O presidente também defendeu a continuidade dos investimentos no setor cultural e destacou a importância da parceria com a ministra Margareth Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) defendeu nesta quarta-feira (19) mais investimentos na produção cultural
voltada para linguagens audiovisuais. "Um país que não tem cultura não se
transforma, o povo não é povo, é massa de manobra", disse o chefe de
Estado, que também procurou tranquilizar a plateia sobre o crescimento
econômico. "Você não colhe jabuticaba no dia em que você planta. Você
aduba, joga água, espera e vai colher. Este é o ano da colheita das políticas
que nós queremos construir", afirmou Lula durante evento na Barra da
Tijuca, Zona Oeste do município do Rio, em comemoração ao Dia do Cinema
Brasileiro. Há 126 anos, em 19 de junho de 1898, Afonso Segreto, um italiano
radicado no Brasil, registrou as primeiras imagens do país, estabelecendo 19 de
junho como o Dia do Cinema Brasileiro.
O setor cultural do país vai contar com
um orçamento de mais de R$ 1,3 bilhão do Novo Plano de Aceleração do
Crescimento, lançado em agosto do ano passado, com previsão de R$ 1,7 trilhão
de investimento em todos os estados do Brasil. Os investimentos previstos no
Novo PAC com recursos do Orçamento Geral da União (OGU) somam R$ 371 bilhões; o
das empresas estatais, R$ 343 bilhões; financiamentos, R$ 362 bilhões; e setor
privado, R$ 612 bilhões. O valor acima de R$ 1 bilhão foi destacado pela
ministra da Cultura, Margareth Menezes, no ano passado.
Em 2023, 161 longas-metragens nacionais e 254 estrangeiros
estrearam nos cinemas brasileiros, um total de 415 estreias, o que representou
8% em comparação com o ano anterior. A participação de mercado do filme
nacional foi de 3,2% do público (3,6 milhões de espectadores), de acordo com o
informe 2023 do mercado cinematográfico da Agência Nacional de Cinema (Ancine).
Em seu discurso, Lula mencionou a parceria dele com a
ministra da Cultura, Margareth Menezes. "Margareth sabe: não faltará
disposição para que a cultura se transforme numa indústria não apenas de
cultura, mas para gerar oportunidade para milhões de pessoas, que poderão
alcançar o que talvez não alcançaria em outra atividade. A cultura exige
inteligência, criatividade, perspicácia e competência".
Segundo a pasta da Cultura, desde 2023, a Secretaria do
Audiovisual (SAV) promoveu várias chamadas públicas: três para produção de
curtas-metragens, Duas de intercâmbio para formação e circulação no exterior e
Uma para curtas-metragens resultantes de Trabalhos de Conclusão de Curso
(TCCs).
No total, foram aprovados 100 projetos com um investimento
de R$ 6,1 milhões. Em parceria com a Ancine, a SAV lançou o Edital Ruth de
Souza, com R$ 36 milhões destinados à produção de longas-metragens de ficção
dirigidos por mulheres cis ou transgênero estreantes, selecionando 18 projetos.
De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o ano de
2023 registrou investimento de R$ 1,3 bilhão para a produção de conteúdo
nacional, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Para 2024 estão
previstos novos investimentos, no valor de R$ 1,6 bilhão, para a produção de
filmes e séries brasileiras, o maior da série histórica.
Entre as ações em andamento, destaca-se o investimento em coproduções internacionais, no valor de R$ 200 milhões, o maior já disponibilizado para a ação, e que recebeu 476 projetos, de 47 países.
Fonte: Brasil 247