Na rede social X, as críticas ao jornalista foram parar na seção
Assuntos do Momento
Internautas publicaram mensagens de
repúdio a um comentário do jornalista Merval Pereira por afirmar que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados estão fazendo um
"governo sectário, voltado apenas para os interesses do PT". Na rede
social X, as críticas ao jornalista foram parar na seção Assuntos do Momento.
O deputado federal Elvino Bohn Gass
(PT-RS) comentou sobre o tema. "Merval, hoje, diz que a esquerda do PT é
"anacrônica" pq não aceita cortar gastos para equilibrar contas
públicas. Errado! Anacrônico - e conveniente - é esse modo de governar que só
faz ajuste fiscal em cima dos pobres. Passa da hora de os ricos também pagarem
a conta".
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) fez críticas ao
jornalista. "Curioso o Merval chamar de sectário um governo de coalizão,
criado a partir de uma frente ampla que colocou setores que foram até
antagônicos no passado debaixo do mesmo guarda-chuva. Acho que o jornalista da
GloboNews está ficando sem repertório."
O ativista e influenciador digital William De Lucca fez um
questionamento ao jornalista. "Merval, o projeto econômico implementado
está muito distante do projeto apresentado na campanha? Se está, é estelionato
eleitoral. Se não, está certinho. O que @mervalpereira chama de sectário, eu
chamo de democrático: o projeto do PT ganhou. Aceite", escreveu. .
Outro perfil fez a seguinte postagem:
"este senhor chegou num nível de descolamento da realidade tão grande que
eu acho que está na hora da família interditá-lo".
A declaração de Hoffmann veio em resposta a um comentário
feito por Sérgio Moro mais cedo no dia, onde o ex-juiz atacou Lula por criticar
pessoalmente Campos Neto às vésperas de uma reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom). "Hoje nós vimos um ataque pessoal do presidente da
República contra o presidente do Banco Central ás vésperas de uma reunião do
Copom. Se não fosse a garantia da independência do Banco Central muito bem
aprovada por essa Casa, pelo Senado e pela Câmara, certamente o presidente do Banco
Central já teria sido demitido há muito tempo", disse Moro, de acordo com
a Folha de S. Paulo.
Gleisi, então, rebateu o senador por meio
das redes sociais: "mentiroso com trânsito em julgado no STF é Sérgio
Moro. Mentiu que podia processar e julgar Lula, quando era incompetente; mentiu
para condená-lo sem provas; mentiu que combatia a corrupção quando estava a
serviço de um projeto político. Lula está coberto de razão ao compará-lo ao
sabotador Campos Neto. Este, pelo menos, nunca negou que é bolsonarista."
LULA X CAMPOS NETO - O
presidente Lula, em entrevista à Rádio CBN na manhã desta terça-feira (18),
criticou duramente a atuação de Campos Neto, sobretudo pela manutenção de taxas
de juros elevadas. Lula ironizou um recente encontro de Campos Neto com o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), onde o presidente
do BC teria manifestado interesse em assumir o Ministério da Fazenda em um
eventual governo bolsonarista.
“Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A
festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele,
certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de
juros de 10,50%. Deve estar achando maravilhoso. Então, quando ele se auto
lança para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir um Moro? O
presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Um
paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então o presidente
do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos
nervosismos momentâneos do mercado”, criticou Lula.
A referência a Moro se dá pelo fato de o
ex-juiz suspeito ter aceitado o convite para assumir o Ministério da Justiça do
governo Bolsonaro após comandar a operação Lava-Jato e tirar Lula da disputa
eleitoral com uma condenação injusta e que foi anulada posteriormente.
Além do depoimento de Mauro Cid, também está previsto para hoje
o depoimento do general Mauro Lourena, pai do ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro
O tenente-coronel
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, chegou à sede da Polícia
Federal (PF) em Brasília para prestar um novo depoimento no âmbito do inquérito
sobre as joias sauditas que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio do Estado
brasileiro, mas que o ex-mandatário tentou se apropriar. A informação é do g1.
A convocação para a oitiva ocorreu após a PF, em
colaboração com autoridades dos Estados Unidos, descobrir uma nova joia que
pode ter sido negociada irregularmente naquele país por aliados de Bolsonaro.
Além do depoimento de Mauro Cid, também está previsto para esta terça-feira
(18) o depoimento do general Mauro Lourena, pai de Cid. O general prestará seu
depoimento de forma online
Segundo a legislação brasileira, presentes de Estado devem ser
incorporados ao acervo oficial do país. Recentemente, uma joia previamente
desconhecida surgiu no radar da PF durante uma diligência realizada em parceria
com o FBI. Esta descoberta foi mencionada pelo diretor-geral da PF, Andrei
Rodrigues, em um café da manhã com jornalistas na semana passada.
"Houve um encontro de um novo bem vendido ou tentado
ser vendido no exterior. Tecnicamente tem o poder de robustecer a investigação
que tem sido feita. Desde a apreensão no aeroporto, até hoje. Expectativa é
concluir em junho [o inquérito da joia]", afirmou o diretor-geral.
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que o
regime dos militares é o que apresenta o maior déficit per capita, da ordem de
R$159 mil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na manhã
desta terça-feira (18), em entrevista à Rádio CBN, que a revisão de gastos com
a Previdência não deve ocorrer de forma imediata e que, primeiro, o governo
quer enfrentar a questão dos subsídios, desonerações e supersalários.
“A equipe econômica tem que me apresentar as necessidades de corte. Ontem
[segunda-feira (17)] quando eu vi a demonstração da Simone Tebet [ministra do
Planejamento], disse para ela que fiquei perplexo. A gente discutindo corte de
R$ 10 bilhões ali, R$ 15 bilhões aqui e de repente você descobre que que tem R$
546 bilhões de benefício fiscal para os ricos nesse país, como é que é
possível?”, questionou o presidente sobre os benefícios fiscais.
A questão da Previdência dos militares foi alvo de uma reunião
realizada nesta terça-feira entre o presidente Lula, o ministro da Defesa, José
Múcio Monteiro, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Na ocasião, Lula sinalizou
que o tema da Previdência ainda será muito discutido dentro do governo até que
haja uma definição. O presidente também teria dito que uma eventual mudança não
atingiria apenas a previdência dos militares, mas também de outros servidores
do Executivo e do Judiciário.
Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou
que o regime dos militares é o que apresenta o maior déficit per capita, da
ordem de R$159 mil. A possibilidade de revisão nas regras de aposentadoria de
militares foi defendida na semana passada pela ministra do Planejamento, Simone
Tebet (MDB), como uma das alternativas para reduzir os gastos do governo.
A medida, no entanto, não é bem vista por
José Múcio e outros integrantes do governo, que temem que a reforma na
aposentadoria dos militares poderia reacender conflitos entre o Planalto e as
Forças Armadas.
Presidente destacou o progresso da economia brasileira, o
compromisso fiscal e os investimentos do Governo Federal para aprimorar a
infraestrutura e melhorar a vida da população
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva concedeu, nesta terça-feira (18), uma entrevista à rádio
CBN, na qual destacou o progresso da economia brasileira, o compromisso fiscal
e os investimentos do Governo Federal para aprimorar a infraestrutura do país e
melhorar a vida da população. “Estou disposto a discutir o orçamento com a
maior seriedade com Câmara, Senado, imprensa, empresários, banqueiros, mas para
que a gente faça com que o povo mais humilde, o povo trabalhador, o povo que
mais necessita do Estado não seja prejudicado, como em alguns momentos da
história foi", disse Lula.
O presidente ressaltou que “você não pode gastar o que
você não tem, só pode gastar o que ganha. Se tiver que fazer uma dívida, tem
que fazer para aumentar alguma coisa na sua vida. É assim que prezo a minha
consciência política. Ou seja, temos que gastar corretamente aquilo que temos.
É por isso que estamos fazendo um estudo muito sério sobre o orçamento”,
declarou o presidente Lula.
Ele também destacou o crescimento de 2,9% do Produto Interno
Bruto (PIB) em 2023, acima do que estimava o mercado, e o lançamento do Novo
PAC [Projeto de Aceleração do Crescimento], que prevê R$ 1,7 trilhão de
investimentos públicos e privados em infraestrutura.
Por esses motivos, demonstrou confiança de que a economia
brasileira seguirá em expansão. “Não tenha dúvida de que, quando eu terminar o
mandato, o Brasil vai estar muito bem — como esteve em 2010. A economia vai
continuar crescendo, o emprego vai continuar crescendo, o salário vai continuar
crescendo, a inflação vai estar controlada”.
Confira alguns dos principais trechos da entrevista:
ORÇAMENTO — De vez em quando as pessoas jogam a responsabilidade dos
gastos nas políticas sociais que você está implantando, que é para resolver a
melhoria da qualidade de vida do povo. O que me deixa preocupado é que as
mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que têm
R$ 546 bilhões de isenção, desoneração de folha de pagamentos, isenção fiscal.
Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país e se
queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre. Por isso que eu disse:
não me venham querer que se faça qualquer ajuste em cima das pessoas mais
humildes. Eu estou disposto a discutir o orçamento com a maior seriedade com
Câmara, Senado, imprensa, empresários, banqueiros, mas para que a gente faça
com que o povo mais humilde, o povo trabalhador, o povo que mais necessita do
Estado não seja prejudicado, como em alguns momentos da história foi.
COMPROMISSO FISCAL — Não
gosto de gastar aquilo que não tenho. Aprendi com uma mulher analfabeta, que
era minha mãe. Você não pode gastar o que não tem, só pode gastar o que você
ganha. Se tiver que fazer uma dívida, tem que fazer para aumentar alguma coisa
na sua vida. É assim que prezo a minha consciência política. Ou seja, temos que
gastar corretamente aquilo que temos. É por isso que estamos fazendo um estudo
sério sobre o orçamento. Se tiver alguém recebendo o que não deve, vai parar de
receber. Se tem alguém colocando dinheiro em lugar que não deva, vai parar.
CRESCIMENTO — Você tem um país que está com a economia crescendo acima daquilo
que o mercado imaginou. Tem um país gerando mais empregos. Em 17 meses foram
2,4 milhões de empregos formais. Você teve a massa salarial crescendo 11,5%.
Tem a situação muito boa do ponto de vista econômico, se comparar o Brasil que
pegamos quando chegamos. Está tendo mais investimento, tem o PAC, são R$ 1,7
trilhão de investimento. O PAC está todo lançado, em andamento, e é por isso
que eu digo que, este ano, é o ano da colheita. Não tenha dúvidas de que o
Brasil vai terminar muito bem. Quando eu terminar o mandato, o Brasil vai estar
muito bem — como esteve em 2010. A economia vai continuar crescendo, o emprego
vai continuar crescendo, o salário vai continuar crescendo, a inflação vai
estar controlada. Quase crescemos 3%, foram 2,9% (crescimento do PIB do Brasil
em 2023). Agora, vamos crescer outra vez. Vamos crescer porque nós estamos
fazendo com que a economia cresça. Criamos um programa de Nova Indústria Brasil
para fazer investimento em indústria. Estamos tentando fazer investimento na
bioeconomia. Estamos tentando trabalhar a transição energética com uma força
extraordinária. Nunca um país teve tanta possibilidade no setor energético como
agora. E não vamos jogar fora as oportunidades.
JUROS — Todos os bancos
que recebo demonstram que não há país com mais otimismo do que o Brasil. Somos
o segundo país em receber investimento externo. Ora, então, nós temos uma
situação que não necessita essa taxa de juros. O Brasil não pode continuar com a
taxa de juros proibitiva de investimentos no setor produtivo. Como é que você
vai convencer um empresário a fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa
absurda. Então, é preciso baixar a taxa de juros, compatível com a inflação. A
inflação está totalmente controlada.
GESTÃO — Quando peguei o governo em 2003, peguei um governo com
sinal de crise econômica, mas era um governo que tinha passado por um momento
de crescimento, depois um momento de queda e um processo de recuperação.
Levamos um tempo, colocamos a casa em ordem e conseguimos fazer o país crescer.
Agora pegamos um país semidestruído. Todas as políticas públicas tivemos que
reconstruir. Nós até hoje temos ministérios que têm 30% dos funcionários que
tinha em 2010, quando deixei a Presidência. Não é possível pensar em
reconstruir o Brasil, cuidar do meio ambiente, da Amazônia, do Pantanal, dos
Pampas, do Cerrado, da Caatinga, do pobre, da educação assim, com o governo
desmontado. Então passamos um tempo montando o governo. Eu encontrei o governo
dessa vez muito pior. E vou deixá-lo muito melhor.
POLÍTICAS PÚBLICAS — O meu compromisso é fazer com que o país
volte a crescer de forma serena, madura e consistente. É que a massa salarial
volte a crescer de forma consciente, madura e consistente. É que a gente
recupere o salário mínimo a cada passo que a gente puder para que o salário
mínimo melhore a qualidade de vida das pessoas. Se a gente conseguir fazer
isso, o que vai acontecer? Todo mundo vai ganhar. O empresário vai ganhar
porque o povo vai virar consumidor dos seus produtos. O trabalhador vai ganhar
porque vai viver melhor. Eu já fiz, nesses 16 meses, mais política de inclusão
social do que fiz durante os oito anos passados. Agora, o fato de ter lançado
não significa que chegou na ponta. Ela vai chegar, mas leva um período. E nós
estamos trabalhando nisso.
Presidente do BNDES também defendeu que o Banco Central corte a
taxa básica de juros para níveis mais competitivos
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (18)
que o mercado financeiro ficará "surpreso" novamente com o desempenho
positivo da economia brasileira.
“O PIB cresceu ano passado 2,9%. E aí o mercado disse que se
surpreendeu. Se surpreendeu que a inflação caiu. Se surpreendeu com a taxa de
emprego. Se surpreendeu com o mercado de trabalho. Então, eu acho que vai ficar
surpreso de novo, porque os dados são muito fortes, muito consistentes”, disse
Mercadante durante conversa com jornalistas, após a realização do seminário
“Reconstrução de cidades e mudança climática: experiências internacionais e
nacionais para o RS e o Brasil”, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
“Nós estamos com a menor taxa de desemprego nos últimos 10 anos.
A população ocupada é a maior da história do índice de pessoas que estão
ocupadas trabalhando. A massa salarial real, o poder de compra do salário, é o
melhor da história econômica do Brasil. E a renda da população cresceu 6,1% nos
últimos 12 meses. Então, você tem uma economia, o mercado de trabalho, o
mercado consumidor voltando, voltando com força”, acrescentou.
Taxa de juros – Questionado sobre a expectativa para a próxima reunião do Copom,
o presidente do BNDES afirmou que não faz projeções, mas ponderou que é preciso
haver uma mudança do atual modelo de juros.
“Vamos aguardar a decisão e nós vamos continuar trabalhando para
ter juros baixos, para a gente poder ganhar competitividade, que é o último
fator que nós precisamos. Porque, com todas as melhoras macroeconômicas, nós
temos a segunda taxa de juros real maior do planeta”, avaliou.
“Eu acho que nós não temos margem de manobra no curto
prazo, no curtíssimo prazo, para alterar essa condição de ter a segunda maior
taxa de juros real do planeta, mas não pode continuar assim. Então tem que se
debruçar sobre esse tema e repensar o caminho da relação antipolítica monetária
fiscal e o Brasil ter juros que sejam compatíveis com as taxas de juros
internacionais, principalmente com os indicadores que nós estamos apresentando,
que são muito fortes”, afirmou.
Novo texto amplia carga horária mínima total destinada à
formação geral básica. Senadores pediram mais tempo para analisar a proposta
Agência Senado - Após
apresentação nesta terça-feira (18) de um novo relatório ao projeto que propõe
novo modelo para o ensino médio, o presidente da Comissão de Educação (CE),
senador Flávio Arns (PSB-PR), acatou novo pedido de vista coletiva, por 24
horas, ao PL 5.230/2023. O substitutivo (texto
alternativo) da relatora, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), deverá
ser votado nesta quarta-feira (19), às 10h, em reunião extraordinária. Se
aprovada na CE, a matéria irá ao Plenário.
A relatora salientou que o novo texto apresentado é uma
construção coletiva, “sem vencido e vencedor”, para garantir a educação pública
de qualidade e a garantia dos estudantes de aprender.
— Os desafios do ensino médio não vão se resumir nessa
aprovação. Temos de lutar — disse a relatora.
Ela apontou preocupação com questões essenciais para a
melhoria da educação, como o fortalecimento de acesso e permanência nas
escolas, piso salarial e formação dos professores. Um grande desafio, segundo a
senadora, “é pensar nas escolas de nossas cidades”, onde há problemas como
falta de bibliotecas ou salas de informática.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) pediu vista ao projeto por
conta das modificações feitas.
— São vários aspectos que precisam ser bem analisados,
pois se trata de uma matéria estruturante, fundamental, com impactos na vida
real para os docentes e discentes — disse Marcos Rogério.
Para a senadora Teresa Leitão (PT-PE), o subsitutivo mostra que
houve avanço tanto em relação à proposta que veio da Câmara, quanto ao texto
original que veio do Ministério da Educação.
— A gente sempre pensa que, em termos de ensino médio,
existe a necessidade de urgência e há uma expectativa muito grande da sociedade
brasileira em relação a aprovação desse projeto — afirmou Flávio Arns.
Emendas - Além de
apresentar as alterações ao seu próprio substitutivo, Dorinha acatou oralmente
nesta terça-feira mais cinco emendas de Teresa Leitão e do senador Alessandro
Vieira (MDB-SE), e rejeitou outras três. As oito foram protocoladas na
segunda-feira (17).
No primeiro relatório apresentado à CE, a relatora
analisou 64 emendas, das quais 36 haviam sido acatadas total ou parcialmente.
Após nova análise, Dorinha manteve as 13 emendas acatadas por completo, mas
elevou a 34 as que foram aceitas de forma parcial.
Carga horária - Em seu relatório, a senadora destaca a ampliação da carga
horária mínima total destinada à formação geral básica (FGB) e explicita quais
componentes curriculares fazem parte de cada uma das áreas do conhecimento.
Também salienta o fortalecimento dos itinerários formativos, que devem ser
articulados com as áreas do conhecimento e que, no caso da formação técnica e
profissional, devem ser organizados de acordo com os eixos e áreas definidos
nas diretrizes curriculares nacionais de educação profissional e tecnológica.
O texto amplia a carga horária mínima anual do ensino médio de
800 para 1.000 horas, distribuídas em 200 dias letivos. Essa carga horária
mínima poderá ser ampliada, de forma progressiva, para 1.400 horas,
considerados os prazos e as metas estabelecidos no Plano Nacional de Educação
(PNE). A divisão dessa carga fica com 70% para a formação geral básica, que
inclui as disciplinas previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como
matemática, português, artes e ciências — acrescentando inclusive a língua
espanhola —, e 30% para os itinerários formativos.
Esses itinerários serão compostos de aprofundamento das
áreas do conhecimento ou de formação técnica e profissional, conforme a
relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.
A formação técnica e profissional também terá carga mínima
total de 2.200 horas. As horas restantes deverão ser utilizadas para o
aprofundamento de conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica
profissional oferecida.
Do total de homicídios registrados no ano, 49,2% vitimaram jovens entre 15 e 29 anos
Arma em fábrica de armamentos em São Leopoldo (Foto: REUTERS/Diego Vara)
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O
número de homicídios no Brasil recuou 3% em 2022 na comparação com o ano
anterior, segundo dados do Atlas da Violência divulgado nesta terça-feira, mas
ainda assim 62 jovens foram assassinados por dia no país no ano retrasado.
Em 2022, foram registrados no total 46.409 homicídios,
contra 47.847 em 2021, de acordo com o levantamento realizado pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea).
De cada 100 jovens entre 15 e 29 anos que morreram no Brasil em
2022 por qualquer causa, 34 foram vítimas de homicídio. Do total de homicídios
registrados no ano, 49,2% vitimaram jovens entre 15 e 29 anos.
O estudo aponta que em média 62 jovens foram mortos por
dia no país no ano retrasado. Entre 2012 e 2022, foram 321.466 jovens vítimas
da violência letal no Brasil.
"A criminalidade violenta produz diversas externalidades
negativas, entre as quais se destacam o menor crescimento econômico, a redução
no desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes e a diminuição da
participação no mercado de trabalho", afirmaram os autores do estudo.
O número de mortes por cada 100 mil habitantes atingiu no
ano retrasado 21,7, ante 22,5 em 2021. Apesar da pequena redução, o estudo
aponta uma desaceleração numa trajetória de queda mais acentuada nas taxas de
homicídio no país nos anos anteriores.
“Interessante notar que essa dinâmica a favor da redução dos
homicídios perde força em 2019. De fato, entre 2019 e 2022, a variação da taxa
de homicídio no país foi nula, tendo voltado a aumentar no Nordeste (6,1%) e no
Sul (1,2%) e diminuído nas demais regiões, com destaque para a forte redução da
letalidade no Centro-Oeste (-14,1%), que manteve o ritmo de queda que ocorria
desde 2016”, afirmaram os autores do estudo.
A política de apoio a uso de armas no governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro pode estar por trás desse movimento, de acordo com
o trabalho.
“Uma possível explicação para essa estagnação no processo de
redução da violência letal no Brasil a partir de 2020 diz respeito à legislação
armamentista do governo Bolsonaro, que pode ter influenciado no sentido de
aumentar os homicídios, anulando a maré a favor da redução de mortes", diz
o Atlas.
"De fato, um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, com base em metodologia econométrica robusta, mostrou evidências que,
se não houvesse tal legislação, a redução dos homicídios teria sido ainda maior
do que a observada entre 2019 e 2021, sendo que pelo menos 6.379 vidas teriam
sido poupadas”, adicionou.
Os autores da pesquisa estimam que um aumento de 1,0% na difusão
de armas de fogo gera aumento nas taxas de homicídios e de latrocínios de 1,2%.
O Atlas apontou ainda que entre 2019 e 2022 ocorreram no
Brasil 24.102 homicídios ocultos.
“Eles passaram ao largo das estatísticas
oficiais de violência no país. Tais homicídios, cujas causas verdadeiras o
Estado não reconheceu, corresponderiam a tragédias invisibilizadas como a queda
de 160 Boeings totalmente lotados sem sobreviventes”, diz documento.
Segundo Lincoln Gakiya, é prematuro tirar uma conclusão sobre as
mortes de Janeferson Aparecido Mariano (conhecido como Nefo) e Reginaldo
Oliveira Souza (chamado de Rê)
O promotor de justiça
Lincoln Gakiya afirmou em entrevista à CNN Brasil que é prematuro tirar uma
conclusão sobre o caso do assassinato dos suspeitos de ligação com o plano de
atentado contra o ex-juiz suspeito e hoje senador, Sergio Moro.
Segundo ele, Janeferson Aparecido Mariano (conhecido como
Nefo) e Reginaldo Oliveira Souza (chamado de Rê) faziam parte do
"esquadrão de elite" do PCC. Eles foram assassinados com diversas
perfurações dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior
paulista, nesta segunda-feira (17), e presos durante a Operação Sequaz, no ano
passado, que investigou o suposto plano da facção criminosa de sequestrar e
cometer atentados contra autoridades.
Na entrevista, Gakiya, que estava no topo da lista de
'decretados' à morte pelo PCC, também afirmou que a ordem para a execução dos
suspeitos provavelmente "veio de fora e, possivelmente, da cúpula",
indicando que ela pode ter sido derivada do fato de Nefo e Rê terem exposto um
dos principais membros do PCC que estava fora do país: Patric Velinton Salomão
(conhecido como Forjado).
“Forjado creditou o fato de ser investigado nessa operação
a esses integrantes (Nefo e Rê), que acabaram tirando prints de
tela de conversas entre os membros durante uma live, e esse print nos ajudou a identificar os
integrantes desse setor”, explica.
Janaína Farias busca atualmente uma indenização de R$ 300 mil
por danos morais contra o político do PDT
O senador Cid Gomes (PSB) confirmou, no último fim de semana, o
apoio à pré-candidatura da senadora Janaína Farias (PT) à prefeitura de
Cratéus, no Ceará.
“Na minha cabeça, o nome que a gente tem aqui [em Cratéus]
para o futuro é o nome da Janaína, que está hoje como senadora”, afirmou Cid
durante discurso no congresso do PSB na cidade. “A Janaína, eu digo sempre, ela
não fala duas palavras que uma delas não seja Cratéus”.
Recentemente, a parlamentar foi alvo de comentários ofensivos
por parte do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), irmão de Cid. Em maio, Ciro
chamou Farias de “cortesã” e “assessora para assuntos de cama”. O caso,
envolvendo a petista e o pedetista, foi levado à Justiça, onde ela busca uma
indenização de R$ 300 mil por danos morais.
O apoio de Cid à oponente do irmão marca um novo embate no
clã político cearense. Os dois estão em conflito desde as eleições de 2022,
quando Ciro liderou uma ruptura na aliança entre PT e PDT no estado. A disputa
se intensificou com a briga pelo controle do PDT cearense, culminando na saída
de Cid e aliados da sigla.
“O volume financeiro supera R$ 1 bilhão. Isso
vai, certamente, se ampliar”, disse Guilherme Mello
O secretário de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou o
crescimento significativo no valor das negociações de dívidas no âmbito do
Desenrola Pequenos Negócios. O programa, que visa a repactuação de empréstimos
de Microempreendedores Individuais (MEI), micro e pequenas empresas, já
movimentou R$ 1,3 bilhão até o dia 12 de junho, um aumento de 30% em relação ao
levantamento anterior, encerrado em 4 de junho.
“O volume financeiro supera R$ 1 bilhão. Isso vai,
certamente, se ampliar”, disse Mello em evento sobre o crédito no Brasil,
promovido pela CNN nesta terça-feira (18), de acordo com o Metrópoles. O volume financeiro reflete a
negociação de 39 mil contratos, beneficiando 30 mil empresas em todo o país,
segundo dados divulgados pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) na
segunda-feira (17).
O Desenrola Pequenos Negócios é parte do programa Acredita,
lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril, através de
medida provisória (MP). Embora a MP tenha força de lei e vigência imediata, é
necessário que seja aprovada pelo Congresso para se tornar lei definitiva.
Existe a expectativa de que o tema seja reenviado ao Congresso em formato de
projeto de lei (PL). “O trabalho da equipe econômica não é apenas formular as
políticas, mas também dialogar com o Congresso e construir as condições para a
aprovação delas”, destacou Mello.
Inspirado no programa de renegociação de dívidas para
pessoas físicas, lançado em 2023, o Desenrola Pequenos Negócios permite a
renegociação de dívidas bancárias de MEIs e empresas de micro e pequeno porte
com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. As dívidas contempladas pelo
programa são aquelas não pagas até 23 de janeiro de 2024.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira (18) a forma como o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, tem conduzido as políticas da instituição. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse que a aproximação do presidente do banco com a oposição levanta suspeitas, chegando a admitir que, provavelmente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, exerça influência maior no BC do que o próprio governo.
“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante. É o comportamento do Banco Central. Temos um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia e que tem um claro lado político. Na minha opinião, ele trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”, afirmou o presidente.
Lula afirmou que é um dos chefes de Estado com mais experiência em toda a história do país. E citou sua escolha pelo economista Henrique Meirelles, que esteve à frente do BC de 2003 a 2011. “Eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que tinha o Meirelles”, afirmou o presidente, ao criticar a aproximação de Campos com o governador de São Paulo.
“Sinceramente, acho que o Tarcísio de Freitas tem mais influência [com o Roberto Campos] do que eu”, disse Lula ao se referir ao pedido do presidente do BC para integrar a equipe econômica do governador de São Paulo durante evento na capital paulista.
“Não é que ele se encontrou com Tarcísio numa festa. A festa foi do Tarcísio para ele [Roberto Campos]. Foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele. Certamente porque o governador está achando maravilhosa a taxa de juro em 10,5%”, completou.
Segundo ele, não há nenhuma explicação que justifique a taxa de juro atual, e isso é percebido até mesmo por autoridades estrangeiras, inclusive financeiras. “Tenho viajado o mundo e tenho conversado com muitos presidentes. Recebi presidentes do FMI [Fundo Monetário Internacional]; de bancos asiáticos; do Citibank; do Santander. Todos os bancos demonstram que não há país com mais otimismo do que o Brasil. Prova disso é que fomos o segundo país a receber mais investimento externo”.
“Portanto, temos uma situação que não necessita desta taxa de juros. O Brasil não pode continuar com essa taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. Precisamos baixá-la para um nível compatível com a inflação, que está totalmente controlada. Só que agora ficam inventando o discurso de inflação do futuro. Vamos trabalhar em cima do que é real”.
Para o presidente, juros altos não condizem com o contexto de baixa inflação, promovidos por um Banco Central que deveria ser autônomo, mas sofre interferências políticas da oposição.
Taxações e desonerações
Lula também apontou o que chamou de contradições que retratam o cenário atual do país. Ele disse que os que hoje criticam gastos do governo são os mesmos que defenderam desonerações de setores com altos lucros.Na entrevista, Lula afirmou que legisladores se mobilizam para taxar pequenas importações, geralmente feitas por pobres, sem cogitar fazer o mesmo com os ricos. Sua fala foi uma referência à proposta de taxação, aprovada recentemente no Congresso, de compras de até US$ 50 feitas pela internet, e a não taxação de compras de até US$ 2 mil de quem viaja para o exterior.
“O que está acontecendo hoje é que as mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as que têm R$ 546 bilhões de isenções e de exoneração de folha de pagamento. Ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país e se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”, observou.
O presidente se disse disposto a discutir “de forma séria” o orçamento com parlamentares, empresários, banqueiros e com a imprensa, mas garantiu que a solução será “em cima das pessoas mais humildes deste país”.
“Acabamos de aprovar uma desoneração para 17 setores da indústria brasileira, e qual foi a contrapartida deles para o trabalhador? Qual é a estabilidade no emprego que eles garantiram? Qual foi o aumento do salário que asseguraram? Nenhum. Tudo foi apenas para isentar da carga fiscal. Não teve nenhum compromisso com o povo trabalhador. O compromisso que se teve foi apenas o de aumentar o lucro”, argumentou o presidente.
Ele lembrou que a Previdência Social é destino de quase R$ 1 trilhão, valor que ficará ainda maior com as novas aposentadorias. “Mas o que, de fato, é muito é você ter quase R$ 600 bilhões em isenções e desonerações”, acrescentou.
Lula afirmou que, nas conversas que vem tendo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou-se à conclusão de que caberá aos empresários beneficiados e ao Senado a busca por uma solução. “Já há uma decisão da suprema corte, de que, daqui a uns dias, a desoneração vai cair e vai morrer. Aí não vai existir mais e a única possibilidade será a de se chegar a um acordo. Portanto, se não tiver a proposta, cai a desoneração. Espero que eles sejam maduros o suficiente e cheguem a um acordo”, completou.
Reeleição
Perguntado sobre uma possível candidatura à reeleição, Lula disse que, por enquanto, não quer discutir o assunto, uma vez que cumpriu menos da metade do mandato e que há “muita gente boa” para se candidatar ao cargo.
Ele, no entanto, acenou com a possibilidade, caso seja a única alternativa “para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem governar”, mas que esta não é a primeira hipótese.
“Vamos ter que pensar muito porque tenho responsabilidade para com o Brasil. O fato é que não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista negacionista”.