terça-feira, 9 de julho de 2024

Com R$ 148,3 milhões do BNDES, Giga expande internet de banda larga para 311 mil domicílios do MA e PA

 

Financiamento pelo Programa BNDES FUST beneficiará 18 municípios do Maranhão e nove do Pará

Homem mexe no celular (Foto: Pixabay Free)

Agência BNDES - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 148,33 milhões, por meio do Programa BNDES FUST, para a Giga Mais Fibra expandir a internet de banda larga em 18 municípios do Maranhão e nove do Pará. Cerca de 311 mil domicílios passarão a fazer parte da cobertura de rede da empresa.

"A luz do século 21 é a internet, principalmente para os jovens poderem estudar. A educação vai ser cada vez mais digital e presencial. Nesse sentido, universalizar o acesso à internet é fundamental para reduzir as desigualdades no Brasil e uma prioridade do governo do presidente Lula", afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco, José Luís Gordon, o objetivo do BNDES FUST é estimular a expansão, o uso e a melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações. “O financiamento busca promover o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade, contribuindo com a ampliação do acesso à internet de qualidade”, explica.

Municípios a serem atendidos – No Maranhão, serão atendidos os municípios de Paço do Lumiar, Bacabal, Codó, Pinheiro, Grajaú, Presidente Dutra, São José de Ribamar, Estreito, Barreirinhas, Miranda do Norte, Santa Helena, Tutóia, Santa Rita, Barra do Corda, Riachão, Mirinzal, Turilândia e Chapadinha. No Pará, as cidades de Marituba, Tucuruí, Abaetetuba, Bragança, Xinguara, Breu Branco, Aurora do Pará, Nova Ipixuna e Bom Jesus do Tocantins.

FUST - O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) foi criado pela Lei 9.998/00, após a privatização do Sistema Telebrás. Tem como objetivos estimular a expansão, melhorar a qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações, reduzir as desigualdades regionais e estimular o uso e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade para promoção do desenvolvimento econômico e social.

O FUST é administrado pelo Conselho Gestor do FUST (CGFUST) que aprova, acompanha e fiscaliza a execução dos Planos de Aplicação de Recursos (PAR) submetidos pelos seus agentes financeiros. Atualmente, o BNDES é o único agente financeiro a ter um PAR aprovado pelo FUST. 

Desde outubro de 2023, o BNDES já aprovou R$ 526,7 milhões para oito projetos do FUST, em 185 municípios de 10 estados (Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Rio de Janeiro), nas cinco regiões do país. No âmbito da educação conectada, os projetos apoiados contemplam a expansão da internet de banda larga para 164 escolas públicas, beneficiando mais de 21 mil alunos.

Fonte: Brasil 247 com Agência BNDES

Esquema das joias sauditas teve foto com reflexo de Lourena Cid e Wassef se escondendo atrás de poste


As informações constam no relatório final do inquérito da Polícia Federal, tornado público na segunda-feira

O advogado Frederick Wassef e o general Mauro César Lourena Cid (Foto: Agência Brasil )

Após o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenar a devolução das joias sauditas ao acervo da Presidência da República, ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viajaram ao exterior para recuperar os objetos. O objetivo era ocultar evidências de que os itens haviam sido levados a outro país e vendidos.

As informações estão no relatório final do inquérito da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de joias do acervo presidencial, tornado público na segunda-feira (8).

Durante a investigação, a Polícia Federal constatou que o tenente-coronel Mauro Cid apagou mensagens de WhatsApp trocadas com o ex-assessor de Bolsonaro sobre a recuperação dos presentes entregues durante uma viagem oficial à Arábia Saudita em 2019.

Mesmo com as mensagens deletadas, Cid havia enviado o mesmo conteúdo, incluindo fotos dos itens e dos certificados de autenticidade das joias, para outra conta no aplicativo.

Em uma das fotos que constavam no app, aparece o reflexo do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid.

Frederick Wassef, ex-advogado de Bolsonaro, também foi aos Estados Unidos para comprar de volta um Rolex vendido pelo ex-mandatário e trazer o item de volta ao Brasil, onde seria devolvido ao TCU. Na ocasião, Wassef encontrou-se com o ex-presidente e foi assediado pelos seguidores de Bolsonaro.

"Era assim: um bolinho de gente lá tirando foto com ele, outro bolo igual tirando foto comigo, foi a coisa mais louca que eu vi na minha vida, cara. Isso do... isso porque eu tava do outro lado da calçada. De escondidinho, atrás de um poste pra não ser visto, mas não teve jeito. Puta que pariu! Fodeu!", disse em áudio enviado à namorada.

Para ir aos EUA, Wassef também procurou por um assento “escondido” no avião para evitar ser identificado.

Conforme o relatório da Polícia Federal, os presentes oficiais foram vendidos e o dinheiro foi entregue em espécie ao ex-mandatário. O valor total dos itens investigados no caso chega a US$ 1.227.725,12, aproximadamente R$ 6,8 milhões. 

Fonte: Brasil 247 om informações do UOL

“Cobri no cacete, cobri no pau”: funcionário de clínica admite ter surrado paciente, que morreu (ouça o áudio)

 Vítima era dependente química e estava internada em Cotia, na Grande São Paulo

Um dependente químico, que acabou morrendo, foi espancado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Cotia, na Grande São Paulo. Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, foi encontrado com lesões corporais pelo corpo e levado a um posto de saúde em Vargem Grande do Sul, onde foi constatada sua morte.


Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra Jarmo amarrado em uma cadeira, enquanto homens riem. Um deles admite em outro áudio que surrou o paciente.


“Cobri no cacete, cobri… chegou aqui na unidade… pagar de brabo… cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”, diz o funcionário Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, segundo a delegacia que investiga o caso.


A Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada para investigar o caso na Comunidade Terapêutica Efata, resultando na detenção de dois funcionários, incluindo Matheus, apontado também como autor das imagens.


O delegado Adair Marques Correa Junior confirmou que Matheus reconheceu ter utilizado força física para controlar um paciente agitado, além de ter filmado o episódio. A audiência de custódia na Justiça converteu sua prisão em flagrante para preventiva, assegurando sua detenção contínua.


A investigação agora se expande para determinar se outros funcionários da clínica estavam envolvidos na tortura ou foram negligentes em impedir os abusos. A polícia também busca esclarecer se os rapazes vistos no vídeo são funcionários diretos da clínica ou de empresas terceirizadas responsáveis pelo transporte de pacientes.


Donos da clínica já foram acusados de maus-tratos


Os proprietários da Comunidade Terapêutica Efata serão convocados para prestar esclarecimentos, enquanto a Prefeitura de Cotia anunciou uma averiguação para verificar a regularidade da clínica. Em um contexto anterior, em 2019, os proprietários Cleber Silva e Terezinha Conceição já enfrentaram acusações por maus-tratos a adolescentes em outra unidade terapêutica sob sua gestão.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1

Advogado de Bolsonaro diz que comprou Rolex em dinheiro vivo nos EUA para fugir de imposto do Brasil: “governo cobra caro”

 Explicação consta de formulário entregue por Wassef às autoridades americanas

Indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga o desvio de joias do acervo presidencial, o advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, explicou ao governo dos Estados Unidos que pagou US$ 49 mil em espécie por um relógio Rolex para evitar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Segundo um formulário preenchido por Wassef, o pagamento em dinheiro foi preferido devido às altas taxas aplicadas pelo governo brasileiro em transações financeiras.


A investigação da PF revela que Wassef viajou aos EUA para recomprar o relógio, parte de um conjunto recebido pelo então presidente Bolsonaro como presente da Arábia Saudita em 2019. A recompra era necessária para devolver o kit completo ao governo brasileiro, conforme exigência do Tribunal de Contas da União (TCU).


Em depoimento à PF em agosto do ano passado, Wassef admitiu ter utilizado recursos próprios para a compra do relógio, justificando o uso de dinheiro em espécie para evitar o IOF de aproximadamente 6,5% e obter um desconto de quase US$ 9 mil. No entanto, a polícia considera essa justificativa pouco plausível, dado que o advogado possuía uma conta bancária nos EUA com saldo de US$ 536,4 mil.


Troca de mensagens com Flávio Bolsonaro


No dia da recompra, a PF destacou que Wassef recebeu mensagem do senador Flávio Bolsonaro dizendo “Saudade”, ao que Wassef respondeu reiterando seu compromisso. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também enviou um e-mail à loja informando a presença de Wassef. A PF ressalta que Wassef ligou para Bolsonaro após mencionar a entrega do relógio a Mauro Cid, sugerindo coordenação entre os envolvidos.


Em sua defesa, Wassef argumentou que sua viagem aos EUA em março do ano passado envolveu negócios e lazer, incluindo reuniões com clientes, incluindo Bolsonaro, e visitas turísticas. Ele refutou as acusações de que as videochamadas com Bolsonaro são incomuns, explicando que são normais dada sua função como advogado do ex-presidente.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Bolsonaro invoca tese de “arrependimento eficaz”, após avanço das investigações da PF no caso das joias

 Ex-presidente alega que, antes de decisão do TCU, as regras sobre presentes permitiam diferentes interpretações

Após a Polícia Federal (PF) apontar um desvio de R$ 6,8 milhões com a venda de joias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu a tese de que teria orquestrado uma “operação clandestina” para reaver os itens e apresentou a tese de “arrependimento eficaz”.


Em conversas com pessoas próximas, Bolsonaro argumentou que o relatório que o incrimina seria baseado, quase em sua totalidade, na palavra do delator Mauro Cid, que, segundo ele, não apresentou provas sobre as supostas movimentações financeiras e o “rastro” do dinheiro, informa Igor Gadelha, em sua coluna no Metrópoles;


Bolsonaro também afirmou não ver irregularidade na recompra de presentes negociados nos Estados Unidos, alegando que os itens foram recuperados para cumprir a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) de março de 2023, que ordenava a devolução dos objetos. Ele argumentou que, antes dessa decisão do TCU, as regras sobre presentes recebidos permitiam diferentes interpretações.


De acordo com Bolsonaro, a recompra dos itens configuraria o que, no jargão jurídico, é conhecido como “arrependimento eficaz”. Segundo a doutrina, isso ocorre quando o agente se arrepende e impede que o crime seja concretizado. O artigo 15 do Código Penal estabelece que “o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados” e prevê a exclusão da pena.


Em tom de desabafo, o ex-presidente se disse vítima de uma “implacável” perseguição. No entanto, integrantes da Polícia Federal que atuaram no caso das joias têm outra interpretação sobre a recompra dos itens. Segundo o delegado Fábio Shor, houve uma “operação clandestina” promovida pelo entorno de Bolsonaro para obstruir as investigações e mascarar o suposto esquema criminoso.


A PF aponta que as movimentações financeiras teriam ocorrido em dinheiro vivo, o que dificultaria o rastreamento. Ao todo, a Polícia Federal indiciou 11 pessoas. Fontes da coluna informam que a Procuradoria-Geral da República (PGR), conduzida por Paulo Gonet, oferecerá denúncia contra a maior parte dos indiciados, incluindo Bolsonaro.


Dada a repercussão do caso, a expectativa é que o julgamento envolvendo o ex-presidente seja levado ao plenário do Supremo Tribunal Federal, com a participação dos 11 ministros da Corte.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornalista Igor Gadelha

Depois de um ano sem se reunir, Conselho de Ética do Senado abre processos contra Flávio Bolsonaro, Randolfe e do Val

 O caso mais antigo envolve Flávio, de fevereiro de 2020, pedindo a investigação de sua suposta ligação com milícias no Rio

Após um ano sem atividade, o Conselho de Ética do Senado retomou suas reuniões nesta terça-feira (9) e decidiu prosseguir com representações contra os senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Marcos do Val (Podemos-ES) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), enquanto arquivou ações mais antigas contra os mesmos parlamentares.


Marcos do Val enfrenta denúncia de Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros (MDB-AL) por supostamente participar de um suposto plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a coação para incriminar o ministro do STF Alexandre de Moraes. Jayme Campos (União-MT), presidente do conselho, aceitou a admissibilidade da representação, e Jorge Seif (PL-SC), aliado de do Val, foi sorteado como relator.


Randolfe Rodrigues é alvo de uma representação de Flávio Bolsonaro, que o acusa de ter abordado o youtuber Wilker Leão de forma autoritária no Senado em 2023. Renan Calheiros foi designado como relator. No entanto, o conselho rejeitou uma denúncia do ex-deputado Daniel Silveira contra Randolfe por se referir a Bolsonaro como “genocida” e “ladrão”.


O caso mais antigo aceito envolve Flávio Bolsonaro e foi apresentado por PT, PSOL e Rede em fevereiro de 2020, pedindo a investigação de sua suposta ligação com milícias no Rio de Janeiro. O senador Hiran (PP-RR) foi escolhido como relator.


A admissibilidade das representações foi aceita, permitindo que tramitem no colegiado. Os relatores agora devem dar andamento aos casos e, ao final, apresentar pareceres solicitando punição ou arquivamento.


Ações arquivadas


Além disso, o conselho arquivou várias representações pendentes contra os senadores mencionados e outros, incluindo Davi Alcolumbre (União-AP). Uma das denúncias contra Alcolumbre, apresentada pelo PTB, criticava a demora em pautar a indicação de André Mendonça ao STF em 2021.

Outras envolvem Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Marcos do Val, que afirmou ter recebido emendas do orçamento secreto como gratidão pelo apoio na eleição de Pacheco.


O colegiado também escolheu Davi Alcolumbre como relator de uma representação de 2020 contra Chico Rodrigues (PSB-RR), acusado de desvio de recursos destinados ao combate à Covid-19 em Roraima e de tentar esconder dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal. A Rede e o Cidadania pedem a abertura de investigação por obstrução e ocultação de valores.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Técnico de futebol é preso após chamar jogadora de “macaca” em partida do Brasileirão Feminino (veja vídeo)

 Tumulto ocorreu na final da Série A2 entre Bahia e Pituaçu, que terminou empatada

O jogo do Bahia contra o JC, pelas quartas de final da Série A2 do Brasileirão Feminino, terminou em confusão e com a prisão do treinador do time amazonense. Após o empate de 0 x 0 no Pituaçu, em Salvador, que garantiu ao Bahia a vaga nas semifinais e o acesso à primeira divisão nacional, a comemoração foi interrompida por um tumulto generalizado.


A zagueira Suelen, do Bahia, relatou ter sido vítima de injúria racial por parte do técnico do JC, Hugo Duarte, que foi preso em flagrante. Segundo Suelen, Hugo Duarte a chamou de “macaca”. A denúncia foi feita imediatamente, e a polícia atuou prontamente.


O presidente do JC, João Carlos Dias Campos, informou que a advogada do clube está acompanhando o caso do treinador. Em suas redes sociais, Suelen destacou a importância da denúncia como arma contra o racismo e agradeceu o apoio de sua família, companheiras de equipe e do Bahia.


Em nota oficial, o Bahia expressou solidariedade à jogadora e exigiu uma resposta à altura da gravidade do caso, reiterando seu compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação.



Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

"Prisão de Bolsonaro é o básico do básico do direito penal", diz Marcelo Uchôa

 

Jurista afirma ter certeza de que o ex-presidente, indiciado como ladrão de joias, será denunciado e condenado

(Foto: Reuters | Divulgação )

O professor Marcelo Uchôa, jurista e comentarista no programa Bom Dia 247, foi enfático em suas declarações sobre o caso envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. "Prisão de Bolsonaro é o básico do básico do direito penal. Há uma conduta, há um responsável, é crime", afirmou Uchôa. Ele ressaltou que as joias foram desviadas por meio do avião da presidência da República, com a participação de militares do gabinete de Jair Bolsonaro. "Há o crime de associação criminosa, lavagem de dinheiro e também o peculato", completou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou-se do cargo que ocupava no comando do país para, junto com uma "organização criminosa", desviar e vender joias recebidas como presentes de Estado avaliadas em quase 7 milhões de reais, segundo a Polícia Federal (PF) em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tornado público nesta segunda-feira.

De acordo com a PF, Bolsonaro e funcionários próximos "atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente da República" com a intenção de vender esses bens no exterior para benefício pessoal. Uchôa acredita que as provas apresentadas são contundentes e inevitavelmente levarão à condenação do ex-presidente. "As penas somadas são altas. Não tenho dúvida de que a PGR vai denunciá-lo e o STF irá condená-lo", declarou.

O jurista também destacou a necessidade de medidas preventivas para evitar uma possível fuga de Bolsonaro. "É preciso impedir a fuga, porque eles são covardes", afirmou Uchôa, acrescentando que é ridículo o ex-presidente alegar desconhecimento sobre o roubo das joias.

A investigação aponta que pelo menos três grupos de bens de alto valor passaram por esse esquema, em um valor total de quase 7 milhões de reais. Um deles trata-se de um conjunto de itens masculinos da marca Chopard, incluindo uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe ("masbaha") e um relógio, recebido pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem à Arábia Saudita, em outubro de 2021. O segundo kit contém um anel, abotoaduras, um rosário islâmico ("masbaha") e um relógio da marca Rolex de ouro branco, entregue a Bolsonaro quando cumpriu visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019. O terceiro conjunto é constituído de uma escultura de um barco dourado e uma escultura de palmeira dourada, entregue ao ex-presidente em 16 de novembro de 2021, data de sua participação oficial no Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, ocorrido na cidade de Manama, no Bahrein.

"Identificou-se ainda que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores", diz a PF, no relatório. Assista a entrevista de Marcelo Uchôa:

Fonte: Brasil 247

Entenda as três principais conexões de Bolsonaro no roubo das joias, de acordo com o relatório da PF

 

Conversas de aplicativo e depoimento de Mauro Cid reforçam suspeitas de envolvimento de Bolsonaro no esquema de roubo de joias presidenciais

Mauro Cid (à esq.), Jair Bolsonaro e joias dadas ao Brasil (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução | Reuters)

O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o roubo das joias presidenciais, revelado nesta segunda-feira (8), expõe conexões diretas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o esquema, aponta reportagem do Metrópoles. Doze pessoas, incluindo Bolsonaro, foram indiciadas por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bem público. Segundo a PF, o ex-presidente vendia presentes recebidos de autoridades para enriquecimento ilícito.

1. Repasse fracionado

Em depoimento prestado ao delegado Alvarez Shor, em março deste ano, o general da reserva Mauro Lorena Cid confirmou ter repassado US$ 68 mil para Bolsonaro de forma fracionada, valor proveniente da venda de relógios das marcas Patek Philippe e Rolex. Mauro Lorena Cid é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ordens de Bolsonaro, apontado como coordenador do esquema de roubo das joias a mando do ex-presidente.

O general ganhou notoriedade ao aparecer em uma foto tirada ao lado de uma escultura de um veleiro e uma palmeira, outro presente de autoridades estrangeiras que o grupo tentou negociar.

2. Árvore e barco

A escultura do veleiro e da palmeira é citada pela PF como outra ligação entre os desvios e Bolsonaro. Em dezembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid perguntou ao ex-presidente: "O senhor vai trazer a árvore e barco?", em referência à escultura. Bolsonaro enviou duas mensagens de resposta que foram apagadas. A investigação revelou que a escultura foi levada pelo pai de Cid a lojas nos EUA para avaliação, mas, por ser feita de latão e de pouco valor, os envolvidos desistiram da negociação.

3. Selva

Outra conversa por aplicativo de mensagem compromete Bolsonaro em relação ao "kit rosé", presente da Arábia Saudita ao ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O kit, composto por um anel, abotoaduras, um relógio e um terço islâmico, foi discutido por Bolsonaro, que respondeu com o termo "selva" — jargão militar que, no contexto, significava "afirmativo". A análise do celular do ex-presidente mostrou que ele respondeu cerca de um minuto após abrir a página do leilão.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que os protocolos sobre tratamento e catalogação dos bens recebidos pela presidência são responsabilidade do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, sem ingerência do ex-presidente. Além disso, a defesa destacou que Bolsonaro se apresentou espontaneamente e entregou os bens assim que foi informado sobre o procedimento do Tribunal de Contas da União (TCU) que avaliava a destinação dos itens do acervo da presidência.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Na CNN, Eduardo Bolsonaro implora à Arábia Saudita que peça joias “de volta” para livrar o pai da prisão

 

Eduardo Bolsonaro em entrevista ao CNN Arena. Foto: Reprodução

Para tentar livrar o pai da prisão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) implorou ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, que solicite de volta os presentes dados ao governo Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2021.

“Faço um apelo. Peça de volta esses presentes. Não há qualquer possibilidade de justiça nesta investigação, com clara intenção de perseguir Jair Bolsonaro”, afirmou o parlamentar em entrevista à CNN Brasil na última segunda-feira (8).

Logo em seguida, Eduardo disse que pretende “enviar um ofício para a Embaixada da Arábia Saudita” no Brasil para que os presentes retornem ao país asiático. Segundo ele, a ação seria para o bem das relações diplomáticas entre os dois países.

O filho “03” do ex-presidente ainda afirmou que Bolsonaro não precisa das joias sauditas que se tornaram alvo de investigação porque está bem com seu “G-Shock”. “Mostrando que ele é uma pessoa desapegada, uma pessoa simples. Ele está muito bem com seu G-Shock no braço”, disparou.

O deputado também negou que o ex-chefe do Executivo tenha cometido irregularidades e afirmou que seu pai é alvo de perseguição. “O Estado brasileiro tem braço, pescoço pra usar adorno?”, indagou ele, comparando ainda o ex-presidente a Donald Trump, ex-mandatário dos Estados Unidos.

“Assim como Trump nos EUA está vencendo essas barreiras, acreditamos que vamos conseguir reverter essa inelegibilidade de Bolsonaro”, pontuou o parlamentar.

Assista abaixo:

Fonte: DCM