Não há indicação de que Thomas Crooks, que tentou matar o ex-presidente no fim de semana, tenha ligação com esse plano
Autoridades dos EUA receberam informações recentes de uma fonte sobre um plano do Irã para assassinar o ex-presidente Donald Trump. Em resposta, o Serviço Secreto reforçou a segurança em torno do republicano, que tenta voltar à Casa Branca nas eleições deste ano.
No entanto, não há indicação de que o atirador Thomas Matthew Crooks, que tentou assassinar Trump durante comício na Pensilvânia no último sábado (13), esteja ligado ao plano iraniano.
O atentado levantou questões sobre falhas de segurança no comício do fim de semana, quando Trump foi ferido na orelha direita enquanto discursava ao ar livre. O atirador conseguiu acessar um telhado a cerca de 150 metros do púlpito onde Trump discursa.
A campanha de Trump não comentou se foi informada sobre os detalhes específicos da ameaça iraniana. O Serviço Secreto anunciou melhorias na proteção de Trump, especialmente em eventos ao ar livre, que são mais vulneráveis, o que não impediu que Crooks quase conseguisse mata-lo. O atirador foi morto por um sniper.
Durante o ciclo eleitoral, a campanha suspendeu eventos não-oficiais por preocupações de segurança. O FBI está investigando o incidente e se recusou a comentar.
O Irã jurou vingança após o assassinato de Qasem Soleimani, comandante do Corpo de Guarda Revolucionária Islâmica dos militares iranianos, em janeiro de 2020. Altos funcionários do governo Trump que trabalharam na segurança nacional têm uma segurança severa desde que deixaram o governo.
A missão do Irã na ONU, no entanto, nega enfaticamente a intenção de assassinar Trump.
Estão sob essa proteção John Bolton, que serviu como conselheiro de segurança nacional de Trump, e o ex-Secretário de Estado Mike Pompeo. Os dois foram alvos de plano de assassinatos iranianos, de acordo com investigações federais.
Fonte: Agenda do Poder com informações da CNN Brasil
BPC (Benefício de Prestação Continuada) é pago a idosos e pessoas com deficiência que têm baixa renda
O valor gasto pelo governo federal com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência que têm baixa renda, subiu 37% em dois anos. Aumento começou com Jair Bolsonaro e continuou no governo Lula, que anunciou um pente-fino contra fraudes.
Os gastos do governo federal com o BPC estão crescendo há dois anos. Em junho de 2022, o programa custou R$ 6,2 bilhões — em valores atualizados pela inflação. Já em junho deste ano, R$ 8,5 bilhões. Alta de 37%.
Este ano, o custo do BPC deve passar de R$ 100 bilhões pela primeira vez na história do programa — em vigor desde os anos 1990. Já em 2028, pode se aproximar de R$ 160 bilhões, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, enviada pelo Executivo para o Congresso.
O aumento nos gastos com o BPC se explica, principalmente, pelo crescimento no número de beneficiários. Eram 4,7 milhões, em junho de 2022. Saltaram para 5,9 milhões, em junho de 2024. Alta de 26%. Para comparação, o número de beneficiários do Auxílio Brasil/Bolsa Família subiu menos no mesmo período, 15%.
Outra razão para a alta nos gastos é o aumento do valor do benefício — o BPC paga um salário mínimo. Sempre que o salário mínimo sobe, a despesa com o BPC também aumenta.
A alta do BPC começou no governo Bolsonaro, a três meses das eleições de 2022 — assim como ocorreu com o Auxílio Brasil. O número de beneficiários do BPC estava em estabilidade fazia quatro anos, desde 2018. Até que, subitamente, em julho de 2022, começou a aumentar. Neste mesmo mês, o Auxílio Brasil (que substituiu o Bolsa Família no governo Bolsonaro) subiu para R$ 600 e o número de beneficiários também disparou.
No governo Lula, o BPC continuou crescendo — enquanto o retorno do Bolsa Família foi acompanhado de um freio de arrumação. Havia evidências de fraude em massa no Auxílio Brasil após a adoção dos R$ 600 por beneficiário. A medida fez com que a maior parte dos novos contemplados alegasse morar sozinho. O governo Lula iniciou a revisão dos cadastros e cortou quase dois milhões de supostos solteiros.
Agora, a equipe econômica do governo Lula indicou que o BPC também passará por um pente-fino. Em 3 de julho, diante da disparada do dólar, o ministro Fernando Haddad (Economia) anunciou o corte de R$ 25,9 bilhões de despesas, incluindo um “pente fino dos benefícios” sociais — o BPC entre eles. “É um número que foi levantado linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados”, disse Haddad. O Ministério da Fazenda não quis informar o UOL qual é o valor que deve ser cortado só do BPC.
A partir de agosto, 800 mil pessoas devem ser convocadas para a reavaliação de benefícios, incluindo o BPC. A revisão será feita pelo INSS, que é responsável pela concessão do BPC, devido à necessidade de perícia para pessoas com deficiência. A reportagem do portal UOL questionou o número exato de revisões previstas no BPC, mas o INSS não respondeu. Auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez também estão na mira.
Mas fazer um corte no BPC não será tão simples quanto no Bolsa Família. Não há indícios de fraude tão evidentes como os solteiros do Auxílio Brasil de Bolsonaro. Além disso, no caso das pessoas com deficiência — que representam 55% dos beneficiários do BCP — os pedidos passam por perícia do INSS. É uma camada a mais de combate à fraude em comparação com outros benefícios sociais.
O que está por trás da alta do BPC
O número de beneficiários do BPC está subindo em todo o país, mas em alguns estados a alta é bem maior.
Em Roraima, o número de idosos no BPC aumentou 108% em dois anos. A comparação é de abril de 2022 a abril de 2024, último mês com dados estaduais disponíveis. No país, a alta foi de 22% nesse período. A inclusão no BPC de idosos venezuelanos, que ingressam no Brasil via Roraima, é uma das razões da alta.
No estado do Rio de Janeiro, o número de pessoas com deficiência no BPC subiu 44% desde 2022. Na cidade do Rio, ainda mais: 57%. É bem acima da média nacional, de 26%. O INSS no Rio disse que vem trabalhando para reduzir a fila de espera para o benefício, o que proporcionou “uma resposta mais ágil e eficiente aos cidadãos e cidadãs”.
Há algumas explicações legítimas para a alta do BPC.
Como o BPC ficou estável de 2018 a 2022, é possível que o número de beneficiários estivesse represado. O período de 2018 até o primeiro semestre de 2022 foi o único em toda a série histórica do BCP em que não houve crescimento no número de benefícios.
O número de idosos está subindo no Brasil, então é esperado que o BPC também cresça. O mesmo ocorre com a Previdência. Ter mais aposentadorias no país não é indício de fraude, mas uma consequência natural do envelhecimento da população.
A concessão do BPC para autistas também está subindo — assim como o número de diagnósticos no Brasil. O autismo representava cerca de 5% dos novos benefícios para pessoas com deficiência no final de 2018 e, hoje, mais de 20%, segundo análise do portal UOL. É a condição mais contemplada pelo BPC. Cada vez mais pessoas são diagnosticadas com a condição, o que também já provocou impacto nos planos de saúde. Além disso, o próprio governo tem buscado alertar as famílias de que autismo dá direito ao BPC. Em agosto do ano passado, o INSS fez um evento ao vivo no YouTube só sobre este tema.
Outra razão para o crescimento do BPC é a alta judicialização. Mais de 400 mil pessoas tiveram o BPC negado pelo INSS, mas conseguiram reverter a decisão na Justiça e hoje estão na folha do programa social. Muitos casos se referem a pessoas cuja renda familiar é maior que o mínimo estabelecido pelo BPC.
Além disso, a partir de 2020, uma nova regra permitiu o pagamento de dois benefícios de um salário mínimo por família, em vez de somente um. Antes, apenas uma família com dois idosos poderia receber dois BPCs. Depois, outros arranjos foram permitidos: uma família com um idoso e uma pessoa com deficiência; uma família com uma aposentadoria de um salário mínimo e um BPC de qualquer tipo. O Bolsa Família não entra na conta. Assim, é possível receber entre 2,5 e três salários mínimos, a depender da configuração da família.
Como funciona o BPC
O BPC é um dos principais programas sociais do Brasil. Na comparação com o Bolsa Família, não só o BPC foi lançado antes, no final dos anos 1990, como historicamente teve um orçamento bem maior. Foi só a partir de julho de 2022, com o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600, que o BCP foi para o segundo lugar em volume de gastos.
Para receber o BPC, a renda mensal da família deve ser de até R$ 353 — um quarto do salário mínimo. Não entram no cálculo o Bolsa Família, nem mesmo o pagamento de outro benefício de um salário mínimo. Ainda é possível descontar parte dos gastos com saúde do cálculo da renda.
Na visão dos investigadores, um presidente da República não pode usar as dependências públicas (o Palácio do Planalto) para tratar assuntos de interesse pessoal
Investigadores da Polícia Federal avaliam que a sequência de atos posteriores à reunião gravada no Palácio do Planalto desmente a defesa do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que alegou não haver nenhuma ilegalidade no encontro. As informações são do Blog do Valdo Cruz, no portal g1.
A reunião ocorreu no dia 25 de agosto de 2020. Nesta segunda-feira (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o sigilo da gravação, encontrada em um aparelho eletrônico de Ramagem.
Além de Bolsonaro e do então diretor da Abin, estavam na sala o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Segundo a PF, logo após essa reunião em que foram discutidas as investigações da Receita contra Flávio Bolsonaro por suposta “rachadinha”, agentes da Abin passaram a espionar a vida de auditores da Receita em busca de “podres” desses servidores.
“Eles saíram usando a estrutura do Estado para benefício próprio”, diz um investigador ouvido pela reportagem.
Segundo ele, essa atuação da Abin já foi identificada pela PF e desmente a tese da defesa de Ramagem e das advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Após a divulgação do áudio nesta segunda, os participantes ressaltaram o trecho em que Bolsonaro diz que não agiria para beneficiar ninguém.
Reunião em si já é “escândalo”
A Polícia Federal avalia, aliás, que o “simples fato” de Bolsonaro reunir a chefia da Abin, do GSI e as advogadas de seu filho para discutir o caso já é um “escândalo”.
Na visão dos investigadores, um presidente da República não pode usar as dependências públicas (o Palácio do Planalto) para tratar assuntos de interesse pessoal do filho – e nem convocar Abin e GSI para montar estratégia de defesa dele.
O que o áudio revela
O áudio da conversa entre Bolsonaro, Alexandre Ramagem, general Heleno e duas advogadas do senador Flavio Bolsonaro mostra um presidente da República, durante seu expediente, discutindo com as advogadas formas de ajudá-las a anular as investigações da Receita Federal sobre rachadinha.
Em trechos da conversa, Bolsonaro dá autorização para que elas procurassem assessores indicados pelo então presidente no Serpro e na Receita Federal. A ideia era obter dados que fossem usados na defesa do senador.
Em dado momento, Bolsonaro alerta que é preciso ter cuidado para que uma conversa entre eles seja gravada. E o general Heleno alerta que tudo tem de ser feito “fechadíssimo”, para não vazar.
A avaliação da PF é que o áudio comprova que Bolsonaro usou a estrutura do governo para tentar livrar o filho de investigações no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em outro trecho da reunião, Bolsonaro revela que Wilson Witzel, então governador do Rio, teria oferecido ajuda para blindar Flavio Bolsonaro – e que, em troca, teria pedido a nomeação de alguém de sua confiança para ministro do STF.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Blog do Valdo Cruz, no G1
Juliana Bierrenbach, que defendeu Flávio, disse que sua sócia, Luciana Pires, mandou a ela três relatórios por meio do WhatsApp sobre como buscar provas para anular a investigação
A advogada Juliana Bierrenbach, que defendia o senador Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha da Alerj, disse nessa terça-feira (16/7), em entrevista à coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles, ter recebido da sua ex-sócia, Luciana Pires, três relatórios com orientações sobre como buscar provas que levassem à anulação da investigação contra Flávio.
Luciana Pires revelou à coluna em 2020 que recebeu ao menos dois relatórios de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin no governo Jair Bolsonaro. Segundo Bierrenbach disse hoje, porém, foram três relatórios.
Juliana, Luciana, Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno participaram de uma reunião no Palácio do Planalto em agosto de 2020. No encontro, gravado escondido por Ramagem, foram discutidos meios para uma contra-investigação que provasse nulidades no caso contra o senador a partir de uma suposta atuação ilegal da Receita Federal contra Flávio.
“Ela [Luciana Pires] me encaminhou [os relatórios] por WhatsApp, recebi isso da Luciana Pires. Agora, eu não sei, não tenho como dizer pra você se isso foi escrito por ela, pelo Ramagem, pela Abin, pelo Flávio, não sei. Foi enviado por ela. Que ela disse para você que foi o Ramagem é um fato”, disse Juliana.
Nos dois relatórios anteriormente revelados pela coluna, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas na época pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal, que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.
Em um campo intitulado “Finalidade”, um dos documentos da Abin revelados pela coluna citou: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.
Juliana Bierrenbach afirmou hoje na entrevista, no entanto, ter considerado os relatórios “tolos, muito tolos”, e que já havia tido um encontro com o chefe da Receita Federal à época, José Barroso Tostes Neto, antes de ter tido acesso ao material. Juliana Bierrenbach argumentou, assim, que não houve utilidade nos relatórios passados a ela por Luciana Pires, com orientações da Abin contra o caso das rachadinhas. A advogada ressaltou que não entendia que os relatórios fossem da Abin.
“Em relação ao que foi passado, se a Abin determinou alguma coisa, quando eu soube daqueles relatórios, em que me chamam de doutora Juliete, eu já tinha estado com a Receita, não tinha sido ideia da Abin, ou de ninguém. Eu tive acesso depois que isso tudo já tinha acontecido”, disse ela.
“Tive acesso a três relatórios desses, que me pareciam, com todo respeito, muito tolos, tolos, muito tolos. Basta dizer que era um documento que talvez fosse da Abin e que me dava um codinome de Juliete, pelo amor de Deus. Seja lá por que for, era uma decisão equivocada, não tinha nem como olhar para aquilo e entender aquilo com seriedade. Nunca entendi que aqueles relatórios fossem da Abin”, declarou.
Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles
Fundo também eleva projeção da China e diminui a dos EUA
O FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou a perspectiva de crescimento do Brasil em 2025 para refletir os esforços de reconstrução após as enchentes no Rio Grande do Sul, mostraram novas estimativas divulgadas nesta terça-feira (16).
O fundo prevê agora expansão de 2,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano, de acordo com a atualização de seu relatório Perspectiva Econômica Global — 0,3 ponto percentual a mais do que o calculado em abril.
“O crescimento foi revisado para cima em 2025 para o Brasil para refletir a reconstrução após as enchentes e fatores estruturais positivos (por exemplo, aceleração da produção de hidrocarbonetos)”, comentou o FMI no relatório.
Para 2024, a organização já havia reduzido, na semana passada, a 2,1% a estimativa de crescimento do Brasil, 0,1 ponto percentual a menos do que o calculado em abril, citando as enchentes no Rio Grande do Sul, uma política monetária ainda restritiva, o déficit fiscal mais baixo e a normalização da produção agrícola.
Na conclusão final após uma visita ao Brasil, a equipe do FMI ainda projetou que o crescimento irá se fortalecer para 2,5% no médio prazo, uma revisão para cima de 0,5 ponto percentual desde a visita em 2023, diante dos ganhos de eficiência com a reforma tributária e aumento da produção de hidrocarbonetos.
O PIB do Brasil começou bem este ano, voltando a crescer nos três primeiros meses, a uma taxa de 0,8% sobre o período anterior, mas o segundo trimestre será marcado pelas fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul no final de abril e em maio.
No entanto, embora as inundações tenham afetado safras agrícolas, indústrias e a logística no Estado, resultados acima do esperado de diferentes setores da economia levaram analistas a avaliar que os impactos negativos foram menores que os esperados na atividade brasileira como um todo.
O IBGE divulgará os números do PIB brasileiro no segundo trimestre em 3 de setembro.
AMÉRICA LATINA
A revisão para baixo do Brasil ajudou a reduzir também a previsão para a América Latina e o Caribe este ano, junto com um corte de 0,2 ponto na expansão estimada do México este ano, para 2,2%, devido à moderação da demanda.
A estimativa de crescimento da região passou agora a 1,9% em 2024, de 2,0% em abril. Para 2025, a conta foi a 2,7%, contra 2,5% do relatório anterior.
A perspectiva para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, teve ligeiro ajuste para cima de 0,1 ponto percentual tanto este ano quanto no próximo, a 4,3% para ambos.
SEM MUDANÇAS NO MUNDO
O FMI manteve sua previsão de crescimento real do PIB global para 2024 em 3,2%, e aumentou a projeção para 2025 em 0,1 ponto percentual em relação a abril, para 3,3%.
De acordo com o fundo, o ímpeto na luta contra a inflação está diminuindo, o que poderia atrasar ainda mais o afrouxamento das taxas de juros e manter a forte pressão do dólar sobre as economias em desenvolvimento.
Nas principais economias do mundo, os EUA tiveram a previsão de crescimento para 2024 reduzida em 0,1 ponto percentual, para 2,6%, devido ao consumo mais lento do que o esperado no primeiro trimestre.
“O crescimento nas principais economias avançadas está se tornando mais alinhado à medida que as lacunas de produção estão se fechando”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em uma publicação no blog que acompanha o relatório, acrescentando que os EUA estão mostrando sinais crescentes de desaceleração, enquanto a Europa deve se recuperar.
O FMI elevou significativamente sua previsão de crescimento da China em 2024 para 5,0% — igualando a meta do governo chinês para o ano— de 4,6% em abril, devido a uma recuperação do consumo privado no primeiro trimestre e a exportações fortes. O FMI também aumentou sua previsão de crescimento da China para 2025 de 4,1% em abril para 4,5%.
“Quando se olha para a China, quanto mais fraca for a demanda doméstica, mais o crescimento dependerá, potencialmente, do setor externo”, disse Gourinchas, o que pode levar a mais tensões comerciais.
Em um tom mais positivo, o FMI elevou ligeiramente sua previsão de crescimento da zona do euro para 2024 em 0,1 ponto percentual, para 0,9%, deixando a estimativa do bloco para 2025 inalterada em 1,5%.
A zona do euro “chegou ao fundo do poço” e registrou um crescimento mais forte dos serviços no primeiro semestre, enquanto o aumento dos salários reais ajudará a impulsionar o consumo no próximo ano e afrouxamento da política monetária ajudará o investimento, disse o FMI.
RISCOS DE INFLAÇÃO PERMANECEM
O FMI alertou para riscos de alta no curto prazo para a inflação, uma vez que os preços dos serviços permanecem elevados em meio ao crescimento dos salários no setor, e disse que as renovadas tensões comerciais e geopolíticas podem alimentar as pressões sobre os preços, aumentando o custo dos produtos importados ao longo da cadeia de oferta.
“O risco de inflação elevada aumentou as perspectivas de taxas de juros mais altas por um período ainda mais longo, o que, por sua vez, aumenta os riscos externos, fiscais e financeiros”, disse o FMI no relatório.
Gourinchas disse que, apesar de uma queda nos preços ao consumidor dos EUA no mês passado, o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) pode se dar ao luxo de esperar um pouco mais para começar a cortar os juros, a fim de evitar surpresas inflacionárias.
O FMI também alertou sobre possíveis mudanças na política econômica como resultado de muitas eleições este ano, que podem ter repercussões negativas para o resto do mundo.
“Essas possíveis mudanças implicam em riscos de desregramento fiscal que piorarão a dinâmica da dívida, afetando negativamente os rendimentos de longo prazo e aumentando o protecionismo”, disse o fundo.