Presidente vai participar também dos encontros da Organização Internacional do Trabalho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta quarta-feira (12) para uma viagem à Suíça e Itália, onde participará de encontros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do G7, informa o portal de notícias G1.
Lula, em sua sexta viagem à Europa neste terceiro mandato, discursará nesta quinta (13) em Genebra, na Suíça, no Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social da OIT.
No mesmo dia, segundo o Planalto, o presidente seguirá para a região da Puglia, na Itália, sede do encontro de líderes do G7, grupo que reúne Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e União Europeia. O Brasil participará como convidado.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Lula se reunirá com o presidente francês Macron à margem do encontro do G7, na Itália. O petista também terá agenda com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O governo confirmou que Lula terá uma audiência com o papa Francisco, que irá à Puglia. O líder brasileiro pretende convidar o pontífice para 30ª edição da conferência do clima das Nações Unidas, a COP 30, que será realizada em 2025 em Belém.
O MRE informou que Lula também se reunirá com o presidente da África do Sul, Cyrill Ramaphosa, e com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que assumiu terceiro mandato como chefe de governo.
Lula tem previsão de discursar na sexta-feira (14) durante a reunião do G7, um dos principais fóruns de discussão entre países, que no momento é presidido pela Itália.
Segundo o MRE, Lula deve falar sobre a presidência do Brasil no G20 e outros assuntos, como economia digital e inteligência artificial.
Agência Senado - O Senado
aprovou nesta terça-feira (11) o projeto de lei que cria a Política Nacional de
Assistência Estudantil (Pnaes). O PL 5.395/2023 insere na legislação a
chamada Bolsa Permanência, de pelo menos R$ 700, a ser paga a estudantes do
ensino superior que não recebam bolsa de estudos de órgãos governamentais, além
de outros nove programas em áreas como moradia estudantil e transporte para
alunos. O texto vai à sanção do presidente da República.
Apresentada em 2011 pela então deputada e hoje senadora
Professora Dorinha Seabra (União-TO), a proposta tem como objetivo central
garantir a permanência dos estudantes de baixa renda nas instituições federais
de ensino superior e nas instituições da rede federal de educação profissional,
científica e tecnológica até a conclusão dos respectivos cursos. Representantes
de entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE) acompanharam
a votação no Plenário do Senado.
O governo federal já conta com o Programa Nacional de
Assistência Estudantil (que também utiliza a sigla Pnaes), criado pelo Decreto 7.234/2010, que oferece
assistência para moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, inclusão
digital, cultura, esporte, creche e apoio pedagógico. O projeto aprovado nesta
terça-feira transforma esse programa em lei — na forma de uma política mais
abrangente — e fortalece a sua manutenção.
— Esse projeto nasceu em 2011 com a vontade e a
determinação de criar uma política pública permanente, que não sofra
descontinuidade. Nosso principal desafio é a permanência e o sucesso dos
estudantes. A criação da política nacional vai permitir que institutos federais
e universidades possam fortalecer o atendimento ao nosso estudante — disse
Dorinha Seabra.
Flávio Arns, que foi o relator da proposta na Comissão de
Educação do Senado (CE), destacou que o texto aborda um problema crítico na
educação superior: a evasão escolar.
— É um projeto essencial para a vida dos estudantes.
Muitos estudantes desistem, se evadem, param de frequentar as nossas
instituições de ensino superior ou profissionais por falta de condições de se
manterem — assinalou.
O senador Alan Rick (União-AC), que foi o relator da matéria na
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), apontou que a proposta não
impacta as contas da União:
— O projeto não cria novas despesas para a União, mas sim
consolida e dá maior segurança jurídica a programas já existentes como o Pnaes
e o Bolsa Permanência — destacou.
Recursos
O projeto aprovado nesta terça-feira determina que a Política Nacional
de Assistência Estudantil deve ser implementada de forma articulada com as
atividades de ensino, pesquisa e extensão das instituições federais de ensino
superior e das instituições da rede federal de educação profissional,
científica e tecnológica.
Conforme o texto, as universidades e os Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia receberão recursos da Pnaes proporcionais, no mínimo, ao
número de estudantes que se enquadram como beneficiários da Lei no 12.711, de 29 de
agosto de 2012, admitidos em cada instituição.
Apesar de o projeto ser majoritariamente voltado às instituições
federais, havendo disponibilidade orçamentária a Pnaes poderá atender também,
por meio de convênios, estudantes de mestrado e doutorado dessas instituições
ou estudantes de instituições de ensino superior públicas gratuitas de estados,
municípios e do Distrito Federal.
Programa Bolsa Permanência
O PL 5.395/2023 prevê um benefício
direto, a Bolsa Permanência, a ser paga a estudantes que não recebam bolsa de
estudos de órgãos governamentais. O valor não poderá ser inferior ao das bolsas
de iniciação científica para estudantes de graduação, hoje em R$ 700, e ao das
bolsas de iniciação científica júnior para estudantes de educação profissional
técnica de nível médio, que corresponde hoje a R$ 300. Estudantes indígenas e
quilombolas receberão bolsas em dobro.
Ainda pelo projeto, a Pnaes será articulada com outras políticas sociais
da União, especialmente as de transferência de renda. E o Poder Executivo
ficará autorizado a instituir e conceder benefício permanência na educação
superior a famílias de baixa renda cadastradas no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo federal (CadÚnico) que tenham dependentes matriculados em
cursos de graduação das instituições de ensino superior, nos termos do
regulamento.
Em razão de sua autonomia administrativa, as instituições federais
definirão critérios e metodologia para a seleção dos beneficiários.
Programa de Assistência Estudantil
O Programa de Assistência Estudantil prevê a concessão de benefício
direto ao estudante direcionado a moradia estudantil, alimentação, transporte,
atenção à saúde, apoio pedagógico, cultura, esporte e atendimento pré-escolar a
dependentes.
Para ter acesso ao benefício o estudante deverá atender a pelo menos um
de sete requisitos. Entre eles estão: ser egresso da rede pública de educação
básica e de nível médio ou da rede privada de educação básica na condição de
bolsista integral; ser integrante de grupo familiar em situação de
vulnerabilidade socioeconômica; ser quilombola, indígena ou de comunidades
tradicionais.
Alimentação saudável
Já o Programa de Alimentação Saudável na Educação Superior terá ações
articuladas com as políticas do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, valendo-se das compras do Programa de Aquisição de Alimentos.
Os recursos do Programa de Alimentação Saudável na Educação Superior
deverão garantir as condições para a oferta de alimentação saudável, adequada e
subsidiada nessas instituições federais por meio de restaurantes
universitários. Para estudantes do Programa de Assistência Estudantil, a
alimentação deverá ser gratuita.
Outros programas
O texto especifica e detalha os demais programas que compõe a Política
Nacional de Assistência Estudantil:
Programa
Estudantil de Moradia para estudantes em situação de vulnerabilidade
socioeconômica;
Programa
Incluir de Acessibilidade para prestar apoio pedagógico específico a
estudantes com deficiência e implantar e consolidar núcleos de
acessibilidade;
Programa
de Apoio ao Transporte do Estudante para oferecer transporte gratuito a
estudantes que morem em regiões onde não haja disponibilidade de
transporte público para acesso regular às respectivas instituições de
ensino;
Programa
de Permanência Parental na Educação para criar infraestrutura para mães e
pais estudantes deixarem seus filhos menores de seis anos de idade em
espaços com atividades lúdico-pedagógicas;
Programa
de Acolhimento nas Bibliotecas para oferecer salas e espaços adequados
para estudo e pesquisa em bibliotecas em funcionamento 24 horas por dia;
Programa
de Atenção à Saúde Mental dos Estudantes para promover a cultura do
cuidado no ambiente estudantil por meio da melhoria das relações entre
estudantes, professores e servidores técnicos administrativos das
instituições federais de ensino;
Programa
Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior para apoiar, inclusive
financeiramente, estudantes estrangeiros matriculados nessas instituições
em razão de cooperação técnico-científica e cultural com países com os
quais o Brasil mantenha acordos educacionais ou culturais.
A população de Porto Alegre com renda familiar inferior a R$ 1,5 mil sofre mais com ansiedade, depressão e síndrome de burnout do que as pessoas com renda familiar maior que R$ 10 mil, após as chuvas e inundações que atingiram a capital gaúcha a partir do final de abril.
As consequências das enchentes na saúde mental dos porto-alegrenses estão sendo investigadas por psiquiatras do Hospital de Clínicas da cidade, vinculado à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com apoio da Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam).
Os resultados preliminares do levantamento, iniciado em meados de maio, mostram que a ansiedade aflige a 100% das pessoas com renda familiar abaixo de R$ 1,5 mil e a 86,7 de quem tem renda familiar acima dos R$ 10 mil. A depressão atinge a 71% das pessoas do estrato com menor renda e a metade (35,9%) daqueles com maior renda.
A síndrome de burnout, distúrbio emocional com sintomas de estresse, exaustão extrema e esgotamento físico, afeta mais a quem tem renda familiar mais baixa (69%) do que a quem tem renda mais alta (47%).
Os dados foram obtidos por meio de questionário online autopreenchido por pessoas contactadas pela Renasam, por meio do WhatsApp, ou por pessoas que acessaram o QR code fixado em locais públicos, como o Hospital de Clínicas e abrigos. A intenção dos pesquisadores é fazer o levantamento durante um ano, inclusive com acompanhamento periódico da saúde mental de alguns atingidos pela calamidade.
A expectativa dos organizadores é ter informações para cuidar da saúde mental da população impactada e fornecer subsídios para a política de saúde pública, informou à Agência Brasil a psiquiatra Simone Hauck, coordenadora do estudo.
Segundo ela, “o stress pós-traumático crônico torna-se mais difícil de tratar com o passar do tempo”, por isso os organizadores começaram a divulgar os primeiros resultados para que mais pessoas tomem conhecimento da pesquisa e preencham o questionário.
O levantamento foi autorizado pelos comitês de ética científica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e da prefeitura do município. O trabalho está sendo feita gratuitamente por médicos e pesquisadores.
A equipe econômica e o Congresso Nacional dividirão o ônus de encontrarem uma alternativa à Medida Provisória (MP) 1.227, disse há pouco o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com trechos devolvidos ao governo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a MP limitava as compensações do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
“Nós não temos [um plano B, outra proposta]. E estamos preocupados porque identificamos fraudes nas compensações de PIS/Cofins. Então, vamos ter de construir também uma alternativa para o combate às fraudes, que essa seria uma saída, mas eu já estou conversando com alguns líderes para ver se a gente encontra um caminho”, disse Haddad a jornalistas.
O ministro disse que tais tipos de negociações ocorreram no ano passado, com a Medida Provisória 1.185, que limitava o uso de incentivos fiscais estaduais para diminuir o pagamento de Imposto de Renda, e com a MP 1.202, que buscava revogar a desoneração da folha de pagamento e a contribuição à Previdência por pequenos municípios.
Nas duas ocasiões, o Congresso incorporou trechos das medidas provisórias a projetos de lei em regime de urgência. No entanto, não chegou a haver devolução dos textos ao governo.
O ministro ofereceu os técnicos da Receita Federal ao Senado para negociar um texto alternativo à medida provisória devolvida. “O Senado assumiu uma parte da responsabilidade por tentar construir uma solução, pelo que eu entendi da fala do próprio presidente Rodrigo Pacheco, mas nós vamos colocar toda a equipe da Receita Federal à disposição do Senado para a gente tentar construir uma alternativa, uma vez que tem um prazo exíguo e que precisa encontrar uma solução”, declarou Haddad.
Supremo
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo e o Congresso têm 60 dias para encontrarem uma fonte de receita para compensar o prolongamento da desoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia. Os Poderes Executivo e Legislativo também precisam compensar a redução, de 20% para 8%, da contribuição à Previdência pelas prefeituras de cidades com até 126 mil habitantes.
Sobre uma eventual reoneração da folha de pagamento e dos pequenos municípios caso as negociações não deem resultado, Haddad disse que qualquer pergunta deve ser feita ao STF.
Fraudes
O ministro justificou a edição da MP 1.227 porque a Receita Federal detectou até R$ 25 bilhões por ano em suspeitas de fraude no uso de compensações de PIS/Cofins. As compensações tributárias são um mecanismo por meio dos quais as empresas obtêm descontos em tributos pagos a mais ao longo da cadeia produtiva. No entanto, brechas e exceções na legislação permitem que as companhias, por exemplo, usem créditos de PIS/Cofins para abater o pagamento de Imposto de Renda.
“Vários empresários fazem o uso indevido das compensações, ao declarar créditos ilegítimos não reconhecidos pela Receita Federal”, justificou o ministro. Ele, no entanto, lembrou que nem todos os casos são fraudes. “Vamos responsabilizar criminalmente quem frauda dolosamente. Não o sujeito que por falta de dinheiro não conseguiu recolher imposto ou porque se enganou, não estamos falando disso”, acrescentou.
Embora tenha devolvido ao governo o trecho que restringia as compensações de PIS e de Cofins, Pacheco manteve a parte que obrigará as empresas a declararem, num sistema informatizado, os incentivos fiscais que recebem. Haddad disse que a manutenção desse trecho ajudará o governo. “Essas medidas servem para os contribuintes explicarem o que estão fazendo, dizer em que lei está fundamentando a prevenção, o que facilita a fiscalização”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta terça-feira (11) para julgamento a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
O caso será julgado pela Primeira Turma do Supremo. A data ainda não foi divulgada.
Em maio deste ano, a PGR denunciou Domingos Brasão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ) e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa por homicídio e organização criminosa.
De acordo com a procuradoria, o assassinato ocorreu a mando dos irmãos Brazão e motivado para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política de Marielle, filiada ao Psol. A base da acusação é a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso da execução dos homicídios.
Defesa
A denúncia foi liberada para julgamento após o fim do prazo para a defesa dos acusados se manifestar sobre as acusações.
Os advogados de Domingos Brazão defenderam nesta segunda-feira (10) no Supremo a rejeição da denúncia por falta de provas e afirmaram que a Corte não pode julgar o caso em função da presença do deputado Chiquinho Brazão nas investigações.
"Os crimes imputados na exordial não possuem qualquer pertinência temática com a função de deputado federal de Francisco Brazão [irmão de Domingos] .Os delitos são todos anteriores ao seu primeiro mandato federal, não havendo o que se falar em competência originária desta Suprema Corte para supervisionar investigação por homicídio, supostamente ordenado por vereador", afirmou a defesa.
A defesa de Chiquinho Brazão também alegou que as acusações não têm ligação com seu mandato parlamentar e disse que não há provas da ligação dos irmãos com ocupação ilegal de terrenos no Rio de Janeiro.
"Se a execução da vereadora Marielle tinha por finalidade viabilizar a construção do empreendimento, chama a atenção o fato de jamais ter existido qualquer movimento nesse sentido ao longo de 6 seis anos", completou a defesa.
O Botafogo derrotou o Fluminense por 1 a 0, na noite desta terça-feira (11) no estádio Nilton Santos, e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro. O Clássico Vovô contou com transmissão ao vivo da Rádio Nacional.
Após somar três pontos em um jogo no qual foi muito superior ao seu adversário, o Alvinegro chegou aos 16 pontos para assumir a primeira posição da classificação. Já para o Tricolor das Laranjeiras o revés representou permanecer na 16ª colocação com seis pontos.
A equipe comandada pelo técnico português Artur Jorge mostrou muita força e organização para dominar o time do técnico Fernando Diniz. Com isso o Botafogo teve uma grande atuação no primeiro tempo, finalizando 15 vezes, em comparação a quatro de seu adversário.
Porém, mesmo com tamanho domínio o Alvinegro só conseguiu garantir a vitória após o intervalo. Aos 21 minutos o lateral Damián Suarez levantou a bola na área em cobrança de escanteio e o zagueiro Bastos subiu com muita liberdade para marcar de cabeça.
Triunfo do Galo
Outro Alvinegro a triunfar na rodada foi o Atlético-MG, que bateu o Bragantino por 2 a 1 no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. O Massa Bruta abriu o placar com Lucas Evangelista, mas o Galo construiu a virada com gols de Paulinho e de Zaracho.
A vitória levou a equipe mineira aos 13 pontos, para assumir a 6ª posição. Já o Bragantino permaneceu com 12 pontos, ocupando a 7ª colocação.
Governo Lula anunciou em 2023 o maior Plano Safra
de todos os tempos
O ruralista João Martins da Silva Junior, presidente da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), expressou sua recusa em
dialogar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar do recente apoio
significativo do governo ao setor agropecuário. Durante um almoço da Frente
Parlamentar da Agropecuária, onde se debatia a Medida Provisória do PIS/Cofins,
Martins criticou a gestão atual, classificando-a como "desgoverno",
segundo reportagem do Uol.
O ataque ignora o lançamento do Plano Safra 2023/2024 pelo
governo Lula em junho do ano passado. Este plano destacou-se pelo seu foco em
sustentabilidade e baixa emissão de carbono na agropecuária, disponibilizando
um montante recorde de R$ 364,22 bilhões para os agricultores, um aumento de
27% em relação ao ciclo anterior.
Martins informou que o presidente Lula
havia expressado desejo de conversar com ele, conforme disse Dario Durigan,
secretário-executivo do Ministério da Fazenda. No entanto, ele reiterou sua
posição de não querer encontros com o presidente Lula. A postura do líder da
CNA sugere um desalinhamento com as iniciativas federais, mesmo frente aos
avanços financeiros e ambientais promovidos pelo Plano Safra, sinalizando uma
fase de tensões entre o governo e representantes do setor agropecuário
brasileiro.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu, por unanimidade, abrir um
procedimento contra Sebastião Coelho, que provocou ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal) durante o julgamento de um dos réus pelos ataques de 8 de
janeiro.
Para o colegiado, a conduta dele deve ser apurada por
haver indícios de incitação à animosidade das Forças Armadas contra os Poderes
da República e autopromoção com fins eleitorais.
Coelho é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal. Ele é conhecido por críticas contundentes a Alexandre de
Moraes. Ainda como magistrado, ele acusou o ministro de “inflamar o Brasil”.
O desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, já
como advogado, esteve presente no primeiro julgamento dos réus dos ataques de 8
de janeiro, em 13 de setembro do ano passado, quando ficou frente a frente com
Moraes. Coelho disse que Moraes é suspeito para julgar o caso e que o
julgamento é político.
Coelho defendia Aécio Costa, um dos participantes da invasão ao
Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo. Na ocasião, ele disse
que os magistrados da corte eram “as pessoas mais odiadas do país”.
O CNJ seguiu o voto do relator, ministro Luiz Felipe
Salomão. Se, depois da tramitação do processo, o plenário decidir pela sanção
de Coelho, a aposentadoria dele é transformada em compulsória, o que abre
espaço para uma ação do Ministério Público que pode ensejar a inelegibilidade
dele.
Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luis Felipe Salomão. Foto: Sergio Amaral/STJ
Salomão afirmou que segue três critérios para optar pela abertura de um
PAD (processo administrativo disciplinar) nos casos em que o autor da conduta
em análise não usa mais a toga. Segundo ele, é necessário que o fato tenha sido
praticado no exercício da função, tenha sido grave e que a conclusão tenha
efetividade — no caso, trata-se da eventual ação da Procuradoria.
“Tenho sido bem flexível. Quando há aposentadoria, a
depender do fato, o bom senso recomenda flexibilizar e arquivar porque, claro,
movimentar a máquina para se apurar a conduta de alguém que já deixou a toga
não faz exatamente sentido”, disse.
Ainda assim, no caso de Sebastião Coelho, ele entendeu estarem
presentes os requisitos. Além disso, o relator argumentou que a sequência de
declarações do desembargador aposentado teve um intuito claro. “Os atos
censurados sugeriam ingresso na vida política, em confronto evidente aos
deveres da magistratura”, disse Salomão.
Ainda segundo ele, a atuação do CNJ iniciou-se depois de
Moraes enviar material sobre participação no 8 de janeiro. “O ministro
Alexandre de Moraes, logo depois do dia 8, compartilha algumas provas dando
conta de que servidores e alguns magistrados teriam participado daquele que a
ministra Rosa Weber denominou o dia da infância. A partir dali iniciamos as
apurações devidas”, disse.
“A conduta narrada, muito embora fracionada em vários
atos, deve ser tida como única, iniciada quando ainda era desembargador e
continuada de forma subsequente por episódios que agregaram significado às suas
falas antecedentes, sempre em direção à erosão do Estado Democrático de Direito
e incitação das massas contra os poderes legitimamente constituídos”, afirmou
Salomão.
O PAD aberto pelo CNJ inclui três episódios. O primeiro
é o discurso em que ele anuncia a renúncia do cargo de corregedor eleitoral e a
futura aposentadoria no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Na ocasião, ele acusou Moraes de fazer uma “declaração de guerra ao país” e
disse que não iria “cumprir discurso de ministro, seja ele em posse, seja ele
em Twitter, seja ele em redes sociais”.
No último domingo (9), o desembargador aposentado marcou presença em
uma manifestação que pedia o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na avenida Paulista, em
São Paulo. Sebastião discursou durante o ato.
O ministro Paulo Pimenta (PT) na Câmara dos Deputados – Reprodução/X
Nesta terça-feira (11), durante uma
audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados,
o ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, detonou a
deputada federal Bia Kicis (PL-DF). O objetivo era prestar contas sobre os
trabalhos do governo federal no estado gaúcho, assolado pelas enchentes, mas
ele foi atacado por parlamentares bolsonaristas.
O petista lembrou do passado da apoiadora do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), que afirmou, plantando uma fake news, que ele era dono da Boate
Kiss, estabelecimento que pegou fogo em 2013, em incêndio que resultou na morte
de mais de 200 jovens.
“Eu sei o que é fake news, gente. Eu lamento, deputada
Bia Kicis. A senhora lembra como eu conheci a senhora, sentada aqui. Eu
convoquei a senhora em uma comissão sobre o incêndio da Boate Kiss. No velório,
em um domingo à noite, a senhora e a Carla Zambelli vieram depor aqui, na
época, Revoltados Online, Marcelo Reis”, pontuou.
Pimenta seguiu: “Minha mãe me ligando durante o velório
com a minha foto estampada no [grupo] Nas Ruas, publicada pela senhora, pela
Carla Zambelli e pelo Marcello Reis, distribuindo para todo o Brasil que eu,
que nunca entrei na Boate Kiss, era o dono da Boate Kiss”.
“Eu passei o velório junto com a minha cidade, vendo o meu nome e a
minha foto estampada, a senhora, a Carla Zambelli e o Marcello Reis, no Nas
Ruas e no Revoltados Online. Eu sei do que vocês são capazes”, disse o
ministro. “Tive força, porque a cidade me conhecia e o Rio Grande me conhecia,
porque vocês podiam ter me destruído, com 242 pessoas sendo veladas e você se
dedicando a tentar enxovalhar e destruir a minha história e a minha reputação”.
O ministro encarou a deputada e avisou que não se sente
intimidado por ela: “Procurem nos anais dessa casa que vocês vão encontrar a
audiência pública, nesse plenário, onde a deputada Bia Kicis e a Carla Zambelli
estavam sentadas aqui, lado a lado, respondendo pelas fake news que produziram
contra mim em meio ao velório das 242 pessoas mortas na Boate Kiss, na minha
cidade”.
“Então, eu sei do que vocês são capazes. E se tem alguém
que não se intimida com miliciano e bandido, sou eu, vocês sabem disso, por
isso vocês vêm aqui me enfrentar”, completou.