sábado, 15 de junho de 2024

Simone Tebet repudia o 'PL do Estupro': 'não podemos concordar com esta ação criminosa da política'

 

"Ser contra o aborto não pode significar defender o PL do estupro", destacou a ministra

Simone Tebet
Simone Tebet (Foto: Washington Costa/MPO)

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, a decisão da Câmara dos Deputados que aprovou esta semana o regime de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e outros 32 parlamentares. A proposta equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara.

"Ser contra o aborto não pode significar defender o PL do estupro. Criminalizar e condenar crianças ou mulheres que interrompem a gravidez, especialmente quando estupradas, com até 20 anos de cadeia (pena maior que a de estupradores e pedófilos), além de desumano, é uma ação criminosa da Política, que deveria protegê-las. Só as mais pobres não têm acesso à saúde pública antes das 22 semanas", afirmou a titular da pasta na rede social X.

"Não se iludam. Esta cruzada por pautas sensacionalistas está apenas começando, porque o que muitos querem é acabar com os casos permitidos por lei (estupro, risco à mulher e anencéfalos). Gritem nas suas redes. #NÃO, NÃO e NÃO", acrescentou.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), havia dito que o projeto é "problema do Parlamento, e não do governo". O parlamentar afirmou também que é tema de "saúde pública". O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), declarou que o governo Lula (PT) se manifesta contra o chamado "PL do estupro".

Fonte: Brasil 247

 

Eduardo Bolsonaro volta a atacar as urnas eletrônicas após postagem de Musk

 

O bilionário e dono da rede social X afirmou que "deveríamos eliminar as urnas eletrônicas"

Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez ataques verbais às urnas eletrônicas, ao sugerir que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.

O parlamentar repercutiu uma postagem feita pelo dono da rede social X, Elon Musk. "Deveríamos eliminar as urnas eletrônicas", afirmou o empresário. "O risco de ser hackeado por humanos ou IA, embora pequeno, ainda é muito alto".

De acordo com o parlamentar, "qualquer pessoa minimamente sensata concorda com Elon Musk". "Essa pauta virá à tona novamente no Brasil, para o bem do resgate de nossa democracia", escreveu Eduardo Bolsonaro.

Os ataques de Eduardo e Elon Musk às urnas eletrônicas faz parte de uma estratégia da extrema-direita global, de fazer ataques ao Judiciário e ao sistema eleitoral, com o objetivo de fazer políticos direitistas tomarem posse mesmo que saiam derrotado de eleições, numa clara tentativa de golpe.

Críticas à Justiça são uma das alternativas do norte-americano Steve Bannon, 69 anos, que tentou na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos e em outros países. Em janeiro de 2021, quando Donals Trump (Partido Republicano) perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento.

Bannon, que foi estrategista do ex-presidente Donald Trump, teve um encontro com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA após o segundo turno da eleição no Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado.

Em janeiro de 2023, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), e fizeram manifestações golpistas. O Supremo Tribunal Federal já fez mais de 170 condenações das 1.390 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República.

Jair Bolsonaro está inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral no ano passado. O ex-mandatário espalhou fake news ao fazer acusação sem provas em 2022, quando afirmou a embaixadores, no Planalto, que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.

Fonte: Brasil 247

Lula afirma que o sistema financeiro "domina a imprensa" e critica convescote de Campos Neto com o mercado

 

"Os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros", disse Lula em referência ao jantar promovido por Tarcísio com o presidente do BC e nomes do mercado

Roberto Campos Neto e Lula
Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante entrevista coletiva neste sábado (15) no encerramento do G7, na Itália, o presidente Lula (PT) criticou a imprensa por estar 'praticamente dominada pelo sistema financeiro' e também tratou do jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento que contou com a presença de diversos nomes do mercado financeiro. Na ocasião, Campos Neto teria se oferecido a Tarcísio como candidato a ministro da Fazenda em caso de uma futura candidatura presidencial do hoje governador.

Lula criticou o silêncio da imprensa corporativa diante da taxa de juros escandalosa de 10,25% ao ano, mantida pelo BC de Campos Neto. "Nós estamos cada vez mais reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira. Ou seja, a questão do déficit fiscal aparece na primeira página, na segunda página, na terceira página. Ninguém fala da taxa de juros de 10,25% em um país com uma inflação de 4%". 

Na sequência, o presidente citou o jantar em homenagem a Campos Neto e disse que os presentes no evento devem estar se beneficiando da Selic alta. "Ninguém fala. Pelo contrário, fazem uma festa para o presidente do Banco Central em São Paulo. Os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros. Então eu acho que a discussão econômica é mais séria. Eu sento na mesa com todos os meus ministros para discutir o que a gente tem que fazer. Agora, achar que nós temos que piorar a saúde, piorar a educação para melhorar, isso é feito há 500 anos no Brasil. Há 500 anos o povo pobre não participava do orçamento, por isso que o país foi o último país a ter uma universidade".

Fonte: Brasil 247

Presidente do Solidariedade, Eurípedes Junior se entrega à Polícia Federal

 

Ele estava foragido desde quarta-feira, quando a PF deflagrou operação contra desvios de recursos do fundo partidário nas eleições de 2022

(Foto: Divulgação/Pros)

Eurípedes Junior, presidente do partido Solidariedade, entregou-se à Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (15), acompanhado por seus advogados, informa a CNN Brasil. Ele se apresentou na Superintendência da PF no Distrito Federal, onde já está detido em uma cela.

O dirigente partidário era alvo de uma operação da PF deflagrada na última quarta-feira (12), que buscava cumprir sete mandados de prisão preventiva. No entanto, Eurípedes não foi localizado na data, sendo o único alvo que permanecia foragido.

A Operação da PF tinha como objeto desvios de recursos do fundo partidário nas eleições de 2022. As investigações tiveram origem na denúncia feita por um ex-dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), hoje integrado ao Solidariedade. O principal alvo era Eurípedes Júnior.

Os agentes da PF foram às ruas cumprir sete mandados de prisão preventiva e 45 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal, além de bloquear R$ 36 milhões e 33 imóveis. Segundo a corporação, a operação “Fundo do Poço” tem como objetivo “desarticular organização criminosa responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022, destinados a um partido político”.

Os ex-dirigentes do Pros teriam desviado cerca de R$ 36 milhões. As investigações apontaram indícios de que o grupo agiu para se apropriar dos recursos por meio de candidaturas laranjas em diferentes estados do país. Além disso, existe a suspeita de superfaturamento de serviços contratados junto a consultorias jurídicas e desvio de verbas destinadas à Fundação de Ordem Social, ligada ao partido.

“Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral”, diz a PF.

O dinheiro teria sido lavado a partir da criação de empresas de fachada, compra de imóveis por intermediários e superfaturamento de serviços prestados aos laranjas e ao próprio partido.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Bolsonarismo pode ter “causado” surto de sarna em Balneário Camboriú (SC); entenda


Creches de Balneário Camboriú (SC) passam por desinfecção. Foto: reprodução

Famosa como uma das cidades mais bolsonaristas do Brasil, Balneário Camboriú tem o registro de surto de escabiose, conhecida como sarna, em duas creches do município em que, no segundo turno das últimas eleições, 74,57% dos habitantes votaram em Jair Bolsonaro (PL) contra 25,43% em Lula (PT).

E, segundo o NSC Total, o bolsonarismo pode ser a “causa” do surto de sarna. Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) sugerem que o abuso de ivermectina, incluído nos “kits Covid” e propagado pelo ex-presidente, pode ter tornado o parasita Sacorptes scabiei, responsável pela doença, mais resistente.

Em 2021, um estudo da Ufal destacou a superresistência adquirida pelo ácaro Sacorptes scabiei devido ao uso excessivo de ivermectina. O médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, da Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, reconhece a possibilidade dessa relação em Balneário Camboriú, mas ressalta que é necessária a avaliação da resistência do parasita para confirmação.

A escabiose não é monitorada pelo Ministério da Saúde, o que dificulta a coleta de dados precisos sobre a doença. Faria aponta que, “se houver um aumento dos surtos vamos precisar mudar a vigilância, para entender o motivo da mudança do perfil”.

Bolsonaro oferecendo ivermectina para ema. Foto: Adriano Machado/Reuters

 

Lula afirma que o sistema financeiro "domina a imprensa" e critica convescote de Campos Neto com o mercado

 "Os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros", disse Lula em referência ao jantar promovido por Tarcísio com o presidente do BC e nomes do mercado

Roberto Campos Neto e Lula
Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante entrevista coletiva neste sábado (15) no encerramento do G7, na Itália, o presidente Lula (PT) criticou a imprensa por estar 'praticamente dominada pelo sistema financeiro' e também tratou do jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento que contou com a presença de diversos nomes do mercado financeiro. Na ocasião, Campos Neto teria se oferecido a Tarcísio como candidato a ministro da Fazenda em caso de uma futura candidatura presidencial do hoje governador.

Lula criticou o silêncio da imprensa corporativa diante da taxa de juros escandalosa de 10,25% ao ano, mantida pelo BC de Campos Neto. "Nós estamos cada vez mais reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira. Ou seja, a questão do déficit fiscal aparece na primeira página, na segunda página, na terceira página. Ninguém fala da taxa de juros de 10,25% em um país com uma inflação de 4%". 

Na sequência, o presidente citou o jantar em homenagem a Campos Neto e disse que os presentes no evento devem estar se beneficiando da Selic alta. "Ninguém fala. Pelo contrário, fazem uma festa para o presidente do Banco Central em São Paulo. Os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros. Então eu acho que a discussão econômica é mais séria. Eu sento na mesa com todos os meus ministros para discutir o que a gente tem que fazer. Agora, achar que nós temos que piorar a saúde, piorar a educação para melhorar, isso é feito há 500 anos no Brasil. Há 500 anos o povo pobre não participava do orçamento, por isso que o país foi o último país a ter uma universidade".

Fonte: Brasil 247

Movimento antivacina durante a Covid foi estimulado pelo Pentágono e tinha como objetivo atingir a China

 

Reportagem investigativa da Reuters revela como o setor militar estadunidense atacou as vacinas chinesas – o que teve apoio do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro

Bolsonaro e enterro durante a pandemia da COVID-19
Bolsonaro e enterro durante a pandemia da COVID-19 (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Bruno Kelly)

Reuters – Durante o auge da pandemia de COVID-19, o Pentágono dos EUA iniciou uma campanha secreta visando contrapor a crescente influência da China nas Filipinas, país severamente afetado pelo vírus. A operação clandestina, que não havia sido anteriormente reportada, tinha como objetivo disseminar dúvidas sobre a segurança e eficácia das vacinas e outras ajudas vitais fornecidas pela China. De acordo com uma investigação da Reuters, a campanha de propaganda do exército utilizou contas falsas na internet para simular serem de filipinos, transformando-se em uma campanha antivacina.

As postagens nas redes sociais criticavam a qualidade das máscaras faciais, kits de teste e a vacina Sinovac, a primeira a estar disponível nas Filipinas. Pelo menos 300 contas no X, anteriormente Twitter, foram identificadas como correspondentes às descrições compartilhadas por ex-oficiais militares dos EUA familiarizados com a operação nas Filipinas. Quase todas foram criadas no verão de 2020 e centradas no slogan #Chinaangvirus – em Tagalog, "China é o vírus". Essa postagem, identificada pela Reuters, coincidia com a mensagem, cronograma e design da campanha de propaganda antivacina do exército dos EUA nas Filipinas, disseram ex e atuais oficiais militares. A plataforma de mídia social X também identificou a conta como falsa e a removeu.

A campanha antivacina do Pentágono começou na primavera de 2020 e se expandiu além do Sudeste Asiático antes de ser encerrada em meados de 2021. Adaptando a campanha de propaganda para o público local em toda a Ásia Central e Oriente Médio, o Pentágono utilizou uma combinação de contas falsas de mídia social em múltiplas plataformas para espalhar medo das vacinas chinesas entre os muçulmanos, num momento em que o vírus matava dezenas de milhares de pessoas todos os dias. Uma parte chave da estratégia: ampliar a contestação de que, como as vacinas às vezes contêm gelatina de porco, os imunizantes chineses poderiam ser considerados proibidos sob a lei islâmica.

Movimento antivax no Brasil – No Brasil, um movimento similar de desconfiança às vacinas foi notado, tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos como figuras de destaque. Eles frequentemente se referiam às vacinas chinesas de forma pejorativa como "Vachina", ecoando sentimentos antivacina durante o período crítico da pandemia. As primeiras vacinas trazidas ao Brasil, que eram chinesas, chegaram por iniciativa do então governador de São Paulo, João Doria, intensificando um debate político e ideológico sobre a vacinação no país.

O programa militar começou sob a administração do ex-presidente Donald Trump e continuou meses após a posse de Joe Biden, encontrou a Reuters – mesmo depois que executivos de mídia social alarmados alertaram a nova administração de que o Pentágono estava produzindo desinformação sobre a COVID. A Casa Branca de Biden emitiu um decreto na primavera de 2021 proibindo o esforço antivacina, que também difamava vacinas produzidas por países rivais, e o Pentágono iniciou uma revisão interna, revelou a investigação

Fonte: Brasil 247 com Reuters

MP do TCU analisa impactos fiscais das pensões de filhas de militares

 

"Situações como essa evidenciam o desrespeito ao princípio da isonomia que deveria reger a administração pública", afirma o subprocurador-geral Lucas Furtado

Militares
Militares (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 Em um movimento que pode desencadear profundas discussões sobre a sustentabilidade financeira e a equidade dos benefícios previdenciários no Brasil, o subprocurador-geral Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), apresentou uma representação para que a corte examine detalhadamente o sistema de proteção dos militares e o impacto nas contas públicas das pensões destinadas às filhas de membros das Forças Armadas, informa a Folha de S. Paulo.

A representação surge em um contexto de preocupação com o equilíbrio fiscal do país. Furtado, em sua solicitação, menciona a manifestação do ministro do TCU, Walton Alencar Rodrigues, que destacou a Previdência Social, focando particularmente no sistema militar. Rodrigues chamou atenção para a capacidade limitada de cobertura desse sistema e seu "monumental déficit per capita".

Um dos pontos centrais da discussão é a pensão vitalícia para filhas solteiras de militares, um benefício que tem sido amplamente criticado por suas distorções e pelas situações fictícias que pode induzir. Embora o benefício tenha sido extinto para novos ingressos na carreira militar a partir de 2001, projeções indicam que os custos associados a essa pensão continuarão a onerar o governo e a sociedade até pelo menos 2060.

Lucas Furtado sublinha que, mesmo após a extinção da pensão vitalícia para novos militares, os encargos futuros permanecem consideráveis. "Não estou aqui a ir de encontro ao direito adquirido. Tampouco causar insegurança jurídica em situações já decididas judicialmente. Se o direito existe, que o seja respeitado. Contudo, a meu ver, situações como essa evidenciam o desrespeito ao princípio da isonomia que deveria reger a administração pública como um todo", afirmou Furtado.

O subprocurador-geral enfatiza que o princípio da isonomia é crucial para assegurar que não haja discriminação ou privilégios indevidos na sociedade e na aplicação das leis. "No momento em que classes são privilegiadas com direitos diferentes dos demais, há desrespeito a esse princípio tão importante para a justiça e a equidade na sociedade", argumenta.

Além disso, Furtado alerta que os números indicam que o sistema de proteção dos militares, como está configurado atualmente, pode ameaçar o equilíbrio fiscal do país. "Os privilégios concedidos a certas categorias, especialmente quando sustentados por recursos públicos, precisam ser constantemente reavaliados para garantir que a administração pública opere de maneira justa e sustentável", completou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula diz que "Haddad jamais ficará enfraquecido" e garante: "não faremos ajuste fiscal em cima dos pobres"

 

Presidente afirmou que o governo deixará de buscar soluções para a compensação da desoneração: "os empresários que apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta"

Lula e Fernando Haddad
Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Lula (PT), em entrevista coletiva neste sábado (15) no encerramento do G7, disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), "jamais ficará enfraquecido" em seu governo. A declaração de Lula vem após rumores de que o ministro estaria sendo pressionado por diversos setores, inclusive por alas do governo, principalmente depois de ser ventilada a possibilidade de desvincular benefícios sociais da Previdência do aumento do salário mínimo. "O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for presidente da República, porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim e mantido por mim. Então é o seguinte: se o Haddad tiver uma proposta, o que vai acontecer é que ele vai me procurar essa semana para sentar e discutir economia comigo".

O presidente, no entanto, vetou de antemão qualquer ajuste fiscal que envolva retirar dinheiro e benefícios das classes mais pobres. "Eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres".

As discussões sobre desvinculação estão em um contexto em que o governo busca uma maneira de compensar a desoneração da folha salarial de 17 setores econômicos, vetada pelo presidente Lula mas mantida pelo Congresso Nacional. Lula afirmou que já disse a Haddad que deixe os empresários e os parlamentares encontrarem uma solução para a compensação, já que, se não for encontrada uma saída, o veto à desoneração será retomado. "Vou dizer em alto e bom som: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres, porque os que ficam criticando o déficit fiscal, os que ficam criticando os gastos do governo, são os mesmos que foram para o Senado aprovar a desoneração de 17 grupos empresariais. São os mesmos. E que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer. Eu disse para o Haddad: não é problema mais do governo; o problema agora é deles. A decisão da Suprema Corte diz que dentro de 45 dias, se não tiver o acordo, está válido o meu veto e não vai ter a desoneração. Então agora os empresários se reúnam, discutam e apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta de compensação".

O presidente ainda deixou uma nova mensagem de compromisso com a responsabilidade fiscal: "eu acho que tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessário você não tem que fazer. Eu, em 90% da minha dívida, nunca tive uma dívida, porque eu nunca gostei de fazer uma despesa maior do que o meu salário. E o que nós estamos fazendo é o seguinte: nós já fizemos o que ninguém esperava que precisava ser feito, fizemos a regulação do marco fiscal, aprovamos a reforma tributária, estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade jurídica, política, fiscal, econômica e social. Isso está garantido".

Fonte: Brasil 247

 

Bancada feminina na Câmara quer aprovar PEC que torna o estupro crime inafiançável e imprescritível

 Aprovada no Senado em 2019, a proposta pode agora avançar na Câmara, em reação ao chamado "PL do estupro", que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio

Manifestação contra o PL 1.904/24
Manifestação contra o PL 1.904/24 (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Em meio a intensos debates na Câmara dos Deputados, a bancada feminina se mobiliza contra o "PL do estupro", que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio. Como resposta, as parlamentares estão pressionando pela aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa tornar o estupro e o feminicídio crimes inafiançáveis e imprescritíveis, informa Igor Gadelha, do Metrópoles.

O projeto de lei chamado de "PL do estupro", de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), sugere que a prática do aborto após a 22ª semana de gestação seja punida com a mesma severidade de um homicídio, com penas que variam de seis a 20 anos de prisão. Este movimento tem gerado indignação entre a opinião pública e as parlamentares femininas.

Como parte de sua estratégia para contrapor o PL, a bancada feminina está impulsionando uma PEC apresentada em 2019 pela então senadora Rose de Freitas (Podemos-ES). A proposta foi aprovada no Senado no mesmo ano, mas desde então está paralisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, aguardando a nomeação de um relator. Em 2023, o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) foi designado relator da PEC, mas ele não apresentou um relatório antes de deixar de ser membro da CCJ em 2024. Agora, as deputadas buscam reativar o processo e pressionam para que a PEC avance.

A PEC defendida pela bancada feminina propõe mudanças significativas na forma como o Judiciário lida com crimes de estupro e feminicídio. A proposta estabelece que esses crimes não podem ser sujeitos a prescrição, o que significa que os agressores podem ser processados a qualquer momento, independentemente de quando o crime foi cometido. Além disso, torna os crimes inafiançáveis, retirando a possibilidade de libertação sob fiança para suspeitos.

Atualmente, a pena para estupro varia de seis a dez anos se a vítima for maior de idade, e de oito a doze anos se a vítima for menor. As parlamentares argumentam que é inconcebível que a proposta de penalidade para o aborto seja mais severa do que para crimes de violência sexual.

Fonte: Brasil 247

"É uma insanidade", diz Lula sobre o 'PL do estupro'

 

'Eu sou contra, mas o aborto é uma realidade e a gente precisa tratar o aborto como uma questão de saúde pública', afirmou o presidente

Lula
Lula (Foto: Reprodução/YouTube/Lula)

O presidente Lula (PT) concedeu neste sábado (15) uma entrevista coletiva no encerramento do G7, na Itália, e falou a jornalistas sobre o chamado "PL do estupro", que teve urgência aprovada na Câmara dos Deputados. O projeto visa equiparar o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. Com isso, a pena prevista para a mulher que realizasse o aborto após o prazo estipulado seria maior que a pena de um estuprador.

Lula classificou o projeto como uma "insanidade" e voltou a defender que o tema do aborto seja tratado como "questão de saúde pública". Ele também prometeu se inteirar so assunto sobre o "PL do estupro" ao retornar ao Brasil. "A primeira coisa que eu preciso dizer em alto e bom som, e não é a primeira vez, é que eu, Luiz Inácio Lula da Silva, fui casado, tive cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. Entretando, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como uma questão de saúde pública. E eu acho que é uma insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior que a do criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso. Eu, sinceramente, à distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil, quando eu voltar eu vou tomar ciência disso, eu tenho certeza que o que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com respeito a vítima com rigor o estuprador. É isso que precisa ser feito. Quando alguém apresenta uma proposta de que a vítima tem que ser punida com mais rigor do que o estuprador, não é sério. Sinceramente não é sério".

'Convidei o G7 a entrar na briga contra a desigualdade, a fome e a pobreza', diz Lula

 "Não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que têm mais dinheiro que o PIB da Inglaterra, da Espanha, de Portugal e da Alemanha", exclamou o presidente

Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista coletiva no encerramento da reunião do G7, na Itália, e relatou ter convidado os líderes das maiores economias do mundo "a entrarem na briga contra a desigualdade, a fome e a pobreza".

"Não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que têm mais dinheiro que o PIB da Inglaterra, da Espanha, de Portugal e da Alemanha juntos. Não é possível que tão poucos tenham tanto dinheiro e tão muitos tenham tão pouco dinheiro. É preciso dar um certo equilíbrio se a gente quiser acabar com a fome, se a gente quiser fazer justiça social", disse.

O presidente também contou ter sentido "um entusiasmo muito grande" dos participantes do G7 em relação ao encontro do G20 que ocorrerá no Brasil em novembro. Lula afirmou ter convidado os presidentes e chefes de Estado a comparecerem ao Brasil acompanhados dos empresários de seus respectivos países. "Eu tenho convidado os presidentes dizendo para eles: ‘olha, eu gostaria que você fosse ao Brasil e levasse muitos empresários para a gente juntar muitos empresários brasileiros e fazer negociações’. É preciso aumentar a rentabilidade de cada país no comércio exterior, o fluxo na balança comercial, e quem trata disso é empresário, não governo. Daqui para frente, a cada viagem que eu fizer vai ter um monte de empresários viajando, para que a gente possa vender os produtos que o Brasil é capaz de produzir, e comprar também aquilo que querem nos vender".


Fonte: Brasil 247

"Quando os dois tiverem disposição, estamos prontos", diz Lula sobre conferência de paz entre Rússia e Ucrânia

 Presidente criticou a conferência que ocorre na Suíça, apenas com a participação da Ucrânia, para discutir o fim do conflito

Lula
Lula (Foto: Reprodução/YouTube/Lula)

 O presidente Lula (PT) concedeu neste sábado (15) uma entrevista coletiva no encerramento do G7. Ele voltou a falar sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia e a criticar a conferência de paz unilateral que ocorre neste fim de semana na Suíça, evento que não é reconhecido por Moscou.

Lula contou que no encontro que teve com a presidente da Suíça, Viola Amherd, foi convidado a participar da conferência, mas declinou da proposta por acreditar que uma conferência pelo fim da guerra precisa necessariamente contar com todas as partes envolvidas no conflito. "Com a presidenta da Suíça, ela foi a Genebra conversar comigo, em um gesto de gentileza dela, porque ela pegou o avião e foi a Genebra. Ela queria nos convidar para participar da reunião que está havendo neste final de semana para discutir a questão da paz. E eu disse para ela que o Brasil havia tomado a decisão de não ir porque o Brasil só participará de reunião para discutir a paz quando os dois lados em conflito estiverem sentados à mesa. Não é possível que tenha uma briga entre dois e você achar que se reunindo só com um você resolve o problema". 

Lula afirmou que o Brasil estará à disposição quando Rússia e Ucrânia decidirem negociar o fim da guerra. "Como ainda há muita resistência, tanto do Zelensky quanto do Putin de conversar sobre paz, cada um tem a paz na sua cabeça do jeito que quer, nós estamos, depois de um documento assinando com a China pelo Celso Amorim e pelo representante do Xi Jinping, propondo que haja uma negociação efetiva, que a gente coloque definitivamente a Rússia na mesa, o Zelensky na mesa e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra. A paz ninguém precisa morrer, não precisa destruir nada, não precisa vitimar soldados inocentes, sobretudo jovens, e pode haver um acordo. Quando os dois tiverem disposição, nós estamos prontos para discutir".

Fonte: Brasil 247

Lula se reúne com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni

 

Durante a conversa, o presidente enfatizou prioridades à frente da Presidência do G20, como o combate à fome e a reforma de instituições multilaterais

Lula e Giorgia Meloni
Lula e Giorgia Meloni (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 O presidente Lula (PT) encerrou sua série de reuniões bilaterais no G7 neste sábado (15), com uma conversa com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. A anfitriã do evento foi parabenizada por Lula pela organização da cúpula e agradecida pela solidariedade demonstrada diante das recentes enchentes no Rio Grande do Sul.

Durante o diálogo, ambos os líderes celebraram os laços históricos entre Brasil e Itália, enfatizando a profunda conexão cultural e econômica que une as duas nações. Lula aproveitou a ocasião para discutir a próxima visita do presidente italiano, Sergio Mattarella, ao Brasil, prevista para julho. O encontro de Mattarella incluirá reuniões com a comunidade italiana no país, uma das maiores fora da Itália.

O presidente brasileiro não hesitou em convidar Meloni para uma visita ao Brasil, sugerindo que ela traga consigo uma delegação empresarial. A proposta de Lula visa não apenas reforçar os laços políticos, mas também explorar novas oportunidades de cooperação econômica, destacando a significativa presença de empresas italianas e descendentes de italianos no Brasil.

Na pauta política, os temas abordados refletiram preocupações globais. Lula e Meloni discutiram estratégias para enfrentar a crise de segurança alimentar que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. O presidente brasileiro destacou a importância da união internacional no combate à fome e reiterou seu compromisso com a Aliança Global contra a Fome, uma das principais prioridades de sua presidência no G20. A transição energética e o desenvolvimento social também foram tópicos centrais na conversa. 

Meloni confirmou sua presença na Cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro em novembro. Lula aproveitou para destacar a importância de reformar as instituições de governança global, ressaltando que a Organização das Nações Unidas (ONU) precisa de um novo papel para enfrentar os desafios contemporâneos.

Na sexta-feira (14), durante discurso como país convidado à Cúpula do G7, o presidente Lula propôs uma governança global de Inteligência Artificial, defendeu a tributação de super-ricos e destacou a necessidade de enfrentar as mudanças do clima com foco na dignidade humana.

O presidente Lula também participou de reuniões com a representante da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen; com o premiê da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Turquia, Recep Erdoğan; com o presidente da França, Emmanuel Macron, além de ter um encontro com o Papa Francisco. Mais cedo neste sábado, Lula também teve um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Fonte: Brasil 247

Em novo recorde histórico, bancos lucraram R$ 144 bilhões em 2023

 

No ano anterior, o lucro líquido havia sido de R$ 139 bilhões. Bancos públicos foram os mais rentáveis do mercado

Moedas de real
Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

Os bancos brasileiros registraram um desempenho financeiro recorde em 2023. Segundo o último Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), o lucro líquido do setor bancário atingiu R$ 144 bilhões, superando em 4% os R$ 139 bilhões em 2022, informa o Metrópoles. Esse resultado expressivo ocorre apesar do impacto negativo causado pela descoberta de uma fraude contábil na Americanas, que deixou um buraco fiscal de R$ 25,2 bilhões e afetou significativamente as grandes instituições financeiras do país.

A crise da Americanas, que abalou gigantes como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Safra e Votorantim, não foi suficiente para deter a lucratividade do sistema bancário. Ainda assim, o relatório do BC destaca uma dinâmica variada no mercado de crédito, com os consumidores individuais mostrando maior resiliência em comparação às empresas.

O crescimento do crédito em 2023 foi impulsionado principalmente pelos empréstimos a pessoas físicas. As taxas de inadimplência nesse segmento apresentaram uma leve redução, mantendo-se em níveis similares aos anos anteriores. Sob diferentes perspectivas geográficas e demográficas, a expansão do crédito foi particularmente notável na Região Norte, ligeiramente mais robusta para mulheres e desacelerou entre os mais jovens. A inadimplência também caiu significativamente no Norte e no Sudeste, com uma queda mais acentuada para pessoas com menos de 24 anos.

Por outro lado, o crédito às empresas teve uma trajetória menos favorável. A carteira de crédito para pessoas jurídicas desacelerou, e a inadimplência aumentou em todas as regiões e na maioria dos setores econômicos. Regiões como Norte e Centro-Oeste viram um crescimento mais expressivo no saldo de crédito empresarial, com destaque para indústrias extrativas e construção civil.

Apesar do aumento no lucro, a rentabilidade dos bancos, medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE), apresentou uma ligeira queda, fechando 2023 em 14,1%, uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao ano anterior. A análise do BC revela que essa rentabilidade está fortemente ligada ao tamanho da instituição financeira. Bancos maiores conseguem melhores resultados devido a fatores como economias de escala e uma oferta diversificada de produtos e serviços, o que lhes permite operar com custos menores e margens de lucro superiores.

Os bancos públicos destacaram-se pelo segundo ano consecutivo como os mais rentáveis do mercado, graças a melhorias na eficiência operacional. Em contraste, os bancos privados mantiveram sua eficiência operacional estável.

No que diz respeito à concentração bancária, o cenário ainda é dominado por quatro grandes instituições: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Juntos, eles detêm 55,3% dos ativos, 57,8% do mercado de crédito e 57,9% dos depósitos bancários. No entanto, houve uma leve redução em comparação a 2022, atribuída ao crescimento de cooperativas de crédito e instituições financeiras não bancárias, que têm aumentado sua participação no sistema financeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles