quarta-feira, 5 de junho de 2024

Bolsonaro, rei do desmatamento, publica versos de artistas progressistas em "Canção para a Amazônia"

 

O governo Bolsonaro ficou conhecido internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente

Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia
Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia (Foto: Agência Brasil)

Em uma postagem desconectada da realidade, Jair Bolsonaro (PL) compartilhou no X, antigo Twitter, nesta terça-feira (4) trechos da "Canção para a Amazônia", interpretada por artistas progressistas. Vale lembrar que o governo Bolsonaro ficou conhecido nacional e internacionalmente por desmontar legislações ambientais e "passar a boiada" no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Entre os artistas citados na postagem estão Nando Reis, Arnaldo Antunes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Camila Pitanga, Daniela Mercury, Maria Bethânia, e outros. Veja abaixo a postagem: 

Canção Pra Amazônia

[Nando Reis]

Maior floresta tropical da terra

A toda hora sofre um duro golpe

Contra trator, corrente, motosserra

A bela flora clama em vão: Me poupe!

[Diogo Nogueira]

Porém, tem uma gente surda e cega

Para a beleza e o valor da mata

Embora o mundo grite que já chega

Pois é a vida que desmate mata

 

[Anavitória]

Mais vasta ainda todavia é a devastação e o trauma

Focos de fogo nos sufocam fauna, flora e até a alma

 

[IZA e Gal Costa]

Amazônia! Razão de tanta insânia e tanta insônia

Amazônia! Objeto de omissão e ação errônea

Amazônia! É sem igual, sem plano B, nem clone

Amazônia!

 

[Criolo]

Desmonte pra desmate e desvario

Liberam a floresta no Brasil

Pro agrobiz e pra mineração

Pra hidrelétrica, pra exploração

 

[Xande dos Pilares]

Recompensando o crime ambiental

Desregulando o clima mundial

Negam ciência, incêndio e derrubada

Negando, vão passando a boiada

 

[Arnaldo Antunes]

Que ignorância, repugnância

A cada lance, a cada vídeo

Que grande bioecoetnogenomatrisuicídio!

 

[Flor Gil e Djuena Tikuna]

Amazônia! Abaixo o desgoverno que abandone a

Amazônia! Não mais a soja, o pasto que seccione

Amazônia! Não mais a carne, o prato que pressione a

Amazônia!

 

[Gilberto Gil]

Dos povos da floresta sob pressão

O indígena, seu grande guardião

Em comunhão com ela há milênios

Nos últimos e trágicos decênios

 

[Milton Nascimento]

Vem vendo a mata sendo ameaçada

E cada terra deles atacada

Por levas de peões de poderosos

Com planos de riquezas horrorosos

 

[Rincon Sapiência]

É invasão, destruição

Ódio a quem são seus empecilhos

Eles não ligam pro amanhã

Nem pro planeta dos próprios filhos

 

[Gaby Amarantos e Duda Beat]

Amazônia! Abaixo o madeireiro que detone a

Amazônia! Abaixo o garimpeiro que infeccione a

Amazônia! Abaixo o grileiro que fraciona

Amazônia!

 

[Samuel Rosa]

Mais valiosa que qualquer minério

Tragada pela mata que transpira

A água que evapora, sobe e vira

De veio subterrâneo a rio aéreo

 

[Real]

Mais volumosos do que o Amazonas

Os rios voadores distribuem

Seus límpidos vapores que afluem

Ao centro-sul, chegando noutras zonas

 

[Péricles]

Então como é que na floresta mais chuvosa o fogo avança

E ardendo em chamar nela queima de futuro uma esperança?

 

[Camila Pitanga e Daniela Mercury]

Amazônia! Não mais um mandatário que intencione a Amazônia! Nem mais um empresário que ambicione a Amazônia! Pra mais um ciclo de nação-colônia

Amazônia!

 

[Thaline Karajá]

Visão monumental, que maravilha

Obra da natureza que exubera

De cores, seres, cheiros, som, de vida

Tão pródiga, tão pura, tão diversa

 

[Vitão]

A fábrica de chuva mais prolixa

A maquina do mundo mais complexa

O doceanoverdeparaíso

O coração pulsante do planeta

 

[Maria Bethânia]

Quinze mil árvores, contudo

Agora estão indo pro chão

Quinze mil vidas derrubadas

Só durante o tempo desta canção!

 

[Agnes Nunes e Céu]

Amazônia! Quem nem desmatamento desmorone a Amazônia! E nem desmandamento deixe insone a Amazônia! E nem o aquecimento desfuncione a

Amazônia!

 

[Bacu Exu do Blues]

O que o índio viu, previu, falou

Também o cientista comprovou

Desmate aumenta, o clima seco aquece

A mata, o céu e a Terra, que estarrece

 

[Chico César]

Esse é o recado deles, lá no fundo

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Pra não torná-los um inferno, um forno

Salve a amazônia do ponto sem retorno

 

[Majur]

Será que ainda está em tempo

Ou o timing disso já perdemos?

Pois, evitemos, pelo menos

Os eventos mais extremos

 

[Caetano Veloso e Preta Gil]

Amazônia! Quando afinal o homem dimensione a

Amazônia! Que venha a ter valido a nossa insônia

Amazônia! Enquanto nos encante e emocione

Amazônia!

 

[Todos]

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve-se a selva ou não se salva o mundo

Salve a amazônia!

Salve a amazônia!

Salve a amazônia!

Fonte: Brasil 247

Lula cobra da base aliada retomada de acordo feito com Lira pela taxação de compras até US$ 50

 

Presidente sinalizou que não quer causar outro ruído com o presidente da Câmara

Arthur Lira e Lula
Arthur Lira e Lula (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que não quer novos atritos com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e manifestou a intenção de retomar o acordo previamente firmado com o parlamentar, que previa a taxação de 20% para compras internacionais de até US$ 50. Segundo a CNN Brasil, a sinalização ocorreu após a retirada da chamada "taxação das blusinhas" da proposta do Mover, o novo programa de regime do setor automotivo.

Lira contatou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), logo após a decisão do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do projeto, de retirar a taxação das compras internacionais, nesta terça-feira (4), e cobrou a implementação do acordo acertado na Câmara dos Deputados.

Ainda conforme a reportagem, Lula reconheceu a autonomia do Senado Federal para discutir o tema, mas teria ressaltado que cabe à base governista encontrar uma solução. A estratégia do governo agora envolve um senador da base aliada apresentando um destaque para reinserir a taxação na proposta.

Entretanto, o Palácio do Planalto tem afirmado que não pode garantir votos suficientes no Senado para a aprovação da medida. A base aliada será mobilizada para apoiar o destaque, mas o governo reconhece que, devido ao impacto eleitoral do tema, há o risco de “traições” durante a votação.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

 

"PEC das praias": "não estou levando grana do Neymar", diz Flávio Bolsonaro

 

Senador disse não ter "interesse pessoal" no projeto que abre brechas para a privatização de praias e também negou querer beneficiar o jogador

Neymar Jr. e Flávio Bolsonaro
Neymar Jr. e Flávio Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Praias, anunciou modificações no texto do projeto que gerou intenso debate entre políticos, ambientalistas e celebridades, incluindo Neymar e Luana Piovani. A principal mudança visa esclarecer que a proposta não privatizaria a orla brasileira, respondendo a preocupações levantadas nos últimos dias.

Flávio Bolsonaro alegou ao jornal O Globo que o objetivo central da PEC é eliminar impostos como o foro e o laudêmio, além de estimular novos investimentos no setor de turismo do país. Atualmente, o Ministério da Gestão e Inovação possui 564 mil imóveis cadastrados nos chamados “terrenos de marinha”. Em 2023, essas propriedades geraram uma arrecadação de R$ 1,1 bilhão por meio dessas taxas. Os terrenos de marinha são áreas localizadas a partir de uma faixa de 33 metros para dentro do continente, contados a partir da linha de preamar média de 1831.

A proposta de Flávio Bolsonaro prevê o fim do laudêmio e do foro para aqueles que comprarem os 17% de participação que a União detém nesses imóveis. Em entrevista, o senador negou ter interesses pessoais no projeto e afirmou que não está atendendo a interesses específicos de figuras como Neymar, que poderia ser beneficiado por um empreendimento no Nordeste do qual é parceiro. "Não tenho interesse pessoal nisso, não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará. Isso é narrativa. Quero desconstruir a fake news de privatização das praias", declarou o senador.

Além disso, Flávio Bolsonaro afirmou que o projeto não permitirá que os novos proprietários dos terrenos bloqueiem o acesso da população às praias. "De jeito nenhum. Inclusive, estou botando na PEC um texto para repetir o que está na legislação sobre praias: que ela é um bem comum, de uso público e de acesso irrestrito a todos os brasileiros. Vou fazer isso para ficar bem claro, mesmo sendo redundante", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

'PEC da privatização das praias' foi rechaçada até pela área técnica do governo Bolsonaro

 

Secretaria então ligada a Paulo Guedes fez um alerta sobre a proposta, hoje relatada por Flávio Bolsonaro, já em 2022: "maior transferência de patrimônio público na história"

Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A proposta de emenda à Constituição conhecida como 'PEC das Praias', que facilita a privatização de áreas costeiras da União, foi alvo de duras críticas em 2022 até pela área técnica do governo Jair Bolsonaro (PL). A SPU (Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União), vinculada ao Ministério da Economia de Paulo Guedes, emitiu uma manifestação técnica alertando que a aprovação da PEC poderia resultar na "maior transferência de patrimônio público para o privado que se tem notícia na história".

Durante a votação na Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022, a liderança do governo orientou os parlamentares a votarem contra a proposta. Técnicos de vários ministérios do governo Bolsonaro trabalharam nos bastidores para barrar a aprovação do texto. Apesar disso, o PL, partido de Bolsonaro, orientou seus membros a favor da PEC, resultando em uma aprovação ampla: 377 votos a favor contra 93, muito além dos 308 necessários para alterar a Constituição.

A manifestação da SPU destacou que os terrenos de marinha em áreas urbanas representam cerca de 80% do valor patrimonial imobiliário da União, correspondendo a cerca de R$ 157 bilhões. No entanto, apenas 20% desses terrenos estão demarcados. A PEC, se aprovada, poderia interromper o processo de demarcação e transferir esses imóveis para o domínio privado, com valor estimado superior a R$ 1 trilhão.

O documento também sublinhou que conglomerados financeiros e empresas multinacionais seriam os principais beneficiados, em detrimento de inúmeros contribuintes que poderiam postular essas áreas. A renúncia de ativos poderia alcançar R$ 3,2 trilhões.

Em 2023, a PEC recebeu dois pareceres favoráveis do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro e hoje relator do projeto. Contudo, a proposta não foi votada. Recentemente, o tema voltou a ganhar força após uma audiência pública realizada em 27 de maio.

A manifestação de 2022 da SPU finalizou afirmando que a PEC não deveria prosseguir devido aos potenciais impactos negativos tanto para a União quanto para a população brasileira. "A gestão do patrimônio público da União, que pertence a todos os cidadãos, não pode ser objeto de benesse a um pequeno contingente da população em detrimento dos demais", concluiu o documento.

Fonte: Brasil 247

 

Lula se reúne com Marina Silva para balanço no Dia do Meio Ambiente em meio a protestos de servidores

 

Evento no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente acontece em meio à paralisação de servidores dos órgãos ambientais

Marina Silva (ministra do Meio Ambiente), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma ação policial na Amazônia
Marina Silva (ministra do Meio Ambiente), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma ação policial na Amazônia (Foto: Ricardo Stuckert | Divulgação)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para um evento no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, na manhã desta quarta-feira (5), para fazer um balanço das ações da pasta e delinear os próximos passos do governo na área ambiental. A informação é do Metrópoles

Em paralelo, os servidores do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) se mobilizaram para manifestações, reivindicando valorização e reestruturação das carreiras na área. 

Em protesto desde o início do ano, os servidores reduziram suas atividades de fiscalização, focando apenas em trabalhos burocráticos. A redução resultou em uma queda significativa no número de licenças concedidas pelo Ibama e de multas aplicadas pelo ICMBio. 

A proteção do meio ambiente é uma das principais bandeiras do novo mandato de Lula, destacada desde sua campanha eleitoral. A questão ambiental também tem sido prioridade durante a presidência do Brasil no G20 deste ano. Um dos marcos dessa prioridade foi a candidatura bem-sucedida da Amazônia para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer em Belém, no Pará, em 2025.

No entanto, os servidores do setor ambiental criticam a falta de estrutura e a escassez de pessoal. "A área ambiental tem sido tratada com indiferença, sem o devido reconhecimento ao fundamental papel exercido pelos trabalhadores do setor", disse Cleberson Zavaski, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema). 

Em resposta às críticas, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) autorizou nesta semana a nomeação de 98 novos servidores para o MMA, que atuarão na regulação, controle, fiscalização, licenciamento e auditoria ambiental do órgão. A expectativa é que o presidente Lula assine a nomeação do grupo ainda nesta quarta-feira. 

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

 

Museus pelo mundo - e no Brasil - celebram a diversidade LGBTQIAP+ durante o Mês do Orgulho

 

Instituições como o British Museum, o Museu da Diáspora Africana, o New Museum, o Smithsonian e o Masp têm promovido exposições dão visibilidade a artistas e narrativas LGBTQIAP+

O MASP (Museu de Arte de São Paulo).
O MASP (Museu de Arte de São Paulo). (Foto: Carlos Alkmin)

Durante o Mês do Orgulho LGBTQIAP+, museus ao redor do mundo estão utilizando seus acervos para celebrar a diversidade, relata o jornal O Globo. Instituições renomadas como o British Museum, o Museu da Diáspora Africana, o New Museum e o Smithsonian têm promovido exposições e eventos que dão visibilidade a artistas e narrativas LGBTQIAP+, anteriormente marginalizadas.

No British Museum, em Londres, uma das atrações é parte do Afresco dos Amantes da Tumba das Carruagens, uma representação etrusca de dois homens deitados, oriunda de Tarquinia, no Noroeste da Itália. Em uma postagem, o museu enfatiza: "De artefatos antigos a artistas contemporâneos, o Museu revela a rica história dos indivíduos LGBTQIA+ através do tempo e das culturas - embora estas histórias tenham sido muitas vezes escondidas das narrativas principais".

O Museu da Diáspora Africana, em São Francisco, Califórnia, destaca obras de dez artistas contemporâneos negros queer. A instituição sublinha a importância dessas obras no contexto atual: "Hoje, em meio à ascensão das leis anti-LGBTQ+, tanto nacional como globalmente, juntamente com a continuação do apagamento e marginalização das histórias negras e queer, estes artistas estão esculpindo espaço para novas visões e narrativas. Eles enriquecem a paisagem artística contemporânea com perspectivas diversificadas e dinâmicas que refletem a plenitude e a multiplicidade da experiência negra".

O New Museum, em Nova York, também participa das comemorações, destacando em suas redes sociais as obras de artistas queer que integram a programação de junho. A instituição reforça seu compromisso com a diversidade: "Defender perspectivas diversas é um princípio central do New Museum, e fornecer um espaço para perspectivas LGBTQ+ sempre fez parte de como damos vida à nossa missão - nova arte, novas ideias".

O Smithsonian, complexo de museus em Washington, preparou uma seleção especial de itens dos Arquivos da Arte Americana, incluindo telas, desenhos, trabalhos de design e fotos. A instituição convida o público a explorar essa rica coleção: "Junte-se a nós para uma diversão cheia de cores através de objetos, documentos e histórias orais que dão testemunho da história queer".

No Brasil, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) também se une às celebrações com a obra "Trava na beleza-safira" (2021), do artista paraense Rafael Matheus Moreira, utilizada para promover suas exposições focadas nas Histórias da Diversidade LGBTQIAP+.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

STJ decide nesta quarta-feira se amigo de Robinho cumprirá pena por estupro no Brasil

 

Assim como o ex-jogador, Ricardo Falco foi condenado pelo estupro de uma jovem albanesa na Itália, em 2013

Robinho
Robinho (Foto: Reprodução/TV UOL)

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa nesta quarta-feira (5) o pedido de homologação da sentença italiana que condenou Ricardo Falco, amigo do ex-jogador Robinho, pelo estupro de uma jovem albanesa na Itália, em 2013. Os ministros vão analisar se ele cumprirá os nove anos de pena determinados pela Justiça italiana, informa o Metrópoles. Robinho já cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé.

A justiça italiana pediu a transferência da execução da pena para o Brasil, fundamentada no Tratado de Extradição firmado entre os dois países. A condenação foi proferida pelo Tribunal de Milão, em 23 de novembro de 2017, e transitou em julgado (quando não cabe mais recurso), em 19 de janeiro de 2022.

Em março, a Corte Especial do STJ decidiu que Robinho deveria cumprir a pena de nove anos no Brasil. Caso a sentença italiana para Ricardo Falco também seja homologada, ele cumprirá a exata mesma pena do amigo.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Perfil da pós-graduação muda no país em 25 anos

 

Retrato do setor está no estudo Brasil: mestres e doutores, do CGEE

O Brasil formou e empregou mais mestres e doutores em 25 anos, os cursos estão melhor distribuídos entre as regiões e há mais mulheres pós-graduadas.

No entanto, apesar das mudanças, permanecem assimetrias históricas como a remuneração mais baixa das mestras e doutoras em comparação aos colegas do sexo masculino com a mesma formação acadêmica. Ainda é baixa a proporção de pessoas com essas qualificações no conjunto da sociedade.

O retrato da pós-graduação no país está no estudo Brasil: Mestres e Doutores, produzido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com sede em Brasília.

Segundo o CGEE, há “clara evidência do processo de desconcentração regional ocorrido na pós-graduação brasileira entre 1996 e 2021". Conforme análise, a Região Sudeste concentrava 62% do número de cursos de mestrado brasileiros em 1996. Após 25 anos, essa participação caiu 20 pontos percentuais.

O mesmo fenômeno foi observado no doutorado. Em 1996, oito de cada dez cursos de doutorado estavam no Sudeste (79,2%). No mesmo intervalo de tempo, o peso da região caiu 29,6 pontos percentuais.

Em consequência, a geografia das titulações também se modificou. “Em 1996, 67,4% dos títulos de mestrado e 88,9% dos títulos de doutorado foram concedidos na Região Sudeste”, diz o estudo. Em 2021, “tais participações tinham diminuído para, respectivamente, 43,5% e 52,5%.”

Carteira assinada 

As mudanças atingiram o mercado de trabalho formal. Em 2009, no Sudeste estavam empregados 55,1% dos doutores e 49,2% dos mestres. Em 2021, a prevalência de doutores na região permanece, mas deixa de ser majoritária, cai para 45,6% dos doutores empregados. No caso dos mestres com carteira assinada, a proporção caiu para 43,9%.

A redistribuição da pós-graduação no Brasil tem a ver com dois movimentos. Em primeiro lugar, a mobilidade de mestres e doutores, especialmente dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, para estados de outras regiões.

Em segundo lugar, o aumento da formação local, que diminui a relevância da “importação” de profissionais com mestrado e doutorado. “O fato de ter pós-graduação no Brasil inteiro dificulta a mobilidade”, avalia a socióloga Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Desigualdade 

Fernanda comemora a desconcentração, mas alerta para a queda recente da taxa de crescimento de cursos de pós-graduação. Entre 1996 e 2021, o número de programas de mestrado e doutorado passou de 608 para 4.691. O sucesso entre 2016 e 2021 foi menos intenso, no entanto. Segundo o CGEE, houve “clara desaceleração do processo de crescimento da pós-graduação brasileira nos cinco últimos anos da série analisada (1996-2021).”

A redução do ritmo preocupa especialmente a comunidade científica porque o número de titulados por habitante ainda é pequeno. Em 2021, o país tinha 27 mestres para cada grupo de 100 mil habitantes e 10,2 doutores para cada 100 mil habitantes. “Isso ainda é baixo. Isso tem a ver com a nossa desigualdade social que é muito grande. "Para ter um nível educacional é difícil”, afirma Fernanda Sobral.

A vice-presidente da SBPC, que acompanhou o lançamento do estudo em Brasília, também destacou a remuneração mais baixa paga as mulheres tituladas. Em 2021, a remuneração média das mulheres com mestrado era de R$ 10.033,95 – 26,7% menor do que recebiam os homens com a mesma formação. No caso das doutoras, a remuneração média naquele ano era de R$ 14.782,68 – 16,4% abaixo do que ganhavam os doutores.

Um detalhe importante é que a presença feminina é majoritária na pós-graduação. “A partir do ano de 1997, as mulheres passaram a ser maioria entre os titulados em cursos de mestrado no Brasil, A partir de 2003, elas também passaram a ser maioria entre os titulados em cursos de doutorado. A participação de mulheres no total de títulos de mestrado e de doutorado no ano de 2021 foram, respectivamente, 13,6 e 11,2 pontos percentuais maiores do que as participações de homens.”

Os dados analisados pelo CGEE são das bases de informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); e da Plataforma Sucupira, mantida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela política de pós-graduação no Brasil.

Público e privado 

Conforme dados secundários, o setor público emprega mais mestres e doutores do que as empresas privadas, especialmente por causa das universidades públicas federais e estaduais, que são grandes empregadoras de professores que têm essas formações acadêmicas.

A despeito da tendência, o CGEE captou maior demanda por força de trabalho qualificada entre entidades empresariais. “O que a gente viu recentemente é que as entidades empresariais privadas passaram a ter papel importante no emprego de mestres - 25% do total dos mestres que estão empregados, trabalham hoje em entidades empresariais privadas”, diz Sofia Daher, coordenadora do estudo do CGEE e doutora em ciência da informação.

Segundo ela, a contratação de mestres e doutores pode ser fundamental em setores estratégicos como a indústria de transformação, que precisa de desenvolvimento tecnológico e inovação para ser competitiva. Pessoas com mestrado e doutorado “são responsáveis pela criação de novos conhecimentos e aplicação desses resultados”, afirma a coordenadora.

“Temos conversado com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que junto com outras instituições, tem discutido bastante políticas que possam aumentar a absorção de mestres e doutores pelo setor empresarial privado, aí nesse caso especialmente na indústria. A expectativa é que mestres ,e doutores tenham contribuição importante na geração de novos processos, aumento da competitividade e inovação, trazendo também conceitos importantes de sustentabilidade e responsabilidade social”, acrescenta Sofia Daher.

O estudo do CGEE gerou mais de 330 tabelas que podem ser consultadas diretamente no site.

Fonte: Agência Brasil

Ministério promove atos em memória a Bruno Pereira e Dom Phillips

Indigenista e jornalista foram mortos há dois anos, na Amazônia



Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, na Amazônia, completam dois anos nesta quarta-feira (5). Em homenagem às vítimas, o Ministério dos Povos Indígenas promoverá, em Brasília, três atos públicos.

O primeiro evento acontecerá às 14 horas, no Cine Brasília, no bairro Asa Sul (SHCS EQS 106/107, s/nº) e deve contar com a presença das viúvas de Bruno e Dom, Beatriz Matos e Alessandra Sampaio, respectivamente, e de autoridades federais e representantes de organizações não governamentais (ONGs) e indigenistas.

Além da exibição gratuita do documentário Vale dos Isolados: o assassinato de Bruno e Dom, haverá um debate sobre a luta dos defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas no Vale do Javari e a apresentação de um balanço das ações que o governo federal implementou na região.

Dirigido pela repórter Sônia Bridi, o filme recebeu, em outubro de 2023, um dos mais importantes e tradicionais prêmios jornalísticos em Direitos Humanos do Brasil, o Vladimir Herzog, na categoria melhor produção jornalística em vídeo, por “revelar como a negligência do Estado fez ressurgir um ciclo histórico de violência na região com o maior número de indígenas isolados do mundo.

O balanço das ações federais envolverá iniciativas que integram o Plano de Proteção da Terra Indígena (TI) do Vale do Javari, de promoção da proteção territorial e de garantia dos direitos sociais dos habitantes da área.

O segundo ato está previsto para começar às 18 horas, na Esplanada dos Ministérios. Imagens de Bruno e de Dom serão projetadas no bloco A dos edifícios ministeriais, onde funciona parte da estrutura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Os ministros dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, participarão da iniciativa.

O terceiro e último ato oficial em memória de Bruno e Dom ocorrerá às 19h30, no Memorial dos Povos Indígenas, localizado no Eixo Monumental Oeste (Zona Cívico-Administrativa, Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK). Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a cerimônia será transmitida pelas redes sociais e o link será informado ao longo do dia nos perfis da pasta no Instagram.

Histórico

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, duplo homicídio “revelou a jornada de dois profissionais que se converteu em um marco da luta pelos direitos dos povos indígenas e da preservação do meio ambiente”.

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros em 5 de junho de 2022. A dupla tinha se reunido em Atalaia do Norte (AM) no início de junho. Dom planejava entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para escrever um livro-reportagem que pretendia intitular de Como Salvar a Amazônia.

Indigenista experiente, Bruno havia se licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em fevereiro de 2020, por discordar das novas orientações quanto à execução da política nacional indigenista. Desde então, atuava como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Além de guiar Dom, Bruno viajaria para se reunir com lideranças de comunidades do entorno da Terra Indígena Vale do Javari - segunda maior área do país destinada ao usufruto exclusivo indígena e a que abriga a maior concentração de povos isolados em todo o mundo.

A dupla foi vista pela última vez na manhã do dia 5. Seus corpos só foram localizados em 15 de junho, quando policiais já tinham detido ao menos cinco suspeitos de participar do crime.

Em julho de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação dos corpos de Bruno e Dom. Também foram detidos e indiciados pela Polícia Federal (PF) Ruben Dário da Silva Villar (o Colômbia, e Jânio Freitas de Souza. O processo está em andamento, mas a subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM) ainda não marcou a data do julgamento dos três principais acusados.

Linha do Tempo - Bruno Pereira e Dom Philips
Arte/Agência Brasil