pagamento não será destinado individualmente aos usuários lesados, mas a projetos financiados pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), afirmou o MPF.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

PDT tem reuniões para definir candidaturas em BH e Curitiba


Duda Salabert e Goura recebem pressões de outros partidos para retirarem suas pré-candidaturas

Carlos Lupi (Foto: PDT)

O PDT realizou uma série de reuniões em Brasília nesta semana para definir as candidaturas à prefeitura de Belo Horizonte e Curitiba, informa o Metrópoles. Na capital mineira, a sigla tem como pré-candidata a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). Já na capital paranaense, o nome escolhido foi o do deputado estadual Goura (PDT-PR). O partido tem até o dia 15 de agosto para definir suas chapas para as eleições municipais.

No caso de Belo Horizonte, a candidatura de Duda Salabert vem sofrendo pressões para a composição de uma chapa única no campo progressista. Na última semana, Psol e Rede Sustentabilidade abriram mão de suas candidaturas para apoiar o deputado federal Rogério Correia (PT), que também conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está irredutível, e quer Duda como candidata.

Negociações estão ocorrendo para que a deputada seja vice na chapa com Correia. Segundo a última pesquisa de intenção de voto realizada pela Quaest, a corrida eleitoral na capital mineira é liderada por Mauro Tramonte (Republicanos), com 25%. Duda Salabert e Rogério Correia aparecem empatados dentro da margem de erro com outros quatro pré-candidatos. A pedetista tem 9% das intenções de voto, enquanto o petista tem 7%.

Em Curitiba, o cenário é semelhante. Carlos Lupi se reuniu com Goura na última terça-feira (16), quando o deputado apresentou o projeto do PDT paranaense para as eleições municipais de outubro. Entretanto, o fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto fazem com que ele sofra pressões de outros partidos para abrir mão de sua candidatura. 

Entre as possibilidades, está uma aliança com Roberto Requião (Mobiliza), que também esteve com Lupi na última terça-feira. Outra alternativa é compor chapa com Luciano Ducci (PSB). Segundo o Paraná Pesquisas, a disputa é liderada por Eduardo Pimentel (PSD), com 7,9%. Goura aparece com 1,6%, atrás de Ducci, que tem 2,8%, e Requião, com 2%.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Índice de preços desacelera para 0,45% em julho, com menor pressão de alimentos

 

Com o resultado no mês, o IGP-10 acumula alta de 1,63% no ano e de 3,38% em 12 meses

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Por Roberto de Lira, Infomoney O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve variação de 0,45% em julho, desacelerando ante os 0,83% observados em junho, informou nesta quarta-feira (17) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado no mês, o índice acumula alta de 1,63% no ano e de 3,38% em 12 meses.

Em julho de 2023, o índice havia caído 1,10% no mês e acumulava retração de 7,89% em 12 meses.

Para André Braz, economista do FGV/Ibre, apesar dos efeitos sazonais e da desvalorização mais acentuada do real em relação ao dólar, os componentes do IGP-10 mostraram desaceleração de junho para julho.

“No âmbito do produtor, a queda nos preços dos alimentos in natura contribuiu para essa desaceleração. No IPC, índice que mede a variação do custo de vida, esse efeito também foi registrado, resultando em deflação no grupo alimentação”, detalhou em nota.

IPA
Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve uma alta de 0,49%, bem inferior à taxa registrada no mês anterior, de 0,88%.

Os preços dos Bens Finais variaram 0,07% em julho, arrefecendo o comportamento em relação ao mês anterior quando tiveram alta de 1,09%. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa variar de +3,30% para uma deflação de -3,99%.

No grupo de Bens Intermediários, a taxa desacelerou de 0,77% em junho para 0,44% em julho. Esse comportamento foi impulsionado pelo recuo nos preços do subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,30% para 0,42%.

Já a taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 0,80% em junho para 0,96% em julho. As principais contribuições para o avanço desse grupo partiram dos seguintes itens: café em grão (de 1,24% para 9,42%), laranja (de -6,17% para 4,66%) e cacau (de -14,61% para 14,28%).

Em sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: soja em grão (4,81% para 1,96%), arroz em casca (7,50% para -1,17%) e minério de ferro (0,05% para -0,60%).

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,54% em junho para 0,24% em julho. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (de 0,97% para -0,12%), Habitação (0,52% para 0,14%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,75% para 0,41%), Transportes (0,37% para 0,28%) e Comunicação (0,26% para 0,08%).

As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: hortaliças e legumes (de 6,53% para -3,14%), aluguel residencial (1,18% para 0,02%), artigos de higiene e cuidado pessoal (1,86% para 0,75%), transporte por aplicativo (5,40% para -6,45%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,58% para 0,01%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,22% para 0,67%), Despesas Diversas (0,35% para 0,95%) e Vestuário (-0,20% para 0,18%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.

Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos itens: passagem aérea (1,85% para 3,53%), serviços bancários (0,38% para 1,79%) e roupas (-0,43% para 0,12%).

INCC

Em julho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,54%, mostrando uma redução em relação à taxa de 1,06% observada no mês anterior.

Analisando os componentes do INCC, Materiais e Equipamentos apresentaram alta menos significativa, passando de um crescimento de 0,45% em junho para 0,38% em julho. Por outro lado, Serviços, que havia subido 0,39% em junho, recuou de 0,08% em julho.

Já a Mão de Obra obteve uma desaceleração significativa, passando de 1,96% em junho para 0,83% em julho.

Fonte: Brasil 247 com informações do Infomoney

Estudo revela que mortalidade materna de mulheres pretas é o dobro em relação à brancas e pardas


Pesquisa da Unicamp destaca disparidades raciais na saúde materna e aponta o racismo estrutural como fator determinante

Mulher grávida vista em Recife. 29/01/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicado em junho na Revista de Saúde Pública revela que mulheres pretas têm quase o dobro de risco de morrer durante o parto ou no pós-parto em comparação com mulheres brancas e pardas. A pesquisa analisou a taxa de mortalidade materna por cor da pele de 2017 a 2022, considerando também a causa da morte, região do país e faixa etária.

Os resultados mostram que, em todos os anos analisados, mulheres pretas apresentaram índices de mortalidade materna significativamente superiores aos de mulheres brancas e pardas, cujas taxas foram semelhantes entre si. A professora de obstetrícia da Unicamp e coautora do estudo, Fernanda Garanhani Surita, em entrevista à Folha, aponta o racismo como um problema estrutural que afeta o acesso e a qualidade do atendimento de saúde para mulheres pretas. "Não é que as pessoas pretas tenham mais problemas de saúde, mas elas enfrentam dificuldades de acesso e de cuidado qualificado", destaca Surita.

A mortalidade materna refere-se às mortes ocorridas em decorrência da gravidez, durante o parto ou no pós-parto, sendo que cerca de 92% desses casos são evitáveis. As principais causas incluem hipertensão, hemorragia, infecções e abortos provocados. Entre 2017 e 2022, a taxa de mortalidade materna no Brasil foi de 67 mortes por 100 mil nascidos vivos. No entanto, enquanto a taxa entre mulheres brancas e pardas foi de 64 mortes, entre mulheres pretas o índice alcançou 125,8.

Os dados do estudo foram obtidos do DataSUS, sistema de informações do Ministério da Saúde, e as categorias de raça seguiram a classificação do IBGE. A separação entre mulheres pretas e pardas foi feita para evitar a "invisibilização" das disparidades específicas enfrentadas por mulheres pretas. "Isso mostra que, mesmo dentro de grupos vulneráveis, há mulheres expostas a mais vulnerabilidades", explica Surita.

A maior taxa de mortalidade materna entre mulheres pretas foi registrada na região Norte, com 186 mortes por 100 mil nascidos vivos. Nesta região, as taxas de mortalidade entre mulheres pretas e pardas não apresentaram diferença significativa.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha

TRE-RS cassa mandato do deputado federal bolsonarista Maurício Marcon por fraude à cota de gênero

 

Decisão foi tomada de forma unânime pela Corte Eleitoral. Parlamentar diz que irá recorrer ao TSE

(Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados )

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) decidiu, nesta terça-feira (16), pela cassação do diploma do deputado federal bolsonarista Maurício Marcon (Podemos). A decisão unânime foi tomada após a Justiça considerar que o partido utilizou uma candidatura laranja para fraudar a cota de gênero nas eleições de 2022, informa o Metrópoles. Além de Marcon, toda a nominata de suplentes do Podemos também teve seus diplomas cassados.

Segundo o tribunal, Marcon foi “diretamente beneficiado pela fraude à quota de gênero e pela interferência do poder econômico e dos meios de comunicação social”. A cassação foi aprovada por unanimidade, com sete desembargadores votando a favor.

A defesa de Marcon já anunciou que pretende recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto isso, o deputado continua no exercício de seu mandato. Em suas redes sociais, Marcon comentou a decisão, afirmando que recorrerá ao TSE. Ele atribuiu o problema a uma mudança de última hora em uma das candidaturas femininas, que acabou não tendo tempo para participar dos programas de TV do partido. “Não conheço a mulher que foi colocada, não participei de campanha dela, nada, simplesmente nada”, disse o bolsonarista em um vídeo.

Se a decisão do TRE for mantida pelo TSE, um novo cálculo do quociente eleitoral será necessário, podendo transferir a cadeira de Marcon a outro partido ou coligação.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Serviço Secreto dos EUA assume responsabilidade por falha em comício de Trump

 

"Naquele local específico, o Serviço Secreto é totalmente responsável pelo elaboração, implementação e execução", disse a diretora Kimberly Cheatle

Donald Trump sofre atentado em comício na Pensilvânia (Foto: Brendan McDermid / Reuters)

O Serviço Secreto dos Estados Unidos foi o "único responsável” pela segurança durante o comício de sábado (13) da campanha do ex-presidente Donald Trump, afirmou a diretora da agência, Kimberly Cheatle, em entrevista à CNN nesta terça-feira (16). Segundo Cheatle, todos os ativos da agência estavam focados no evento, apesar de haver outras operações simultâneas no estado.

Cheatle esclareceu que, embora a polícia local tenha auxiliado na segurança do prédio onde Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, subiu no telhado e disparou contra Trump em Butler, Pensilvânia, a responsabilidade total pela segurança do comício era do Serviço Secreto. “Naquele local específico, dividimos áreas de responsabilidade, mas o Serviço Secreto é totalmente responsável pelo elaboração, implementação e execução (da segurança) do local”, disse Cheatle. 

Na entrevista, Cheatle mencionou que, caso seja necessário, o Serviço Secreto está disposto a revisar e ajustar suas políticas e procedimentos. No entanto, ela não forneceu detalhes sobre quais mudanças específicas poderiam ser implementadas, aguardando as conclusões das revisões interna e externa.

Ainda conforme a reportagem, a diretora está sob pressão, com pedidos de renúncia por parte de membros do Congresso, incluindo o líder da maioria na Câmara, Steve Scalise. Cheatle defendeu a abrangência do perímetro de segurança, garantindo que todas as lições serão aprendidas e aplicadas para evitar futuros incidentes.

Em relação a ameaças específicas, Cheatle confirmou que o Serviço Secreto está ciente de um suposto plano de assassinato iraniano contra Trump, embora não houvesse ligação com o atirador do comício. Ela enfatizou que a segurança do ex-presidente já havia sido reforçada e continuará sendo ajustada conforme necessário.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN

Bernard Appy: governo vai propor medidas para garantir que alíquota não passará de 26,5%

 

"Você pode rever os regimes específicos de tributação, combustíveis, serviços financeiros, imóveis, bares, restaurantes", afirmou o dirigente

Bernard Appy (Foto: Washington Costa / MFaza)

O secretário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que a alíquota padrão do novo sistema de impostos não deve ficar acima de 26,5%, proposta pela Câmara dos Deputados, não tem garantias de que vá funcionar.

"Não há garantia de que a trava vai funcionar porque ela dependeria da aprovação do Congresso. Em vez de colocar a obrigação para o Executivo de enviar um projeto, poderíamos já definir agora quais as mudanças que seriam feitas caso houvesse um aumento da alíquota de referência. Você pode rever os regimes específicos de tributação, combustíveis, serviços financeiros, imóveis, bares, restaurantes", afirmou ao jornal O Globo.

"Essa possibilidade será levada para a discussão com o senador Eduardo Braga, relator do projeto no Senado, e com os senadores em geral poderia rever o que está na cesta básica. O que não pode ser revisto é o redutor para zero. Mas foi positivo colocar o tema em discussão".

De acordo com o projeto, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, imposto estadual e municipal), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, tributo federal), e o Imposto Seletivo (IS, sobre alimentos que fazem mal à saúde, como bebidas açucaradas e ultraprocessados), vão substituir o PIS (Programa de Integração Social), a Cofins (a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ISS (Imposto Sobre Serviços) e parcialmente o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

No texto enviado pelo governo, as carnes estavam na lista de produtos com alíquota reduzida para 40% da alíquota original, pagando 10,6% em vez de 26,5%. Agora terão alíquota zero de IBS e de CBS.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

PGR abre denúncia contra bolsonaristas que atacaram Moraes no aeroporto de Roma

 

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os 3 acusados praticaram crimes de injúria e calúnia

Alexandre de Moraes e seus agressores (Andreia Mantovani, AAlex Zanatta e Roberto Mantovani) (Foto: Reprodução | TSE)

Por André Richter, repórter da Agência Brasil - A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (16) três pessoas pelos crimes de injúria e calúnia contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma, na Itália, em 2023.

Na denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusa o casal Roberto Mantovani Filho e Andrea Mantovani e o genro, Alex Zanatta, de ofender Moraes com xingamentos de "bandido", "comprado", "comunista" e "ladrão" e "fraudador das eleições". As ofensas ocorreram quando o ministro, a esposa e três filhos estavam na sala de embarque do aeroporto.

Segundo o procurador, os acusados imputaram conduta criminosa a Moraes de "maneira pública e vexatória" para constranger o ministro e provocar "reação dramática" nas redes sociais.

"O registro em vídeo das passagens vexatórias, posteriormente compartilhado em redes sociais, atendia ao propósito de potencializar reações violentas de outros populares contra o ministro, agredido pelo desempenho das suas atribuições de magistrado, pondo em risco, igualmente, a sua família, captada nas imagens", afirmou o procurador.

A denúncia será analisada pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso. Se a denúncia for aceita pelos demais ministros, os acusados se tornarão réus. Não há prazo para julgamento do caso.

A Agência Brasil tenta contato com os citados e está aberta para incluir seu posicionamento no texto.

Fonte: Brasil 247 com agência Brasil

Ramagem presta primeiro depoimento à PF nesta quarta-feira, 17, sobre “Abin Paralela”

 Apuração da Polícia Federal trata de ações clandestinas de vigilância de adversários políticos


O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) vai prestar depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal (PF) sobre a investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal praticada durante o governo Jair Bolsonaro. É a primeira vez que ele será ouvido pela PF no caso.


Segundo as investigações, Ramagem era o responsável por comandar uma “estrutura paralela” montada dentro da Abin para monitorar e produzir dossiês contra adversários do governo Bolsonaro, entre eles ministros do Supremo Tribunal Federal, parlamentares, jornalistas e servidores públicos.


O interrogatório foi marcado para as 15 horas desta quarta-feira na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Ele está na capital promovendo a sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.


Em texto publicado na rede X, Ramagem negou as irregularidades e afirmou que a última operação da PF “despreza os fins de uma investigação” e busca “apenas levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”. “Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de whatsapp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, escreveu ele.


Ramagem deve ser perguntado pela PF sobre o material apreendido em seus endereços em janeiro deste ano, quando ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro Alexandre Moraes, do STF. Entre os arquivos, há rascunhos feitos pelo deputado federal intitulados “presidente” e “presidente 2”, além de um relatório com informações de uma operação da Abin.


Um dos documentos contém a seguinte anotação: “Fora isso, a PF tem que dar andamento aos trabalhos de desvio de fundo eleitoral do PSC, lavagem nas empresas e corrupção administrativa e policial.” Em outro, há o registro de que é preciso “contestar juridicamente a imputação de peculato, desestruturar teoria de domínio do fato do Flávio como suposto mentor de esquema”.


A PF interceptou ainda conversas entre um militar e um policial federal cedidos à Abin, dizendo que recebiam ordens do “mestre” e “chefe” para achar “podres” sobre parlamentares desafetos do governo Bolsonaro.


Relatório da PF também atribui a Ramagem a determinação para agentes da Abin procurarem “podres”, “dívidas tributárias”, “ver redes sociais de esposa” de servidores da Receita envolvidos na investigação da chamada “rachadinha” que mirava o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).


Nos aparelhos do ex-diretor da Abin, a PF encontrou a gravação de uma reunião no Palácio do Planalto que mostra ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro discutindo estratégias para anular o processo contra Flávio Bolsonaro.


Em suas redes sociais, Ramagem afirmou que a captação do áudio foi autorizada por Bolsonaro e que o arquivo “só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional”.


Delegado da PF, ele foi diretor-geral da Abin entre 2019 e 2022. Nesse período, um programa secreto chamado First Mile foi utilizado para monitorar a localização de pessoas consideradas adversárias do governo. O uso irregular da ferramenta foi revelado pelo GLOBO.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo