sexta-feira, 12 de julho de 2024

Futebol: seleção feminina entra em reta final de preparação para Paris

 

Time treina em Teresópolis (RJ) até quarta, quando embarca para França


As 18 jogadoras convocadas pelo técnico Arthur Elias estão reunidas no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Granja Comary, em Teresópolis (RJ), em preparação para a estreia nos Jogos Olímpicos de Paris. Além do grupo que vai disputar a Olimpíada, Arthur Elias chamou quatro suplentes, que poderão substituir atletas em casos de lesões, e outras oito jogadoras que vão vivenciar o período de concentração e auxiliar a comissão técnica nos treinos. 

O grupo finaliza o treinamento na próxima quarta-feira (17), data em que embarca para Bordeaux, cidade francesa que será a base da seleção durante os Jogos. 

A apresentação das atletas na Granja Comary começou no último dia Desde o dia 4 e o grupo ficou completo seis dias depois com a chegada das jogadoras que atuam nos Estados Unidos, incluindo a rainha Marta, que disputará a sexta Olimpíada da carreira. 

Em entrevista à CBF TV, Marta disse que a alegria é em vestir a camisa da seleção é sempre mesma. A primeira vez que representou o Brasil em Jogos Olímpicos foi em 2004, na edição de Atenas.

“Na minha primeira [Olimpíada], eu tinha 18 anos e tudo era novo pra mim. Eu estava descobrindo sobre o futebol feminino brasileiro. Eu já atuava na Suécia, mas tinha pouca oportunidade de estar na Seleção, que jogava menos naquela época, os amistosos eram em menor número. Hoje, a bagagem é um pouco maior, com muito mais experiência, e isso faz com que a gente saiba da responsabilidade, mas com tranquilidade”, pontuou a jogadora premiada seis vezes melhor do mundo

O Brasil está no Grupo C do futebol feminino da Olimpíada,  ao lado de Nigéria, Japão e da atual campeã mundial Espanha. A seleção estreia no dia 25 de julho contra a Nigéria, no Estádio de Bordeaux. Três dias depois, o país enfrenta o Japão no Parque dos Princípes e no dia 31 de julho encara a Espanha, encerrando a fase de grupos, novamente no Estádio de Bordeaux. 

Gabi Portilho - atacante - seleção brasileira feminina de futebol - treino na Granja Comary, em 11/07/2024
A atacante Gabi Portilho vive a expectativa de disputar a primeira Olimpíada na carreira. "Minha ficha não caiu ainda, acho que só vai cair quando chegar lá" disse a jogadora, que já trabalhou sob comando de Athur Elias quando ele treinava o time feminino do Corinthians - Fabio Souza/CBF/Direitos Reservados

A equipe convocada pelo técnico Arthur Elias mescla veteranas como Marta, Adriana e Tamires com atletas que representam a renovação da seleção, como Jheniffer, Tarciane e Gabi Portilho. Estreante em Olimpíadas, Gabi Portilho atacante do Corinthians, conhece o trabalho de Elia, com que já trabalhou no time feminino do Timão. Ele comandou As Brabas - apelido da equipe - até 2023 e possui trajetória vitoriosa. 

“Estou muito feliz. Minha ficha não caiu ainda, acho que só vai cair quando chegar lá. A gente está super bem. É um grupo forte. Independente de quantas atacantes tiverem a gente é uma só. Isso faz a diferença lá, todo mundo trabalhando junto, se dedicando. Acho que a gente vai surpreender”, afirmou Portilho.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

Fonte: Agência Brasil

Quase 90% dos atletas brasileiros que irão às Olimpíadas de Paris 2024 fazem parte do Bolsa Atleta

 247 atletas fazem parte do programa , do Ministério do Esporte

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fechou nesta quinta-feira (11/7) a delegação brasileira que irá representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a partir do próximo dia 26 de julho. São 277 atletas de 39 modalidades. Dos convocados, 247 atletas fazem parte do programa Bolsa Atleta, concedido pelo Ministério do Esporte, o que representa 89,17% dos esportistas brasileiros.


A lista inclui nomes como Rebeca Andrade, da ginástica; Rayssa Leal, do skate; a judoca Rafaela Silva; Abner Teixeira, do boxe; Ana Marcela Cunha, da natação em águas abertas; Marta, do futebol; e Beatriz Haddad, do tênis. Todos eles estão entre os esportistas que recebem o benefício do governo federal.


Outro destaque da delegação é a quantidade de mulheres na lista: serão 153. E las representam 55% do total dos convocados. De acordo com o COB, o maior número de vagas em esportes coletivos foi determinante para que as mulheres fossem maioria no Time Brasil. Elas obtiveram vagas no futebol, vôlei, handebol e rúgbi, enquanto os homens carimbaram seus lugares no vôlei e no basquete. O Comitê destaca que o número de atletas pode sofrer pequenas alterações pela realocação de vagas para brasileiros ou por conta de lesão comprovada.


Modalidades com brasileiros

O Time Brasil estará em ação em 39 modalidades: águas abertas, atletismo, badminton, basquete (masculino), boxe, canoagem slalom, canoagem velocidade, ciclismo BMX Racing, ciclismo BMX Freestyle, ciclismo estrada, ciclismo mountain bike, esgrima, futebol (feminino), ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica trampolim, handebol (feminino), hipismo adestramento, hipismo CCE, hipismo saltos, judô, levantamento de pesos, natação, pentatlo moderno, remo, rúgbi (feminino), saltos ornamentais, skate, surfe, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela, vôlei, vôlei de praia e wrestling.


Campeão olímpico e dono de dois bronzes, o cavaleiro Rodrigo Pessoa disputará a sua oitava edição dos Jogos Olímpicos de verão e se tornará o maior recordista brasileiro, superando Robert Scheidt (vela) e Formiga (futebol), com sete. Se considerarmos qualquer edição de Jogos, Pessoa igualará Jaqueline Mourão, que tem três participações em edições de verão e cinco de inverno.


O ministro do Esporte, André Fufuca, que será o chefe do esporte brasileiro durante os Jogos Olímpicos, destaca a relevância desse número. “Quase a totalidade dos atletas que estarão em Paris recebe o benefício do Ministério do Esporte. Isso mostra que estamos no caminho certo e que os esportistas apoiados estão se mantendo em alto rendimento com o incentivo do governo. Isso é bom para o esporte, é bom para o Brasil. Parabéns aos convocados e boa sorte a todos na competição”, diz Fufuca.


Fonte: Agenda do Poder com informações do portal Brasil 247

Kamala Harris tem 49% das intenções de voto, contra 47% de Trump, se Biden desistir, diz pesquisa

 Levantamento também aponta que Joe Biden e Trump estão empatados

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, tem 49% das intenções de voto entre eleitores registrados, contra 47% de Donald Trump, segundo uma pesquisa Washington Post/ABC News/Ipsos, em um cenário em que ela disputará as eleições americanas pelo partido Democrata no lugar de Joe Biden.


Maioria acha que Biden deveria desistir


O presidente dos Estados Unidos sofre pressão de dentro do próprio partido para que desista da candidatura à reeleição, após os questionamentos sobre sua aptidão física e mental aumentarem devido ao desempenho ruim no Debate da CNN, no final de junho.


A nova pesquisa revelou que 67% dos adultos consultados acham que Biden deveria desistir da campanha. Já 30% entendem que ele deveria continuar concorrendo, e 3% não responderam.


Já entre os democratas, 56% acham que Biden deve sair da disputa. Enquanto isso, 42% disseram que o presidente deve continuar, e 2% não responderam.


Quem deve substituir Biden?


Em uma pergunta aberta, os democratas e eleitores independentes que se inclinam a votar no partido Democrata puderam dizer quem escolheriam como candidato para disputar as eleições caso Joe Biden desista. Os três primeiros colocados foram:


  • Kamala Harris, vice-presidente dos EUA (29%)
  • Gavin Newsom, governador da Califórnia (7%)
  • Michelle Obama, ex-primeira-dama (4%)

Para essa questão, foram consultados 1.255 democratas e eleitores independentes que se inclinam a votar no partido Democrata, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.


Republicanos mostram apoio à candidatura de Trump


O levantamento também questionou se Donald Trump deveria desistir da candidatura ou mantê-la.


Para 50% dos adultos consultados, o ex-presidente deveria deixar a disputa presidencial. Já 47% acham que ele deveria continuar concorrendo, e 3% não responderam.


Entretanto, a pesquisa revelou que Trump tem forte apoio entre os eleitores do partido Republicano, mesmo após ser condenado criminalmente e enfrentar outros processos na Justiça.


Para apenas 11% dos republicanos ouvidos, Donald Trump deveria deixar de concorrer. Já 88% acham que ele deve disputar as eleições, e 1% não respondeu.


Metodologia


A pesquisa Washington Post/ABC News/Ipsos ouviu 2.431 adultos dos Estados Unidos, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos em perguntas para esse público.


Além disso, foram consultados 825 democratas, com uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.


Também foram ouvidos e 697 republicanos, com margem de erro de 4 pontos percentuais em perguntas para esse público.


Quanto aos eleitores registrados, foram consultadas 2.041 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais.


O levantamento aconteceu entre 5 e 9 de julho de 2024.


Fonte: Agenda do Poder com informações da CNN brasil

MP junto ao TCU pede suspensão de acordo entre governo e grupo dos irmãos Batista

 Solicitação quer rescisão contratual e analise se MP beneficia grupo

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) pediu a suspensão em caráter cautelar de um acordo costurado entre o governo e a Âmbar Energia (do grupo J&F), que descumpriu prazos pactuados de entrega de usinas. Além disso, foi solicitado que a corte determine a rescisão de contratos de energia entre a empresa e o poder público.


A Âmbar, do grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, deveria entregar quatro usinas termelétricas após um leilão feito em 2021, mas não cumpriu os prazos e poderia, com isso, sofrer rescisão contratual. Há anos, no entanto, a empresa tenta repactuar as obrigações –e alcançou em abril um acordo com o Ministério de Minas e Energia, em ato não divulgado pela pasta.


O acordo entre governo e Âmbar foi revelado pela revista Piauí e confirmado pela Folha. O caso, que estava arquivado pelo TCU, foi continuado pelo ministério e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nas mesmas bases rejeitadas anteriormente pela área técnica do tribunal.


“Entendo que não há vantagem para a Administração –muito pelo contrário– em dar vigência ao acordo em referência”, afirma o procurador Lucas Rocha Furtado.


Furtado pede que seja adotada medida para suspender o acordo celebrado entre a pasta e a Âmbar até que o Tribunal decida sobre o mérito. Caso o TCU não faça nada, os novos termos começam a valer em 22 de julho.


Além disso, ele pede que o TCU avalie irregularidades ligadas à manutenção dos contratos entre ministério e Âmbar, determine a rescisão deles e analise se uma MP (medida provisória) recentemente publicada pelo governo está beneficiando indevidamente a Âmbar.


O presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, e o diretor da companhia Cristiano Souza participaram neste ano de reuniões com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e com secretários da pasta fora da agenda oficial antes da publicação da MP.


“O caso específico dos contratos com a Âmbar guarda particularidades que sinalizam para a necessidade da atuação clássica do controle externo, como guardião da legalidade, da moralidade, da eficiência, da efetividade, da prevalência do interesse público e da modicidade tarifária, em prol da sociedade”, afirma Furtado.


A área do TCU especializada em energia já havia recomendado há pouco mais de duas semanas que o caso da Âmbar –que se encontra suspenso– tivesse prosseguimento e que o tribunal decidisse por recomendar a rescisão contratual com as usinas termelétricas da empresa.


A unidade do TCU voltada a energia destacou que todas as usinas da Âmbar estavam atrasadas e sem previsão de operação, indicando que a manutenção dos contratos não seria vantajosa para a União e para os consumidores de energia. As cláusulas contratuais preveem a rescisão em caso de atrasos superiores a noventa dias, prazo já ultrapassado.


Mas o ministro Benjamin Zymler, do TCU, assinou despacho em que decide manter o processo suspenso. Segundo ele, “não se apontou [pela área técnica do tribunal] uma ilegalidade no termo consensual, mas um juízo discricionário de inconveniência do acordo”.


Caso o TCU não faça nada, o pacto começa a valer neste mês –conforme confirmado pelo MME. “A ausência de despacho do TCU a respeito do acordo firmado […] não altera a previsão de entrada em vigor do contrato”, afirmou a pasta à reportagem.


Por meio da repactuação, a Âmbar terá que pagar multa de R$ 1,1 bilhão pelo atraso, seus contratos serão ampliados de 44 para 88 meses e o valor total de receita (pago pelos consumidores) será reduzido de R$ 18,7 bilhões para R$ 9,4 bilhões.


A Âmbar defende a repactuação e diz que os novos termos “trazem uma economia de mais de R$ 9 bilhões para os consumidores de energia em relação ao contrato original”.


“As vantagens do acordo eram tantas que a Procuradora-geral do MP junto ao TCU, autoridade máxima do órgão, já afirmou no plenário do tribunal que não havia óbice à assinatura do acordo entre a empresa e o Ministério de Minas e Energia.

Além disso, essa matéria já foi decidida […] pelo relator no TCU, que afirmou não existir qualquer ilegalidade no acordo”, afirma a companhia.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal Estado de São Paulo, Estadão

Câmara aprova projeto do hidrogênio verde com R$ 18 bi em incentivos fiscais que vai à sanção de Lula

 Incentivos devem estar previstos na Lei Orçamentária Anual

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (11) o projeto de lei do hidrogênio de baixa emissão de carbono, o chamado hidrogênio verde, e manteve as mudanças feitas pelo Senado. O texto aprovado prevê até R$ 18 bilhões de incentivos fiscais, aumenta o potencial poluente do combustível e contempla as hidrelétricas e o agronegócio.


Agora a proposta, de relatoria do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vai para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Na primeira passagem do projeto pela Câmara, o texto foi aprovado no fim de 2023, mas sem a previsão de incentivos. Houve acordo para que este tema fosse tratado no Senado.


Os senadores, então, acrescentaram dentro da criação do Rehidro (Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono) uma previsão de até R$ 18 bilhões em benefícios, o que foi mantido nesta segunda votação pelos deputados.


O Rehidro concede crédito fiscal dentro da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O crédito pode ser convertido em ressarcimento financeiro caso não haja débitos em impostos suficientes para compensar a quantia.


O limite estabelecido é de R$ 1,7 bilhão em 2028, R$ 2,9 bi em 2029, R$ 4,2 bi em 2030, R$ 4,5 bi em 2031 e R$ 5 bilhões em 2032.


Como mostrou a Folha, o Senado quase dobrou o potencial poluente do combustível em uma mudança ao texto feita nos últimos instantes da deliberação, em apenas dois minutos e sem discussão.


Defensores da mudança dizem que ela busca viabilizar a produção de hidrogênio por meio de biocombustíveis —o que também só foi possível após uma alteração feita pelos senadores, que incluiu o etanol e as hidrelétricas.


A mudança aumenta de 4 kg para 7 kg de CO2 o limite máximo para o que é considerado como hidrogênio de baixo carbono.


Ou seja, antes só seria considerado como sustentável o combustível que emitisse até 4 kg de gás carbônico para cada 1 kg de hidrogênio produzido. Agora, esse limite quase dobrou, para 7 kg.


A alteração foi feita por uma emenda apresentada de última hora por Fernando Farias (MDB-AL), assinada à mão (normalmente, as assinaturas são digitais), aprovada sem que um novo relatório sobre o tema fosse apresentado e fora do prazo em que seriam permitidas mudanças no conteúdo do projeto.


Este aumento foi mantido pelos deputados, que também concordaram com os senadores em não criar um novo benefício para a exportação de hidrogênio, como chegou a ser debatido durante a tramitação do projeto.


O projeto cria, além do Rehidro, a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão e o Programa de Desenvolvimento deste hidrogênio.


O projeto define que os incentivos do novo regime fiscal devem estar previstos na Lei Orçamentária Anual.


Quem quiser usar a linha de crédito precisa passar por um processo de concorrência que avaliará requisitos como contribuir para o desenvolvimento regional, para ações de mitigações e adaptação climática, para o desenvolvimento tecnológico ou para a diversificação do parque industrial brasileiro.


O Programa de Desenvolvimento do hidrogênio, por sua vez, tem uma série de fontes de recursos para o setor, inclusive doações, empréstimos ou previsões do orçamento da União.


A proposta classifica o combustível de acordo com o quão renovável é a sua produção.


É considerado de baixa emissão aquele que, para cada 1 kg de hidrogênio produzido, tenha emissão de no máximo 7 kg de gás carbônico —antes das mudanças do Senado, eram 4 kg.


Depois, a proposta classifica como é classificado como hidrogênio “renovável” aquele oriundo, por exemplo, da biomassa, biogases, geotérmicas, gases de aterro ou etanol. O “verde” é o de menor impacto, feito a partir de energia solar, eólica ou hidrelétrica.


Fonte: agenda do Poder

Google diz não permitir anúncios políticos no Brasil após novas regras do TSE, mas publicidade continua a ser veiculada

 Empresa anunciou veto após resolução do Tribunal exigindo mais transparência; relatório da UFRJ, entretanto, identificou pré-candidatos anunciando


Embora o Google tenha anunciado que deixou de permitir anúncios políticos no Brasil a partir de 1º de maio, publicidade eleitoral continua a ser comercializada e a circular na plataforma.


Levantamento do NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que ao menos sete pré-candidatos a vereador e a prefeito compraram ou veicularam anúncios de caráter político ou eleitoral nos resultados da busca do Google e no YouTube até a semana passada.


O Google havia afirmado que não mais permitiria esse tipo de anúncio por causa de novas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em resolução de fevereiro, a corte eleitoral determinou que todas as plataformas de internet que comercializam anúncios políticos ou eleitorais seriam obrigadas a manter, de modo permanente, uma biblioteca com informações como alcance e valor da publicidade.


A Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, mantém um repositório de anúncios nos parâmetros estabelecidos pelo TSE.


“Para as eleições brasileiras deste ano, vamos atualizar nossa política de conteúdo político do Google Ads para não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no país. Essa atualização acontecerá em maio tendo em vista a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024”, afirmou em nota na época o Google.


Os pré-candidatos compraram e estão veiculando anúncios políticos e eleitorais na plataforma – que simplesmente não está classificando essa publicidade como tal.


A resolução do TSE define como anúncios políticos e eleitorais aqueles referentes a “pessoas detentoras de cargos eletivos, pessoas candidatas” e que tratam sobre “propostas de governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias relacionadas ao processo eleitoral”.


A nova regra estabelece que as empresas que oferecem impulsionamento desse conteúdo político-eleitoral devem manter repositório desses anúncios para “acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos grupos populacionais que compõem a audiência (perfilamento) da publicidade contratada”.


O Google atualmente mantém apenas um repositório geral de publicidade no Brasil, com menos informações, porque descontinuou o de anúncios políticos em maio.


Os anunciantes identificados pelo NetLab haviam passado pelo processo de verificação pela rede de anúncios do Google e possuem histórico de impulsionamento de publicidade política nas plataformas da empresa. Os anúncios abordam propostas políticas de candidatos para a corrida eleitoral — se encaixam, portanto, na definição de anúncios políticos e eleitorais estipulada pela resolução do TSE.


O pré-candidato Alexandre Braga dos Santos publicou pelo menos 13 anúncios nas plataformas do Google após a proibição de impulsionamento político-eleitoral pela empresa. O empresário vai concorrer à Prefeitura de Senador Canedo, em Goiás, pelo partido Agir. Em um dos anúncios, ele diz: “Sou Alexandre Braga, e é isso que vamos fazer em Senador Canedo, construir um hospital para cuidar de você”. O anúncio estava sendo veiculado até 1º de julho. Em outro, Alexandre diz a crianças que vai lançar uma bolsa de estudos municipal.


O pré-candidato a vereador Rafael Ottaiano, do Podemos, afirma em um anúncio veiculado no Google: “O lixo de Vitória tem solução, e eu vou te mostrar”. No vídeo, ele detalha seu projeto para o lixo e encerra dizendo “Uma cidade inteligente e limpa, é o que eu quero para Vitória”. Em outro, fala que vai apresentar alternativas para melhorar o trânsito de Vitória e encerra se apresentando como pré-candidato a vereador. Os dois vídeos estavam sendo veiculados até a segunda-feira (8).


“O Google está se recusando a implementar mecanismos de transparência para a publicidade política no Brasil, mas segue vendendo o serviço no país”, diz Marie Santini, diretora do NetLab. “Essa funcionalidade de busca para anúncios políticos é absolutamente viável tecnicamente visto que a Meta a implementou no Brasil há anos.”


Na opinião de Santini, caso não seja possível para o Google ou para qualquer outra plataforma digital impedir completamente que anúncios políticos sejam veiculados, “elas devem implementar os mecanismos de transparência exigidos pelo TSE para proteger a integridade das eleições brasileiras”.


Procurado, o Google enviou nota afirmando que tem um compromisso global de apoiar a integridade das eleições e reafirmou que não mais permite “conteúdo político-eleitoral em anúncios no Brasil nas plataformas do Google, tendo em vista a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024.”


A empresa disse que bloqueia exibição de publicidade que viola suas políticas. “Para detectar e remover anúncios que violam nossas políticas, usamos uma combinação de sistemas automatizados e manuais. E quando encontramos conteúdo que viola as políticas, bloqueamos sua exibição. Também oferecemos canais de denúncia pelos quais qualquer pessoa pode relatar suspeitas de violações de nossas políticas.”


A empresa informou que “já está agindo sobre os vídeos que violam suas políticas” identificados no relatório.


O Google não exige que anunciantes sejam verificados para que possam comprar anúncios na plataforma. Segundo a empresa, todos os anunciantes precisam passar pelo processo de verificação, mas “poderão continuar a veicular anúncios mesmo se não iniciarem ou concluírem a verificação ou se deixarem de cumprir os requisitos do programa de verificação”.


O repositório geral de anúncios no Brasil (o político foi descontinuado em 1º de maio) só lista os anunciantes verificados. Portanto, não há transparência para uma parte dos anúncios, veiculados por anunciantes não verificados.


Os anúncios políticos identificados pelo relatório da UFRJ são apenas aqueles cujos anunciantes foram verificados. Há anunciantes não verificados que podem estar pagando por anúncios políticos que não estão mapeados, segundo o NetLab. Na União Europeia, todos os anunciantes, verificados ou não, constam do relatório de transparência do Google.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.