"Só teríamos, hoje, que reverter em torno de oito senadores para votar a anistia ao Bolsonaro", disse o senador bolsonarista
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL), disse acreditar que o ex-mandatário poderá conseguir anistia das investigações as quais é alvo caso consiga eleger seus aliados ao Senado Federal no pleito de 2026.
"Não tenho dúvida, principalmente, se mudar o condicionamento do Senado. Dá até para discutir se Lula, Bolsonaro ou Tarcísio vão ganhar, mas que a direita vai ter ampla maioria no Senado a partir de 2026, isso ninguém tem dúvida. Bolsonaro vai eleger em torno de 38 a 41 senadores, somado aos 15 que já são aliados a ele, imagina a força política de ter 54 senadores a partir de 2026?", disse Ciro ao UOL News, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. Ainda segundo ele, a esquerda deverá sofrer a a maior derrota da história no próximo pleito.
Além dos inquéritos nos quais é investigado atualmente, como nos casos da falsificação de cartões de vacina, tentativa de golpe de Estado e venda ilegal de joias recebidas como presente no cargo, e cujas possíveis condenações poderiam ser alvo de uma possível anistia, Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (STF).
Em 30 de junho de 2023, a Corte formou um placar de 5 votos a 2 pela inelegibilidade no julgamento em que o ex-mandatário foi acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao realizar uma reunião atacando as urnas eletrônicas diante de diplomatas estrangeiros. Bolsonaro, contudo, não perdeu os direitos políticos e pode recorrer da decisão.
Para Ciro, a maioria dos brasileiros não concorda com a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele diz que grande parte dos senadores precisarão do apoio do ex-mandatário em 2026. "Só teríamos, hoje, que reverter em torno de oito senadores para votar a anistia ao Bolsonaro. Esses oito senadores vão pensar duas vezes para votar a anistia a partir do próximo ano", disse.
Ainda segundo Ciro, as eleições presidenciais dos Estados Unidos que ocorrem neste ano, na qual Donald Trump, que possui ideologia similar à do ex-presidente do Brasil, é visto como favorito para assumir a gestão do Paí também poderia contribuir com a volta de Bolsonaro. "É uma pessoa que tenho certeza que vai externar essa injustiça que foi feita ao presidente Bolsonaro em nosso País, e eu acho que o Brasil passará a ser uma prioridade na política externa americana no caso da vitória do Trump", avaliou.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo