terça-feira, 25 de junho de 2024

"Não há clima no Brasil para anistia pelo 8/1 ou para reverter inelegibilidade de Bolsonaro", diz Gilmar Mendes em Portugal

 

Ministro participa da 12ª edição do Fórum Jurídico do IDP (Instituto de Direito Público), em Portugal

Ministro do STF Gilmar Mendes
Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 Presente na 12ª edição do Fórum Jurídico do IDP (Instituto de Direito Público), em Portugal, o ministro do STF, Gilmar Mendes, declarou à imprensa do país europeu que não existe terreno para abrir guarda e flexibilizar com a extrema-direita brasileira, que provocou uma tentativa de golpe de estado culminando na invasão dos três poderes no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. 

"Não acredito que haja clima no Brasil para um debate sobre anistia diante da gravidade dos fatos que ocorreram", afirmou ele em entrevista à CNN Portugal.

Sobre a reversão da sentença que indica a inelegibilidade de Jair Bolsonaro por oito anos, contados a partir das eleições de 2022, Mendes não enxerga a possibilidade de reversão do caso. 

"Acho muito difícil. Vamos aguardar a deliberação do tribunal, mas tudo tende a manter a decisão que já foi tomada, essa tem sido a rotina em casos semelhantes", respondeu.

Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou um recurso de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro Walter Braga Netto, para reverter a condenação por abuso de poder político em 7 de Setembro de 2022, quando foi comemorado o Bicentenário da Independência.

Fonte: Brasil 247

Equipe econômica do governo avalia propor taxação de jogos de azar com 'imposto do pecado'

 

Debates sobre a regulamentação estão ocorrendo nas últimas semanas, no Congresso Nacional

Economista Bernard Appy
Economista Bernard Appy (Foto: Filipe Scotti/FIESC)

 A equipe econômica do governo federal está avaliando propor a taxação de jogos de azar com o imposto seletivo, conhecido de forma popular como "imposto do pecado". No entanto, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, ressalta que o tema exige cuidado. 

"É uma demanda de alguns deputados e nós estamos avaliando se faz sentido ou não. De novo, é a mesma questão que vem no caso do cigarro. Você tem que tributar sim, faz mal para a saúde, todo mundo sabe. Mas se você errar na mão, você estimula muito contrabando [jogos irregulares]. Então, a questão é saber como e se faz sentido essa tributação e calibrar isso de forma adequada. A gente tá fazendo junto com a Secretaria de Apostas lá do Ministério [da Fazenda]", disse ele ao G1.

 "Mas, a pedido dos parlamentares, a gente tá fazendo essa avaliação sim [de taxar com o imposto do pecado]", declarou ao ressaltar que ainda não há nenhuma posição definida pelo Ministério da Fazenda.

Debates sobre a regulamentação estão ocorrendo nas últimas semanas, no Congresso Nacional. O tributo em questão já foi aprovado no âmbito da reforma tributária, mas o texto ainda precisa ser regulamentado.

A premissa do novo tributo é direcionar a tributação para bens e serviços considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente, uma definição ampla que permite diversas interpretações, conforme destacam tributaristas. A equipe econômica enfatiza que o objetivo é regulatório, negando a possibilidade de o imposto ser utilizado para fins estritamente arrecadatórios.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1


Com recorde histórico de fogo, governo monta força-tarefa e Marina viaja ao Pantanal

 

O Pantanal brasileiro enfrenta o pior primeiro semestre da história em termos de queimadas

Marina Silva
Marina Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 O Pantanal brasileiro, reconhecido por sua vasta biodiversidade e paisagens deslumbrantes, enfrenta o pior primeiro semestre da história em termos de queimadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 3.372 focos de incêndio até a última segunda-feira (24). Este número supera significativamente o recorde anterior de 2.534 focos, ocorrido no primeiro semestre de 2020, informa o Metrópoles.

O monitoramento do bioma pelo Inpe, iniciado em junho de 1998, revelou que o dia 14 de junho de 2024 foi particularmente devastador, com 387 ocorrências registradas apenas nesse dia. A situação é alarmante, considerando que, em 2020, um terço da área do Pantanal foi consumida pelas chamas, um evento catastrófico que ainda repercute na fauna e na flora local.

Diante dessa situação crítica, o governo federal intensificou seus esforços. A segunda reunião da Sala de Situação Interministerial, liderada pela Casa Civil, ocorreu na mesma segunda-feira, com o objetivo de monitorar os incêndios no Pantanal e a seca na Amazônia, relata Ricardo Noblat, do Metrópoles. Esta reunião sublinhou a necessidade de ações rápidas e coordenadas, especialmente com a antecipação do pico das queimadas, que tradicionalmente ocorre em setembro.

O Ministério do Meio Ambiente, sob a liderança da ministra Marina Silva, declarou estado de emergência ambiental em abril devido ao risco de incêndios. "O MMA vem trabalhando desde outubro de 2023 e, mesmo com a antecipação do pico de incêndios, já estamos operando em plenas condições de ação", afirmou Marina, destacando a gravidade da situação.

Em resposta à crise, cerca de 500 combatentes foram destacados para o Pantanal, apoiados por duas bases de operações das Forças Armadas. Além disso, seis helicópteros e duas aeronaves, incluindo o KC 390, com capacidade para transportar 10 mil litros de água por voo, estão em plena atividade. O governo também considera a instalação de uma base avançada na estrada Transpantaneira para melhorar a logística e a resposta rápida aos focos de fogo.

Para reforçar a ação conjunta, as ministras Marina Silva e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) planejam visitar Corumbá, um dos municípios mais afetados pelos incêndios, na próxima sexta-feira (28). Corumbá é não só um epicentro de queimadas, mas também lidera em desmatamento na região. Tebet enfatizou a importância de uma resposta robusta e coordenada: "Nosso trabalho está integrado aos governos locais, e vamos ver de perto a situação que já estamos acompanhando diuturnamente. Não faltarão recursos, com responsabilidade, para salvarmos a maior planície alagável do mundo".

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

 

Lula se reúne com ministros para discutir novo Plano Safra, que pode passar de R$ 510 bilhões

 

Presidente se reúne com os ministros da Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário nesta terça-feira. Plano deverá ser lançado nesta semana

Lula
Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Paulo Whitaker/Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta terça-feira (25) com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlo Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) para decidir o valor final do Plano Safra 2024/25. Integrantes do governo ouvidos pela CNN Brasil teriam dito que o valor final do Plano Safra deve ultrapassar os R$ 510 bilhões, ante aos R$ 435,8 bilhões disponibilizados no ano passado.

Ainda conforme a reportagem, entidades representativas do agronegócio sugeriram ao governo um valor total de R$ 570 bilhões, sendo R$ 470 bilhões destinados a médios e grandes produtores e R$ 100 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). As solicitações das pastas de Agricultura e Desenvolvimento Agrário foram de R$ 452 bilhões e R$ 80 bilhões, respectivamente. No entanto, membros da equipe econômica indicaram que as demandas poderão não ser atendidas na totalidade.

O novo plano deve manter requisitos para práticas de produção ambientalmente sustentáveis, incluindo a redução das taxas de juros para projetos de recuperação de pastagens e incentivos para produtores que adotem práticas agropecuárias mais sustentáveis. A discussão sobre o seguro rural também está em pauta, especialmente após a recente tragédia ambiental que afetou o Rio Grande do Sul.

Inicialmente, o ministro Carlo Fávaro havia anunciado, via rede social, que o lançamento do Plano Safra ocorreria em Rondonópolis, Mato Grosso, com o objetivo de aproximar o presidente Lula do setor do agronegócio em uma região onde Jair Bolsonaro (PL) possui alta aprovação. Contudo, o evento foi cancelado e o lançamento será realizado em Brasília, no Palácio do Planalto, ainda nesta semana.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

 

Gleisi sobre Assange: 'vitória importante de todos que se uniram a ele em defesa da liberdade de informação' (vídeo)

 

Se fosse extraditado do Reino Unido para os EUA, o ativista australiano poderia ser condenado a até 175 anos de prisão. 'Sofreu perseguição descabida', afirmou a parlamentar

Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), defendeu nesta segunda-feira (24) o acordo entre o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e a Justiça dos Estados Unidos. Se fosse extraditado do Reino Unido para os EUA, o ativista australiano poderia ser condenado a até 175 anos de prisão.

"Julian Assange finalmente está livre, informa o Wikileaks! Vitória importante de todos que se uniram a ele em defesa da liberdade de informação e contra uma perseguição descabida e injusta", escreveu a parlamentar na rede social X. 

Autoridades norte-americanas acusaram o jornalista de vazar 700 mil documentos confidenciais desde 2010 após ele apontar irregularidades e violações de direitos humanos em atividades diplomático-militares norte-americanas, principalmente no Iraque e Afeganistão. 

O WikiLeaks é uma organização sem fins lucrativos que fica na Suécia. De acordo com a instituição, o australiano Julian Assange passou mais de cinco anos em uma cela de 2x3 metros e isolado 23 horas por dia no Reino Unido. 

julian-assangeJulian Assange. Foto: Reprodução/X

 

Fonte: Brasil 247

 

Boulos anuncia equipe de plano de governo com grandes nomes

 

Confira os nomes anunciados por Boulos para seu plano de governo

Guilherme Boulos
Guilherme Boulos (Foto: Reprodução/Facebook)

 O candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), divulgou nesta segunda-feira (25) importantes nomes de figuras públicas que irão compor o seu plano de governo.

Confira os nomes anunciados por Boulos:

Raquel Rolnik, Urbanismo;

Daniel Cara, Educação;

Cida Perez, Educação;

Joselicio Junior, Cultura;

Benedito Mariano, Segurança Pública;

Celso Carvalho, Meio Ambiente;

Marianne Pinotti, Saúde

Gonzalo Vecina, Saúde;

Andreia Batista, Igualdade Racial;

Aldaíza Sposati, Assistência Social;

Nathalia Oliveira, Direitos Humanos;

Rafael Calabria, Transporte Público;

Ana Camila Miguel, Orçamento Público

Ramatis Facino, Igualdade Racial;

Marco Antonio Rocha, Desenvolvimento Local;

Daniel Annenberg, Gestão e Inovação;

Ana Odila, Transporte Público; 

Eduardo Silva, Meio Ambiente.

Saiba mais - Pesquisa AtlasIntel/CNN sobre a corrida pela Prefeitura de São Paulo, divulgada nesta quarta-feira (19), mostra Guilherme Boulos (Psol) na liderança, com 35,7% das intenções de voto. A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-00609/2024, entrevistou 2.220 eleitores paulistanos entre os dias 10 e 11 de junho, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%.

O levantamento posiciona o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), na segunda colocação, com 23,4%. Desde a pesquisa anterior, realizada em 28 de maio, Nunes teve um crescimento significativo, subindo 2,9 pontos percentuais em relação aos 20,5% que detinha anteriormente.

Pablo Marçal (PRTB) vem em terceiro lugar com 12,6%, seguido por Tabata Amaral (PSB) com 10,7%. Marçal também apresentou um aumento acima da margem de erro, ganhando 2,2 pontos percentuais em comparação com o levantamento de maio.

  • Guilherme Boulos (Psol): 35,7%;
  • Ricardo Nunes (MDB): 23,4%;
  • Pablo Marçal (PRTB): 12,6%;
  • Tabata Amaral (PSB): 10,7%;
  • Kim Kataguiri (União): 6,9%;
  • José Luiz Datena (PSDB): 5,8%;
  • Marina Helena (Novo): 2%;
  • Altino Prazeres Júnior (PSTU): 0%.

 

Fonte: Brasil 247

 

 

WikiLeaks posta foto de Julian Assange em avião a caminho das Ilhas Marianas do Norte; veja

 

Assange deve se declarar culpado na quarta-feira (26) de uma acusação de violação da lei de espionagem dos EUA, em um acordo que permitirá seu retorno à Austrália

Julian Assange
Julian Assange (Foto: Reprodução/X/@brealt)

 A conta do WikiLeaks na rede social X (antigo Twitter) divulgou uma foto de Julian Assange já no avião que o levará às Ilhas Marianas do Norte, após o ativista ser libertado da prisão na Inglaterra.

Assange deve se declarar culpado na quarta-feira (26) de uma acusação de violação da lei de espionagem dos EUA, em um acordo que permitirá seu retorno à Austrália, encerrando uma odisseia legal de 14 anos que poderia tê-lo condenado a muitas décadas de prisão.

As autoridades dos EUA em 2019 acusaram Assange de 18 crimes, incluindo conspiração com a ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning, para obter informações confidenciais e publicar ilegalmente os nomes de fontes classificadas.

Vários grupos de direitos, organizações de mídia importantes e líderes de países como México, Brasil e Austrália pediram que as acusações contra Assange fossem retiradas.


Saiba mais 

Do Wikileaks – Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho, depois de ter passado 1.901 dias lá. Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido.

Este é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas. Isto criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado. Forneceremos mais informações o mais breve possível.

Depois de mais de cinco anos numa cela de 2x3 metros, isolado 23 horas por dia, ele em breve se reunirá com sua esposa Stella Assange e seus filhos, que só conheceram o pai atrás das grades.

O WikiLeaks publicou histórias inovadoras sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, responsabilizando os poderosos pelas suas ações. Como editor-chefe, Julian pagou caro por esses princípios e pelo direito do povo de saber.

Ao regressar à Austrália, agradecemos a todos os que nos apoiaram, lutaram por nós e permaneceram completamente empenhados na luta pela sua liberdade.

Fonte: Brasil 247

 

PF analisa celulares de Wassef antes de concluir inquérito do caso das joias

 

São investigados crimes como peculato e organização criminosa. Jair Bolsonaro deverá ser indiciado

Jair Bolsonaro e Frederick Wassef
Jair Bolsonaro e Frederick Wassef (Foto: Reuters | Reprodução)

 As investigações da Polícia Federal (PF) sobre a venda ilegal de presentes dados ao Estado brasileiro em viagens oficiais de Jair Bolsonaro (PL) continuam a avançar. A mais recente etapa do inquérito envolve a análise minuciosa do conteúdo dos celulares do advogado Frederick Wassef, que representa Bolsonaro. Esta análise é crucial para esclarecer as transações e atividades relacionadas à venda de presentes dados ao Estado brasileiro.

Os peritos da PF estão focados em vasculhar fotos, vídeos, mensagens de texto e áudio presentes nos aparelhos de Wassef. A detida análise desse material, segundo fontes da investigação, é uma das razões para o prolongamento da conclusão do relatório final, informa o jornal O Globo.

Frederick Wassef está sendo investigado por sua suposta participação na recompra de um relógio Rolex, dado a Bolsonaro pelo governo saudita. O Rolex teria sido previamente vendido pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, a uma joalheria americana.

Wassef, que não respondeu aos contatos para comentar a investigação, já havia afirmado em depoimento em São Paulo, em agosto de 2023, que a transação foi legítima e declarou-a à Receita Federal. Ele apresentou recibos que detalham a compra por US$ 49 mil e um saque de US$ 35 mil, alegando que a compra foi feita com seus próprios recursos.

Na última semana, a PF realizou novas diligências e colheu um novo depoimento de Mauro Cid para esclarecer a suposta negociação de outra joia, identificada através de uma cooperação com o FBI, dos Estados Unidos. Durante investigações em Miami, Wilson Grove e Nova York, a PF, em conjunto com o FBI, obteve acesso a comerciantes locais, câmeras de segurança e documentos financeiros que poderiam corroborar as alegações sobre a venda de uma nova joia.

"Foi nessa diligência do exterior, com a equipe do FBI, que se teve notícia dessa nova joia negociada e que não estava no foco da investigação. Houve um encontro de um novo bem vendido no exterior e isso talvez tenha sido um dos fatores para atrasar a conclusão do inquérito. Esse encontro robustece a investigação que se iniciou desde a apreensão no aeroporto", disse há duas semanas o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

O delegado Ricardo Andrade Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor), enfatizou que a identificação dessa nova joia pode agravar as penas dos investigados, caso sejam condenados. A investigação considera crimes como peculato e formação de organização criminosa.

De acordo com a PF, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram vender ao menos quatro itens de luxo recebidos em nome do Estado brasileiro, sendo dois provenientes da Arábia Saudita e dois do Bahrein. Entre os itens negociados estão relógios de marcas renomadas como Rolex e Patek Phillipe. Um desses relógios foi vendido à empresa Precision Watches por US$ 68 mil, valor equivalente a cerca de R$ 347 mil na cotação da época.

Mauro Cid esteve diretamente envolvido em uma dessas vendas, visitando pessoalmente uma loja em Willow Grove para realizar a transação. Uma foto do comprovante de depósito foi encontrada em seu celular, servindo como evidência da transação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

“Assange está livre, mas EUA conseguiram criminalizar o jornalismo”, diz Robert Kennedy Jr


“O estado de segurança impôs um precedente horrível e desferiu um grande golpe na liberdade de imprensa”

Robert F. Kennedy Jr.
Robert F. Kennedy Jr. (Foto: Brian Snyder/Reuters)

 “Julian Assange fechou um acordo judicial e ficará em liberdade! Estou muito feliz. Ele é um herói geracional”, escreveu na rede social X Robert Kennedy Jr.

Kennedy Jr, porém, faz uma ressalva: “A má notícia é que ele teve de se declarar culpado de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional. O que significa que o estado de segurança dos EUA conseguiu criminalizar o jornalismo e alargar a sua jurisdição globalmente a não-cidadãos.”

“Julian teve que aceitar isso. Ele tem problemas cardíacos e teria morrido na prisão. Mas o estado de segurança impôs um precedente horrível e desferiu um grande golpe na liberdade de imprensa.”

Fonte: Brasil 247

Advogados e defensores da liberdade de expressão comemoram libertação de Assange, mas dizem que foi criado grave precedente

 

Perseguição a Assange abriu caminho para que jornalistas sejam julgados sob a Lei de Espionagem

Manifestantes pedem liberdade a Julian Assange
Manifestantes pedem liberdade a Julian Assange (Foto: Reuters/Hollie Adams)

Reuters - Organizações de liberdade de expressão comemoraram a notícia desta segunda-feira sobre a libertação do fundador do Wikileaks, Julian Assange, da prisão na Grã-Bretanha, mas afirmaram que o caso dos EUA ainda criou um mau precedente ao puni-lo por tanto tempo.

Assange deve se declarar culpado na quarta-feira (26) de uma acusação de violação da lei de espionagem dos EUA, em um acordo que permitirá seu retorno à Austrália, encerrando uma odisseia legal de 14 anos que poderia tê-lo condenado a muitas décadas de prisão.

As autoridades dos EUA em 2019 acusaram Assange de 18 crimes, incluindo conspiração com a ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning, para obter informações confidenciais e publicar ilegalmente os nomes de fontes classificadas.

Vários grupos de direitos, organizações de mídia importantes e líderes de países como México, Brasil e Austrália pediram que as acusações contra Assange fossem retiradas.

Entre os que comemoraram sua libertação estavam o grupo de defesa Comitê para a Proteção dos Jornalistas e a organização de liberdade de expressão Knight First Amendment Institute da Universidade de Columbia.

"Julian Assange enfrentou uma acusação que teve graves implicações para jornalistas e a liberdade de imprensa em todo o mundo", disse a CEO do CPJ, Jodie Ginsberg, em um comunicado.

Os apoiadores de Assange dizem que ele é um herói que foi vitimizado porque expôs erros dos EUA e supostos crimes de guerra, inclusive em conflitos no Afeganistão e no Iraque. Washington afirma que a divulgação de documentos que ele ajudou a publicar colocou vidas em perigo.

"Embora recebamos com satisfação o fim de sua detenção, a perseguição dos EUA a Assange criou um precedente legal prejudicial ao abrir caminho para que jornalistas sejam julgados sob a Lei de Espionagem se receberem material confidencial de denunciantes. Isso nunca deveria ter acontecido", disse Ginsberg.

Sentimentos semelhantes foram ecoados por Jameel Jaffer, diretor executivo do Knight First Amendment Institute.

"Um acordo de confissão evitaria o pior cenário para a liberdade de imprensa, mas esse acordo contempla que Assange terá cumprido cinco anos de prisão por atividades que jornalistas realizam todos os dias", disse Jaffer em um comunicado enviado por e-mail.

"Isso lançará uma longa sombra sobre os tipos mais importantes de jornalismo, não apenas neste país (EUA), mas ao redor do mundo", disse Jaffer.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

 


Relembre o que é o WikiLeaks e por que Assange foi injustamente preso

 

Assange foi preso em dezembro de 2010 na Grã-Bretanha com um mandado europeu

Campanha pela libertação de Assange
Campanha pela libertação de Assange (Foto: Reuters)

Reuters - Em seu site, WikiLeaks se apresenta como uma organização de mídia multinacional que se especializa em analisar e publicar bancos de dados de materiais censurados ou de outra forma restritos, envolvendo guerras, espionagem e corrupção. Foi fundado por Assange em 2006 e lista várias organizações de mídia internacionais entre seus co-editores, parceiros de pesquisa e financiadores. Também afirma ser uma organização sem fins lucrativos financiada por doações públicas. "WikiLeaks é uma biblioteca gigante dos documentos mais perseguidos do mundo", disse Assange sobre a organização em uma entrevista ao jornal alemão Der Spiegel em 2015. "Damos asilo a esses documentos, os analisamos, os promovemos e obtemos mais."

Os vazamentos mais controversos do WikiLeaks apresentaram documentos e vídeos classificados do exército dos EUA da guerra no Irã e no Afeganistão no início e meados dos anos 2000, que segundo eles destacaram questões como abuso de prisioneiros sob custódia dos EUA, violações de direitos humanos e mortes de civis. 

As autoridades dos EUA disseram que os vazamentos foram imprudentes, prejudicaram a segurança nacional e colocaram em perigo a vida de agentes. 

Muitos apoiadores de Assange disseram que o site defendia a liberdade de expressão e que as tentativas de processá-lo eram um ataque ao jornalismo. 

O que o Wikileaks publicou que causou tanta polêmica? 

Em abril de 2010, o WikiLeaks divulgou um vídeo mostrando um ataque de helicóptero dos EUA em 2007 que matou uma dúzia de pessoas em Bagdá, incluindo dois funcionários da Reuters. Em junho, um especialista militar dos EUA chamado Bradley Manning foi preso por liberar o vídeo classificado.

Três meses depois, o WikiLeaks divulgou mais de 91.000 documentos, a maioria dos quais eram relatórios militares secretos dos EUA sobre a guerra no Afeganistão. Isso foi seguido, em outubro, pela divulgação de cerca de 400.000 arquivos militares classificados dos EUA que relataram a guerra no Iraque de 2004 a 2009. As divulgações foram o maior vazamento desse tipo na história militar dos EUA. Mais tarde, naquele mesmo ano, o WikiLeaks divulgou milhares de telegramas diplomáticos dos EUA que incluíam opiniões francas sobre líderes estrangeiros e avaliações diretas de ameaças à segurança. Esses incluíam telegramas do ex-rei da Arábia Saudita, Abdullah, instando repetidamente os Estados Unidos a atacar o programa nuclear do Irã e outros sobre a China direcionando ciberataques aos Estados Unidos. Nesse meio tempo, Assange estava lutando contra uma ordem de um tribunal sueco para detê-lo como resultado de uma investigação sobre alegações de estupro, molestamento sexual e coerção ilegal. 

Ele foi preso em dezembro de 2010 na Grã-Bretanha com um mandado europeu. Assange negou as alegações e disse desde o início que era um pretexto para extraditá-lo para os Estados Unidos para enfrentar acusações relacionadas às divulgações do WikiLeaks. Em 2011, o WikiLeaks divulgou milhares de telegramas diplomáticos dos EUA previamente não publicados de seu acervo de mais de 250.000 relatórios do Departamento de Estado.

Fonte: Brasil 247 com Reuters