Presidente nacional do PT também criticou a "cobertura
econômica totalmente enviesada" da imprensa neoliberal
A presidente nacional
do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais nesta sexta-feira
(21) contestar o recente editorial da Folha de S. Paulo que ataca Lula por
conta das críticas do presidente à elevada taxa de juros mantida pelo Banco Central
e ao presidente da autoridade monetária, o bolsonarista Roberto Campos
Neto.
Lula vem criticando o Banco Central por conta da
resistência de Campos Neto em reduzir a taxa Selic. Na mais recente reunião do
Copom, a taxa básica foi mantida em 10,5%, encerrando um longo ciclo de cortes
modestos. O presidente também vem criticando Campos Neto por conta de suas
articulações políticas.
Para Glesi, o editorial da Folha ignora as irregularidades
cometidas por Campos Neto e busca defender a Selic em patamares elevados, algo
que somente beneficia os rentistas. "Não, Folha, o BC 'autônomo' não
protege Lula. Protege os especuladores e as ricas elites que ganham muito, mas
muito dinheiro, em cima da maior taxa de juros do planeta. Uma taxa mantida
artificialmente, na marra mesmo, com apoio de editoriais como os de hoje e de
uma cobertura econômica totalmente enviesada, que ignora os fatos econômicos
para se manter fiel aos dogmas do neoliberalismo. O que vocês chamam de
'autonomia' do BC é a subserviência aos interesses do mercado, dos bancos e das
corporações que a mídia representa", escreveu Gleisi em postagem no X
(antigo Twitter).
Mais cedo, a Folha publicou o editorial 'BC autônomo
protege Lula de si mesmo', escrevendo que "o BC autônomo protege Lula de
si mesmo, e o país do mandonismo do presidente da República. A depender dele, a
política monetária estaria tão desacreditada quanto a fiscal".
Parlamentar questionou a sinalização do presidente do BC,
Roberto Campos Neto, de que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual
governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas
O deputado federal
Lindbergh Farias (PT-RJ) usou as redes sociais para questionar a suposta
autonomia do Banco Central devido à recente movimentação política feita pelo
presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que sinalizou que poderá
aceitar ser o ministro da Fazenda, caso o governador de São Paulo, Tarcisio de
Freitas (republicanos), venha a ocupar a chefia do Executivo Federal.
“A autonomia do Banco Central foi criada, em tese, para
proteger essa instituição de ingerências políticas. Mas o que acontece quando
seu presidente é um político como Campos Neto? Alguém que é da oposição e que
conspira contra o governo. Que se articula para ser ministro da Economia do
candidato da oposição? Como o BC se protege disso? Como o BC se protege contra
as ingerência políticas dos rentistas e da mídia vassala do poder financeiro?
Que raios de autonomia é essa?”, escreveu Lindbergh na rede social X, antigo
Twitter.
Nesta quinta-ra (20), o Comitê de Política Monetária (Copom)
manteve a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 10,5%,o segundo maior juro
real do mundo, atrás apenas da Rússia. As altas taxas de juros reduzem os
investimentos e prejudicam o acesso ao crédito, além de atingir diretamente a
população.
A autonomia do Banco Central, formalizada em lei durante o
governo Bolsonaro, é outro ponto de controvérsia. O PT teme que essa autonomia
limite a capacidade do governo de implementar políticas econômicas mais
expansivas, que poderiam, na visão do partido, estimular o crescimento e
reduzir a desigualdade. Eles argumentam que a autonomia pode fazer com que o
Banco Central priorize o controle da inflação em detrimento de outros objetivos
econômicos, como o emprego e o crescimento. Além disso, o Brasil tem gasto R$
800 bilhões ao ano com o serviço da dívida.
Presidente criticou as articulações políticas do presidente da
autoridade monetária após a manutenção da Selic em 10,5%
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (21) que o Brasil deve retornar
à normalidade econômica total após o mandato do presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, em cerca de seis meses.
Em entrevista à rádio Mirante News, em São Luís (MA), Lula
afirmou que a recente alta do dólar não preocupa o governo federal, e que
Campos Neto 'é um adversário político, ideológico e do modelo de governança que
temos. Ele faz questão de mostrar que não está preocupado com nossa
governança'.
O presidente afirmou ainda que a
indicação do sucessor de Campos Neto irá melhorar o ambiente econômico, e
ressaltou que os movimentos especulativos não vão alterar as dinâmicas
positivas da economia brasileira.
Segundo o presidente, até que as acusações sejam provadas, o
ministro é inocente
O presidente Lula
afirmou nesta sexta-feira (21) que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho
(União Brasil), exerce um bom trabalho na pasta, e defendeu a permanência do
político no governo em meio ao seu indiciamento por conta de um suposto esquema
de corrupção.
A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações,
suspeito de uso indevido de recursos públicos para a pavimentação de estradas
que dão acesso a propriedades de sua família na cidade de Vitorino Freire (MA).
Em nota, o ministro alegou inocência.
"Todo cidadão é inocente até prova
contrária. Se o indiciamento não foi seguido, tenho que aguardar o
processo", disse Lula em entrevista à Rádio Mirante News, em São Luís
(MA). "Trabalho com a ideia de que todo ser humano não é totalmente mau ou
bom. Juscelino faz um ótimo trabalho no ministério".
Jurista afirmou em entrevista que o julgamento de Bolsonaro pelo
Supremo Tribunal Federal também se aproxima. Assista na TV 247
O advogado e cientista político
Fernando Fernandes falou em entrevista à TV 247 sobre o andamento das
investigações envolvendo contra Jair Bolsonaro pela tentativa fracassada de
golpe de Estado. Ele previu que novas denúncias são iminentes e que o ex-capitão
não poderá escapar desta vez.
O jurista também destacou as investigações contra
Bolsonaro pelo escândalo das joias árabes: "Quando completamos um ano da
tentativa de golpe, nós já tínhamos condenados pelo Supremo. Agora, com um ano
e seis meses, continuam os processos em relação aos outros golpistas. Portanto,
em tempo recorde. A finalização das investigações sobre Bolsonaro continua em
pé. Não tenho dúvidas de que a questão das joias é muito evidente. Não existe
complexidade nenhuma. Ficou evidente o cometimento de crimes por Bolsonaro. Por
isso concluo que a denúncia está chegando perto. Essa e outras, que certamente
até o fim do ano, nós vamos ter desdobramentos em relação ao envolvimento do
ex-presidente na tentativa de golpe de Estado. A situação de Bolsonaro está
complicada. O fim desses inquéritos demonstra que o STF está se preparando para
julgá-lo", afirmou.
Segundo ele, a intenção do STF é julgar
Bolsonaro, que já está inelegível, antes das próximas eleições presidenciais,
em 2026.
"Eu acho que os procedimentos na justiça estão sendo rápidos.
Nós
é que estamos em estado pós-traumático. Queremos o resultado o mais rápido
possível. Se Bolsonaro for denunciado antes do fim do ano, mais algumas
denúncias no início de 2025, nós certamente vamos ter um processo que se
iniciará de maneira muito rápida. O STF está se preparando para que antes das
próximas eleições presidenciais já haja condenações contra ele".
Presidente defendeu mais jogadores que atuam no Brasil na equipe
O presidente Lula não
poupou críticas à Seleção Brasileira, afirmando que é difícil reconhecer os
jogadores da equipe atualmente, uma vez que a grande parte deles faz carreira
na Europa e é distanciada da torcida brasileira.
"A seleção não tem mais os melhores. Quem é convocado
é quem está no exterior, e não quem está no Brasil", criticou Lula em
entrevista à rádio Mirante News, em São Luís (MA), nesta sexta-feira
(21).
Ele defendeu que a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) forme uma nova equipe contendo somente jogadores
que atuam no Brasil. "Está na hora de a CBF convocar uma seleção com os
melhores jogadores atuando no Brasil. Vamos montar um time nosso, das pessoas
que sentem pelo Brasil. Estamos perdendo identidade", acrescentou.
A proposta é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ),
da bancada evangélica
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “absurda” a criação do projeto de
lei que equipara o aborto legal ao crime de homicídio, conhecido como ‘PL do
estupro’. A declaração foi feita nesta sexta-feira (21) em entrevista à rádio
Mirante News, de São Luís (MA).
“O cidadão criar uma lei impensável que pune a vítima de
estupro que faz um aborto com uma pena maior do que a de quem estupra é absurdo
para uma pessoa de juízo perfeito”, afirmou.
O ‘PL do estupro’ tramita em regime de
urgência na Câmara desde a quarta-feira (12). A proposta é de autoria do
deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da bancada evangélica.
Economista afirma em entrevista à TV 247 que a manutenção dos
juros altos faz necessária uma investigação séria contra o BC. Assista
O economista Paulo Nogueira Batista fez duras críticas, em
entrevista à TV 247, à atual política monetária do Banco Central e à sua
suposta autonomia. Ele destacou a necessidade de maior transparência e
alinhamento com o governo eleito pelo povo, após a autoridade monetária decidir
manter a taxa Selic em 10,5%, encerrando um longo ciclo de cortes moderados nos
juros básicos.
Segundo ele, a taxa de juros atual é exorbitante e não há
fundamentos para sustentá-la, tendo em vista que a inflação gira em torno de
4%. "Está certamente entre as maiores taxas de juros do mundo. Isso tem
consequências macroeconômicas e sociais bastante importantes, pode ajudar a
combater a inflação, mas há um custo alto em termos de dinamismo econômico, em
redução de investimentos, desequilíbrio das contas públicas do governo. É
também um mecanismo de concentração de renda. É o paraíso dos rentistas, é uma
bolsa família gigantesca para os super ricos. Anula boa parte do esforço que se
faz para melhorar a distribuição de renda", analisou o economista.
Nogueira expressou sua oposição à suposta autonomia do Banco
Central, especialmente com mandatos não coincidentes com o do presidente da
república, conforme estabelecido por lei em 2021. Os antagonismos gerados pela
indicação do bolsonarista Roberto Campos Neto para comandar o BC, feita por
Jair Bolsonaro, eram inevitáveis, apontou.
"Eu sempre fui contra essa autonomia do Banco
Central, sobretudo com mandatos não coincidentes com o do presidente da
república, que foi o que fizeram na lei complementar de 2021. Então o
presidente eleito é obrigado a conviver com o indicado pelo seu antecessor por
dois anos. É sempre um problema. Em um quadro de polarização política, é um
problema enorme, porque a falta de sintonia entre a autoridade monetária e o
governo eleito é aguda", disse.
Para Nogueira, os novos indicados pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem promover mudanças significativas na
instituição. "Os indicados pelo Lula têm que entender que não é para
continuar do mesmo jeito. Temos que abrir a caixa-preta do BC, que não tem
transparência, que não explica o que acontece lá dentro. Não se explica porque
tem que ter essa taxa de juros".
Deputada critica em entrevista o Projeto de Lei 1904/24 e
destaca as consequências negativas para as mulheres mais vulneráveis. Assista
na TV 247
A deputada federal Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) manifestou em entrevista à TV 247 sua forte oposição ao
Projeto de Lei 1904/24, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao
homicídio. Segundo Feghali, a proposta, que teve sua urgência aprovada na
Câmara, representa um retrocesso em relação à legislação vigente e coloca em
risco os direitos das mulheres.
Ela salienta que a suspensão temporária da votação pela
Câmara representa apenas uma vitória momentânea na defesa dos direitos das
mulheres, e lançou um alerta. "Esse projeto tem que ir para gaveta, ainda
não ganhamos", afirmou a deputada, destacando as graves consequências para
as mulheres de classes sociais mais baixas e para aquelas que são vítimas de
violência sexual.
"No PL 1904 eles nos levam para trás do código de 1940. O
projeto traz o aborto legal por estupro para a ilegalidade. É a bancada da
Idade Média".
Feghali ainda criticou a equiparação do aborto ao
homicídio, argumentando que a medida visa aumentar a penalidade para as
mulheres. "O conjunto do projeto é muito ruim, porque compara o aborto ao
homicídio, só para aumentar a pena das mulheres. Esse projeto tem recorte de
classe, de raça, porque as mulheres que têm dinheiro não morrem de aborto, e as
meninas que são violentadas são as que demoram a recorrer ao acesso do aborto
legal".
"Temporariamente é uma vitória, no
sentido de não deixar votar, mas foi apontada uma comissão para o segundo
semestre. Eu não sei quando será formada, mas de qualquer modo, apontar uma
comissão e apontar depois um relator é manter esse debate vivo. Eu não acho que
a sociedade esteja preocupada com esse debate. Quem acha que a sociedade está
preocupada em discutir aumentar a pena de mulher que fez aborto? Ninguém. Só
essas figuras. Para o autor e as pessoas que o acompanham, não tem problema
eles serem criticados, eles querem consolidar o apoio do eleitorado
conservador. Eles acham ótimo aparecer na televisão, desviar a atenção para
pautas como essa ajuda a consolidar o eleitorado deles", acrescentou.
Declaração foi dada nesta 6ª em entrevista à Rádio Meio FM, de Teresina (PI); concorrência foi anulada por indícios de irregularidades
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (21) que a anulação do leilão do arroz se deu porque houve uma “falcatrua numa empresa”.
Lula se referiu à polêmica concorrência para compra do arroz importado, que acabou cancelada após indícios de irregularidades e culminou na demissão do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller (leia mais abaixo). O governo pretende fazer um novo leilão.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. E depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. Por que eu vou importar? Porque o arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá pra ser um preço exorbitante”, argumentou Lula.
“Vamos inclusive financiar áreas de outros estados produtivas de arroz para não ficar dependendo apenas de uma região. Vamos oferecer um direito dos caras comprar e a gente vai dar uma garantia de preço para que as pessoas não tenham prejuízo”, completou o presidente.
A declaração foi dada em entrevista à Rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí.
A demissão de Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola, foi anunciada pelo ministro da Agricultura Carlos Fávaro na semana passada.
Na ocasião, Fávaro disse que o próprio secretário havia pedido demissão. À imprensa, Geller negou ter pedido a saída da pasta.
Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão.
Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência.
Leilão anulado
O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal no dia 11 de junho após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.
Em relação à capacidade técnica das vencedoras, o que se tem apontado é que três das quatro vencedoras não são do ramo de arroz ou de importação, o que, segundo analistas de mercado, poderia gerar problemas na operação.
Essas empresas receberiam recursos do governo para importar e entregariam o produto em unidades da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Por outro lado, nenhuma companhia tradicional participou do leilão, segundo uma das bolsas que operou a negociação.
A Conab explicou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.
O arroz seria vendido em pacotes de 5 quilos por um preço tabelado de R$ 20 e teria o rótulo do governo. Nos supermercados de São Paulo, o pacote de 5 quilos tem sido vendido, em média, por R$ 30.
O governo decidiu importar arroz poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul para evitar alta nos preços do alimento, diante da dificuldade pela qual o estado passava para transportar o grão para o restante do país
A decisão contrariou os produtores, que têm afirmado que há arroz suficiente para abastecer o Brasil. O RS é responsável por 70% da produção nacional do grão e já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira
O Brasil tinha, em 2023, um total de 29,9 milhões de trabalhadores por conta própria ou que atuavam como empregadores, mostram os dados completos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
Entre esses conta própria e empregadores 33% estavam em empreendimentos registrados no CNPJ, com queda em relação a 2022 (34,2%), mas ainda assim sendo a segunda maior taxa da série histórica.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, a queda em relação a 2022 pode ser explicada pela expansão da formalização de trabalhadores por meio da carteira de trabalho assinada.
— A gente tinha uma trajetória de crescimento da cobertura de CNPJ pelos anos de 2012, 2015 e 2019, que foi interrompida quando esse número começou a diminuir em 2022. Tudo parece indicar que quem puxou esse CNPJ para baixo foram os trabalhadores por conta própria. A gente vem observando o crescimento tanto do empregado com carteira quanto do sem carteira, ao passo em que o conta própria ficou mais estagnado. Essa tendência de retração do CNPJ para os trabalhadores por conta própria foi mais observada nos setores de comércio, construção e serviços — explica.
Em queda desde 2015, o percentual de empregados com carteira assinada no setor privado voltou a crescer em 2023, chegando a 37,4% da população ocupada, contra 36,3% em 2022. O número desses trabalhadores em 2023 (37,7 milhões) foi o maior da série, mas ainda assim, em termos percentuais, menor que a marca registrada em 2014 (39,5%).
Presidente, entretanto, pondera: “essa promessa de que [legalizar os jogos] vai gerar 2 milhões de empregos não é verdade”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai sancionar a legalização de bingos, cassinos e jogo do bicho, se a proposta for aprovada no Congresso. Em tramitação há mais de um ano no colegiado, o projeto de lei que autoriza a prática foi aprovado em votação apertada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última quarta-feira.
Lula dá nova entrevista à rádio Meio em Teresina antes de cumprir compromissos no Piauí nesta sexta-feira, 21. É a terceira entrevista do tipo do presidente nesta semana.
— Se o Congresso aprovar e for feito acordo, não tem porque não sancionar. Mas não é isso que vai resolver problema do Brasil. Essa promessa de que vai gerar 2 milhões de empregos não é verdade — disse.
O presidente afirmou que, apesar de não ser favorável a jogos, não vê apostas “como um crime”.
— Fazer cassino é proibido. Mas e a jogatina que você tem hoje na televisão, no esporte? Criança com celular na mão fazendo aposta o dia inteiro, quem é que segura isso? — declarou.
Cuidado nas eleições
O presidente voltou a afirmar que vai se movimentar com cautela nas eleições municipais, para evitar indisposições com os partidos que o apoiam no Congresso.
— Tenho que ter cuidado nas eleições para prefeito pelo seguinte. Tenho uma base de apoio muito heterogênea no Congresso. Na medida em que tiver partido que no Congresso me apoia em divergência profunda com partido lançando candidatura, como o PT, eu vou ter que decidir se venho ou nao venho.
Reforma ministerial
Lula também minimizou a possibilidade de uma mexida no primeiro escalão agora, possibilidade que vem sendo levantada por uma parcela dos seus aliados, diante das derrotas recentes do governo.
— Não vejo necessidade de reforma ministerial, estou satisfeito com meus ministros. Estou com o governo muito bom. Não vejo necessidade agora, mas presidente pode tirar e pôr na hora que quiser. Mas estamos iindo bem.
Críticas a Bolsonaro
O presidente também voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro na entrevista, afirmando que o antigo chefe do Executivo planejava “um projeto de poder autoritário” para o país:
— Na verdade, ele tinha um projeto de poder autoritário, tanto que em qualquer vaga ele colocava um militar. E não um militar digno, mas um da turma dele. Eu poderia ter mostrado toda a podridão do governo Bolsonaro na transição, mas não quis (…) para ninguém dizer que eu estava radicalizando.
Nas entrevistas anteriores, ele criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano.
Após passar pelo Ceará, Lula encerra o giro no Nordeste com visitas ao Piauí e Maranhão nesta sexta-feira. Ele vai anunciar investimentos em diversos setores, entre eles portuário, elétrico e esportivo.
O presidente participa, durante a manhã, do encerramento da 10ª edição da Caravana Federativa em Teresina (PI). Lula vai anunciar investimentos nas áreas portuária e de transformação digital, além de cessões da Secretaria de Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
À tarde, Lula vai a São Luís (MA) para anunciar a implantação do corredor de transporte público na Avenida Litorânea e do polo receptor de energias renováveis de Graça Aranha. Será o primeiro encontro público dele com o ministro Juscelino Filho (Comunicações) desde que o titular da pasta foi indiciado pela Polícia Federal.
A Litorânea é uma via estratégica para a mobilidade urbana da capital maranhense, um eixo de transporte público que serve como alternativa às rotas congestionadas do centro. Serão investidos R$ 237 milhões na implementação de uma faixa exclusiva para ônibus na via, ampliando a conectividade regional e integrando dois importantes polos urbanos na área metropolitana.
Já o polo receptor de energias renováveis tem previsão de R$ 9 bilhões em investimentos no Maranhão, para a construção de 602 km de linha de transmissão, atravessando 14 municípios maranhenses. Segundo o governo federal, a construção deve gerar 3 mil empregos diretos e 9 mil indiretos.
Fonte: Agendas do Poder
Na cerimônia ainda também serão apresentados o termo de compromisso para a expansão do programa Luz para Todos para quase 10 mil unidades consumidoras e a ordem de empenho dos espaços esportivos comunitários do Maranhão