terça-feira, 2 de julho de 2024

Ex-mulher comemora prisão de deputado bolsonarista: “É um alento”

 

Jéssica da Costa Veiga e seu ex-marido, o deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL-SC). Foto: Reprodução

Jéssica da Costa Veiga, ex-mulher do deputado federal bolsonarista Zé Trovão (PL-SC), comemorou a decisão judicial que decretou a prisão do parlamentar por falta de pagamento de pensão alimentícia. Em nota, ela afirmou que a determinação é um “alento”.

“A prisão civil é um alento. É uma forma de obrigar os pais a cumprirem suas obrigações. O medo da cadeia faz eles correrem e pagarem”, afirma. Ela diz que não imaginou que teria que pedir a prisão do ex-marido e citou a medida protetiva obtida na Justiça em novembro de 2023.

“A prisão civil é uma medida que nunca imaginei precisar pedir ao pai do meu filho. Nós mulheres nunca pensamos nisso! É o mesmo caso do pedido de medida protetiva. Nunca imaginamos precisar, pois vivemos com alguém que pensamos que nunca vá nos agredir, bater, maltratar ou deixar de cumprir uma obrigação legal. Nunca imaginamos que vamos precisar… Até precisar!”, completou.

A Justiça determinou a prisão do deputado bolsonarista na última sexta (28), mas o mandado ainda não foi emitido porque a defesa da ex-mulher deve determinar o valor atualizado da dívida. O advogado de Zé Trovão alegou que houve um erro da Câmara dos Deputados que calculou de maneira errada o valor a ser descontado automaticamente de seu salário.

Fonte: DCM


Para conter alta do dólar, Haddad diz que 'o melhor a fazer é acertar a comunicação sobre o BC e arcabouço fiscal'

 

"Autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas", afirmou o ministro da Fazenda

Fernando Haddad (Foto: Reuters/Agustin Marcarian | Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Nesta terça-feira (2), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), enfatizou a importância de uma comunicação clara e coerente sobre a autonomia do Banco Central (BC) e a rigidez do arcabouço fiscal como medidas cruciais para conter a valorização do dólar em relação ao real, informa o jornal O Globo. Em coletiva de imprensa, Haddad afirmou: "eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central como o presidente fez hoje de manhã quanto em relação ao arcabouço fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas".

A declaração do ministro foi feita no mesmo dia em que o presidente Lula (PT) abordou a gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Durante entrevista, Lula reiterou suas críticas ao que considera um "viés político" na atuação de Campos Neto, mas ponderou sobre a necessidade de manter a autonomia do BC. "A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do BC não fique vulnerável às pressões políticas", afirmou Lula. "No entanto, o Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro, ele é um banco do Estado".

Paralelamente, em uma palestra no Forum on Central Banking, promovido pelo Banco Central Europeu em Portugal, Campos Neto comentou sobre a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. Ele atribuiu a interrupção aos "ruídos" relacionados às expectativas sobre a política fiscal e monetária do Brasil. "Isso teve muito mais a ver com muitos ruídos que criamos do que com os fundamentos. E os ruídos estão relacionados a duas coisas: uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre o futuro da política monetária", disse Campos Neto. No dia 19 de junho, o Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano, quebrando uma sequência de sete reduções consecutivas que começaram em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%. A decisão foi contrária aos desejos do presidente Lula, que vinha expressando perplexidade com a manutenção da taxa de juros nesse nível elevado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

No Pará, trabalhadores rurais bloqueiam rodovia para evitar visita de Bolsonaro

 

"O manifesto é uma resposta ao descaso do governo Bolsonaro em relação à agricultura familiar no Pará", afirmou uma representante dos manifestantes

Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 A visita de Jair Bolsonaro (PL) a Parauapebas, município localizado no sudeste do Pará, a aproximadamente 700 km de Belém, foi marcada por manifestações de trabalhadores da agricultura familiar. Na manhã desta terça-feira (2), segundo a Folha de S. Paulo, membros da diretoria regional da Federação Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) bloquearam a rodovia PA-275, ateando fogo em pneus como forma de protesto.

O bloqueio foi organizado para coincidir com a passagem de Bolsonaro, que cumpre uma agenda de compromissos no interior do estado desde o último domingo (30). Os manifestantes da Fetraf-PA expressaram insatisfação com o que consideram um "descaso" do governo do ex-presidente em relação à agricultura familiar no Pará.

Noemi Gonçalves, coordenadora estadual da Fetraf-PA, esclareceu que a manifestação era uma resposta ao fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e à interrupção das políticas de reforma agrária durante a gestão de Bolsonaro. "O manifesto é uma resposta ao descaso do governo Bolsonaro em relação à agricultura familiar no Pará", afirmou Gonçalves.

Durante o bloqueio, que já foi desfeito, vídeos circularam nas redes sociais mostrando discussões acaloradas entre apoiadores de Bolsonaro e membros do movimento sindical.

Em sua fala em Parauapebas, Bolsonaro abordou diretamente as críticas. "Comigo não teve nenhuma maldade com produtor rural. Não demarquei nenhuma terra indígena, nenhuma área ambiental", declarou.

Fonte: Brasil 247

“Mais um dia de ataque especulativo ao real e o Banco Central segue de braços cruzados”, critica Gleisi


“O bolsonarista Campos Neto deve estar aplaudindo o ataque que ele mesmo desencadeou”, afirma a presidente do PT

Gleisi Hoffmann e Roberto Campos Neto (Foto: ABr)

 A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), voltou a criticar a atuação do Banco Central nesta terça-feira (2). Ela questionou a inoperância da instituição em meio ao ataque especulativo que resulta na desvalorização do real frente ao dólar, que chegou a ser cotado em R$ 5,68 pela manhã. “Mais um dia de ataque especulativo ao real e o BC segue de braços cruzados, sem fazer as operações de compra e ‘swap’ necessárias nesse momento. Irresponsáveis!”, escreveu em sua conta no X.

Gleisi também disse que o presidente do banco, Roberto Campos Neto, foi quem começou o ataque especulativo, falando sobre os gastos do governo federal. “Aliás, o bolsonarista Campos Neto deve estar é aplaudindo o ataque que ele mesmo desencadeou, falando o que não podia sobre questões fiscais. Mas a moda na mídia é botar a culpa nas falas do Lula”, lamentou.

O presidente Lula (PT) voltou a criticar o mercado financeiro, nesta terça-feira (2), em entrevista à Rádio Sociedade, na Bahia, ao afirmar que existe “um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país”. “O mundo não pode ser vítima de mentiras. A gente não pode inventar as crises. Vou te dar um exemplo: na semana passada eu dei uma entrevista no UOL. depois da entrevista, alguns especialistas começaram a dizer que o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula. E fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista. É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação”, disse o presidente. “Tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Eu estou voltando [a Brasília], quarta-feira vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, afirmou mais à frente.

 

Fonte: Brasil 247

Campos Neto já sabota futura gestão do Banco Central e fala em "incerteza" quando indicado de Lula assumir

 

"Há um prêmio de risco na curva (de juros), e ele tem sido elevado com a incerteza sobre o que acontecerá quando o próximo time (do BC) assumir", disse

Roberto Campos Neto (Foto: Reuters/Brendan McDermid)

Reuters - O Banco Central tem que ficar fora da “arena política”, afirmou nesta terça-feira o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, argumentando que o tempo mostrará que o trabalho da autoridade monetária é técnico.

Falando em fórum promovido pelo Banco Central Europeu (ECB) em Sintra, Portugal, Campos Neto afirmou que se observa nas últimas semanas um prêmio de risco elevado no Brasil, com incertezas relacionadas ao que acontecerá quando a autoridade monetária tiver um novo comando.

"Como Banco Central, temos que ficar fora da arena política e tentar seguir com o trabalho técnico. E acho que o que fizemos... acho que é uma prova viva de que tudo que foi feito foi técnico", afirmou.

"Há um prêmio de risco na curva (de juros), e ele tem sido elevado nas últimas semanas com a incerteza sobre o que acontecerá quando a próxima liderança, o próximo time (do BC) assumir."

O presidente da autarquia ponderou que a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, foi unânime, com apoio de quatro indicados pelo atual governo, entendendo o que seria melhor para o país.

Para ele, cujo mandato no comando do BC se encerra em dezembro, o prêmio de risco relacionado ao tema tende a cair com o tempo.

O Banco Central, e principalmente Campos Neto, têm sido alvo de reiteradas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que tem gerado volatilidade no mercado brasileiro.

Nesta terça, Lula afirmou que o país vive um ataque especulativo e disse que o governo fará "alguma coisa" em relação à alta do dólar ante o real. Ele também voltou a criticar Campos Neto, a quem acusou de ter "viés político", ressaltando que o BC não pode estar a serviço do sistema financeiro.

O presidente do BC disse em sua apresentação em Portugal que a precificação do mercado mostra que o principal risco hoje está relacionado às contas públicas no país.

Ele ponderou que essa avaliação do mercado não está sincronizada com a realidade e que as expectativas de inflação estão desconectadas dos fundamentos da economia.

As declarações de Campos Neto foram feitas ao lado da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e do presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que também participaram do painel.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

APUCARANA: Junior da Femac recebe a visita da primeira mulher a presidir a Sociedade Rural

Aline Maria Ceranto, que ficará à frente da Sociedade Rural de Apucarana, é a primeira mulher a presidir a entidade. Aline assumiu o cargo em maio e nesta terça-feira (02/07) fez uma visita de cortesia ao prefeito Junior da Femac. Além de dar continuidade ao trabalho, o objetivo é reforçar as parcerias com instituições como a Prefeitura de Apucarana.

Junior da Femac frisa que Aline dará continuidade ao trabalho realizado pelo ex-presidente da Sociedade Rural, Armando Boscardin. “Aline é a primeira mulher a presidir a Sociedade Rural e levará para a entidade toda a sua experiência como empresária e também todo o trabalho que desenvolveu  junto à Associação Paranaense Amigos do Cavalo (APAC)”, salienta Junior da Femac.

O prefeito de Apucarana lembra que entre os trabalhos desenvolvidos na APAC está o de equoterapia. “É um trabalho que atende autistas, pessoas com síndrome de down, paralisia cerebral e deficientes físicos. A Aline chega com esta visão e também com o objetivo de fortalecer atividades relacionadas ao agronegócio, uma vez que a Sociedade Rural possui um amplo espaço, adequado para a realização de eventos e cursos”, pontua Junior da Femac. 

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Governo brasileiro manda Meta suspender uso de dados de usuários para treinar inteligência artificial

 Despacho da Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi publicado nesta terça; multa prevista é de R$ 50 mil


A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou que a Meta – big tech responsável pelo Facebook, pelo Instagram e pelo WhatsApp – suspenda a validade no Brasil da nova política de privacidade da empresa sobre o uso dos dados pessoais dos brasileiros.


A decisão atinge especificamente a intenção da Meta de usar esses dados para “treinar” sistemas de inteligência artificial generativa – ou seja, para compor o banco de dados usado pelas IAs para gerar respostas automatizadas.


A Meta já defendeu a validade de sua política de dados em ocasiões anteriores e a reportagem ainda não conseguiu contato com a empresa para falar sobre a nova medida da ANDP.


O despacho foi publicado no “Diário Oficial da União” desta terça-feira (2) e prevê multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento “em virtude do risco iminente de dano grave e irreparável ou de difícil reparação aos direitos fundamentais dos titulares afetados”.


A decisão foi tomada pelo Conselho Diretor da ANPD, e o documento é assinado pelo diretor-presidente da autoridade, Waldemar Gonçalves. Segundo o despacho, a ordem é para cumprimento imediato.


No prazo de cinco dias, a partir de quando for intimada, a Meta deve apresentar ao governo:


  • documentação que ateste a mudança da Política de Privacidade dos serviços da empresa, para excluir esse trecho sobre o uso dos dados pessoais para treinar IAs generativas;
  • declaração assinada por representante legal atestando que o uso dos dados foi suspenso.

Dados pessoais para ‘treinar’ IA


O caso ganhou atenção em 4 de junho, depois que a Meta informou na União Europeia e no Reino Unido que a sua política de privacidade passaria a prever a possibilidade de usar dados de usuários para treinar sua IA.


Com a repercussão negativa, a empresa voltou atrás e adiou a mudança da política na Europa – mas não fez o mesmo para o Brasil.

Quando o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) acionou o governo contra a nova política de privacidade desses serviços, a Meta afirmou que o uso das informações para treinar uma inteligência artificial é de seu legítimo interesse, bem como de seus usuários e outras pessoas.


“Estamos comprometidos em desenvolver a inteligência artificial na Meta – nossa coleção de recursos e experiências generativas de inteligência artificial junto com os modelos que os alimentam – de forma segura, responsável e atendendo as regulações de privacidade no Brasil”, disse a companhia ao portal g1 em 23 de junho.


Treinamentos de modelos de inteligência artificial envolvem o uso de grandes quantidades de dados e são necessários para que, em uma etapa seguinte, eles sejam capazes de analisar informações e até gerar conteúdo por conta própria.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Lula defende inclusão de carnes na cesta básica com alíquota zero

 Grupo de trabalho que analisa regulamentação da Reforma Tributária no Congresso já concordou com a questão


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a inclusão de carnes na cesta básica com alíquota zero ao regulamentarem a Reforma Tributária. O presidente defendeu que carnes que façam parte do “dia a dia” do povo não tenham imposto. Enquanto isso, carnes “chiques, importadas”, continuariam com os tributos.


— Eu sou favorável. Já conversei isso com (Fernando) Haddad, já conversei isso com (Gabriel) Galípolo, com o pessoal do Tesouro. Acho que nós temos que fazer uma diferenciação. Você tem vários tipos de carne. Chique de primeiríssima qualidade, que o cara que consome pode pagar o imposto, e você tem o outro tipo de carne que é a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto, faz parte do dia a dia do povo brasileiro, ovo. Então, um músculo, acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado.


Os deputados do grupo de trabalho que analisa a regulamentação do primeiro texto da Reforma Tributária fecharam questão sobre a inclusão das carnes na cesta básica com alíquota zero. Em reunião neste domingo na Câmara dos Deputados, os parlamentares do chamado G7 — que tem esse nome porque são sete os integrantes do grupo — concordaram que as proteínas bovinas, de frango e peixe devem ser isentas de imposto.


— Eu não entro em detalhe porque tem muita gente importante trabalhando nisso. Mas eu acho que a gente precisa colocar a carne na cesta básica sim, sem que haja imposto. Você pode separar a carne, selecionar, você vai comprar uma coisa importada, chique, tem que pagar imposto. Eu estou falando do imposto do povo brasileiro, mais humilde, trabalhador, classe média baixa.


O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Juntos eles formam o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vai unificar cinco tributos que incidem sobre o consumo hoje.


O IBS vai reunir o ICMS, imposto estadual, e o ISS, municipal. Já a CBS vai unir PIS, Cofins e IPI, todos de âmbito federal. As alíquotas de ambos vão somar os 26,5% previstos na regulamentação da reforma, que será a alíquota de referência a incidir sobre bens e serviços.


Essa alíquota, porém, poderá ser maior ou menor de acordo com as exceções e regimes especiais previstos da reforma. Os produtos da cesta básica, por exemplo, serão reduzidos e, em alguns casos, zerados.

Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

"Há um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país", diz Lula sobre a alta do dólar

 

Presidente afirmou que a subida do dólar “preocupa” e que discutirá nesta semana medidas para conter a alta da moeda: “temos que fazer alguma coisa"

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o mercado financeiro, nesta terça-feira (2), em entrevista à Rádio Sociedade, na Bahia, ao afirmar que existe “um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país”. “O mundo não pode ser vítima de mentiras. A gente não pode inventar as crises. Vou te dar um exemplo: na semana passada eu dei uma entrevista no UOL. depois da entrevista, alguns especialistas começaram a dizer que o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula. E fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista. É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação”, disse o presidente. “Tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Eu estou voltando [a Brasília], quarta-feira vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, afirmou mais à frente.

Nesta segunda-feira (1), o dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio. Encerrou o dia cotado a 5,6538 reais na venda, em alta de 1,13%. Este é o maior preço de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando encerrou em 5,6723 reais. Em 2024, a divisa acumula elevação de 16,53%.

Na entrevista, Lula também voltou a criticar a gestão de Roberto Campos Neto frente ao Banco Central. “Acho que a minha visão sobre o Banco Central não é uma visão teórica. É uma visão de um presidente que já foi presidente e teve um Banco Central sob o meu domínio durante oito anos e com total autonomia. Alguém pode falar que o Meirelles não teve autonomia? Ele ficou oito anos no meu mandato e, se dependesse de mim, ficaria com a Dilma também, não sairia. O Fernando Henrique Cardoso trocou três presidentes do Banco Central, e é normal. O que é anormal é o Lula trocar, é o Lula querer indicar alguém”, disse.

“É o presidente da República que tem que indicar, e quando a gente indica um presidente do Banco Central, do Banco do Brasil, da Petrobras, a gente não indica essa pessoa para ela fazer o que a gente quer. As empresas têm diretoria, conselho, cronograma de trabalho. E o Banco Central é a mesma coisa. O Banco Central tem uma função, que é cuidar da política monetária desse país, de atingir a meta da inflação. E por isso nós acabamos de aprovar a meta de inflação de 3%. O que não dá é para você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Efetivamente eu acho que ele tem um viés político. Mas eu não posso fazer nada, porque ele é presidente do Banco Central e tem mandato, foi eleito pelo Senado. Eu tenho que esperar e indicar alguém”, disse Lula em referência ao atual presidente do banco Central, Roberto Campos Neto, indicado para o cargo por Jair Bolsonaro (PL).

Ainda sobre a alta do dólar, o presidente disse que "nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer porque eu estaria alertando os meus adversários. É que não há necessidade. Se você pegar os dados da economia você vai perceber o quê? Você vai perceber que o PIB está crescendo mais que a previsão do mercado. Vai perceber que o desemprego está caindo mais do que a previsão do mercado. Vai perceber que a renda da massa salarial está crescendo mais que a previsão do mercado. Vai perceber que os acordos salariais, 87% deles estão sendo feitos com ganho real, acima da inflação. Você vai perceber a quantidade de entrada de capital externos para investimento direto no Brasil. Então não há nenhuma preocupação das pessoas terem medo, das pessoas ficarem assustadas, acharem que vai acontecer alguma coisa”, ressaltou.

Na entrevista, Lula também ressaltou a preocupação com os gastos públicos, mas voltou a afirmar que não pretende fazer ajuste fiscal em cima da população mais pobre ou promover alterações na atual política do salário mínimo. “Muita gente fala que é preciso cuidar dos gastos públicos, e ninguém nesse país cuidou melhor do que eu. Ninguém nunca cuidou mais dos gastos públicos do que eu. O que eu não posso é aceitar a ideia de que ‘é preciso acabar com benefício de pobre, ‘esse Bolsa Família está custando muito caro, o salário mínimo está custando muito caro, a política de investir em faculdade…’”, ressaltou.

“Nós já aprovamos o marco fiscal, que é uma revolução nesse país. Nós conseguimos fazer uma coisa que jamais se imaginou fazer em apenas um ano e seis meses: aprovar uma política tributária. Nós já provamos que responsabilidade jurídica, política e social nós temos demais. Agora, o que a gente não pode abrir mão é de melhorar a vida do povo brasileiro. Então vamos tentar encontrar soluções. Eu tenho dito para todo mundo - ainda nesses dias falei para o Haddad: você me apresenta os excessos de gastos. Porque se tiver excesso, se alguém estiver gastando alguma coisa que não seja necessária, se alguém estiver aplicando mal o dinheiro a gente para, porque eu não vou jogar dinheiro fora. Então nós vamos cuidar disso’, afirmou.

Fonte: Brasil 247

'Não dá para ter alguém com viés político dirigindo o Banco Central', afirma Lula sobre Campos Neto

 

"O Banco Central é um banco do Estado brasileiro que tem que cuidar da política monetária. Ele não pode estar a serviço do sistema financeiro", disse o presidente

Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou os ataques especulativos contra o real e afirmou que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, atua com “viés político”. “Efetivamente eu acho que ele [Campos Neto] tem um viés político. Mas eu não posso fazer nada, porque ele é presidente do Banco Central e tem mandato, foi eleito pelo Senado. Eu tenho que esperar e indicar alguém”, disse Lula à Rádio Sociedade, na Bahia, nesta terça-feira (2).

“Acho que a gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que o presidente do Banco Central não fique vulnerável a pressões políticas. E se você é um presidente democrata, você permite que isso aconteça sem nenhum problema. Agora, quando você é autoritário, você resolve fazer com que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado. O Banco Central é um banco do Estado brasileiro que tem que cuidar da política monetária. Ele não pode estar a serviço do sistema financeiro. Ele não pode estar a serviço do mercado”, afirmou o presidente. 

Roberto Campos Neto foi indicado para o cargo por Jair Bolsonaro (PL) e vem sendo alvo de críticas por manter a taxa de juros em um patamar elevado, o que prejudica o desenvolvimento econômico, prejudica investimentos e dificulta o acesso ao crédito. Atualmente, a taxa de juros básica (Selic) está em 10,5% ao ano, segundo patamar real mais alto do mundo, atrás apenas da Rússia. O mandato de Campos Neto à frente da instituição termina no final do ano e o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, é o nome mais cotado para sucedê-lo.

“O Banco Central tem uma função, que é cuidar da política monetária desse país, de atingir a meta da inflação. E por isso nós acabamos de aprovar a meta de inflação de 3%. O que não dá é para você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Efetivamente eu acho que ele tem um viés político”, disse Lula sobre Campos Neto. “Eu acho que a minha visão sobre o Banco Central não é uma visão teórica. É uma visão de um presidente que já foi presidente e teve um Banco Central sob o meu domínio durante oito anos e com total autonomia. Alguém pode falar que o Meirelles não teve autonomia? Ele ficou oito anos no meu mandato e, se dependesse de mim, ficaria com a Dilma também, não sairia. O Fernando Henrique Cardoso trocou três presidentes do Banco Central, e é normal. O que é anormal é o Lula trocar, é o Lula querer indicar alguém. É o presidente da República que tem que indicar, e quando a gente indica um presidente do Banco Central, do Banco do Brasil, da Petrobras, a gente não indica essa pessoa para ela fazer o que a gente quer. As empresas têm diretoria, conselho, cronograma de trabalho. E o Banco Central é a mesma coisa”, destacou.

Na entrevista, Lula também criticou os ataques especulativos ao real, que resultaram na disparada do dólar nos últimos dias. “O mundo não pode ser vítima de mentiras. A gente não pode inventar as crises. Vou te dar um exemplo: na semana passada eu dei uma entrevista no UOL. depois da entrevista, alguns especialistas começaram a dizer que o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula. E fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista. É um absurdo. Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país”, afirmou o presidente. “E eu tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Eu estou voltando [a Brasília], quarta-feira vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, completou. 

Nesta segunda-feira (1), o dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio. Encerrou o dia cotado a 5,6538 reais na venda, em alta de 1,13%. Este é o maior preço de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando encerrou em 5,6723 reais. Em 2024, a divisa acumula alta de 16,53%.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro reforça no TSE pedido de cassação e inelegibilidade de Lula por “superlive” com artistas em 2022

 Ministério Público Eleitoral defendeu arquivamento de ação por não ver provas suficientes para condenar o petista


O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os últimos argumentos no processo que avalia um pedido de cassação e a declaração de inelegibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação devido à realização de um ato com artistas e intelectuais em São Paulo (SP), na reta final do primeiro turno das eleições de 2022.


Batizado de “Grande Ato Brasil da Esperança com Lula”, o evento foi organizado pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e reuniu artistas brasileiros e estrangeiros, que subiram ao palco ou gravaram vídeos em defesa de Lula em um auditório no centro de convenções do Anhembi, em 26 de setembro de 2022.


Estavam no Anhembi os cantores Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Margareth Menezes (que depois seria convidada para assumir o Ministério da Cultura), Daniela Mercury, Emicida, Duda Beat e Johnny Hooker, além dos atores Vladimir Brichta, Júlia Lemmertz e Claudia Abreu.


O argumento de Bolsonaro nessa ação é que o ato, na prática, foi um showmício, tipo de evento proibido pela legislação eleitoral.


Para a campanha de Bolsonaro, tanto Lula quanto seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, “se valeram do prestígio pessoal e artístico de renomadas personalidades, à moda de megalomaníaco showmício”, em um evento “infausto e nababesco”, marcado pela “busca frenética pelos votos dos mais jovens”.


Bolsonaro, que entrou com a ação contra Lula um dia após o evento, apresentou na última terça-feira (25) as alegações finais ao TSE. Cabe agora ao relator, o ministro Raul Araújo, liberar o caso para julgamento.


Não há prazo para isso ocorrer, mas é certo que o caso será julgado pelo plenário da Corte Eleitoral.


Dois dias após o ato, o ministro Benedito Gonçalves determinou que o canal da campanha de Lula no YouTube retirasse do ar trechos do evento em que os artistas cantaram jingles do petista – e proibiu Lula de usá-los na campanha eleitoral.


Agora, cabe ao plenário do TSE decidir se a campanha de Lula cometeu abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação naquele evento – e se o eventual ilícito seria grave o suficiente para justificar a cassação do mandato e levar à sua inelegibilidade.

Mas o Ministério Público Eleitoral já se manifestou pelo arquivamento da ação, uma das cinco movidas por Bolsonaro contra Lula durante a última campanha presidencial.


Segundo levantamento da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias do TSE, o ato no Anhembi custou R$ 1,068 milhão à campanha lulista.


O tom de showmício, alega Bolsonaro, teria ficado evidente quando artistas entoaram o jingle de Lula durante o ato, que ficou conhecido como uma “superlive” de Lula com artistas. A agenda foi transmitida ao vivo pelas redes sociais de Lula, da Janja e outras páginas anônimas pelo YouTube, Instagram e Facebook, além de ter sido acompanhada em telões instalados em bares e restaurantes de diversas cidades brasileiras.


“O tempo do ódio, da guerra, da discórdia e da desunião está chegando ao fim. Cabe a nós inaugurarmos um novo tempo. Um tempo de paz, democracia, união, prosperidade, amor e esperança”, discursou Lula na ocasião, em uma ofensiva para liquidar a disputa já no primeiro turno.


Os advogados do presidente alegam que a presença dos artistas e intelectuais “ocorreu em razão de comungarem posicionamentos políticos convergentes, mas não em razão de promoverem entretenimento, para animar e divertir a plateia ali presente”.


No mesmo sentido, os artistas alegaram ao TSE que participaram do evento na condição de “cidadãos” e disseram que não cobraram cachê para cantar o jingle de Lula – um argumento rechaçado por Bolsonaro.


“Não se trata, a toda evidência, de manifestação espontânea de preferência, mas de ação orquestrada, cautelosamente premeditada pela campanha, com avaliação criteriosa de alcance (foco no perfil do leitorado) e popularidade de cada artista, empreendida em grandioso evento com única e inequívoca finalidade eleitoral, eis que alusivo, confessadamente, ao encerramento da campanha”, rebatem os advogados de Bolsonaro.


Em parecer enviado ao TSE na última quarta-feira (26), o Ministério Público Eleitoral defendeu o arquivamento da ação.

“A participação dos artistas se deu de modo voluntário e espontâneo, na forma de manifestação de apoio político. A par disso, não houve uma apresentação artística propriamente dita no evento, mas mera réplica de entoação de jingle de campanha”, opinou o vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa.


Além disso, para o vice-procurador-geral eleitoral, o valor desembolsado pela campanha do PT com o evento – R$ 1,068 milhão – “representa um percentual ínfimo” em comparação com o teto de gastos da eleição presidencial (R$ 133.416.046,20) e com o total de despesas contratadas e pagas pela chapa Lula-Alckmin (R$ 123.268.537,45).


Em resumo, para o Ministério Público Eleitoral, “os valores despendidos no evento não têm repercussão relevante no contexto da campanha”.


Fonte: Agenda do Poder