sábado, 29 de junho de 2024

Lula leva institutos federais para as áreas mais carentes do país

 

Presidente participa neste sábado do lançamento da pedra fundamental de extensões na Cidade Tiradentes da Universidade Federal (Unifesp) e do Instituto Federal (IFSP), em São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Rede Brasil Atual - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá início neste sábado (29) a um dos programas mais importantes de seu terceiro mandato, que é levar institutos federais para estudantes das periferias do Brasil. Ele participa do lançamento da pedra fundamental do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). E do campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O evento, a partir das 10h, no Instituto das Cidades, contará com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana.

O evento formaliza a futura extensão da Unifesp para um distrito distante 35 quilômetros do centro da capital, que abriga o maior complexo de conjuntos habitacionais da América Latina. São cerca de 40 mil unidades, a maioria delas, construídas na década de 1980 principalmente pela Cohab e CDHU. A população é 211.501 mil habitantes, com uma das maiores taxas de crescimento da cidade, e que enfrenta graves problemas sociais.

Outras localidades igualmente carentes de investimentos também terão unidades da rede federal de ensino superior e tecnológico. Nesta quarta-feira (26), em entrevista ao UOL, o presidente Lula disse que deverá participar também – mas não citou datas – do lançamento da pedra fundamental de institutos no Jardim Ângela, zona sul da capital. E também outras localidades da Região Metropolitana, como Osasco, Carapicuíba, Cotia, Franco da Rocha, Mauá e Diadema.

Institutos federais pelo Brasil - Em março, o Ministério da Educação (MEC) anunciou recursos da ordem de R$ 3,9 bilhões por meio do Novo PAC para a construção de 100 institutos federais em todos os estados até o final do atual mandato.

De acordo com o Ministério da Educação, R$ 2,5 bilhões serão aplicados na construção de novas unidades. E R$ 1,4 bilhão na reforma e construção de ginásio, refeitório e outras instalações em institutos já existentes.

A rede atual de Institutos Federais conta com 682 unidades, com pouco mais de 1,5 milhão de alunos. A estimativa do governo é abrir mais 140 mil vagas com a construção das novas unidades. O Nordeste receberá 38 novos institutos. E por estados, São Paulo, que é o mais populoso, receberá 12. Já Bahia e Minas Gerais receberão 8 novos.

Confira:

Nordeste (38)

Bahia (8) 

Itabuna, Macaúbas, Poções, Remanso, Ribeira do Pombal, Ruy Barbosa, Salvador e Santo Estevão

Ceará (6)

Campos Sales, Cascavel; Fortaleza, Lavras de Mangabeira e Mauriti

Pernambuco (6)

Águas Belas, Araripina, Bezerros, Goiana, Recife, Santa Cruz do Capibaribe

Maranhão (4) 

Amarante do Maranhão, Balsas, Chapadinha, Colinas

Paraíba (3)

Mamanguape e Sapé e Queimadas

Alagoas (3)

Girau do Ponciano, Mata Grande, Maceió

Piauí (3)

Barras, Esperantina e Altos

Rio Grande do Norte (3)

Touros, São Miguel e Umarizal

Sergipe (2)

Japaratuba e Aracaju

Sul (13)

Paraná (5)

Maringá, Araucária, Cianorte, Cambé e Toledo

Rio Grande do Sul (5) 

Caçapava do Sul, São Luiz Gonzaga, São Leopoldo, Porto Alegre e Gramado

Santa Catarina (3)

Tijucas, Campos Novos e Mafra

Sudeste (27)

São Paulo (12)

São Paulo (Jardim Ângela e Cidade Tiradentes), Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, Sumaré, Franco da Rocha, Cotia, Carapicuíba, São Vicente e Mauá

Minas Gerais (8) 

João Monlevade, Itajubá, Sete Lagoas, Caratinga, São João Nepomuceno, Belo Horizonte, Minas Novas e Bom Despacho

Rio de Janeiro (6)

Rio de Janeiro (Cidade de Deus e Complexo do Alemão), Magé, Belford Roxo, Teresópolis e São Gonçalo

Espírito Santo (1)

Muniz Freire

Norte (12)

Pará (5)

Barcarena, Redenção, Tailândia, Alenquer e Viseu

Amazonas (2)

Santo Antônio do Içá e Manicoré

Rondônia (1)

Butiritis

Tocantins (1)

Tocantinópolis

Acre (1) 

Feijó

Amapá (1)

Tartarugalzinho

Roraima (1)

Rorainópolis

Centro-Oeste (10)

Goiás (3)

Cavalcante, Porangatu e Quirinópolis

Mato Grosso (3)

Água Boa, Colniza e Canarana

Distrito Federal (2)

Sol Nascente e Sobradinho

Mato Grosso do Sul (2)

Paranaíba e Amambaí.

Fonte: Brasil 247

Insatisfeita com apoio de Bolsonaro a Nunes, ala bolsonarista trabalha por pré-candidatura de Pablo Marçal

 

Deputado federal Ricardo Salles é apontado como o principal articulador em prol da pré-campanha de Pablo Marçal. Parlamentar nega movimentação

Pablo Marçal (Foto: Reprodução (Youtube))

Setores bolsonaristas insatisfeitos com o apoio a Ricardo Nunes (MDB) têm voltado suas atenções para a pré-campanha do coach Pablo Marçal (PRTB), visto como mais alinhado com as pautas defendidas pelo grupo do que o atual prefeito da capital paulista. A aliança foi consolidada após Nunes aceitar o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL) como vice em sua chapa, uma indicação feita por Jair Bolsonaro (PL).

O deputado federal Ricardo Salles (PL), que foi preterido por Bolsonaro para disputar a Prefeitura de São Paulo, é apontado como o principal articulador de Marçal junto a militantes, lideranças bolsonaristas, empresários e jornalistas. Publicamente, tanto Salles quanto Marçal negam essa articulação. Salles, em particular, afirmou que permanecerá neutro na eleição e que não tem contato com Marçal, exceto por uma participação em um podcast no início do mês. “Essa informação não está correta. Não tenho feito interlocução nenhuma nem encontro com nenhum jornalista”, disse Salles ao jornal O Estado de S. Paulo

A entrada de Marçal na disputa eleitoral pressionou Nunes a aceitar a indicação de Mello Araújo como vice, algo que o prefeito relutava em fazer. Nunes acabou aceitando a indicação do vice por temer o avanço de Marçal sobre o eleitorado bolsonarista. 

“Por outro lado, aliados de Bolsonaro passaram a enxergar Marçal com desconfiança e avaliam que há possibilidade dele atrapalhar os planos do grupo em São Paulo caso decida se candidatar ao Senado em 2026 — o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) é um dos mais cotados para concorrer às duas vagas em disputa”, destaca a reportagem. 

Durante o podcast Bradock Show, em 11 de junho, Marçal elogiou Ricardo Salles e criticou a falta de um candidato de direita. “Eu acredito que ainda é um erro grave do Bolsonaro. Eu sei que ele não quer apoiar o Nunes, mas por força da palavra do partido, ele vai seguir naquilo. É um completo erro não ter um candidato de direita, porque o Nunes não é de direita”, afirmou o influenciador.

Após ser questionado por Salles sobre sua posição política, Marçal respondeu que seguiria o conselho implícito na pergunta do ex-ministro. “Você falou que ninguém que seguiu isso deu certo. E eu não quero ser o primeiro cara a desafiar você e falar que vai dar certo”, respondeu Marçal.

Outro apoiador bolsonarista de Marçal é Filipe Sabará (Republicanos), que deixou a presidência do Conselho do Fundo Social, comandado pela primeira-dama do Estado de São Paulo, Cristiane Freitas, para coordenar o programa de governo do influenciador. Sabará almeja ser o vice na chapa de Marçal e tenta convencer o Republicanos a romper com Nunes, apesar de o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) manter seu apoio ao prefeito.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Acredite se quiser: Aécio quer disputar a presidência em 2026 pelo PSDB

 

Protagonista de vários escândalos e um dos líderes do golpe de 2016, tucano ainda sonha com o Planalto

Aécio Neves (Foto: Reprodução)

 

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), conhecido por seu envolvimento em diversos escândalos políticos e considerado um dos líderes do movimento que levou ao golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, planeja concorrer à presidência da República em 2026. As lideranças do PSDB afirmam que ele não descarta a possibilidade de apresentar novamente seu nome como candidato presidencial, embora evite fazer declarações públicas a respeito. Esta notícia foi divulgada pelo Metrópoles, neste sábado.

Aécio Neves já concorreu à presidência em 2014, terminando em segundo lugar após perder para Dilma Rousseff do PT por uma margem de cerca de 3 milhões de votos. Ele também já ocupou o cargo de governador de Minas Gerais por dois mandatos, de 2003 a 2010. Algumas figuras proeminentes dentro do PSDB sugerem que Neves deveria tentar um retorno ao governo estadual antes de aspirar novamente ao cargo de presidente.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Supremo Tribunal dos EUA aumenta exigências para acusações de obstrução contra Trump sobre a invasão do Capitólio

 

Esta decisão representa um possível fortalecimento para Trump, candidato republicano que desafia Biden

(Foto: Reuters)

Reuters – O Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu na sexta-feira elevar o padrão legal necessário para que os promotores processem por obstrução em casos de subversão das eleições federais, impactando diretamente Donald Trump e os réus envolvidos no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A decisão, redigida pelo Chefe de Justiça John Roberts, estabeleceu uma interpretação restrita do crime de obstrução, exigindo que os promotores demonstrem que o réu "prejudicou a disponibilidade ou integridade" de documentos ou outros registros relacionados a um processo oficial, ou tentou fazê-lo. O julgamento foi de 6-3, anulando uma decisão de um tribunal inferior que havia permitido a acusação de obstrução corrupta de um procedimento oficial – a certificação pelo Congresso da vitória de Joe Biden em 2020 sobre Trump, que os manifestantes tentaram impedir.

O tribunal, com uma maioria de juízes conservadores, rejeitou a interpretação mais abrangente do Departamento de Justiça sobre o que constitui obstrução, argumentando que isso "criminalizaria uma ampla gama de condutas prosaicas, expondo ativistas e lobistas a décadas de prisão". Os juízes conservadores Clarence Thomas, Samuel Alito, Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e a juíza liberal Ketanji Brown Jackson acompanharam Roberts na decisão. Em contraste, a juíza conservadora Amy Coney Barrett, acompanhada pelas juízas liberais Sonia Sotomayor e Elena Kagan, discordou da maioria.

Esta decisão representa um possível fortalecimento para Trump, candidato republicano que desafia Biden, um democrata, nas eleições de 5 de novembro nos EUA. Trump enfrenta duas acusações relacionadas à obstrução como parte de uma acusação criminal de quatro pontos em um caso aberto no ano passado pelo Conselho Especial Jack Smith. O crime é enquadrado no Ato Sarbanes-Oxley de 2002, uma lei federal aprovada após o escândalo de fraude contábil na agora extinta empresa de energia Enron. Os promotores federais acusam Trump de pressionar oficiais do governo a reverter os resultados da eleição de 2020 e de encorajar seus apoiadores a marchar até o Capitólio em 6 de janeiro para pressionar o Congresso a não certificar a vitória de Biden, com base em alegações falsas de fraude eleitoral generalizada.

No dia em que o Congresso se reuniu para certificar os resultados, apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, romperam barricadas, atacaram policiais, vandalizaram o edifício e forçaram legisladores e outras pessoas a fugir em busca de segurança. Trump e seus aliados também elaboraram um plano para usar falsos eleitores de estados-chave para impedir a certificação. A decisão do Supremo Tribunal é aguardada na segunda-feira sobre a tentativa de Trump de obter imunidade contra a acusação neste caso de subversão eleitoral. Trump declarou-se não culpado.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Lula volta a dizer que nunca fará ajuste fiscal contra os mais pobres

 

"Eu farei qualquer ajuste necessário porque eu não quero gastar mais do que a gente ganha. Mas, eu garanto, não será nunca em cima do povo trabalhador", afirmou

(Foto: RICARDO STUCKERT)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou seu compromisso de não realizar ajustes fiscais que prejudiquem a população mais pobre e trabalhadora do Brasil. Durante a inauguração de obras nas rodovias BR-267 em Juiz de Fora, Minas Gerais, Lula expressou sua visão de um ajuste fiscal responsável que não comprometa quem menos pode arcar com tais medidas, segundo reportagem do Valor.

"Agora mesmo estão dizendo 'ah, é importante ter uma preocupação de fazer um ajuste fiscal, o salário mínimo está ficando muito alto'. Que salário mínimo alto? O mínimo é o mínimo, gente", disse Lula em seu discurso. Ele enfatizou que qualquer medida econômica adotada por seu governo considerará o impacto sobre a renda e as condições de vida dos mais vulneráveis.

"Eu farei qualquer ajuste necessário porque eu não quero gastar mais do que a gente ganha. Mas, eu garanto, não será nunca em cima do povo trabalhador e do povo pobre que eu farei ajuste fiscal", acrescentou o presidente, garantindo que sua gestão buscará o equilíbrio fiscal sem sacrificar aqueles que já enfrentam maiores dificuldades econômicas.

O evento também contou com a presença de figuras importantes do governo, incluindo a primeira-dama, Janja da Silva, e ministros como Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). A presença desses membros do governo sublinha a importância das obras inauguradas para a infraestrutura regional e nacional.

Lula também aproveitou a ocasião para anunciar que continuará viajando pelo país, com agendas confirmadas em estados como São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia. "Quem quiser nos pegar que corra atrás de nós, porque nós vamos viajar este país", declarou.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor

Polícia Civil de Goiás não abriu inquérito para apurar denúncias contra filho de Olavo de Carvalho, diz colunista

 

Polícia recebeu três denúncias sobre o aliciamento de uma estudante de 19 de anos por Tales de Carvalho, mas não instaurou inquérito para apurar o caso

Polícia Civil (Foto: Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil)

 A Polícia Civil de Goiás se recusou a abrir um inquérito para investigar as denúncias feita pela família da estudante de Ipameri, em Goiás, que ficou em cárcere privado durante dois meses, sob controle Tales de Carvalho, filho de Olavo de Carvalho. Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, três delegacias foram procuradas pela família da jovem, mas nenhuma abriu inquérito para investigar o caso.

Tales de Carvalho é filho do guru bolsonarista Olavo de Carvalho. Junto com seu irmão, Luiz Gonzaga de Carvalho, lidera o que é descrito por um grupo de mulheres como uma seita que tem como espinha dorsal o Instituto Cultural Lux et Sapientia (ICLS), escola de cursos fundada por Tales há dez anos. A entidade foi apontada como canal para angariar dinheiro de alunos e “benfeitores” e, no caso de Tales, aproximar-se de mulheres com o objetivo de conseguir casamentos.

Ainda de acordo com a reportagem, a Polícia Civil de Goiás ficou sabendo do desaparecimento da jovem de Ipameri quando os pais dela procuram a instituição. Os pais informaram à polícia que a moça deixou casa, estudos e família para trás às escondidas. No primeiro contato com as autoridades policiais, a família não sabia onde e com quem ela. estava.

“Os familiares só souberam do casamento depois, já em meio ao desespero pelo sumiço repentino da filha. Ela desapareceu numa terça-feira e, no sábado, informou aos pais que estava casada com Tales, já convertida do catolicismo para o “islamismo”, fé que Tales diz professar”, destaca um trecho da reportagem. . “Eu pedia que ele me passasse o telefone, o endereço, e ele dizia ‘não, não vou passar’”, contou o pai da jovem. 

Um dos delegados procurados disse aos pais da moça que “não tinha pessoal” para abrir um inquérito e investigar o paradeiro da filha deles. O delegado também teria falado que a moça estava bem e estava com Tales por livre e espontânea vontade. O mesmo discurso teria sido repetido nas outras delegacias, segundo o colunista.  O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Goiás, Alexandre Lourenço, responsável por encontrar o paradeiro da jovem, disse que a Polícia Civil do Goiás foi “relutante” em cooperar.

O principal argumento usado, segundo Lourenço, foi de que a ex-mulher de Tales é maior de idade, então não houve crime de aliciamento de menor. Entretanto, a moça começou a ter uma relação com ele aos 17 e, apenas aos 18 largou a família e os estudos, às escondidas, para encontrar e casar-se com Tales.

Questionada sobre a omissão de investigação da fuga da jovem, que relatou ter sido submetida a diversos abusos psicológicos e sexuais pelo filho de Olavo de Carvalho, a Polícia Civil do Goiás disse que “não irá comentar” o caso. 

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Em ano de eleições municipais, prefeituras gastam dinheiro público para bancar shows milionários que viram comícios

 Lei brasileira proíbe realização de “showmícios” desde 2006, seja com dinheiro público ou privado


Em ano de eleições municipais no Brasil, shows caros bancados com verbas de prefeituras viram comícios, misturando música e política.

Gusttavo Lima exaltou Simão Durando (União Brasil) em Petrolina (PE): “Isso não é um prefeito, é um paizão”. Cachê no São João: R$ 900 mil.

O prefeito de Baturité (CE), Herberlh Mota (Podemos), subiu no palco, bateu palmas e pulou enquanto Mari Fernandez puxava um coro de “Já ganhou” para ele no Carnaval. Pelo show, a cantora levou R$ 400 mil.


A reportagem levantou o valor de cachês pagos em shows de prefeituras em todo o primeiro semestre.


Os gastos foram os maiores dos últimos dez anos, segundo dados disponíveis no painel do Portal Nacional de Contratações Públicas.


Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Ana Castela, Nattan e Zé Neto & Cristiano — os artistas brasileiros com os maiores cachês — receberam juntos R$ 76,8 milhões em dinheiro público municipal por 106 shows.


A verba supera a destinada pela Lei Rouanet a projetos musicais no período (R$ 61,7 milhões).


A Balada Eventos, empresa de Gusttavo Lima, afirmou que “cabe aos Tribunais de Contas a tarefa de fiscalizar as contas públicas”.


Edson Lucas, assessor jurídico da Prefeitura de Baturité, afirmou à reportagem que foi “uma situação irrelevante, que não trouxe benefício nem malefício para ninguém”.


Mari Fernandez não quis comentar o caso.


Ana Castela e Wesley Safadão argumentam que o valor que cobram das prefeituras paga equipe e logística.


A assessoria de Zé Neto e Cristiano afirmou que a dupla não diferencia o cachê por se tratar de prefeitura. “A valoração segue a mesma para todos os contratantes.”


A reportagem também procurou Nattan e a Prefeitura de Petrolina, mas não obteve retorno.


Palco de político


Eventos cada vez mais caros ficam à mercê do uso político, especialmente em ano eleitoral, apontam promotores dos ministérios públicos estaduais, que questionaram 24 eventos musicais de prefeituras esse ano.


Para Antonio de Souza Júnior, do MP-CE, o show com Mari Fernandez em Baturité, por exemplo, foi um episódio de “clara promoção pessoal” e “abuso de poder político”.


Este tipo de conduta ilícita é responsabilidade do prefeito, não dos artistas, ele esclarece.


Em Santa Rita (PB), um dos shows questionados, o valor do São João da cidade ficou 62% mais caro que o de 2023 (R$ 8,5 milhões).


O MP-PB pediu para a cidade cortar R$ 5,3 milhões da verba.

A prefeitura afirmou que “a decisão de ampliar os gastos com os festejos juninos está dentro do poder” do prefeito, e a Justiça autorizou a festa de R$ 13,8 milhões.


Bell Marques, que cantou no São João de Santa Rita por R$ 500 mil, puxou uma conversa com o prefeito, Emerson Panta (PP), no meio do show.


“Vocês aqui de Santa Rita merecem muita coisa. A primeira é ter um prefeito como o Emerson”, disse.


O reportagem procurou a Prefeitura de Santa Rita e Bell Marques para comentar, mas não obteve resposta.


Depois das críticas, a conta subiu


A falta de transparência desses gastos virou assunto a partir de 2022.


Na época, o sertanejo Zé Neto, parceiro de Cristiano, causou furor ao criticar Anitta e a Lei Rouanet durante um show em Sorriso (MT).


“Não dependemos da Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo.”


O show da dupla foi bancado pela prefeitura e custou R$ 400 mil.


A polêmica levou à descoberta de cachês mais polpudos, pagos por prefeituras que, por vezes, desviaram verbas de outras áreas para financiar a apresentação.


Shows municipais, em geral, só dependem da assinatura de prefeitos. Eles podem, por lei, contratar artistas sem licitação.


Enquanto os gastos da Lei Rouanet são divulgados em um painel público, o Versalic, não há sistema para acompanhar os custos de shows municipais.


Cada cidade e cada Tribunal de Contas divulgam essas informações de um jeito diferente.


De 2022 para cá, Ministérios Públicos estaduais e governo federal começaram a dar a dimensão desses gastos.


Segundo o recém-lançado painel do Portal Nacional de Contratações Públicas, que mostra contratos federais, estaduais e municipais, Zé Neto & Cristiano voltaram a Sorriso em 2024.


O cachê deles quase dobrou em dois anos: foi de R$ 400 mil para R$ 750 mil.


A reportagem procurou a Prefeitura de Sorriso para comentar, mas não obteve resposta.


São João dos milhões


A principal iniciativa de acompanhar os custos vem da Bahia.

Desde 2023, o Painel de Transparência Junina do estado reúne gastos juninos informados pelas cidades.


A média por município subiu de R$ 705 mil para mais de R$ 1 milhão, de um ano para outro.


A reportagem obteve, por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), os valores das cinco maiores festas de São João da Bahia desde 2013.


Os números indicam que os gastos subiram após a pandemia e tiveram novo salto em 2024.


Celebrar sem abusar


Os criadores do painel ressaltam as importâncias cultural e econômica das festas — desde que não haja abuso político ou comprometimento do orçamento.

Os eventos oferecem entrada gratuita para um público que muitas vezes não tem dinheiro para ingressos. Parte da população até fatura.


“Pessoas alugam suas casas, economizam dinheiro para comprar cerveja e vender lá. Temos que ter cautela para tratar dessas festas”, diz Rita Tourinho, promotora do MP-BA.


Emmanuel Girão, procurador do MP-CE, explica os possíveis abusos.


Prefeito subir ao palco para falar “não tem problema”. “O que a lei não permite é que se exaltem qualidades pessoais e plataformas de governo”, diz Girão.


Em um evento pago pela prefeitura, essa exaltação pode configurar abuso de poder político – uso do cargo para ter apoio eleitoral.


Nesse caso, o candidato pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos.


Mas as ações judiciais só podem acontecer a partir de agosto, quando as candidaturas forem registradas.


‘Desenvoltura para os eventos’


No Carnaval de Maceió, Xand Avião, com cachê de R$ 450 mil, também puxou o coro de “Já ganhou!” para o prefeito João Henrique Caldas.


Enquanto o público respondia ao coro, JHC cumprimentava e abraçava Xand.


Com o pré-candidato à reeleição no palco, Xand o chamou de “gato, bonito, desenrolado, trabalhador”. “Esse homem tem que ser presidente, não é prefeito, não.”


Questionado pela reportagem, o cantor não quis comentar.


Em nota, a prefeitura disse que “as festividades geram trabalho e renda extra para mais de 50 atividades econômicas, beneficiando cooperativas, empreendedores individuais, pequenos negócios e o setor de serviços”.


‘Showmício’ para quem está no poder


A lei brasileira proíbe desde 2006 a realização de “showmícios”, apresentações musicais com objetivo de promover candidatos — seja com dinheiro público ou privado.


“Na prática eles ainda acontecem, mas só para quem tem a máquina pública na mão”, analisa Daniel Neves, presidente da Anafima (Associação Nacional da Indústria da Música).


Dani Ribas, especialista em gestão cultural, se preocupa com a falta de outros incentivos culturais nestes municípios.


“A Constituição dá autonomia a gastos dos municípios, e tem que ser assim em um país do tamanho do Brasil. Não podemos demonizar. O problema são os abusos.”


Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL.


Executivos das lojas Americanas se reuniam em “sala blindada” no Rio de Janeiro para discutir fraudes contábeis

 Irregularidades foram reveladas em janeiro de 2023, pouco depois de a companhia trocar de comando


A sala onde eram discutidas as fraudes das Americanas ficava no segundo andar da sede da empresa, no centro do Rio, e nada mais era do que uma sala comum, informa a colunista Malu Gaspar, do jornal O GLOBO.


As irregularidades na Americanas foram reveladas em janeiro de 2023, pouco depois de a companhia passar por uma troca de comando com a saída do ex-CEO Miguel Gutierrez, preso na última sexta-feira em Madri.


O esquema era baseado na falsificação de dados sobre dois tipos de operação. A mais importante era a do risco sacado, mecanismo pelo qual os bancos abrem linhas de crédito para que os fornecedores abatam faturas com desconto e depois cobrem o valor da Americanas.


Outra modalidade de maquiagem era a falsificação de cartas de venda de propaganda nas lojas, conhecida como VPC, transação pela qual os fornecedores pagam pela exibição de seus produtos nas lojas da rede de varejo.


A investigação mostrou que o esquema falsificava essas cartas para que ficasse parecendo que a Americanas tinha mais a receber dos fornecedores do que o de fato estava combinado.


Nas mensagens de WhatsApp obtidas pelos investigadores, uma das preocupações dos executivos da Americanas tratadas na tal “sala blindada” era com a possibilidade de a auditoria independente e externa descobrir as operações de risco sacado, já que elas não constavam oficialmente nos balanços – que eram fraudados.


Havia um temor em particular com as “cartas de circularização”, nas quais os bancos prestam informações às equipe de auditoria sobre operações realizadas com a empresa que está sendo fiscalizada, para que confirmem informações sobre fatos contábeis e saldos registrados, por exemplo.


“A audácia do grupo criminoso era tão grande que eles chegavam a cooptar funcionários dos bancos para que alterassem as cartas de circularização, de modo a encobrir as operações de risco sacado, garantindo assim a continuidade das fraudes contábeis e a não identificação pelas auditorias”, aponta o Ministério Público Federal.


Em mensagens trocadas em fevereiro de 2017, no grupo “Auditoria 2016”, os executivos discutem a preocupação com as cartas que seriam enviadas pelos bancos aos auditores.

Em uma das mensagens obtidas pelos investigadores, de 2 de fevereiro de 2017, Fábio Abrate – então diretor financeiro e de relações com investidores da B2W, braço digital do grupo – diz que um dos bancos “errou a carta duas vezes”. “Estão confeccionando a terceira versão para mandar”.


“Vc é o cara!!”, comemora Marcio Cruz, então diretor comercial da B2W. “Muitooooo bom!!!”, escreve Barros.


Segundo a colaboração premiada do ex-diretor executivo financeiro Marcelo Nunes, a operação de risco sacado atingiu a cifra de R$ 14,1 bilhões em 2021.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo