sexta-feira, 14 de junho de 2024

Pequim avisa Brasil que proposta conjunta dos dois países para Guerra da Ucrânia tem recebido maior apoio

 56 países e organizações analisam documento que quer Rússia nas negociações

O chanceler da China, Wang Yi, (na foto, à esquerda, frente)disse que o documento sobre a Guerra da Ucrânia assinado há três semanas com Celso Amorim tem recebido apoio crescente. O comentário foi feito ao ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a reunião de chanceleres dos países do Brics em Nijni Novgorod, na Rússia.


“Recentemente, China e Brasil emitiram conjuntamente seis entendimentos comuns sobre a solução política da questão da Ucrânia”, afirmou Wang, segundo relato da diplomacia chinesa e da agência Xinhua. “Cada vez mais países entendem e aprovam.”


Segundo o porta-voz Lin Jian, em entrevista coletiva em Pequim, “52 países e organizações internacionais confirmaram que endossam os entendimentos comuns ou que estão analisando a forma de endossá-los”. Procurado na noite de quinta na capital chinesa, o ministério adiantou dois, Hungria e Nicarágua.


Em artigo publicado na Folha, Amorim escreveu, por parte do Brasil, que “vários dos países contatados demonstraram compartilhar da mesma visão” expressa no documento.


Wang, com Vieira, observou ainda que este é o ano inaugural de “cooperação do Brics ampliado” e que a China quer trabalhar com o Brasil para isso, “permitindo que o mecanismo Brics desempenhe um papel maior na governança global e na salvaguarda dos interesses dos países em desenvolvimento”.


De sua parte, segundo o relato chinês, o chanceler brasileiro citou a “visita bem-sucedida” do vice-presidente Geraldo Alckmin a Pequim e disse que “Brasil e China compartilham posições semelhantes em muitas questões”, acrescentando que a “declaração conjunta sobre os seis entendimentos comuns é de importância significativa”.


O documento foi anunciado no último dia 23, após reunião de três horas entre Wang, também diretor de política internacional do Partido Comunista da China, e Amorim na chamada Casa de Hóspedes Diaoyutai, um parque fechado no centro de Pequim.


Entre os entendimentos está o de que China e Brasil “apoiam uma conferência internacional de paz, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz”.

Segundo informou na ocasião a assessoria de Amorim, Brasil e China “devem engajar países amigos para construir” a conferência. A proposta contrasta com o encontro convocado para este fim de semana na Suíça. A Rússia não foi convidada, o que levou o Brasil e outros países a argumentarem que não faz sentido falar em um fim negociado para a guerra sem um dos lados presente.


A diplomacia brasileira será representada no encontro por sua embaixadora em Berna, Claudia Buzzi.


No dia seguinte à reunião com o chanceler chinês, questionado sobre como seria, na prática, a negociação de paz que Brasil e China pretendem encaminhar, Amorim respondeu: “Bom, esse é outro passo. O primeiro é aceitar uma solução que envolva Rússia e Ucrânia. Vamos aguardar a repercussão que isso vai ter”.


O presidente Lula conversou na última segunda (10) com o presidente russo, Vladimir Putin, e segundo o governo brasileiro “reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam os dois lados do conflito, em linha com documento assinado” por Amorim e Wang.


Além da participação russa, os “entendimentos comuns” sobre a guerra incluíram estes cinco, resumidamente:


  • China e Brasil “apelam a todos os atores relevantes a observarem três princípios para a desescalada da situação, a saber: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte”;
  • “São necessários esforços para aumentar a assistência humanitária em áreas relevantes e prevenir uma crise humanitária de maior escala”;
  • “O uso de armas de destruição em massa, em particular armas nucleares, químicas e biológicas, deve ser rejeitado. Todos os esforços possíveis devem ser feitos para prevenir a proliferação nuclear e evitar uma crise nuclear.”;
  • “Ataques contra usinas nucleares ou outras instalações nucleares pacíficas devem ser rejeitados.”
  • “A divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados deveria ser evitada.”

Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de São Paulo

Cantor Nahim morreu ao cair da escada em casa, aos 71 anos, em SP, mas polícia investiga as circunstâncias, se apenas acidente, mal súbito ou crime

 Cantor fez grande sucesso em programas de auditório nos anos 80

A polícia está investigando as circunstâncias da morte do cantor Nahim, de 71 anos. O artista foi encontrado morto em sua casa em Taboão da Serra, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (13).


Segundo o Instituto Médico Legal (IML), o cantor sofreu uma fratura no crânio após cair da escada de sua residência. O laudo, que deverá sair em alguns dias, irá apontar a causa do óbito.


“Vamos investigar se Nahim teve mal súbito, se tropeçou e caiu ou se alguém o jogou da escada”, disse Helio Bressan, delegado seccional de Taboão da Serra, ao g1. “Resta saber como foi essa queda”, acrescentou.


O caso foi registrado inicialmente como morte suspeita a esclarecer pelo 1º Distrito Policial (DP) da cidade. O corpo do artista foi encontrado sozinho próximo à escadaria da residência.


Entre as hipóteses estão morte natural (como um ataque cardíaco fulminante), morte acidental (tropeçou sozinho e teve algum trauma) ou homicídio (queda provocada por outra pessoa).


“Não descartamos nenhuma hipótese”, destacou Bressan. “Inclusive a de que ele possa ter sido vítima de algum crime.”


Quem foi Nahim?


Nascido em Miguelópolis, no interior de SP, Nahim conquistou o público por meio dos programas de auditório dos anos 80, e chegou a vencer o “Qual é a música?”, quadro do Programa Silvio Santos.


Relembre hits de Nahim


Dono de canções como “Dá Coração”, “Taka Taka” e “Coração de Melão”, Nahim lançou mais de 86 músicas distribuídas em 14 álbuns. Durante a carreira artística, ele integrou também o elenco de reality shows como “A Fazenda”, em 2017, e “Power Couple”, em 2022.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo e Diário do Centro do Mundo

Médico brasileiro referência em aborto legal diz que “PL do Estupro” vai condenar muitas meninas à morte

 Crianças e adolescentes, muitas das quais são estupradas, descobrem a gravidez tardiamente; limite de semanas proposto pelo projeto para realização do aborto as colocaria em perigo

O obstetra Olímpio Moraes é uma referência na luta pela democratização do aborto legal no país. Depois de 38 anos de carreira médica, diz ver abismado o avanço do PL (projeto de lei) do Aborto, que atesta ser um retrocesso que vai custar vida de muitas grávidas, em especial crianças e adolescentes. Não à toa o projeto tem sido chamado de “PL do Estupro” e “PL da Gravidez Infantil”.


Se aprovada, a proposta equipara o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio simples, com punição de seis a 20 anos de cadeia — mais, por exemplo, que a pena de estupro (de 8 a 15 anos para estupro de vulnerável), informa o colunista Carlos Madeira, do portal UOL. Até mesmo os médicos poderão ser presos — hoje eles são isentos.


Olímpio é diretor médico do Cisam (Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros) e professor da UPE (Universidade de Pernambuco). A sua luta o levou a ser excomungado pela Igreja Católica, após fazer aborto em uma criança de 9 anos, em 2009; e ser atacado por ala religiosa radical, que tentou impedir uma criança de 10 anos de interromper gravidez após ser estuprada pelo tio, em 2020.


Ele diz que, se aprovado, o projeto de lei vai punir, em sua grande maioria, crianças e adolescentes que descobrem a gravidez tardiamente até pela situação de vulnerabilidade que vivem.


“Entre essas crianças e meninas adolescentes, a principal causa de morte são justamente as complicações da gravidez. E a segunda é o suicídio devido à depressão, gerado muitas vezes pela situação de vulnerabilidade causada pela violência sexual. Então, o projeto vai condenar essas meninas muitas vezes à morte”, diz Olímpio.


Ele diz que limitar em 20 semanas o prazo é uma ideia de quem nunca procurou saber sobre o tema, já que elas muitas vezes descobrem a gestação após o 4º mês.


O obstetra diz que na infância e pré-adolescência especialmente, o seguimento de uma gravidez é sempre um risco:


“Há crianças que nem sabe o que é a gravidez, nem sabe que estão grávidas; ou que escondem a gravidez ameaçadas porque o algoz é da própria família. Quando a família descobre, a gravidez já está com cinco meses. Procurar ajuda no Brasil para esse abortamento é difícil porque são poucos lugares que oferecem o serviço.”


Mulheres também morrerão


Uma das preocupações que Moraes cita é com os casos de risco à vida de mulheres. Ele explica que existem casos que apenas após 20 semanas de gestação são percebidos.

“Existem casos em que mulheres apresentam, acima de 20 semanas, uma descompensação cardíaca, ou percebe-se uma gravidez abdominal, uma gravidez ectópica [fora do útero] — que é um risco muito grande. E o médico pode ficar com receio de interromper a gravidez, e a mulher pode morrer por causa dessa lei”, aponta o médico.


Outro ponto que Olímpio chama atenção é dos casos de malformações de fetos incompatíveis com a vida. “Muitas vezes o diagnóstico é dado depois de 20 semanas”, diz. E continua:


“No caso de feto mal formado seja sem cérebro, sem coração, sem rins? A lei dá a entender que ele está viável, então manda continuar a gravidez. As mulheres passam a ser obrigadas a continuar a gravidez muitas vezes de alto risco e destruindo a sua saúde mental. É uma tortura fazer isso com as mulheres.”


Por fim, Olímpio diz que os profissionais que estão na linha de frente não concordam com a mudanças na lei e critica entidades de classe que não se posicionam contrários e adotam, inclusive, posturas para dificultar o aborto legal.


“Acho que a maior parte dos médicos são humanistas, são éticos. Esses médicos que estão aí [defendendo medidas antiaborto legal] representam uma parcela, muitas vezes nunca atenderam a paciente vítima de violência ou situação de aborto previsto em lei. Eles usam para agradar algumas forças políticas que são aliados”, conclui.


Situações em que aborto é permitido por lei


  • Para salvar a vida da mulher;
  • Gestação resultante de estupro;
  • Feto anencefálico — defeito na formação do tubo neural que resulta em bebê natimorto ou capaz de sobreviver apenas algumas horas.

Longa história de defesa do aborto legal


Moraes tem uma longa história de defesa para que mulheres pobres tenham direito a aborto legal pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Sua defesa pelo direito ao aborto legal o levou, em 2009, a ser excomungado ao fazer um aborto de gêmeos, no Cisam, de uma menina de Alagoinha (PE) estuprada pelo padrasto e que causou uma grande repercussão. O arcebispo local excomungou não só ele, como toda a equipe médica.


Em agosto de 2020, o médico obstetra Olímpio Moraes dirigia o Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), no Recife, que recebeu uma menina de 10 anos do Espírito Santo que estava grávida após ser estuprada pelo tio.


No caso, ela precisava de uma interrupção da gravidez — negada no estado dela. O aborot foi feito no Cisam, mesmo com protestos de grupos de religiosos e políticos radicais, que foram à porta da unidade chamar ele e a menina de assassinos. A criança precisou entrar no porta-malas do carro, escondida, para realizar o procedimento.


Fonte: Agenda do Poder com informações do UOL

Júnior da Femac participa da inauguração do Contorno de Jandaia do Sul


O prefeito de Apucarana, Júnior da Femac, participou nesta quinta-feira da solenidade de inauguração do contorno de Jandaia do Sul.

Ao lado dos prefeitos de Maringá, Ulisses Maia; de Jandaia do Sul, Lauro Junior; e de Cambira, Emerson Toledo – também presidente da Amuvi -, Júnior da Femac agradeceu o governador Ratinho Junior pela importe obra para a região centro norte do Paraná. “Nossa região está, cada vez mais, integrada como uma metrópole graças a obras como essa, que fazem fluir o tráfego e atraem novos empreendimentos”, destacou o prefeito de Apucarana. Ele lembrou ainda que trabalhou pela duplicação do contorno sul de Apucarana, que contribuiu muito para otimizar o tráfego de veículos neste eixo.

OBRA

O contorno tem extensão total de seis quilômetros, contando com pistas duplas em cada sentido, separadas por um canteiro central. Cada faixa de rolamento terá 3,60 metros de largura e os acostamentos externos terão 2,50 m, com espaço lateral de 1,20 m para dispositivos de drenagem. Também foram executados cinco viadutos na rodovia e obras de contenção. A nova rodovia tem início logo após o limite com Cambira e segue pelo norte do município até o trevo rodoviário da BR-376 (acesso para Mandaguari) com a BR-369 (acesso para o distrito de São José).

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Equipes de vôlei de Apucarana iniciam com vitórias na macrorregional dos JEP´s


 Em partidas realizadas nessa quinta-feira à tarde (13/06), no ginásio de esportes do Colégio Estadual Nilo Cairo, em Apucarana, as equipes de voleibol masculino “B” e de voleibol feminino “A” do Colégio São José iniciaram com vitórias na fase macrorregional da 70ª edição dos Jogos Escolares do Paraná (JEP´s), competição que reúne mais de 1.700 alunos/atletas e que prossegue até domingo.

Pela categoria masculino “B”, em jogo que começou por volta das 15 horas, o São José venceu a Escola Cristo Rei, de Manoel Ribas, por 2 sets a 1. Em seguida, num jogo bastante disputado pela categoria feminino “A”, o São José, que é comandado pelo professor Alysson Namba, derrotou o Colégio Estadual Emílio de Menezes, de Arapongas, também pelo placar de 2 sets a 1, com parciais de 25/21, 19/25 e 15/12.

“Muito contente e satisfeito com a nossa primeira atuação nessa macrorregional. Estamos no caminho certo e nesta sexta-feira teremos mais duas partidas difíceis pela frente”, destacou Namba. Às 8h30, as meninas do São José enfrentam o Colégio Cândido de Abreu e às 15 horas, elas duelarão contra o Colégio Ideal, de Telêmaco Borba. Os dois confrontos serão no “Nilo Cairo”. Também na mesma praça esportiva, às 14 horas, no masculino “B”, o São José encara o Prisma, de Arapongas.

Já no handebol masculino “B”, no Complexo Esportivo Áureo Caixote, o Colégio São José estreou com vitória ao bater o Colégio Olimpus, de Arapongas, por 21 a 16.

A segunda rodada das modalidades de basquetebol, futsal e de handebol (masculino e feminino) também acontece nesta sexta-feira (14), a partir das 8h30. O basquetebol com jogos no Colégio São José, o handebol no “Áureo Caixote” e o futsal com partidas no Ginásio de Esportes do Lagoão e no Complexo Estação Cidadania.

DUAS MODALIDADES – Começam nesta sexta-feira (14), às 8 horas, as modalidades de vôlei de praia e de xadrez, que ocorrerão na AABB e no Clube 28 de Janeiro, respectivamente. Na modalidade de vôlei de praia serão realizadas 41 partidas nesta sexta, com Apucarana sendo representada por estudantes dos colégios Padre José de Anchieta (masculino “B”), Heitor Furtado (masculino “A”), Canadá (feminino “B”) e São José (feminino “A”).

A macrorregional dos JEP´s é realizada pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Estado da Educação e Esporte, em parceria com a Prefeitura de Apucarana.

 

Jogos dos colégios apucaranenses nesta sexta-feira

 

Basquetebol – Ginásio do Colégio São José

 

09h30 – Canadá x Julio Junqueira (Arapongas) – M-B

13h30 – Canadá x Barbosa Ferraz (Ivaiporã) – M-A

14h30 – Canadá x Newton Guimarães (Londrina) – F-A

 

Futsal – Ginásio de Esportes do Lagoão

08h30 – Mater Dei x Sapopema (Sapopema) – F-B

10h30 – São José x Dom Pedro I (Lidianópolis) – M-B

15h30 – Mater Dei x Sapopema (Sapopema) – F-A

16h30 – Mater Dei x Antônio G. Novaes (Arapongas) – F-B

 

Futsal – Complexo Estação Cidadania

15h30 – Canadá x Érico Veríssimo (Faxinal) – M-A

 

Futsal paradesportivo – Ginásio de Esportes do Lagoão

09h30 – José Menegazzo x Antônio Quintiliano (Novo Itacolomi) – (M)

13h30 – José Menegazzo x Mãos de Luz (Reserva) – (M)

 

Handebol – Complexo Áureo Caixote

09h30 – São José x Biodiversidade (Londrina) – F-B

10h30 – São José x João Paulo I (Bom Sucesso) – F-A

15h00 – São José x Wolff Klabin (Telêmaco Borba) – M-B

16h00 – São José x Emílio de Menezes (Arapongas) – M-A

 

Voleibol – Colégio Nilo Cairo

08h30 – São José x Cândido de Abreu – F-A

9h30 – Glorinha x Antônio Barros (Londrina) – M-A

14h00 – São José x Prisma (Arapongas) – M-B

15h00 – São José x Ideal (Telêmaco Borba) – F-A

16h00 – Glorinha x Barbosa Ferraz (Ivaiporã) – M-A

Voleibol – Colégio Três Reis

10h30 – Três Reis x Positivo (Telêmaco Borba) – F-B

Fonte: Prefeitura de Apucarana

 

“Orçamento implantou um parlamentarismo ao tornar emendas instrumentos mais fortes que qualquer ministério,” alerta Lupi

 “Articulação política é responsabilidade de todos os integrantes do governo”

As emendas parlamentares se tornaram um instrumento mais poderoso do que a entrega de ministérios a um ou outro partido para ampliar a base de apoio no Congresso Nacional, disse à Folha o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. “O Orçamento implantou um parlamentarismo”, afirmou.


Neste ano, os parlamentares podem distribuir R$ 51,6 bilhões por meio das emendas. O ministro diz que o tamanho é desproporcional, uma vez que a fatura supera a verba livre de cada um dos 39 ministérios do governo Lula (PT).


Segundo ele, as emendas deveriam ser reduzidas, mas é difícil avançar nessa discussão.


Lupi afirma também que a articulação política não é uma responsabilidade só da pasta de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha, mas de todos os ministros.

Ele disse se recusar a receber membros da família Bolsonaro, mas já teve reuniões com representantes do PL, como a deputada Bia Kicis (PL-DF). “Todos nós temos que colaborar.

Parlamento é a representação do povo, não do meu gosto.”


O ministro disse ainda que concorda com a avaliação do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, de que o Executivo deve focar na agenda econômicas em vez das pautas de costumes.


Articulação política

A articulação política é sempre muito difícil. Primeiro, nós temos um Congresso muito heterogêneo. O Lula ganhou com dois pontos de diferença, e a nossa base não é 20% do Congresso. Como vai governar? Eu me lembro do primeiro governo Brizola [como governador do Rio de Janeiro]. O PT tinha dois deputados estaduais e nós tínhamos 27, uma bancada grande. Mas precisava ter metade mais um, 36. Um deputado era um partido. Tinha que compor, não? Tinha que dar secretaria. Então, é um pouco o retrato do governo.

Emendas parlamentares

O grande problema é que as emendas passaram a ser um instrumento mais forte que qualquer ministério. Se você somar o que se tem de emendas, entre as obrigatórias individuais e as livres, é maior que qualquer orçamento livre de qualquer ministério. O Congresso ficou muito forte.

O Orçamento implantou um parlamentarismo. Eu sou contra? Não é ser contra, mas eu acho que tudo tem que ter limite. Se eu elejo um Executivo, a palavra já diz, é para executar uma política pública. Acho legítimo que o parlamentar tenha sua emenda para levar benefícios para a sua cidade. Mas não pode esse volume, está exagerado.

Redução das emendas

É muito difícil. É muito difícil. Esse é o desafio que o governo está enfrentando. Quando tenta segurar, eles votam contra. Então, não é falta de uma articulação política. É que se criou e se alimentou um processo do presidencialismo e ter o parlamentarismo. A convivência do presidencialismo com o parlamentarismo é muito difícil. Porque quem está no Executivo quer executar minha política. Quem está no Parlamento [diz] ‘nã nã ni na não, o dinheiro é meu’. Como é que você faz? Esse é o grande desafio.

Conciliação com Congresso

Vejo [essa possibilidade]. O [Arthur] Lira [presidente da Câmara dos Deputados] é um homem da política. É um homem que tem habilidade. Por exemplo, a sinalização que ele está dando para a presidência da Câmara já é de composição. “Eu não quero impor. O meu nome será o meu e que não pode ter veto do presidente da República.” Isso não é uma composição? Mais do que isso eu não conheço.

Segundo, todas as votações mais importantes, as macrodecisões, o governo conseguiu aprovar. Ele perdeu naquele varejozinho em que cada um quer mostrar a sua força. Mas na macro, não. Não vamos ser injustos.


Contribuição dos ministros

Acho que tem que se ter mais diálogo, mais parceria. E nós, do governo, temos que ter mais sensibilidade com os parlamentares.

Parlamentar que chega eu atendo, não precisa marcar. E quando eu não tenho como dar resposta àquilo que ele pede… Vem muita gente aqui, por exemplo, pedir perito médico. Qual é a minha engenharia? Vamos fazer um mutirão na sua região, [o parlamentar] sai feliz da vida. Vamos fazer a telemedicina. Vamos fazer convênio com a prefeitura e com o estado para levar o atendimento. Eu sou do ramo, entendeu? Eu sou do ramo.


Todos nós temos que colaborar. O ministro das Relações Institucionais é uma espécie de porta-voz com o Parlamento. Mas ele não é o responsável. Se cada um de nós não dá contribuição para ele executar, não adianta ele sozinho. Não é justo. Não é uma avaliação pessoal.


Representação política

Em algumas áreas pode faltar [colaboração], sim. Não vou dizer qual é porque eu não sei. Mas cada um de nós, eu me incluo, quer fazer o seu time, a sua visão política, natural e legitimamente. Só que, como eu sou do ramo, eu faço a minha, mas também tenho que atender a eles.

Eu não vou no estado que eu não aviso da minha agenda. Se [os parlamentares] vão ou não vão, não é problema meu. Turma do Bolsonaro eu não recebo, nem família, mas do PL, fui lá com a Bia Kicis, pergunta como é que ela me tratou. Veio aqui duas vezes.


Parlamento é uma representação do povo, não é uma classificação do que eu gosto. Eu tenho a minha opinião, mas tenho que respeitar o que o povo elegeu. Se elegeu o que eu não gosto, paciência, o que eu posso fazer? Nós temos que ter mais humildade em saber fazer essa relação.


Pauta de costumes x pauta econômica

Concordo inteiramente [que o momento é de priorizar a pauta econômica]. A pauta de costumes é muito da visão pessoal.

Vou te dar um exemplo pessoal. Eu sou espírita, kardecista. Há 40 anos, no mesmo partido de esquerda. Eu sou contra o aborto. É a minha filosofia de vida, me respeitem! É o meu direito. Me choca, o que eu posso fazer?


Não estou dizendo que estou certo ou errado. Sou amplamente favorável à liberdade individual de cada um decidir sobre o seu corpo, o que quiser. Mesmo te dando a liberdade, eu quero o amplo direito de pensar como eu quero. É isso que diferencia a minha visão dessa direita mais raivosa.


A pauta de costumes é muito individual. Não posso colocar como dogma ideológico a religiosidade das pessoas, a definição sexual de cada um. Isso não tem nada a ver com gestão, com administração. Cada um acredita o que quiser. A pauta de governo é pauta econômica, social, não é a pauta dos direitos individuais, da cidadania. Isso é teu, e eu tenho que garantir o teu direito. Eu tenho que fazer o estado te atender, o hospital público te atender.


Acho isso tão sem importância para a realidade do Brasil que a gente está vivendo. Cada um deve decidir o seu destino, conforme sua visão. Agora, eu não posso te obrigar a acreditar na minha filosofia. E também você não pode me obrigar a acreditar na tua.

Essa pauta é muito pessoal, intransferível, é de cada um. Não é discussão política, não é discussão de governo. Aliás, para ser mais exato, não é uma política de governo. Não é uma política da discussão do Estado brasileiro. É da cidadania. Por que o Estado tem que arbitrar o que você deve e o que não deve? Quem sou eu? Quem sou eu?


Anistia aos envolvidos no 8 de janeiro

Sou radicalmente contra. Não pode anistiar quem preparou, promulgou, desejou e tentou executar um golpe de Estado. A história do trabalhismo, meu partido [PDT], é a história dos excluídos, do maior número de caçados, exilados, torturados e mortos por uma ditadura. Nenhum torturado pode compor com o seu torturador.

Projeto que proíbe delação de presos


Nunca examinei esse projeto. Eu tenho a concepção. Por princípio, delação é um ato de covardia. Só os covardes delatam. Só os covardes entregam. Quem delata é porque em algum momento participou.

Eu me incomodo muito com delação, qualquer que seja, de quem quer que seja. Não é um instrumento eficaz. Quando você troca vantagem para uma pessoa falar, já começa errado. Apresenta a prova, diz o fato concreto. A delação não é o processo de cada um querer se salvar? Não é uma discussão que passou pelo partido, é minha visão de mundo.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de São Paulo

Apoio de peso! ‘É hora de estender a mão a Haddad, o fiscal não pode mais derreter’, diz presidente da Febraban

 

Isaac Sidney afirma que ajuste fiscal pelo lado das receitas ‘colapsou’;

 

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban)Isaac Sidney, avalia que o ajuste fiscal pelo lado das receitas “colapsou” e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa de apoio dentro do próprio governo, além do Congresso e do empresariado, para enfrentar uma agenda de corte e desindexação de gastos públicos.

É nítido que a agenda de ajuste fiscal, pelo lado das receitas e do aumento da carga tributária, colapsou”, afirma Sidney ao Estadão. “O pessimismo e os ruídos têm crescido rapidamente, como podemos ver nos preços dos ativos, com a forte alta do dólar, a queda da Bolsa e o aumento dos juros futuros.”


Para ele, a alta da moeda americana – que fechou em queda nesta quinta-feira, mas ainda acumula valorização de 10,6% em 2024 – deveria servir como “sinal amarelo” não apenas ao mundo econômico, mas também ao político. “A alta do dólar é fonte de pressão inflacionária, exatamente por desajustar os preços”, diz.


Sidney e presidentes de instituições financeiras privadas se reunirão com Haddad e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, nesta sexta-feira, 14, em São Paulo. O encontro, segundo ele, já estava marcado há mais de dez dias e terá o objetivo de debater a conjuntura econômica do País.


A fala do porta-voz dos bancos ocorre em meio à escalada nas incertezas fiscais e ao desgaste de Haddad com parte do setor produtivo e com bancadas importantes do Congresso. Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu ao governo a maior parte da medida provisória que limitava a compensação de créditos dos tributos federais PIS/Cofins e onerava, sobretudo, o agronegócio e os exportadores.


O texto, que tinha o objetivo de compensar a desoneração da folha dos 17 setores que mais empregam e dos municípios, irritou lideranças empresariais, que alegam estar arcando com a maior parte do ajuste fiscal do governo sem que o Executivo faça a lição de casa e revise suas despesas.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal Estado de São Paulo, “Estadão”