Os meios de comunicação progressistas, apesar de
não terem o devido apoio, tiveram um papel crucial no pleito de 2022, e serão
decisivos novamente em 2024
A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, atendeu
a um antigo clamor de vários influenciadores e youtubers progressistas: apoio
nas plataformas digitais para combater a ideologia extremista de direita.
Gleisi divulgou um conteúdo do comunicador de esquerda João Antônio visando a
mobilização da base em páginas progressistas, estimulando a participação e
consequentemente ampliando o alcance nas mídias sociais.
"É improvável que, ao passo em que os canais de
extrema-direita recebem respaldo dos políticos alinhados a eles, fiquemos
solitários nesse embate. Gleisi entendeu e agora estimula a militância a nos
apoiar", explicou.
O apresentador destacou que o próprio Jair Bolsonaro (PL)
compartilha os conteúdos de seus apoiadores. Um exemplo é Luis Ernesto Lacombe,
que, após uma divulgação feita por Bolsonaro, viu seu canal aumentar para mais
de 1 milhão de inscritos em um curto período de tempo.
"Está fazendo falta o presidente Lula se juntar à
internet, adentrar de forma completa na era digital e compreender que cada
eleitor possui um smartphone à disposição. Não adianta confrontar as grandes
empresas de tecnologia, é preciso nos unirmos para vencer Bolsonaro e os seus
candidatos mais uma vez. A internet desempenhará um papel crucial na próxima
eleição, especialmente em São Paulo", declarou.
Os meios de comunicação progressistas e os formadores de opinião
de esquerda, apesar de não terem o devido apoio, tiveram um papel crucial no
pleito de 2022, ao enfrentarem as informações falsas propagadas pela
extrema-direita, ao defenderem o sistema democrático e, principalmente, na
vitória do presidente Lula.
"São diversos canais com uma grande quantidade de
visualizações diárias. Quase todos possuem cerca de um milhão de inscritos, e
alguns até ultrapassam esse número. É algo significativo. Torcemos para que
mais políticos se espelhem no exemplo de Gleisi", concluiu.
Uma das prioridades do ministro é a medida
provisória que visa compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores
da economia, além da reforma tributária sobre o consumo
Após 10 dias de agendas em
São Paulo e compromissos internacionais na Europa, o Ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, retorna a Brasília. Seu retorno ocorre em um contexto onde
parlamentares expressam insatisfação com a articulação política do governo e o
difícil acesso a ministros. Na Esplanada, Haddad é reconhecido como um dos
ministros mais acessíveis.
De volta à capital federal, Haddad tem em pauta a medida
provisória (MP) nº 1.227/2024, que visa compensar a desoneração da folha de
pagamento de 17 setores econômicos e municípios com até 156 mil habitantes. A
MP, que limita o uso de créditos tributários com o PIS/Cofins, pode gerar uma
arrecadação adicional de até R$ 29,2 bilhões em 2024. No entanto, a medida já
enfrenta oposição de setores que alegam potencial aumento nos preços dos
produtos e prejuízos ao setor produtivo. A Confederação Nacional da Indústria
(CNI) anunciou que tomará ações jurídicas contra a MP, destaca o Metrópoles.
Outro desafio para Haddad é a regulamentação da reforma
tributária sobre o consumo. O governo enviou ao Congresso dois projetos de lei
complementar detalhando a reforma, um deles durante a viagem de Haddad. A
administração busca aprovação dos projetos na Câmara até julho, com análise do
Senado prevista para o segundo semestre. Contudo, há quem acredite que a
tramitação possa ser adiada para após as eleições municipais, possivelmente até
2025.
Além disso, Haddad também tem em sua agenda projetos
relacionados à pauta ambiental, incluindo iniciativas sobre hidrogênio verde.
Apuração inicial das eleições da União Europeia
indica que partidos da extrema direita poderão exercer uma forte influência nas
políticas europeias nos próximos cinco anos
As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta segunda-feira
(10), reflexo das tensões políticas provocadas pelo avanço de partidos de
extrema direita nas eleições parlamentares da União Europeia (UE). A
instabilidade foi exacerbada pela decisão do presidente francês Emmanuel Macron
de convocar eleições legislativas antecipadas, após a derrota para a extrema
direita nas urnas.
Segundo o Estadão Conteúdo, por volta das 6h05 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx
600 caía 0,73%, a 519,73 pontos. O CAC 40, da França, registrava uma queda
acentuada de cerca de 2%, enquanto o euro caía 0,57% frente ao dólar, sendo
cotado a US$ 1,0739.
A apuração inicial das eleições da UE, que durou uma semana e
foi concluída neste domingo (09), indica que partidos da extrema direita
poderão exercer uma influência significativa nas políticas europeias nos
próximos cinco anos.
Ainda conforme a reportagem, as ações dos principais
bancos franceses, Société Générale e BNP Paribas, despencavam 7,5% e 4,8%,
respectivamente, em Paris, em resposta à instabilidade política. Às 6h21 (de
Brasília), a Bolsa de Paris liderava as perdas, com queda de 2,06%, enquanto as
bolsas de Londres e Frankfurt registravam recuos de 0,43% e 0,95%,
respectivamente. As bolsas de Milão, Madri e Lisboa também apresentavam baixas
de 1,02%, 0,88% e 0,03%.
Fonte: Brasil 247 com informações do Estadão Conteúdo
A
canção italiana virou símbolo de luta contra o fascismo e voltou a ser entoada
após o resultado das eleições europeias
Ativistas
da plataforma Avaaz se reuniram em frente ao Parlamento Europeu para cantar o
hino da resistência antifascista, o ‘Bella Ciao’, e o hino da União Europeia. A
manifestação ocorreu após o avanço da extrema-direita nas eleições europeias em
países como Alemanha, Áustria, França e Itália.
A música, composta no final do século
XIX, virou um símbolo da resistência italiana contra o fascismo durante a
Segunda Guerra Mundial, e passou a ser utilizada em diversas manifestações de
trabalhadores e estudantes ao redor do mundo.
O avanço
da extrema-direita no Parlamento Europeu pode ter consequências no cenário
político interno dos países. Na França, o presidente Emmanuel Macron convocou
uma eleição nacional antecipada, em uma aposta arriscada para tentar
restabelecer sua autoridade. Já o partido social-democrata do chanceler alemão,
Olaf Scholz, teve o pior desempenho de sua história, sendo superado pelos
conservadores tradicionais e da sigla de extrema-direita Alternativa para a
Alemanha (AfD).
O resultado das eleições foi
comemorado por líderes da extrema-direita em todo o mundo. O presidente da
Argentina, Javier Milei, afirmou que “grandes notícias” chegam da Europa. Já
Jair Bolsonaro (PL) disse que o avanço da extrema-direita foi uma “vitória do
povo”.
Ex-presidente da Rússia afirmou que o presidente
francês e o chanceler alemão vão "para o lixo da história"
Ex-presidente da Rússia e atualmente vice-presidente do Conselho
de Segurança do país, Dmitry Medvedev comentou pelo X, antigo Twitter, nesta
segunda-feira (10) o avanço da extrema direita no parlamento europeu e a
consequente derrota do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler
alemão, Olaf Scholz.
Na postagem, Medvedev sugere que Macron e Scholz estão
sendo punidos pela população de seus países por terem se aliado à Ucrânia na
guerra contra a Rússia, ignorando os interesses de suas próprias nações.
"Bem, bem, Macron e Scholz, que não são respeitados por ninguém, viram os
resultados das eleições para o Parlamento Europeu? Eles refletem a sua política
inepta de apoiar as autoridades na Ucrânia, às custas de seus próprios
cidadãos, além da sua política econômica e migratória idiota! Esperem para ver
o que vem a seguir!".
"É hora de se aposentar",
escreveu ainda o líder russo, afirmando que Macron e Scholz vão "para o
lixo da história".
Saiba mais: Reuters - Os
partidos da direita tradicional europeia, os de centro, liberais e
social-democratas se credenciaram nas eleições deste domingo (9) a manter uma
maioria no parlamento de 720 assentos. Mas a eleição acarretou uma séria
derrota nos líderes da França e da Alemanha, levantando questões sobre como as
principais potências da União Europeia podem conduzir políticas no bloco.
Os avanços da extrema direita nas votações para o
Parlamento Europeu no domingo (9) levaram um ferido presidente francês Emmanuel
Macron a convocar uma eleição nacional antecipada e aumentaram a incerteza
sobre a futura direção política da Europa. Fazendo uma aposta arriscada para
tentar restabelecer sua autoridade, Macron convocou uma eleição parlamentar,
com o primeiro turno em 30 de junho.
Assim como Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz também teve
uma noite dolorosa, onde seus social-democratas obtiveram o pior resultado de
sua história, sofrendo nas mãos dos conservadores tradicionais e da extrema
direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Enquanto isso, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni
viu sua posição fortalecida com seu grupo arquiconservador Irmãos da Itália
ganhando a maioria dos votos, mostraram as pesquisas de boca de urna.
O Partido Popular Europeu (PPE) de direita será a maior família
política na nova legislatura, ganhando cinco assentos para ter 189 deputados,
mostrou uma pesquisa de boca de urna centralizada.
Na Polônia, a Coalizão Cívica centrista do
primeiro-ministro Donald Tusk, membro do PPE, estava prestes a vencer a votação
europeia. Na Espanha, o Partido Popular de centro-direita, também parte do PPE,
saiu vitorioso, superando o primeiro-ministro socialista Pedro Sanchez.
Esses resultados foram boas notícias para Ursula von der Leyen,
que busca um segundo mandato de cinco anos no comando do poderoso braço
executivo da UE.
E ela foi rápida em se apresentar como um escudo contra
extremos. "Nenhuma maioria pode ser formada sem o PPE e juntos
construiremos um bastião contra os extremos da esquerda e da direita",
disse ela aos apoiadores no evento noturno do PPE em Bruxelas.
Ela acrescentou, mais tarde na noite: "Mas também é verdade
que os extremos, tanto da esquerda quanto da direita, ganharam apoio e é por
isso que o resultado vem com grande responsabilidade para os partidos do
centro."
Von der Leyen ainda pode precisar do apoio de alguns
nacionalistas de direita, como os Irmãos da Itália de Meloni, para garantir uma
maioria parlamentar, dando a Meloni e seus aliados do Conservadores e
Reformistas Europeus (ECR) mais influência.
Os socialistas e democratas de centro-esquerda estão
prestes a ser a segunda maior família política, mesmo perdendo quatro
parlamentares, terminando com 135.
Observadores políticos atribuem a mudança para a direita
ao aumento do custo de vida, preocupações com a migração e o custo da transição
verde, bem como a guerra na Ucrânia.
Grupos nacionalistas eurocéticos ECR e Identidade e
Democracia (ID) e legisladores de extrema direita ainda não afiliados a uma
família política da UE, da AfD da Alemanha, garantiram juntos 146 assentos, um
ganho de 19, mostrou a pesquisa centralizada de boca de urna.
A pesquisa projetou que os partidos pró-europeus de
centro-direita, centro-esquerda, liberais e verdes manterão a maioria de 460
assentos, mas uma maioria reduzida em comparação com os 488 da câmara anterior
de 705 deputados.
Na Áustria, a contagem de votos nas seções eleitorais no
domingo, mais uma projeção para votos por correspondência, confirmou que o
Partido da Liberdade de extrema direita venceu, mas por uma margem menor do que
havia sido previsto, disse a emissora nacional ORF.
Nos Países Baixos, estimativas baseadas na maioria dos
votos contados confirmaram pesquisas de boca de urna que mostraram que uma
combinação do Partido Trabalhista/Esquerda Verde estava prestes a ganhar oito
assentos, ligeiramente à frente dos seis assentos do partido anti-imigração de
Geert Wilders.
Aumento
da inflação, apoio incondicional à Ucrânia e cegueira diante do genocídio na
Palestina são alguns dos motivos
O
presidente francês, Emmanuel Macron, enfrentou um recente revés eleitoral, e o
comentarista político Alex Barnicoat apresenta uma análise dos possíveis
motivos por trás desse resultado.
Segundo Barnicoat, um dos principais
fatores que contribuíram para o fracasso eleitoral de Macron foi o aumento
significativo da taxa de inflação na França durante seu mandato. Esse aumento
gerou descontentamento público e contribuiu para uma imagem negativa do
presidente.
Além
disso, Barnicoat aponta para a postura de Macron em relação à crise na Ucrânia
como outro motivo para a insatisfação do eleitorado. O presidente francês foi
criticado por sua abordagem agressiva, incluindo o envio de armas e tropas da
OTAN para o país, o que dividiu a opinião pública.
Outro ponto de crítica levantado por
Barnicoat é a política de Macron em relação a Israel e à Palestina. Apesar do
apoio significativo da população francesa ao reconhecimento da Palestina como
estado, Macron recusou-se a tomar essa medida, o que alienou parte do
eleitorado.
Essas questões, de acordo com Barnicoat,
contribuíram para o resultado desfavorável nas eleições e destacam os desafios
que Macron enfrenta para reconquistar a confiança do eleitorado. Confira:
Professores universitários estão em greve há mais
de 50 dias, e os técnicos-administrativos há quase 90 dias
Nesta segunda-feira (10), em meio à greve de docentes e
técnicos-administrativos das universidades federais, o presidente Lula (PT) se
reúne com reitores das universidades e institutos federais para discutir o
futuro do financiamento e da infraestrutura dessas instituições. O encontro,
realizado no Palácio do Planalto, contará com a presença dos ministros Camilo
Santana (Educação) e Esther Dweck (Gestão), e terá como um dos focos
principais, segundo o Metrópoles, o orçamento das universidades públicas, uma questão urgente
diante da crescente insatisfação da comunidade acadêmica.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes) aproveitará a oportunidade para
pressionar por um aumento significativo no orçamento destinado às
universidades. Atualmente, o orçamento federal para 2024 está fixado em R$ 6
bilhões, mas a Andifes argumenta que, para garantir a operação adequada e o
desenvolvimento das instituições, seriam necessários pelo menos R$ 8,5 bilhões
— um acréscimo de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em relação ao valor previsto.
Esse pedido vem em um momento crítico. No início de 2024, cortes
na Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovados pelo Congresso Nacional reduziram
ainda mais os recursos, inicialmente deixando as universidades com apenas R$
5,8 bilhões. Somente após negociações com o Ministério da Educação (MEC) foi
possível recompor parte desse valor, alcançando os atuais R$ 6 bilhões — ainda
insuficientes segundo a Andifes. Em 2023, o orçamento foi de R$ 6,2 bilhões,
evidenciando uma tendência preocupante de redução de recursos.
A reunião ocorre em um cenário de tensão crescente.
Professores universitários estão em greve há mais de 50 dias, e os
técnicos-administrativos há quase 90 dias. Ambos os grupos reivindicam não
apenas melhores salários e a reestruturação de suas carreiras, mas também um
aumento substancial nos investimentos para as universidades. A escassez de
recursos, alegam, está afetando não só a capacidade de conduzir pesquisas, mas
também a manutenção básica dos campi.
O movimento grevista reflete uma "genuína
insatisfação" dos docentes, segundo líderes sindicais, que se dizem
desiludidos com a falta de avanços significativos sob o governo Lula. Os
professores destacam que, apesar de terem apoiado fortemente a eleição do atual
governo, as promessas de melhoria nas condições de trabalho e financiamento
ainda não se materializaram de forma satisfatória.
Durante o encontro, o presidente Lula também planeja
apresentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para
universidades e hospitais universitários. Essa iniciativa visa a um grande
investimento em infraestrutura, com o objetivo de modernizar e expandir as
instalações educacionais e de saúde mantidas pelas universidades federais.
O PAC, anunciado como parte de um esforço mais amplo do governo
para estimular o desenvolvimento econômico e social, promete injetar um total
de R$ 1,7 trilhão em todo o país nos próximos anos. Desses, R$ 1,3 trilhão
estão previstos para serem aplicados até 2026, com mais R$ 0,4 trilhão
planejados para depois desse período. Esse montante será dividido entre
investimentos públicos e parcerias com o setor privado, além da cooperação com
estados, municípios e movimentos sociais.
Fontes indicam que o governo federal vê nesta reunião uma
oportunidade de negociar o fim da greve dos professores e técnicos. Nos últimos
dias, uma comitiva de dirigentes da greve reuniu-se com a Comissão Executiva
Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) na tentativa de buscar um
acordo.
A expectativa é que as discussões desta
segunda resultem em avanços concretos que possam satisfazer pelo menos parte
das demandas das universidades e de seus servidores, permitindo que o ano
letivo possa ser concluído sem maiores interrupções.
Mudança para a direita pode dificultar a aprovação
de novas leis na área de segurança, mudanças climáticas ou à concorrência
industrial da China e dos Estados Unidos
Reuters - A presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, começou a tentar formar uma coalizão
na segunda-feira, depois que a extrema-direita obteve ganhos em uma eleição
para o Parlamento Europeu, estimulando o presidente francês Emmanuel Macron a convocar
uma votação nacional antecipada.
Uma mudança para a direita dentro do Parlamento Europeu
pode dificultar a aprovação de novas leis para responder aos desafios de
segurança, ao impacto das mudanças climáticas ou à concorrência industrial da
China e dos Estados Unidos.
Von der Leyen, a presidente alemã do poderoso órgão executivo da
União Europeia, saiu fortalecida da eleição de quatro dias em 27 países, que
terminou no domingo, quando seu Partido Popular Europeu (PPE), de
centro-direita, ganhou assentos.
Mas para garantir um segundo mandato de cinco anos, von
der Leyen precisa do apoio da maioria dos líderes nacionais da UE e de uma
maioria de trabalho no Parlamento Europeu.
Os resultados provisórios de segunda-feira deram aos principais
partidos que apoiaram von der Leyen da última vez - o PPE, os socialistas e os
liberais - um total de 402 assentos na câmara de 720 membros.
Mas esse número é amplamente considerado em Bruxelas como
uma maioria muito apertada. Portanto, von der Leyen também pode entrar em
contato com os Verdes, que sofreram grandes perdas, e com a primeira-ministra
nacionalista da Itália, Giorgia Meloni, com quem ela tem trabalhado em estreita
colaboração.
No final da noite de domingo, von der Leyen disse que começaria
tentando reconstruir a base parlamentar de seu último mandato.
"Tenho trabalhado para construir uma ampla maioria de
forças pró-europeias. E é por isso que, a partir de amanhã, entraremos em
contato com as grandes famílias políticas com as quais formamos a
plataforma", afirmou ela aos repórteres em Bruxelas.
Von der Leyen indicou que conversaria com outras pessoas após
essas consultas iniciais, mantendo suas opções em aberto.
Ela disse que pretende trabalhar com aqueles que são
"pró-europeus, pró-Ucrânia e pró-estado de direito" - uma descrição
que ela deixou claro que acha que se aplica ao Irmãos de Itália, de Meloni, mas
não a alguns outros partidos de extrema-direita.
No entanto, socialistas, liberais e os verdes já declararam que
não trabalharão com a extrema-direita, o que torna extremamente delicados os
esforços de von der Leyen para a formação de coalizões.
Meloni também manteve suas opções em aberto na
segunda-feira, dizendo que era muito cedo para decidir sobre um segundo mandato
para von der Leyen.
Os partidos nacionalistas, populistas e céticos em relação à UE
estão em vias de conquistar cerca de um quarto dos assentos na assembleia da
UE.
Analistas políticos atribuem a mudança geral para a
direita ao aumento do custo de vida, às preocupações com a imigração e ao custo
da transição verde, bem como à guerra na Ucrânia - preocupações que os partidos
nacionalistas e populistas aproveitaram.
No entanto, a influência exata que esses partidos
exercerão dependerá de sua capacidade de superar as diferenças. Atualmente,
eles estão divididos entre duas famílias políticas e, por enquanto, alguns
partidos e parlamentares estão fora desses agrupamentos.
Os resultados provisórios mostraram que o PPE conquistou
185 cadeiras, os socialistas 137 e os liberais 80.
"Ou fortalecemos na esquerda a linha
anti-sistema ou é só esperar a tragédia anunciada", disse o parlamentar
O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) usou as redes sociais
para pedir unidade à esquerda de maneira a barrar o avanço da extrema direita
no Brasil. Segundo o parlamentar, a união entre a “velha direita com a
centro-esquerda” é uma tática de curta duração, a exemplo do resultado das
eleições na Europa.
“O abraço desesperado da velha direita com a
centro-esquerda da ordem no mundo pode ser opção tática contra a
extrema-direita, mas é paliativo de curta duração. Olhem aí as eleições
europeias. Ou fortalecemos na esquerda a linha anti-sistema ou é só esperar a
tragédia anunciada”, escreveu Braga no X, antigo Twitter.
Chefe de economia para Brasil e estratégia para
América Latina, David Beker destaca a alta do PIB potencial, que indica o
quanto uma economia pode crescer sem gerar inflação
O Bank of America (BofA) mais uma vez se destaca entre as
instituições financeiras ao prever um crescimento mais robusto para a economia
brasileira em 2024. O banco americano aponta para uma expansão do Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,7%, acima da mediana de 2,05% esperada pelo
mercado, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Em 2023, o desempenho do PIB brasileiro já havia superado
expectativas, crescendo 2,9% e surpreendendo analistas globais. Naquele ano, o
BofA foi um dos primeiros a revisar suas estimativas para cima, ainda no
primeiro semestre, captando sinais de um ritmo de crescimento mais acelerado do
que o esperado.
Para 2024, a visão otimista do BofA, segundo o chefe de economia
para Brasil e estratégia para América Latina, David Beker, em entrevista à Folha de S. Paulo, baseia-se em uma série de fatores que, segundo ele, indicam um
aumento na capacidade de crescimento do Brasil — o chamado PIB potencial. Beker
explica que o PIB potencial reflete o quanto uma economia pode crescer sem
gerar inflação quando todos os recursos estão plenamente alocados.
Beker argumenta que a economia brasileira está em um ponto
de inflexão positivo, apoiado por ganhos de produtividade e uma taxa de
desemprego estrutural que não pressiona a inflação. Segundo ele, o PIB
potencial brasileiro subiu para 2,2%, comparado aos 1,7% da última década. A
taxa de desemprego estrutural, que seria o nível de desemprego que não provoca
inflação, foi estimada pelo BofA em 7,5%, valor coincidente com os dados mais
recentes do IBGE de abril deste ano.
Essa nova avaliação é suportada por evidências concretas: desde
o fim da pandemia, os dados trimestrais têm consistentemente superado as
expectativas, a inflação tem mostrado tendência de queda e o mercado de
trabalho permanece resiliente. "A gente entende a fragilidade dessas
projeções. Mas uma coisa é certa: o mercado tem sido surpreendido para cima.
Não é de hoje, já há vários trimestres", pondera Beker, referindo-se ao
desempenho econômico acima do esperado.
O crescimento de 0,8% no PIB do primeiro trimestre de
2024, divulgado recentemente, está em linha com a previsão anual de 2,7% do
BofA. Mesmo diante de desafios recentes, como a tragédia no Rio Grande do Sul,
que trouxe riscos de baixa para a economia, a instituição mantém sua
perspectiva otimista. David Beker ressalta que a projeção do BofA coloca a
instituição na "ponta otimista" do mercado. No entanto, ele acredita
que a resiliência da economia brasileira e os ajustes estruturais positivos justificam
essa posição.
A previsão do Bank of America também
supera a do próprio governo brasileiro, que estima um crescimento de 2,5% para
este ano.
Fonte: Brasil 247 com informações da
Folha de S. Paulo
Segundo a lei, o segundo turno é disputado em
cidades com mais de 200 mil eleitores
Pela primeira vez, uma eleição municipal terá mais de 100
cidades que superarão os 200 mil eleitores, o que as fará escolher seus futuros
prefeitos com a opção de dois turnos, aponta reportagem da Folha de S.Paulo.
Segundo os dados de eleitorado disponíveis no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) até abril, serão 102 municípios aptos a realizar
o segundo turno deste ano. Este número vem crescendo desde 1996, último dado
que a Justiça Eleitoral possui, quando eram 47 as cidades que decidiam quem os
representaria em duas idas à urna.
Em 2020, última eleição local do país, foram 95 os locais em que
os eleitores tiveram dois turnos.
Além disso, pela primeira vez todas as capitais
brasileiras poderão ter segundo turno. No ano passado, a única que ficou de
fora foi Palmas, que em 2020 registrou cerca de 180 mil eleitores, e agora,
segundo os dados da corte eleitoral, tem 207 mil.
Como estas cidades possuem sozinhas um
alto número de eleitores, o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro, que encarnam a
polarização no país hoje, devem disputá-las, já calculando seus históricos na
eleição passada.
Fonte: Brasil 247 com informações da
folha de S. Paulo
A privatização das escolas no Paraná,
aprovada na semana passada, repercutiu em Brasília. Praticamente todos os deputados
federais do PT no estado se manifestaram contrários à medida. Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda, Carol Dartora, Tadeu Veneri e Elton Weltertiveram
posicionamentos contundentes sobre o tema. Aliel Machado (PV) e Luciano Ducci
(PSB), que integram a base de apoio de Lula no Congresso, também se
pronunciaram contrários ao projeto.
Confira o que
disseram os deputados:
Gleisi Hoffmann: “A
tentativa de privatização de escolas no Paraná é um escândalo e não vamos
permitir que o desgoverno de Ratinho Júnior desmonte a educação pública do
nosso estado dessa forma criminosa. Seguimos ao lado da APP-Sindicato contra
essa sabotagem contra um direito de todos e dever do estado”.
Carol Dartora: Educação
não é mercadoria, é direito! Lutamos contra o projeto de lei do governo Ratinho
Júnior que quer privatizar a educação pública no Paraná. Professoras,
professores, estudantes, profissionais da educação de todo o estado e
movimentos sociais se uniram exigindo a retirada do PL 345/2024″.
Tadeu Veneri: “É
mais um tratoraço de Ratinho Junior para desmontar o sistema público de
educação no Paraná. Não podemos deixar que o governo repita o processo fake da
criação do programa das escolas cívico-militares, quando fez de conta que
consultou a comunidade escolar que, em sua maioria, nem foi chamada para
votar”.
Elton Welter: Projeto
privatista ameaça educação pública do Paraná. Educação não é para gerar lucro
para empresa dos amigos. Educação não pode ser tratada como mercadoria. POIS É
DIREITO.Estamos juntos nesta batalha pela qualidade e pela gestão pública das
nossas escolas! Vamos lutar para garantir uma educação justa e acessível para
todos!”
Aliel Machado: “DIA
TRISTE PARA A EDUCAÇÃO DO PR. O projeto aprovado pela Assembleia permite que
empresas usem o seu, o nosso dinheiro, para entregar para nas mãos da
iniciativa privada. É ruim para a Educação, que não pode ser tratada como
mercadoria”.
Lucano Ducci: “Reafirmo
que sou CONTRA a privatização das escolas públicas estaduais do Paraná.
Educação não é mercadoria, é um direito fundamental que deve ser acessível a
todos. O projeto de privatização do governador Ratinho Jr. é ilegal e
inconstitucional, colocando em risco o futuro da educação para alunos e
servidores. Vamos lutar pela educação pública de qualidade no Paraná até o
fim!”
O assunto
também chegou até o MEC, por meio de ofício enviado pela deputada estadual Ana
Júlia Ribeiro (PT-PR), denunciando o caso. Na Assembleia Legislativa do Paraná
a bancada de Oposição impôs forte resistência ao projeto de Ratinho Jr.
MDB, PSD, PP, União Brasil e Republicanos - todos
com representantes na Esplanada - reduziram seu apoio ao governo federal no
Congresso, mostra levantamento
Em seu terceiro mandato, o presidente Lula (PT) enfrenta uma
realidade desafiadora no Congresso Nacional. Mesmo com a experiência acumulada
em seus mandatos anteriores, o petista se depara com dificuldades
significativas para aprovar projetos que transcendem a agenda econômica. A
recente votação no Congresso, que resultou em derrotas importantes, evidenciou
a necessidade de reorganização da articulação política do governo.
Análise feita pelo jornal O Globo revela
que partidos aliados, mesmo com ministérios sob seu comando, têm seguido menos
as orientações do Executivo. Em comparação a 2023, a taxa de adesão desses
partidos às diretrizes do governo caiu consideravelmente.
O PSD, responsável por três ministérios importantes (Minas e
Energia, Agricultura e Pesca), ilustra bem essa mudança. A fidelidade do
partido às orientações governamentais caiu de 86% em 2023 para 74% em 2024. Um
exemplo dessa dissonância foi em maio, quando o partido votou majoritariamente
contra um destaque do PT no projeto anti-MST.
O MDB, também à frente de três ministérios (Transportes,
Cidades e Planejamento), viu sua taxa de apoio cair de 81% para 69% no mesmo
período. Segundo o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), o partido
tem cumprido seu papel nas pautas econômicas prioritárias, mas enfrenta
dificuldades em manter a unidade devido à diversidade de suas bancadas,
incluindo membros que ainda possuem vínculos com o bolsonarismo, como o
ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS).
O Republicanos, que controla o Ministério de Portos e
Aeroportos, também registrou uma queda na adesão às orientações do governo, de
77% em 2023 para 70% este ano. O vice-líder da legenda na Câmara, Lafayette de
Andrada (Republicanos-MG), justifica a queda como uma coincidência dos temas
votados, destacando a postura independente do partido.
O União Brasil e o PP, ambos com ministérios no governo,
também mostraram uma redução no apoio às pautas governamentais. A taxa de
alinhamento do União Brasil caiu de 71% para 63%, enquanto a do PP diminuiu de
75% para 65%. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (União-BA), mencionou
que questões sociais controversas, como o aborto e a “saidinha” de presos, são
monitoradas de perto pelos eleitores, dificultando o controle do governo sobre
os votos.
Mesmo com um aumento na liberação de emendas parlamentares — R$
19,8 bilhões até o momento — a adesão dos partidos não acompanhou a liberação
desses recursos. Em abril, o governo federal empenhou R$ 13 bilhões, mas, em
maio, enfrentou um dos piores desempenhos na Câmara. Isso sugere que a
estratégia de liberar emendas, tradicionalmente utilizada para garantir apoio,
não tem surtido o efeito desejado.
As emendas especiais, popularmente conhecidas como
"Emendas Pix", e as emendas de comissão não foram repassadas com a
mesma velocidade, o que pode estar contribuindo para a falta de apoio
consistente no Congresso. Até agora, não houve empenhos significativos das
transferências especiais, e das emendas de comissão, apenas R$ 3,4 bilhões dos
R$ 15,3 bilhões previstos foram empenhados.
Diante desse cenário, aliados de Lula defendem a necessidade de
encontros regulares entre o presidente e os líderes dos partidos aliados para
consolidar a base no Congresso. Jaques Wagner, líder do governo no Senado,
sugere uma abordagem mais direta, cobrando um comprometimento mais firme dos
partidos.
Com projetos cruciais como a regulamentação da reforma
tributária e o Mover, que inclui a “taxa da blusinha”, em tramitação, a
urgência para reorganizar a base e garantir apoio é evidente.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo