quarta-feira, 19 de junho de 2024

Bispo de SC peita a CNBB, critica PL do Aborto e cobra educação sexual nas escolas

 

Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC). Reprodução


O bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, declara que o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio, incluindo em casos de estupro, é “uma distorção da realidade”.

“Simplesmente punir a mulher sem discutir com profundidade uma situação tão complexa é uma leviandade. É uma precipitação legalista. É querer resolver pela lei um problema muito mais amplo e vasto”, diz o religioso, um dos mais respeitados da Igreja Católica.

Ele argumenta que o momento para a análise do tema pela Câmara dos Deputados, em regime de urgência, também é inapropriado. “Uma questão complexa como o aborto não pode ser debatida às vésperas de uma eleição. Qual é a motivação desses políticos que defendem essa proposta?”, pergunta dom Angélico.

A visão do bispo difere da adotada pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), que apoiou a aprovação do projeto. “Não sou juiz da CNBB. Mas a minha posição é esta”, afirma.

Anteriormente, ele foi bispo auxiliar de dom Paulo Evaristo Arns em São Paulo e esteve envolvido com a Pastoral Operária nos anos 1970. Naquela época, aproximou-se de Lula (PT), batizando os filhos do atual presidente e celebrando seu casamento com Janja em 2022, entre outros eventos religiosos da família.

Dom Angélico celebrando o casamento do presidente Lula com Janja. Foto: Ricardo Stuckert

“O aborto é um crime. Está certo. Mas espera um pouco! A mulher é frequentemente a maior vítima dessa situação. O que mais há na sociedade é machismo”, afirma ele. No caso de mulheres estupradas que engravidam e fazem aborto, diz, a situação se agrava. “A pessoa jamais poderia ser punida, porque é vítima.”

Para dom Angélico, “chegou o momento de focarmos nesta problemática de maneira global, e não somente de criarmos leis para aumentar a punição”.

Ele considera “urgente que as escolas, as famílias, as igrejas e toda a sociedade proporcionem a educação sexual e afetiva do homem e da mulher, baseada na ciência, na boa informação”.

“Não podemos prender mulheres antes de darmos a elas, e também aos homens, uma formação sexual e afetiva sólida”, continua. “É lamentável como isso ainda não seja incluído na nossa formação.”

“A educação sexual deveria ser prioridade na escola, na pastoral, na catequese, na família. Da infância à velhice”, afirma. “A mulher, por exemplo, é uma pessoa aos 20 anos, e outra quando amadurece, ao passar pela menopausa.”

“O aborto é um crime. Está certo. Mas espera um pouco! A mulher é frequentemente a maior vítima dessa situação. O que mais há na sociedade é machismo”

Dom Angélico usa seu próprio exemplo: aos 91 anos, ele diz, “nunca recebi formação específica sobre sexualidade. Nem quando era menino, nem quando era adolescente, nem na andropausa e na velhice”.

Ele menciona que o projeto, do deputado evangélico Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tem “um lado bom porque todos devemos ser contra o aborto”.

“O aborto deve seguir proibido. É crime, porque mata uma criança”, prossegue. O problema é encarcerar as mulheres de forma indiscriminada quando elas “muitas vezes são as vítimas”.

“É preciso ver caso a caso. O que levou essa menina, essa mulher, a ter relação sexual? Qual é a vida afetiva e familiar dela? Que educação ela recebeu? Muitas são estupradas dentro de suas próprias casas”, diz ele.

“Nunca houve educação. Sempre foi aquela coisa de ‘é proibido isso, é proibido aquilo'”, comenta. “A masturbação, por exemplo, era proibida, era um pecado. Hoje, o catecismo diz que cada caso deve ser examinado por considerar que muitas vezes a pessoa é levada a isso por questões psicológicas.”

“A gente tem que evoluir, e não ficar somente apegado à punição das pessoas”, conclui o bispo.

Fonte: DCM

 

Uso abusivo de ivermectina pode estar por trás de surto de sarna em SC

 

Creche sendo desinfectada
Creche sendo desinfectada – Divulgação


O uso indiscriminado de ivermectina para Covid-19 pode estar contribuindo para um surto de escabiose, conhecida como sarna, em duas creches de Balneário Camboriú, Santa Catarina. Estudos recentes sugerem que o abuso do medicamento, presente nos “kits Covid”, pode ter aumentado a resistência do parasita responsável pela doença.

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) identificaram em 2021 que o ácaro Sarcoptes scabiei desenvolveu uma superresistência, possivelmente devido ao uso excessivo de ivermectina. Nos últimos anos, surtos de escabiose têm sido relatados em várias cidades brasileiras.

O médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, da Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, afirmou ao NSC Total que, embora não se possa confirmar a ligação direta com o caso de Balneário Camboriú sem avaliar a resistência do parasita, essa possibilidade existe.

Três caixas de Ivermectina lado a ladoCaixas de Ivermectina – Reprodução/Agência Brasil

O especialista destacou a falta de dados robustos sobre a doença, já que a escabiose não é monitorada pelo Ministério da Saúde. Ele ressalta a importância de os municípios notificarem surtos à Vigilância, algo que nem todas as cidades fazem.

“Se houver um aumento dos surtos vamos precisar mudar a vigilância, para entender o motivo da mudança do perfil”, explicou o superintendente.

A secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Caroline Prazeres, não acredita que o surto de sarna nas creches esteja diretamente ligado ao abuso de ivermectina. Ela explica que a transmissão foi restrita ao ambiente das creches, afetando crianças de um a cinco anos: “O surto está bem restrito ao ambiente, houve uma transmissão em série, entre crianças de um a cinco anos”.

Fonte: DCM

 

terça-feira, 18 de junho de 2024

Soraya Thronicke quer que intérprete de aborto no Senado encene um estupro

 

Senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado


A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou nesta terça-feira (18) o debate realizado no plenário do Senado sobre o aborto. A parlamentar desafiou a contadora de histórias, que encenou um feto na segunda-feira (17), a também encenar uma mulher sendo estuprada.

“Eu queria até o telefone, o contato daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada”, disse a senadora.

“Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora. Por que não? Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, completou.

Thronicke afirmou que é contra o aborto, defendendo que a vida começa na concepção, mas destacou que o Estado é laico e que o aborto é legal no Brasil em três situações: em caso de estupro, de anencefalia fetal ou de risco de morte à gestante.

“A bancada feminina [do Senado] é a favor da vida e o aborto é proibido no nosso país, com três exceções dificílimas: o feto anencéfalo, risco de morte da mãe e o estupro. E não é obrigada a abortar quem foi estuprada e por acaso engravidou. Vai quem quer, de acordo com a sua fé, com a sua consciência. Por quê? Porque o Estado é laico”, declarou.

O Projeto de Lei 1904/24, conhecido como PL do antiaborto, equipara o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio simples.

Durante a sessão organizada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), Nyedja Gennari encenou um feto gritando durante o procedimento de assistolia fetal. “Não! Quero continuar vivo”, gritou a contadora de histórias.

Fonte: DCM

 

PT se mobiliza contra Campos Neto: Gleisi entra na Justiça e Tatto sugere renúncia

 

Roberto Campos Neto de óculos, falando com o braço estendido, sério, sem olhar para a câmera
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – Reprodução/Agência Brasil


A crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abriu caminho para que o PT amplie sua ofensiva. Gleisi Hoffmann, presidente do partido, protocolou uma ação popular na Justiça do Distrito Federal contra ele e planeja uma live com o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros.

Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, pediu a saída antecipada de Campos Neto em declaração enviada ao Estadão: “Ele está politizando demais o Banco Central. Nós vamos para cima”.

O mercado financeiro espera que o Copom mantenha a Selic em 10,50%, o que está deixando a sigla insatisfeita. Membros do Partido dos Trabalhadores acusam o economista de provocar deliberadamente divisões no Copom, visando agora forçar uma unidade no colegiado.

Rui Falcão, ex-presidente do PT e deputado federal (SP), criticou Campos Neto por usar uma camiseta da seleção brasileira ao votar em 2022. “Ele é partidário, bolsonarista e um lambe-botas do Tarcísio”, declarou. A participação do presidente do BC em um jantar promovido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, também irritou Lula e seus aliados.

Na ação popular, Gleisi Hoffmann solicita que Campos Neto se “abstenha de fazer novos pronunciamentos de natureza político-partidárias” e que seja obrigado a manter a imparcialidade exigida ao cargo de presidente do Banco Central.

A presidente do PT também realizará uma live com Marcio Pochmann para falar sobre a atual política monetária, que estaria prejudicando a economia brasileira. Em outra frente, o partido tenta mobilizar o agronegócio, tradicionalmente associado ao bolsonarismo, contra Campos Neto.

“A manutenção dos juros altos prejudica a agricultura, porque com isso o governo precisa entrar com uma subvenção alta. Então, precisamos deixar claro como esses juros prejudicam o Plano Safra e os agricultores”, afirmou Bohn Gass, deputado federal (PT-RS).

Fonte: DCM

Lula participará da cerimônia de posse de Magda Chambriard na Petrobras e embarca para o Nordeste no dia seguinte

 Na quinta-feira (20) Lula viajará o Ceará e depois para Rio Grande do Norte e Mato Grosso para inaugurar unidades do Minha Casa, Minha Vida


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará nesta quarta-feira (19) da cerimônia de posse da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no Rio de Janeiro. O evento acontecerá às 15h30 no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes).


Ainda no Rio de Janeiro, Lula participará da cerimônia de comemoração ao Dia Nacional do Cinema, prevista para as 19h na Barra da Tijuca. Esta data celebra os registros das primeiras imagens cinematográficas no Brasil, feitas em 19 de junho de 1898 pelo cineasta Afonso Segreto. Durante o evento, o governo federal anunciará investimentos no setor cinematográfico, conforme comunicado do Planalto.


Na quinta-feira (20), Lula viajará a Fortaleza, Ceará, para participar da cerimônia de entrega do Residencial Cidade Jardim III, às 16h. Simultaneamente, outros dois conjuntos habitacionais, financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), serão entregues em Parnamirim, Rio Grande do Norte, e Sinop, Mato Grosso.


Na sexta-feira (21), o presidente estará em Teresina, Piauí, para participar da 10ª Caravana Federativa, evento destinado a gestores estaduais e municipais, realizado pelo governo federal. De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, o presidente Lula confirmou presença na 10ª Caravana Federativa, na sexta-feira (21), no Centro de Convenções de Teresina (PI). Realizada pelo governo federal, a ação itinerante é voltada, principalmente, para gestores estaduais e municipais.


Fonte: Agenda do Poder com informações do 247.  

Barroso pauta para esta quinta retomada do julgamento sobre descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

 Faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia. Flávio Dino não vota neste caso, porque sua antecessora na corte, Rosa Weber, já se manifestou


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, pautou para esta quinta-feira (20) a retomada do julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, paralisado desde março. O tema está em debate na corte desde 2015 e atualmente o placar está em 5 a 3 a favor da descriminalização do porte de maconha. O julgamento foi suspenso após os votos de André Mendonça e Kassio Nunes Marques, quando o ministro Dias Toffoli pediu mais tempo para análise (pedido de vista).


Faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia. Flávio Dino não vota neste caso, porque sua antecessora na corte, Rosa Weber, já se manifestou.


Após a retomada do julgamento pelo STF, o Congresso Nacional iniciou uma reação. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para incluir a criminalização de porte e posse de drogas na Constituição. A PEC foi aprovada por ampla maioria no Senado em abril e, na última quarta-feira (12), a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados também aprovou a PEC das Drogas.


No STF, já votaram pela descriminalização os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Rosa Weber (já aposentada). Antes de Mendonça e Kassio Nunes Marques, apenas Cristiano Zanin havia se manifestado contra a descriminalização.


A ação em análise pede que seja declarado inconstitucional o artigo 28 da lei 11.343/2006, a Lei de Drogas, que considera crime adquirir, guardar, transportar ou cultivar entorpecentes para consumo pessoal e prevê penas como prestação de serviços à comunidade.


A lei, no entanto, não definiu qual quantidade de droga caracterizaria o uso individual, abrindo brechas para que usuários sejam enquadrados como traficantes. Para tentar mitigar esse problema, alguns ministros sugeriram, em seus votos, limites de quantidade de drogas para configurar o uso pessoal.


Na última semana, a Folha ouviu sob reserva dois ministros e dois assessores que trabalham diretamente com outros dois integrantes da corte. Em relação à PEC das Drogas, a leitura feita é a de que, independentemente da posição do Congresso, há espaço para uma decisão que diferencie usuário e traficante em relação à maconha.

Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.  

Aliados de Lula veem alta de aprovação no Datafolha como início da ‘colheita’; oposição aposta na piora do cenário

 ‘Sempre afirmamos que 2023 foi o ano do plantio. Em 2024 começa a colheita’, disse o ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta


Integrantes do governo Lula (PT) afirmaram que os números da pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (18) mostram o início do que chamam de “colheita” das ações iniciadas em janeiro do ano passado. A oposição, por outro lado, acredita que o cenário de estabilidade é apenas um prenúncio de piora devido às perspectivas de deterioração econômica e política no país.


O levantamento indica que a aprovação de Lula se manteve estável em comparação com a rodada anterior, com uma leve melhora dentro da margem de erro — 36% de aprovação contra 31% de reprovação. “Sempre afirmamos que 2023 foi o ano do plantio. Em 2024 começa a colheita”, declarou o ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), compartilhou otimismo semelhante, destacando as entregas do governo.


Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), adotou um tom de cautela. Ele afirmou que, apesar da melhora, ainda é cedo para celebrações. Deputados como Alencar Santana (PT-SP) e Rubens Pereira Jr. (PT-MA) destacaram que os efeitos positivos das políticas do governo ainda estão por vir e que a taxa de aprovação tende a aumentar conforme os resultados sejam reconhecidos pela população.


A pesquisa revela que o índice de ótimo/bom do governo Lula subiu de 35% em março para 36%, enquanto a reprovação caiu de 33% para 31%. Nos bastidores, um ministro do governo disse que a estabilidade da pesquisa alivia a pressão política, especialmente após semanas difíceis no Congresso e no mercado. Outro ministro minimizou a oscilação negativa de um ponto percentual entre evangélicos, considerando-a dentro da margem de erro.


Por outro lado, a oposição tem uma visão diferente. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a pesquisa reflete a estabilidade de um momento ruim do governo e previu uma queda na popularidade de Lula. O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) também expressaram pessimismo, alegando que a política econômica irresponsável do governo levará a uma piora no futuro próximo.


Dentro do governo, há planos para que Lula intensifique sua agenda de viagens até as eleições, priorizando estados no Nordeste e Sudeste para melhorar sua popularidade. Isso foi discutido em uma reunião de articulação política comandada por Lula no Palácio do Planalto. Lula pretende visitar o Ceará, Piauí e Maranhão na sexta-feira, com o objetivo de dar mais visibilidade às ações do governo.

Comparando com o governo de Jair Bolsonaro (PL), Lula tem um patamar de aprovação similar, mas uma reprovação mais baixa. Em junho de 2020, Bolsonaro tinha 32% de ótimo/bom, 44% de ruim/péssimo e 23% de regular, contra 36%, 31% e 31% de Lula, respectivamente.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.  

De Lula para o deputado Sóstenes Cavalcante: “quero saber se a filha dele fosse estuprada, como ele ia se comportar” (vídeo)

 Presidente frisou que “é crime hediondo o cidadão estuprar menina e depois querer que ela tenha um filho”


O presidente Lula (PT) criticou, nesta terça-feira (18), o autor do Projeto de Lei Antiaborto por Estupro, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pela fala de que a proposta seria um teste ao presidente e questionou o que o deputado faria se sua filha fosse estuprada.


O projeto de lei altera o Código Penal para aumentar a pena imposta àqueles que fizerem abortos quando há viabilidade fetal, presumida após 22 semanas de gestação. A ideia é equiparar a punição à de homicídio simples. O texto pode levar meninas abaixo dos 18 anos a ficarem internadas em estabelecimento educacional por até três anos.


“Cidadão diz que fez projeto para testar Lula. Não preciso de teste, quem precisa de teste é ele. Quero saber se uma filha dele fosse estuprada como ele ia se comportar”, disse o presidente, em entrevista à rádio CBN (veja vídeo abaixo).



Ex-presidente da bancada evangélica, Sóstenes Cavalcante disse à coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que o projeto de lei será teste do presidente com os evangélicos. O governo, que enfrenta resistência com os religiosos, tem buscado aproximação neste ano.


A proposta, de sua autoria, altera o Código Penal e equipara a interrupção realizada após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples. O texto ainda propõe a punição de reclusão de seis a 20 anos para aqueles que realizarem o procedimento, seja médico ou paciente.


Lula disse ainda que a discussão precisa ser civilizada, e que há crianças sendo violentadas muitas vezes dentro de casa.


“Por que que uma menina é obrigada a ter filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina? Essa discussão é um pouco mais madura, não é banal”, disse.

O presidente reafirmou ainda que, pai, vô e bisavô, é contra o aborto, mas precisa tratar o tema como questão de saúde pública. “Não pode permitir que a maldade vá fazer aborto em Paris, e que a coitada morra em casa, tentando furar útero com agulha de tricô”.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

Helena Chagas diz que Lula deve pautar o debate nacional todos os dias

 

Análise da jornalista sugere que, ao pautar o debate político de maneira proativa, o presidente pode fortalecer seu governo contra ataques e críticas da oposição

Helena Chagas e Lula
Helena Chagas e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Antonio Cruz/Agência Brasil)

 A jornalista Helena Chagas destacou, nesta terça-feira (18), a importância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em conduzir o debate político no país. Através de um tweet, Chagas comentou a recente entrevista de Lula à rádio CBN, onde o presidente abordou questões centrais sobre a condução do Banco Central e a política econômica nacional.

A análise de Helena Chagas sugere que, ao pautar o debate político de maneira proativa, Lula pode fortalecer seu governo contra ataques e críticas da oposição. Essa estratégia de comunicação, comparada ao futebol pela jornalista – "quem não faz, leva" – destaca a necessidade de o governo manter-se ativo e presente no cenário político nacional.

"Lula agradou a uns e desagradou a outros com o conteúdo de sua entrevista desta terça-feira à rádio CBN. Mas o fato inegável é que o presidente da República pautou o debate político do dia. Como deve ser. Com isso, o governo pode sair da defensiva e da atitude reativa diante das besteiras que o bolsonarismo lança. É como no futebol. Quem não faz, leva. Se todos os dias fossem assim, seria um grande avanço", escreveu Chagas.

Na entrevista mencionada, Lula criticou abertamente a atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levantando suspeitas sobre sua imparcialidade e sugerindo que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem maior influência sobre Campos Neto do que o próprio governo federal. "Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante. É o comportamento do Banco Central. Temos um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia e que tem um claro lado político. Na minha opinião, ele trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país", afirmou Lula.

Lula argumentou que a taxa de juros elevada é incompatível com a atual situação econômica do país, que apresenta baixa inflação e alto otimismo dos investidores internacionais. Segundo ele, autoridades financeiras globais têm demonstrado confiança no Brasil, tornando injustificável a manutenção de juros tão altos.

Além das críticas ao Banco Central, Lula abordou questões de taxações e desonerações, apontando contradições nas críticas ao gasto público enquanto setores lucrativos continuam a ser isentados de impostos. Ele enfatizou que a solução para os problemas fiscais do Brasil não deve recair sobre os mais pobres, mas sim ser discutida seriamente entre governo, empresários e a sociedade.

Sobre uma possível candidatura à reeleição, Lula foi cauteloso. Ele afirmou que, apesar de ainda não querer discutir o assunto, se sentiria obrigado a concorrer caso fosse necessário para evitar o retorno de governos "fascistas negacionistas".

Fonte: Brasil 247