domingo, 7 de julho de 2024

VÍDEOS: A festa dos franceses após a vitória da esquerda nas eleições

 

Multidão na Praça da República, em Paris, comemora os resultados da eleição legislativa na França — Foto: Geoffroy VAN DER HASSELT / AFP

As primeiras projeções das eleições para a Assembleia Nacional francesa apontando a liderança da Nova Frente Popular (NFP), uma coalizão de partidos de esquerda, desencadearam celebrações nas ruas neste domingo (7).

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram milhares de pessoas reunidas na sede do partido Francia Insumisa, situada próxima à Praça da Batalha de Stalingrado em Paris, acompanhando ansiosamente os resultados. A atmosfera de festa tomou conta quando o telão exibiu a projeção de que a NFP poderá conquistar até 192 cadeiras no parlamento.

As comemorações também se estenderam à Praça da República, outra importante localidade na capital francesa. Para alcançar a maioria na Assembleia Nacional, são necessários 289 assentos. As urnas fecharam às 20h (15h no horário de Brasília) deste domingo, marcando o fim de uma eleição decisiva para o futuro político da França.

Segundo a estimativa Ipsos, a Nova Frente Popular (NFP) elegeu entre 172 e 192 deputados, superando o campo do presidente Emmanuel Macron, Juntos pela República, que obteve entre 150 e 170 assentos.

O partido Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, que estava à frente nas pesquisas, ficará com entre 132 e 152 cadeiras. Antes, esses blocos tinham, respectivamente, 150, 250 e 89 deputados.

Confira os vídeos: 

Fonte: DCM

Celso Amorim celebra vitória da esquerda na eleição francesa: 'Extrema direita não passará'

 

Assessor especial da Presidência afirmou que a esquerda democrática vem avançando na Europa

Celso Amorim (Foto: Agência Brasil )

Neste domingo (7), o assessor especial para a política externa do governo brasileiro, Celso Amorim, expressou sua satisfação com a vitória da esquerda nas eleições legislativas da França.
Para Amorim, este resultado representa uma grande vitória e uma indicação clara de que a extrema direita não prevalecerá.

Pesquisas de boca de urna confirmam a vitória da esquerda no segundo turno das eleições legislativas francesas, após um desempenho surpreendente da extrema direita no primeiro turno. Ao comentar os resultados, Amorim também destacou a recente vitória dos trabalhistas na Inglaterra, sugerindo que ambos os pleitos são exemplos inspiradores para a América Latina. "Grande vitória. Juntamente com a vitória dos trabalhistas na Grã-Bretanha, abre-se o caminho da esquerda democrática na Europa. A extrema direita 'não passará'. Grande exemplo para a América Latina", afirmou Amorim.

A coalizão de esquerda da França, Nova Frente Popular, ganhou o maior número de cadeiras no segundo turno das eleições parlamentares, disseram os principais institutos de pesquisa neste domingo (7), colocando-os no caminho para uma vitória inesperada sobre o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), mas sem atingir a maioria absoluta no parlamento.

Uma estimativa da IFOP para a emissora TF1 disse que a Nova Frente Popular poderia ganhar 180-215 assentos no parlamento no segundo turno, enquanto uma pesquisa da Ipsos para a France TV projetou 172-215 assentos para o bloco de esquerda.

Uma pesquisa da Opinionway para a C News TV disse que a Nova Frente Popular ganharia 180-210 assentos, enquanto uma pesquisa da Elabe para a BFM TV projetou um intervalo de 175-205 assentos para eles.

O bloco centrista do presidente Emmanuel Macron foi visto ligeiramente à frente do partido RN de Marine Le Pen na disputa pelo segundo lugar, de acordo com essas pesquisas.

São necessárias duzentas e oitenta e nove cadeiras para uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento da França.

Fonte: Brasil 247

Gleisi celebra união da esquerda na França, assim como a derrota do neoliberalismo

 

Não apenas a extrema-direita foi derrotada, como também as políticas neoliberais de Emmanuel Macron

Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Neste domingo, a presidenta do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), celebrou a vitória histórica da coalizão de esquerda na França. A Nova Frente Popular, liderada por Jean-Luc Mélenchon da França Insubmissa, conseguiu um resultado expressivo no segundo turno das eleições parlamentares, colocando a esquerda em posição de destaque no parlamento francês.

Em sua declaração, Gleisi destacou: "Grande vitória da esquerda unida nas eleições na França. Foi fundamental para o resultado a reação popular à ameaça da extrema-direita antidemocrática. E as urnas demonstram mais uma vez o fracasso das políticas neoliberais e antipopulares que vinham sendo implantadas pelos conservadores. Que o novo governo seja o início de um novo tempo para a França. E Parabéns ao companheiro Mélenchon, da França Insubmissa, que liderou esse processo."

A vitória da Nova Frente Popular é significativa não apenas por derrotar a extrema-direita representada pelo Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen, mas também por representar uma rejeição clara às políticas neoliberais implementadas pelo presidente Emmanuel Macron. Os principais institutos de pesquisa indicam que a Nova Frente Popular conquistou entre 172 e 215 cadeiras no parlamento, um marco que, embora não garanta a maioria absoluta, posiciona a esquerda como uma força decisiva na política francesa.

A estimativa da IFOP para a emissora TF1 projetou que a Nova Frente Popular poderia ganhar entre 180 e 215 assentos no segundo turno, enquanto a Ipsos para a France TV estimou entre 172 e 215 assentos. Outras pesquisas, como a da Opinionway para a C News TV, previram entre 180 e 210 assentos, e a Elabe para a BFM TV projetou um intervalo de 175 a 205 assentos.

Para obter a maioria absoluta na Assembleia Nacional, são necessárias 289 cadeiras. Mesmo sem atingir esse número, a vitória da esquerda é vista como uma rejeição contundente às políticas de Macron, que têm sido criticadas por aumentar as desigualdades sociais e por favorecer o capital em detrimento dos direitos sociais.

Gleisi Hoffmann enalteceu a importância da união da esquerda e da mobilização popular contra as forças antidemocráticas e neoliberais. Ela expressou esperança de que o novo governo marque o início de um período de renovação e justiça social na França, servindo de exemplo para outras nações que enfrentam desafios semelhantes.

A celebração de Gleisi reflete o sentimento de muitos que veem na vitória da Nova Frente Popular uma oportunidade de reverter políticas que aprofundaram as desigualdades e de promover uma agenda mais inclusiva e democrática. A esquerda francesa, agora fortalecida, enfrenta o desafio de transformar essa vitória em mudanças concretas que atendam aos anseios da população.

Esta eleição marca um momento crucial na política europeia, evidenciando uma tendência crescente de resistência às políticas neoliberais e à ascensão da extrema-direita. O resultado na França pode inspirar movimentos semelhantes em outros países, reforçando a importância da solidariedade e da luta conjunta por um futuro mais justo e igualitário. Confira a postagem de Gleisi:


Fonte: Brasil 247

Programa da Nova Frente Popular, que venceu as eleições francesas, é totalmente antineoliberal – conheça os principais pontos

 

Frente de esquerda propõe aumento do salário mínimo, reforço do serviço público e taxação dos mais ricos, entre outros pontos

Nova Frente Popular na França (Foto: Divulgação)

No cenário político francês, as eleições legislativas de 2024 foram marcadas pela ascensão do Nova Frente Popular (NFP), uma coalizão de esquerda que inclui a França Insubmissa de Manuel Bompard e Jean-Luc Mélenchon, o Partido Socialista de Olivier Faure, os Ecologistas de Marine Tondelier e o Partido Comunista de Fabien Roussel. Esta aliança conseguiu conquistar o maior número de assentos na Assembleia Nacional, embora não tenha alcançado a maioria absoluta. Este artigo, da BFMTV, apresenta as principais propostas do programa do NFP, destacando os pontos-chave em áreas como cultura, educação, meio ambiente, fiscalidade, imigração, instituições, relações internacionais, habitação, poder de compra, aposentadorias, segurança e justiça, e sociedade.

Cultura:

O NFP propõe a criação de um serviço público dedicado às artes, cultura e mídia, com um orçamento anual de 1% do PIB. A coalizão defende a gratuidade em museus nacionais e tarifas acessíveis em instituições públicas, além de garantir a independência do audiovisual público. Também busca limitar a concentração de propriedade nos meios de comunicação e proteger o regime dos trabalhadores intermitentes no setor cultural.

Educação:

Entre as propostas, destaca-se a redução do número de alunos por sala de aula para níveis abaixo da média europeia, a criação de um serviço público para apoio a estudantes com deficiência e a inclusão de quatro horas de educação física por semana em todos os níveis escolares. O NFP também propõe a abolição do Parcoursup e do Serviço Nacional Universal (SNU), redirecionando recursos para apoiar associações juvenis.

Meio Ambiente:

O programa ambiental do NFP inclui o desenvolvimento de energias renováveis e um plano climático para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A coalizão defende um moratório sobre grandes projetos de infraestrutura rodoviária e a proibição de pesticidas prejudiciais como o glifosato. A proposta também inclui a redução da tarifa de transporte público e a gestão pública e progressiva dos recursos hídricos.

Tributação

O NFP sugere uma reforma significativa no imposto de renda, expandindo para 14 faixas e tornando a Contribuição Social Generalizada (CSG) progressiva. Propõe substituir o Imposto sobre a Fortuna Imobiliária (IFI) por um imposto sobre a fortuna mais abrangente e eliminar a taxa fixa sobre os rendimentos do capital, visando uma tributação mais justa e ecológica.

Imigração:

Na questão da imigração, o NFP pretende abolir a lei de asilo e imigração atual, facilitar o acesso aos vistos e regularizar trabalhadores, estudantes e pais de crianças escolarizadas. A coalizão também propõe a criação de uma agência de resgate em mar e terra e um novo estatuto para deslocados climáticos.

Instituições:

O NFP defende a transição para uma 6ª República, a implementação de um referendo de iniciativa cidadã e a abolição do artigo 49.3 da Constituição, que permite ao governo aprovar leis sem votação parlamentar. A coalizão também propõe abandonar a reforma constitucional sobre a Nova Caledônia e buscar um acordo de descolonização.

Relações Internacionais:

O NFP apoia a continuidade das entregas de armas à Ucrânia e o reconhecimento do Estado da Palestina. Defende sanções contra o governo israelense e a suspensão do acordo de associação UE-Israel até que os direitos humanos sejam respeitados.

Habitação:

A coalizão propõe a construção de 200.000 habitações públicas anuais, aumentar as APL em 10%, limitar os aluguéis nas zonas urbanas e eliminar a lei anti-squat. Além disso, deseja ampliar o acesso ao empréstimo a taxa zero para todos os compradores de primeira casa.

Poder de Compra:

O NFP planeja aumentar o salário mínimo para 1.600 euros líquidos, indexar os salários à inflação e implementar uma política de congelamento de preços em itens essenciais como alimentos, energia e combustíveis.

Aposentadorias:

Propõe a reversão do aumento da idade de aposentadoria para 64 anos, a restauração dos fatores de penosidade e a criação de uma supercontribuição sobre altos salários.

Segurança e Justiça:

O NFP sugere aumentar os recursos para a justiça, reestabelecer a polícia comunitária e substituir as atuais inspeções de polícia e gendarmaria por um novo organismo independente. Propõe também a proibição de armas não letais controversas e a implementação de recibos para controles de identidade.

Sociedade:

O programa abrange a contratação de mais funcionários públicos, a implementação de planos contra o antissemitismo e a islamofobia, a introdução de um novo código de ética para as forças de segurança, e a criação de um comissariado para a igualdade.

Fonte: Brasil 247

Macron promete respeitar a escolha do povo francês

 

Eleições legislativas deste domingo foram vencidas pela coalizão de esquerda

Emmanuel Macron (Foto: Kay Nietfeld/Pool via Reuters)

O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu que os resultados das eleições serão respeitados, segundo uma declaração divulgada pelo Palácio do Eliseu no domingo. As projeções indicam que a aliança de esquerda Nova Frente Popular deve ficar à frente do partido de Marine Le Pen nas eleições parlamentares francesas.

"Em seu papel de garantidor de nossas instituições, o presidente garantirá que a escolha soberana do povo francês seja respeitada," afirmou o Eliseu.

"Em conformidade com a tradição republicana, ele aguardará a estruturação da nova Assembleia Nacional antes de tomar as decisões necessárias", acrescentou a declaração, mencionando que Macron está analisando os resultados à medida que eles são divulgados.

Essas declarações reforçam o compromisso de Macron com o processo democrático e a vontade popular, assegurando que a transição e as decisões subsequentes respeitarão os votos dos cidadãos franceses.

Fonte: Brasil 247

"Macron tem o dever de chamar a Nova Frente Popular a governar", diz Mélenchon

 

Líder da esquerda francesa, que venceu as eleições parlamentares, comemorou os resultados deste domingo

(Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier)

O líder da esquerda francesa, Jean-Luc Mélenchon, comemorou os resultados das eleições legislativas de 2024 através de uma postagem no X (anteriormente conhecido como Twitter). Mélenchon destacou a rejeição clara do povo francês à extrema direita e ao partido Rassemblement National (RN), que não alcançou a maioria absoluta que muitos previam.

Em sua publicação, Mélenchon afirmou: "Arrancamos um resultado que nos diziam ser impossível. Nosso povo recusou claramente a pior solução para ele. O RN está longe da maioria absoluta que alguns lhe previam. É um imenso alívio para a Nova França." 

Além disso, Jean-Luc Mélenchon, o chefe da França Insubmissa, discursou logo após as 20h no restaurante La Rotonde Stalingrad, em Paris, onde seu movimento organizou a noite eleitoral. Ele celebrou a mobilização eleitoral que resultou em uma vitória significativa para a esquerda. "Nosso povo afastou claramente a pior solução para ele. Esta noite, o RN está longe de ter a maioria absoluta," comemorou Mélenchon, descrevendo o resultado como um "imenso alívio para milhões de pessoas que constituem a nova França."

Mélenchon também destacou que "uma maioria fez uma escolha diferente para o país" e que "a vontade do povo deve ser confirmada." Ele pediu que o presidente Emmanuel Macron nomeie um novo primeiro-ministro da aliança dos partidos de esquerda, afirmando que "o presidente tem o dever de chamar a Nova Frente Popular a governar, e esta está pronta." Segundo Mélenchon, o NFP "aplicará nada além de seu programa, todo seu programa."

Fonte: Brasil 247

Líder da extrema-direita, Bardella admite derrota para a esquerda na eleição francesa

 

Ele também criticou o que chamou de "aliança da desonra" na França

Líder do partido francês de extrema direita Reunião Nacional, Jordan Bardella, em visita a feira de defesa em Villepinte, perto de Paris (Foto: REUTERS/Stephanie Lecocq)

Nas eleições legislativas de 2024, Jordan Bardella, líder político da extrema-direita, criticou severamente o que chamou de "aliança do desonra". Em suas palavras, essa aliança "priva os franceses de uma política de recuperação" necessária para o país, segundo reportagem do Le Monde.

Bardella expressou sua frustração com a situação política atual, onde diversas forças se uniram, segundo ele, de maneira oportunista, sem levar em consideração os melhores interesses da população francesa. Ele argumentou que essa união entre diferentes partidos tem como único objetivo manter o poder, sem um plano claro para enfrentar os desafios econômicos e sociais do país.

O líder também destacou que essa aliança impossibilita a implementação de políticas que poderiam trazer o tão necessário progresso e recuperação para a França. Ele acredita que, ao invés de unir esforços para um bem comum, a aliança se comprometeu com uma agenda de estagnação e retrocesso.

Neste domingo, a agência Reuters informou que a coalizão de esquerda da França, Nova Frente Popular, ganhou o maior número de cadeiras no segundo turno das eleições parlamentares, colocando-os no caminho para uma vitória inesperada sobre o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), mas sem atingir a maioria absoluta no parlamento.

Uma estimativa da IFOP para a emissora TF1 indicou que a Nova Frente Popular poderia ganhar entre 180 e 215 assentos no parlamento, enquanto uma pesquisa da Ipsos para a France TV projetou 172 a 215 assentos para o bloco de esquerda.

Uma pesquisa da Opinionway para a C News TV sugeriu que a Nova Frente Popular ganharia entre 180 e 210 assentos, enquanto uma pesquisa da Elabe para a BFM TV projetou um intervalo de 175 a 205 assentos para eles.

O bloco centrista do presidente Emmanuel Macron foi visto ligeiramente à frente do partido RN de Marine Le Pen na disputa pelo segundo lugar, de acordo com essas pesquisas.

São necessárias duzentas e oitenta e nove cadeiras para uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento da França.

Fonte: Brasil 247

Com recorde de eleitores, França elege coalizão de esquerda derrotando reunião de partidos de extrema direita

 Resultado, ainda em apuração, foi consequência de um pacto para criar um ‘cordão sanitário’ contra os ultraconservadores no segundo turno


As primeiras estimativas apontam que uma frente republicana impediu que a Reunião Nacional, grupo de extrema direita, vencesse a eleição legislativa na França. A liderança ficou com a Coalizão de Esquerda. Além disso, um pacto entre partidos de centro, ecologistas e de esquerda conseguiu barrar a onda populista que ameaçava chegar ao poder pela primeira vez desde a ocupação nazista da França, na Segunda Guerra Mundial.


Segundo o jornal “Le Monde”, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve até 192 assentos no Parlamento, seguido da coalizão de centro, de Emmanuel Macron, com até 170 assentos. Nenhum partido teria obtido o mínimo de 289 votos para conquistar a maioria na Casa, mas esquerda e centro indicaram uma possível aliança para impedir um primeiro-ministro da extrema direita — esta teria ficado com um máximo de 152 assentos.


Essa é a quarta vez que a frente republicana funciona, depois de também se unir nas eleições de 2002, 2017 e 2022. Mas não impediu, desta vez, que o grupo RN ampliasse de forma importante sua participação política, lembra o colunista de Jamil Chade, do UOL.


Esses são os dados das primeiras projeções, anunciadas no momento em que as urnas foram fechadas e que a contagem teve início. O segundo turno, realizado neste domingo, foi marcado por mais de 30 mil soldados e policiais nas ruas e por um alerta por parte de acadêmicos, jogadores e artistas sobre os riscos que a França correria caso a extrema direita saísse vencedora. O voto na França não é obrigatório. Mas a participação foi a mais elevada em décadas.


A eleição foi convocada pelo presidente Emmanuel Macron, depois que a extrema direita venceu o pleito para o Parlamento Europeu, no mês passado. Sua decisão de dissolver a Assembleia Nacional causou choque e incompreensão. Seu argumento era de que os franceses não votariam da mesma forma numa eleição nacional.


Segundo as primeiras projeções, a coalizão de partidos de esquerda chegou em primeiro lugar, com um total de entre 150 e 180 cadeiras. A coalizão de partidos aliados a Macron, terminou com 150 a 170 cadeiras.


A Reunião Nacional, partido de direita de Le Pen, que havia terminado o primeiro turno no topo, acabou apenas em terceiro lugar.


Diante dos dados, políticos franceses e entidades comemoraram a derrota da extrema direita. O próprio Bardella, com apenas 28 anos, indicou que apenas ocuparia o cargo se seu movimento somasse os votos necessários para obter uma maioria no Parlamento. Isso exigiria 288 assentos dos 577 lugares na Assembleia.


O resultado foi consequência de um pacto para criar um “cordão sanitário” contra os ultraconservadores no segundo turno.


Mais de 220 políticos de esquerda ou de centro-esquerda aceitaram desistir de suas candidaturas, na esperança de que seus votos fossem transferidos para o mais bem colocado que tivesse chance de barrar a eleição de um representante da extrema direita.


A eleição para os 577 representantes na Assembleia é distrital. Foram para as urnas neste domingo todos os candidatos que obtiveram mais de 12% dos votos no primeiro turno.


Ingovernável


Com a formação de um parlamento fragmentado e com a maioria presidencial abalada, as previsões também indicam que os últimos três anos da presidência de Emmanuel Macron prometem ser marcadas por um enfraquecimento do chefe de estado.   


Fonte: Agenda do Poder

Entenda nova versão do projeto que regulamenta reforma tributária

 

Câmara incluiu carro elétrico e apostas no Imposto Seletivo

Após mais de dois meses de discussões, o projeto de lei complementar de cerca de 600 páginas que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo recebeu as primeiras mudanças na Câmara dos Deputados. A nova versão do texto não incluiu as carnes na lista de produtos da cesta básica que terão isenção do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA).

Os deputados incluíram carros elétricos e apostas no Imposto Seletivo, também conhecido como imposto do pecado. Os parlamentares também criaram a figura jurídica no nanoempreendedor e alteraram levemente a lista de medicamentos que terão alíquota zero e alíquota reduzida.

As mudanças em relação ao texto original do governo, enviado no fim de abril, não são definitivas. O projeto pode receber emendas durante a tramitação em plenário. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que pretende votar o texto na próxima semana.

Diferentemente da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, que exigia três quintos dos votos para ser aprovada (308 na Câmara e 49 no Senado), o projeto de lei complementar exige maioria absoluta. Isso equivale à metade mais um dos parlamentares (257 votos na Câmara e 41 no Senado). Diferentemente da PEC, a votação ocorre apenas em um turno, não em dois. O texto, no entanto, pode voltar à Câmara caso sofra mudanças no Senado.

As mudanças foram inseridas por um grupo de trabalho criado no fim de maio composto pelos seguintes deputados: Claudio Cajado (PP-BA), Reginaldo Lopes (PT-MG), Hildo Rocha (MDB-MA), Joaquim Passarinho (PL-PA), Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Moses Rodrigues (União-CE) e Luiz Gastão (PSD-CE). Arthur Lira criou o grupo para chegar a um relatório comum, dada a complexidade do texto.

A aprovação e a eventual sanção do projeto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva não significam que as regras tributárias mudarão instantaneamente. Haverá um prazo de transição que começa em 2026 e vai até 2033, quando os tributos atuais sobre o consumo serão substituídos pelo IVA e pelo Imposto Seletivo.

Entenda as principais mudanças inseridas pelo grupo de trabalho na Câmara

Carnes e cesta básica

Apesar de o presidente Lula ter defendido a inclusão de carnes “populares” na cesta básica nacional, que terá isenção de IVA, o grupo de trabalho deixou esses alimentos fora da cesta. Dessa forma, as carnes de boi e de frango vão pagar 40% da alíquota cheia do IVA, como previsto no texto enviado pelo governo.

Caso a alíquota cheia fique em 26,5%, as carnes pagariam 10,5% de imposto, assim como diversos alimentos e insumos agropecuários com alíquota reduzida. Segundo o grupo de trabalho, caso as carnes fossem incluídas na cesta básica, a alíquota do IVA poderia subir para até 27,1%, o que tornaria o Brasil o país com a maior alíquota desse tipo de imposto, superando a Hungria, que cobra 27%.

Em troca da não inclusão da carne da cesta básica, o substitutivo sugeriu que a carne e o frango entrem no cashbacksistema de devolução de imposto em dinheiro a famílias mais pobres. A reforma tributária prevê a criação desse mecanismo.

Também enviada no projeto de lei complementar, a regulamentação do cashback estabeleceu que a devolução de tributos beneficiará famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e as inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Quem estiver em uma dessas duas categorias será automaticamente incluído no programa. Uma lei ordinária definirá o funcionamento do programa.

Imposto Seletivo

Também apelidado de imposto do pecado, o Imposto Seletivo teve a lista de produtos ampliada pelo grupo de trabalho. O tributo, que substituirá parcialmente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), passará a incidir sobre carros, incluindo os elétricos, e apostas.

Em troca, os parlamentares não incluíram a cobrança sobre caminhões, armas e munições. Durante a tramitação da PEC, o Imposto Seletivo sobre armamentos e munições foi retirado do Imposto Seletivo. Parlamentares e entidades da sociedade civil tentarão reincluir a tributação sobre os armamentos durante a tramitação.

Agora, a lista de produtos com Imposto Seletivo é composta por:
•    cigarros;
•    bebidas alcoólicas;
•    bebidas açucaradas;
•    embarcações e aeronaves;
•    extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural;
•    apostas físicas e online;
•    carros, incluindo os elétricos

Nanoempreendedor

Os deputados criaram a figura do nanoempreendedor, que não existe na legislação brasileira. A categoria é composta por empreendedores que faturam R$ 40,5 mil anualmente (R$ 3.375 mensais) que poderão escolher entre ficar no Simples Nacional, regime simplificado para micro e pequenas empresas cumulativo (com taxação em cascata), ou migrar para o IVA, que tem alíquota maior, mas não é cumulativo.

Pelo texto proposto, o nanoempreendedor que migrar para o IVA deixará de recolher para a Previdência Social. Atualmente, o empreendedor com o menor volume de receitas são os microempreendedores individuais (MEI), que faturam até R$ 81 mil anuais e contribuem para a Previdência. Dessa forma, o volume de receita para definir o nanoempreendedor equivale à metade do MEI.

Medicamentos e absorventes

Os deputados retiraram o citrato de sildenafila, medicamento para impotência sexual popularmente conhecido como Viagra, da lista de medicamentos com alíquota zero. O princípio ativo passará a pagar 40% da alíquota cheia. A tadalafila, outro princípio ativo usado para tratar disfunções eréteis, continuará com o IVA reduzido, na mesma categoria do Viagra.

Em contrapartida, os absorventes, que na versão original do projeto estavam na lista de alíquota reduzida de 40%, passarão para a alíquota zero.

A quantidade de medicamentos e produtos para a saúde com alíquota reduzida e com isenção de IVA foi mantida. Como ocorreram troca de produtos entre as listas, a quantidade de substâncias isentas de tributos ficou em 383 e a quantidade de princípios ativos com alíquota reduzida permaneceu em 850.

Edição: Denise Griesinger

Fonte: Agência Brasil

'Balneário Camboriú precisa de limpeza espiritual após encontro de terraplanistas', diz Paulo Teixeira

 

Ministro comentou a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, que reuniu Jair Bolsonaro e Javier Milei, além de outras figuras da extrema-direita

Paulo Teixeira (Foto: Ascom/MDA)

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi às redes sociais neste domingo (7) criticar a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC) Brasil, que ocorre neste final de semana na cidade catarinense de Balneário Camboriú. 

O titular da pasta classificou em postagem na rede social X (antigo Twitter) a reunião da extrema-direita regional como um "encontro de celerados, terraplanistas, negacionistas". "O balneário de Camboriú em Santa Catarina, já foi melhor frequentado. Sediou, neste final de semana, um encontro de celerados, terraplanistas, negacionistas. A cidade precisa de uma limpeza espiritual, a favor dos legítimos frequentadores do balneário", escreveu o ministro. 

A CPAC Brasil, anunciada como o primeiro grande comício de oposição na campanha para as eleições municipais de outubro, também serviu para unir líderes de extrema-direita nas Américas, com a presença de Jair Bolsonaro, o presidente argentino, Javier Milei, e do ex-candidato presidencial chileno José Antonio Kast. 

Fonte: Brasil 247