quarta-feira, 5 de junho de 2024

Entidades empresariais divulgam nota pela manutenção do imposto nas compras de até US$ 50 para defender empregos no Brasil

 

Tributação, que vem sendo tratada como "taxa da blusinha", enfrenta resistências no Congresso e no Executivo

Pacheco, Lula e Lira no dia da posse do presidente da República
Pacheco, Lula e Lira no dia da posse do presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgaram nota defendendo a taxação nas compras de até US$ 50.

Elas dizem que texto do relator no Senado sem a inclusão do imposto “mantém a injusta discriminação tributária contra os produtos nacionais” e afirmam que as importações sem tributação federal “levam a indústria, o comércio e o agronegócio nacionais a deixar de empregar 226 mil pessoas”. Leia a íntegra:

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reforçam seu apelo conjunto ao Senado Federal pela aprovação do projeto que revê parcialmente a isenção tributária de produtos importados de até US$ 50. O texto, que deve ser votado pelos senadores nesta quarta-feira (5), mesmo não atendendo à total igualdade tributária com os importados, é de extrema relevância para garantir a manutenção de milhares de empregos e o crescimento econômico nacional.

O conjunto do setor produtivo defende a aprovação integral do texto aprovado pela Câmara dos Deputados e consideram um equívoco o relatório do senador Rodrigo Cunha, que retirou do texto do projeto a cobrança do imposto de importação de 20% para compras de até US$ 50 no exterior. Por isso, apelam à sensibilidade do relator para manter o texto acordado.

Importante destacar o apoio dos trabalhadores da Nova Central, Força Sindical, IndustriAll Brasil, Confederação Nacional de Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNMT), Central dos Sindicados Brasileiros (CSB) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que assinaram nota conjunta com a CNI, CNC e CNA em defesa da revisão da isenção de impostos para produtos importados de até US$ 50.

O setor produtivo considera que relatório do senador Rodrigo Cunha mantém a injusta discriminação tributária contra os produtos nacionais ao premiar as importações de até US$ 50 sem o devido pagamento de impostos federais, assim como premia a concorrência desleal, prejudicando os trabalhadores brasileiros sem solucionar um entrave à criação de novos postos de trabalho, nem atender aos interesses da população de menor renda do país.

Trabalhadores e empregadores lembram que as importações sem tributação federal levam a indústria, o comércio e o agronegócio nacionais a deixar de empregar 226 mil pessoas. Quem mais perde com a redução dos empregos são trabalhadores que ganham menos, principalmente, as mulheres. Mais de 80% das pessoas empregadas nos setores mais afetados pela isenção da tributação recebem até dois salários mínimos. As mulheres respondem por 65% do emprego nesses setores, ante a média nacional de 40%.

Depois de amplo debate com a sociedade e de um acordo com o governo, a Câmara dos Deputados aprovou na semana passada o projeto que estabelece uma taxa de 20% sobre o valor dos produtos importados. Setor produtivo e trabalhadores consideram a alíquota insuficiente para evitar a concorrência desleal, mas entendem que a aprovação pelos deputados foi um primeiro passo, embora tímido, em direção à isonomia tributária e equiparação entre os produtos importados e os fabricados no Brasil.

Os setores mais afetados por essas importações de até US$ 50 são os fabricantes de produtos têxteis, confecção de artefatos do vestuário e acessórios, calçados, artefatos de couro, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e higiene pessoal, móveis e de produtos de indústrias diversas.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro, rei do desmatamento, publica versos de artistas progressistas em "Canção para a Amazônia"

 

O governo Bolsonaro ficou conhecido internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente

Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia
Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia (Foto: Agência Brasil)

Em uma postagem desconectada da realidade, Jair Bolsonaro (PL) compartilhou no X, antigo Twitter, nesta terça-feira (4) trechos da "Canção para a Amazônia", interpretada por artistas progressistas. Vale lembrar que o governo Bolsonaro ficou conhecido nacional e internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Entre os artistas citados na postagem estão Nando Reis, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Camila Pitanga, Daniela Mercury, Maria Bethânia, e outros. Veja abaixo a postagem: 

Canção Pra Amazônia

[Nando Reis]

Maior floresta tropical da terra

A toda hora sofre um duro golpe

Contra trator, corrente, motosserra

A bela flora clama em vão: Me poupe!

[Diogo Nogueira]

Porém, tem uma gente surda e cega

Para a beleza e o valor da mata

Embora o mundo grite que já chega

Pois é a vida que desmate mata

 

[Anavitória]

Mais vasta ainda todavia é a devastação e o trauma

Focos de fogo nos sufocam fauna, flora e até a alma

 

[IZA e Gal Costa]

Amazônia! Razão de tanta insânia e tanta insônia

Amazônia! Objeto de omissão e ação errônea

Amazônia! É sem igual, sem plano B, nem clone

Amazônia!

 

[Criolo]

Desmonte pra desmate e desvario

Liberam a floresta no Brasil

Pro agrobiz e pra mineração

Pra hidrelétrica, pra exploração

 

[Xande dos Pilares]

Recompensando o crime ambiental

Desregulando o clima mundial

Negam ciência, incêndio e derrubada

Negando, vão passando a boiada

 

[Arnaldo Antunes]

Que ignorância, repugnância

A cada lance, a cada vídeo

Que grande bioecoetnogenomatrisuicídio!

 

[Flor Gil e Djuena Tikuna]

Amazônia! Abaixo o desgoverno que abandone a

Amazônia! Não mais a soja, o pasto que seccione

Amazônia! Não mais a carne, o prato que pressione a

Amazônia!

 

[Gilberto Gil]

Dos povos da floresta sob pressão

O indígena, seu grande guardião

Em comunhão com ela há milênios

Nos últimos e trágicos decênios

 

[Milton Nascimento]

Vem vendo a mata sendo ameaçada

E cada terra deles atacada

Por levas de peões de poderosos

Com planos de riquezas horrorosos

 

[Rincon Sapiência]

É invasão, destruição

Ódio a quem são seus empecilhos

Eles não ligam pro amanhã

Nem pro planeta dos próprios filhos

 

[Gaby Amarantos e Duda Beat]

Amazônia! Abaixo o madeireiro que detone a

Amazônia! Abaixo o garimpeiro que infeccione a

Amazônia! Abaixo o grileiro que fraciona

Amazônia!

 

[Samuel Rosa]

Mais valiosa que qualquer minério

Tragada pela mata que transpira

A água que evapora, sobe e vira

De veio subterrâneo a rio aéreo

 

[Real]

Mais volumosos do que o Amazonas

Os rios voadores distribuem

Seus límpidos vapores que afluem

Ao centro-sul, chegando noutras zonas

 

[Péricles]

Então como é que na floresta mais chuvosa o fogo avança

E ardendo em chamar nela queima de futuro uma esperança?

 

[Camila Pitanga e Daniela Mercury]

Amazônia! Não mais um mandatário que intencione a Amazônia! Nem mais um empresário que ambicione a Amazônia! Pra mais um ciclo de nação-colônia

Amazônia!

 

[Thaline Karajá]

Visão monumental, que maravilha

Obra da natureza que exubera

De cores, seres, cheiros, som, de vida

Tão pródiga, tão pura, tão diversa

 

[Vitão]

A fábrica de chuva mais prolixa

A maquina do mundo mais complexa

O doceanoverdeparaíso

O coração pulsante do planeta

 

[Maria Bethânia]

Quinze mil árvores, contudo

Agora estão indo pro chão

Quinze mil vidas derrubadas

Só durante o tempo desta canção!

 

[Agnes Nunes e Céu]

Amazônia! Quem nem desmatamento desmorone a Amazônia! E nem desmandamento deixe insone a Amazônia! E nem o aquecimento desfuncione a

Amazônia!

 

[Bacu Exu do Blues]

O que o índio viu, previu, falou

Também o cientista comprovou

Desmate aumenta, o clima seco aquece

A mata, o céu e a Terra, que estarrece

 

[Chico César]

Esse é o recado deles, lá no fundo

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Pra não torná-los um inferno, um forno

Salve a amazônia do ponto sem retorno

 

[Majur]

Será que ainda está em tempo

Ou o timing disso já perdemos?

Pois, evitemos, pelo menos

Os eventos mais extremos

 

[Caetano Veloso e Preta Gil]

Amazônia! Quando afinal o homem dimensione a

Amazônia! Que venha a ter valido a nossa insônia

Amazônia! Enquanto nos encante e emocione

Amazônia!

 

[Todos]

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve a amazônia!

Salve a amazônia!

Fonte: Brasil 247

Lula cobra da base aliada retomada de acordo feito com Lira pela taxação de compras até US$ 50

 

Presidente sinalizou que não quer causar outro ruído com o presidente da Câmara

Arthur Lira e Lula
Arthur Lira e Lula (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que não quer novos atritos com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e manifestou a intenção de retomar o acordo previamente firmado com o parlamentar, que previa a taxação de 20% para compras internacionais de até US$ 50. Segundo a CNN Brasil, a sinalização ocorreu após a retirada da chamada "taxação das blusinhas" da proposta do Mover, o novo programa de regime do setor automotivo.

Lira contatou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), logo após a decisão do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do projeto, de retirar a taxação das compras internacionais, nesta terça-feira (4), e cobrou a implementação do acordo acertado na Câmara dos Deputados.

Ainda conforme a reportagem, Lula reconheceu a autonomia do Senado Federal para discutir o tema, mas teria ressaltado que cabe à base governista encontrar uma solução. A estratégia do governo agora envolve um senador da base aliada apresentando um destaque para reinserir a taxação na proposta.

Entretanto, o Palácio do Planalto tem afirmado que não pode garantir votos suficientes no Senado para a aprovação da medida. A base aliada será mobilizada para apoiar o destaque, mas o governo reconhece que, devido ao impacto eleitoral do tema, há o risco de “traições” durante a votação.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

 

"PEC das praias": "não estou levando grana do Neymar", diz Flávio Bolsonaro

 

Senador disse não ter "interesse pessoal" no projeto que abre brechas para a privatização de praias e também negou querer beneficiar o jogador

Neymar Jr. e Flávio Bolsonaro
Neymar Jr. e Flávio Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Praias, anunciou modificações no texto do projeto que gerou intenso debate entre políticos, ambientalistas e celebridades, incluindo Neymar e Luana Piovani. A principal mudança visa esclarecer que a proposta não privatizaria a orla brasileira, respondendo a preocupações levantadas nos últimos dias.

Flávio Bolsonaro alegou ao jornal O Globo que o objetivo central da PEC é eliminar impostos como o foro e o laudêmio, além de estimular novos investimentos no setor de turismo do país. Atualmente, o Ministério da Gestão e Inovação possui 564 mil imóveis cadastrados nos chamados “terrenos de marinha”. Em 2023, essas propriedades geraram uma arrecadação de R$ 1,1 bilhão por meio dessas taxas. Os terrenos de marinha são áreas localizadas a partir de uma faixa de 33 metros para dentro do continente, contados a partir da linha de preamar média de 1831.

A proposta de Flávio Bolsonaro prevê o fim do laudêmio e do foro para aqueles que comprarem os 17% de participação que a União detém nesses imóveis. Em entrevista, o senador negou ter interesses pessoais no projeto e afirmou que não está atendendo a interesses específicos de figuras como Neymar, que poderia ser beneficiado por um empreendimento no Nordeste do qual é parceiro. "Não tenho interesse pessoal nisso, não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará. Isso é narrativa. Quero desconstruir a fake news de privatização das praias", declarou o senador.

Além disso, Flávio Bolsonaro afirmou que o projeto não permitirá que os novos proprietários dos terrenos bloqueiem o acesso da população às praias. "De jeito nenhum. Inclusive, estou botando na PEC um texto para repetir o que está na legislação sobre praias: que ela é um bem comum, de uso público e de acesso irrestrito a todos os brasileiros. Vou fazer isso para ficar bem claro, mesmo sendo redundante", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo