terça-feira, 4 de junho de 2024

Ex-chefe de Comunicação Digital de Paes se torna marqueteiro de Tabata Amaral, em São Paulo

 O coordenador político da pré-campanha da parlamentar, Orlando Faria, disse que a busca é por referências de comunicação em lideranças do centro democrático

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) anunciou a escolha de Pedro Simões, ex-coordenador de estratégia digital da gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) na Prefeitura do Rio de Janeiro, como o novo marqueteiro de sua pré-campanha para a Prefeitura de São Paulo.


O jornalista deixou o cargo na administração municipal nesta terça-feira (4), informa a coluna Painel, na Folha de S.Paulo.


Segundo Tabata, poucas lideranças políticas conseguem influenciar de forma propositiva o debate nas plataformas digitais. Nesse contexto, ela destaca Eduardo Paes e João Campos (PSB), prefeito do Recife, como dois dos maiores exemplos.


A busca foi por um profissional que compreendesse a comunicação e a mobilização digitais com a prioridade e centralidade que possuem atualmente. Para Tabata, Pedro Simões incorpora essas características.


O coordenador político da pré-campanha da parlamentar, Orlando Faria, ressalta que procuraram referências de comunicação em lideranças do centro democrático, como João Campos e Eduardo Paes. As propostas de Simões, especialmente a ênfase no digital, agradaram à equipe.


Dado o bom engajamento de Tabata nas redes sociais em comparação com seus prováveis concorrentes, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), a estratégia da pré-campanha será focada no “digital first”. As redes sociais serão o veículo prioritário para suas propostas e discussões, enquanto a televisão atuará como meio auxiliar.


O convite a Pedro Simões, que atuou na Prefeitura do Rio nos últimos quatro anos, foi feito com base no reconhecimento do trabalho de Eduardo Paes nas redes sociais.


Um levantamento publicado pelo jornal Valor Econômico, com dados de 1º de janeiro a 15 de maio, revelou que João Campos e Eduardo Paes concentraram 42% do total de 11,6 milhões de seguidores de prefeitos de capitais no Instagram, Tiktok, Facebook e YouTube.


Antes de ingressar na administração de Paes, Pedro Simões teve passagens pela Rede Globo, participou de campanhas eleitorais no Brasil e em outros países da América Latina e foi diretor de comunicação do RenovaBR, escola de políticos pela qual também passou a própria pré-candidata.

Ele substituirá Pablo Nobel, que deixou a pré-campanha em abril.


Fonte: Agenda do Poder com informações da coluna Painel da Folha de S. Paulo

Governistas conseguem adiar votação de PEC das Drogas em comissão da Câmara

 A PEC foi aprovada pelo Senado em abril, em um confronto direto com o STF, que tem um julgamento em curso sobre o tema

Deputados governistas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara conseguiram nesta terça-feira (4) adiar a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que criminaliza o porte de drogas, independentemente da quantidade.


O adiamento foi resultado de um pedido conjunto de vista à presidente do colegiado, deputada Caroline de Toni (PL-SC). Com isso, a apreciação do texto ficará para um prazo de duas sessões, com expectativa de votação na próxima terça-feira.


Antes do pedido de vista, os governistas tentaram obstruir a sessão citando brechas regimentais. Discutiram, por exemplo, se as notas taquigráficas da Câmara deveriam referir-se a Caroline de Toni como “presidente” ou “presidenta”. Os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) usaram seu tempo no microfone para debater sobre os trajes parlamentares em dias de calor. Além disso, solicitaram a retirada da PEC da pauta.


A PEC foi aprovada pelo Senado em abril, em um confronto direto com o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem um julgamento em curso sobre o tema. O relator do projeto na CCJ, deputado Ricardo Salles (PL-SP), manteve o texto do Senado, evitando uma nova votação pelos senadores, caso seja aprovada na Câmara.


No STF, o placar está em 5 a 3 pela descriminalização da posse e porte de maconha, posição divergente da proposta no Congresso. A PEC propõe a inclusão da criminalização do porte de qualquer quantidade de droga na Constituição.


Situação atual


Atualmente, a Lei das Drogas criminaliza adquirir, guardar, transportar, carregar, semear, cultivar ou colher drogas para consumo pessoal. As penas são mais leves, como prestação de serviços comunitários e medidas educativas, sem prisão. A lei não define a quantidade específica para diferenciar usuário de traficante, deixando a questão para avaliação judicial, motivo pelo qual o Supremo está julgando o tema.


Proposta da PEC


Em resposta ao STF, o texto do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), eleva o tema ao texto constitucional. A PEC, aprovada com 53 votos a favor e 9 contra no Senado, prevê a inclusão da criminalização do porte de qualquer quantidade de droga na Constituição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

O Supremo já formou maioria para estabelecer um quantitativo diferenciando usuário de traficante, mas ainda discute a quantidade específica e se esta decisão deve ser da Corte ou do Congresso.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

OMS alerta que Brasil concentra mais de 80% dos casos de dengue no mundo em 2024

 Segundo o Ministério da Saúde 3.325 pessoas morreram no país devido à doença até a última segunda-feira (3)

O Brasil lidera o ranking mundial de casos de dengue em 2024, conforme relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 30 de maio. O país registra cerca de 83% dos casos suspeitos globais, somando 6,2 milhões de um total de 7,6 milhões até 30 de abril. Em seguida, vêm Argentina com 420,8 mil casos suspeitos, Paraguai com 257,6 mil e Peru com 199,6 mil.


A OMS implementou um sistema global de vigilância da dengue, emitindo relatórios mensais sobre a incidência da doença. Até o momento, há dados de 103 países, dos quais 28 não relataram casos. A organização destaca que a falta de diagnóstico e registro da doença em muitos países subestima seu impacto global, classificando a dengue como uma “ameaça global à saúde pública”.


“Dada a escala atual dos surtos de dengue, o potencial risco de mais disseminação internacional e a complexidade dos fatores que impactam a transmissão, o risco global da dengue ainda é avaliado como alto e, portanto, a dengue continua sendo uma ameaça global à saúde pública”, afirma o relatório.


A maior prevalência do arbovírus ocorre no continente americano, com epidemias a cada três a cinco anos. Em 2024, seis países registraram a circulação simultânea dos quatro sorotipos de dengue: Brasil, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México e Panamá.


Este ano marca o pico histórico de casos no continente, ultrapassando 2023, que teve 4,6 milhões de casos suspeitos, incluindo 2 milhões confirmados. Até o final de abril, o número de casos suspeitos era três vezes maior do que no mesmo período do ano anterior.


“O Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, está presente em todos os países das Américas, exceto no Canadá, que não havia registrado casos autóctones de dengue anteriormente”, ressalta o relatório.


No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que 3.325 pessoas morreram devido à doença até a última segunda-feira (3). A incidência (casos por 100 mil habitantes) atinge 2.757, número muito acima do limiar de 300 recomendado pela OMS para situação epidêmica. Apesar disso, o Ministério informa que os casos estão em queda na maior parte dos estados.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo

Votação da taxa de compras internacionais até US$ 50 é adiada para essa quarta (5) pelo Senado

 Conhecida popularmente como “taxa das blusinhas”, a taxação se refere à compra de produtos, especialmente roupas, em sites internacionais

O Senado decidiu nesta terça-feira (4) adiar para quarta-feira (5) a votação do projeto que retoma a taxação de compras internacionais de até US$ 50. A decisão foi tomada em acordo entre os líderes partidários do Senado e com a anuência do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A votação estava inicialmente marcada para esta terça-feira (3).


Conhecida popularmente como “taxa das blusinhas”, a taxação se refere à compra de produtos, especialmente roupas, em sites internacionais. Este dispositivo foi incluído em um projeto que incentiva a produção de veículos sustentáveis. No jargão do Congresso, a inclusão de um tema não relacionado dentro de um projeto é chamada de “jabuti”, fazendo desta taxação um “jabuti” no programa de veículos.


O “jabuti” foi adicionado e aprovado na Câmara, atendendo a demandas de varejistas nacionais que argumentam que a isenção de impostos para importações de pequenas quantidades prejudica o mercado interno.


O tema, no entanto, gerou controvérsia, com o governo Lula preocupado com a possível impopularidade da medida. Mais cedo nesta terça-feira, o relator do texto no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), decidiu separar a parte da taxação do restante do projeto sobre veículos sustentáveis.


Com isso, toda a votação, incluindo as duas partes do projeto, foi adiada para quarta-feira.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1

Deputados mudam detalhes, mas aprovam terceirização de 204 escolas

 

Greve de professores prossegue; projeto segue para sanção de Ratinho Jr. e será questionado na Justiça

 Protesto nesta segunda-feira contra a terceirização. (Foto: Tami Taketani/Plural)


Em três sessões realizadas remotamente para fugir dos manifestantes que ocupavam as galerias da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais do Paraná aprovaram nesta terça-feira (4) a nova redação do projeto que permite terceirizar a gestão de 204 escolas públicas. A votação terminou com 38 votos favoráveis à proposta do governador Ratinho Jr. (PSD) e 13 votos contrários. Agora, basta Ratinho sancionar a lei para que o governo comece a criar as consultas públicas nas escolas;

O substitutivo geral foi feito pela própria base do governo Ratinho na Assembleia, e não muda absolutamente nenhum ponto central da terceirização. A ideia foi apenas deixar mais claros alguns pontos, como por exemplo estabelecer no papel quais são as escolas que podem sofrer a terceirização. A versão inicial do Palácio Iguaçu deixava uma brecha para que quase todas as escolas paranaenses passassem pelo mesmo processo.

A aprovação nesta terça foi muito mais tranquila do que a votação do dia anterior. Sabendo que as galerias estavam tomadas por professores e estudantes, os deputados nem tentaram fazer a sessão no plenário da Assembleia, e desde o começo marcaram a sessão no formato virtual. De seus gabinetes, os partidários de Ratinho votaram a favor do projeto, enquanto os oposicionistas participaram da votação em plenário, num gesto simbólico.

A chance de derrubar o projeto agora está no Judiciário. Oito deputados estaduais (os sete de oposição e também a deputada Mabel Canto, do PSDB), entraram com uma ação de inconstitucionalidade contra o projeto no Supremo Tribunal Federal. Ainda não há data para que o caso seja julgado. A APP-Sindicato, que representa professores e servidores das escolas estaduais, também afirma que irá judicializar o debate.

Veja as mudanças do substitutivo

Especifica as 204 escolas do novo modelo (o texto original permitia para todas as escolas);

· Possibilita ao professor efetivo a troca de escola caso queira, por meio da oferta de vaga em concurso de remoção;

· Garante aos professores CLT contratados pelo parceiro mesmos salário e hora-atividade dos PSS;

· Especifica que a contratação do parceiro seguirá todas as regras da legislação vigente no Brasil e no Paraná;

· Exige que o parceiro comprove 5 anos de experiência, capacidade técnica e competência para o programa;

· Especifica que a SEED deverá fornecer a merenda nessas escolas, podendo o parceiro complementá-la;

· Estipula que o parceiro seja avaliado a cada ciclo contratual conforme parâmetros da SEED em relação à evolução da frequência, evolução da aprendizagem, manutenção e conservação das instalações, e satisfação da comunidade escolar;

· Deixa claro no texto da lei que o parceiro atuará exclusivamente nas dimensões administrativa e financeira, mantendo nas mãos da SEED a autonomia absoluta sobre o projeto pedagógico;

·  Inclui a previsão de que a SEED elabore laudo técnico das 204 escolas apontando as manutenções necessárias e prioritárias, para que, a partir desse documento, o parceiro apresente um plano de trabalho escalonado dos serviços, com a fixação de prazo para início e fim das manutenções. Terceiros contratados pelo parceiro para esses serviços não terão qualquer relação jurídica com o Estado;

· Inclui a exigência de que o Estado divulgue anualmente os principais indicadores educacionais das 204 escolas do programa, incluindo indicadores de aprendizagem, frequência escolar, número de matrículas, taxa de abandono e taxa de evasão escolar;

· Especifica que atribuições administrativo-financeiras do diretor e do diretor-auxiliar da rede nas 204 escolas do programa serão definidas em ato da SEED;

·  A votação de aceite ou não do novo modelo pelas 204 comunidades escolares será realizada preferencialmente de forma presencial.

Veja como votou cada deputado

Adão Litro (PSD) – Sim
Alexandre Amaro (Rep) – Sim
Alexandre Curi (PSD) – Sim
Alisson Wandscheer (SD) – Sim
Ana Julia (PT) – Não
Anibelli Neto (MDB) – Sim
Arilson Chioratto (PT) – Não
Artagão Jr. (PSD) – Sim
Batatinha (MDB) – Sim
Bazana (PSD) – Sim
Cantora Mara Lima (Rep) – Sim
Cloara Pinheiro (PSD) – Sim
Cobra Repórter (PSD) – Sim
Cristina Silvestri (PSDB) – Não
Delegado Jacovós (PL) – Sim
Denian Couto (Pode)- Sim
Do Carmo (União) – Sim
Douglas Fabrício (Cdn) – Sim
Dr. Antenor (PT) – Não
Evandro Araújo (PSD) – Não
Fabio Oliveira (Pode) – Sim
Flavia Francischini (União) – Sim
Gilberto Ribeiro (PL) – Ausente
Gilson de Souza (PL) – Sim
Goura (PDT) – Não
Gugu Bueno (PSD) – Sim
Hussein Bakri (PSD) – Sim
Luciana Rafagnin (PT) – Não
Luis Corti (PSB) – Sim
Luiz Claudio Romanelli (PSD) – Sim
Luiz Fernando Guerra (União) – Sim
Mabel Canto (PSDB) – Não
Marcel Micheletto (PL) – Sim
Marcia Huçulak (PSD) – Sim
Marcio Pacheco (PP) – Sim
Maria Victoria (PP) – Sim
Marli Paulino (SD) – Sim
Matheus Vermelho (PP) – Sim
Moacyr Fadel (PSD) – Sim
Nelson Justus (União)- (Sim)
Ney Leprevost (União) – Não
Paulo Gomes (PP) – Sim
Professor Lemos – (PT) Não
Reichembarch (PSD) – Sim
Renato Freitas (PT) – Não
Requião Filho (PT) – Não
Ricardo Arruda (PL) – Sim
Samuel Dantas (SD) – Ausente
Soldado Adriano José (PP) – Sim
Tercílio Turini (MDB) – Não
Thiago Buhrer (União) – Sim
Tiago Amaral (PSD) – Sim
Tito Barichello (União) – Sim

Fonte: Jornal Plural

STF torna Sérgio Moro réu por calúnia contra ministro Gilmar Mendes

 Caso seja condenado a mais de quatro anos de prisão, poderá perder o mandato de senador


Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (4) tornar réu o senador Sérgio Moro (União Brasil-Paraná) por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. A decisão decorre de um vídeo de oito segundos, gravado durante uma festa junina, no qual o ex-juiz menciona “comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes”.


No vídeo, Moro é visto conversando com outras pessoas sobre uma atração típica de festas juninas, a “prisão”. Durante o diálogo, uma voz feminina comenta: “Está subornando o velho”. Em resposta, rindo, o senador afirma: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.


A denúncia foi apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) e estava parada desde maio do ano passado. Moro enfrentará acusações criminais de calúnia e, se condenado a mais de quatro anos de prisão, poderá perder o mandato de senador.


Desde que a gravação veio a público em abril de 2023, Moro negou repetidamente qualquer intenção de acusar o ministro. Ele alega que sua declaração foi uma “brincadeira” tirada de contexto por “pessoas inescrupulosas”.


O caso foi analisado pela Primeira Turma do STF, composta pela ministra relatora Cármen Lúcia e pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1 e Estado de S.Paulo

Avião é encontrado com dois corpos carbonizados em Joinville (SC) após desaparecer

 

Os corpos das duas vítimas foram encontrados carbonizados no meio das ferragens da aeronave. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Um avião bimotor caiu na região de Joinville (SC) na tarde desta segunda (3) e duas pessoas morreram durante o acidente. A aeronave, modelo Baron 95.B55, saiu de Governador Valadares (MG) pouco depois das 14h e tinha previsão de pouso em Florianópolis (SC) cerca de três horas depois.

O avião, no entanto, desapareceu antes de completar o trajeto e foi encontrado na manhã desta terça (4). Por algum motivo desconhecido, a aeronave desceu no aeroporto de Joinville e acabou arremetendo, caindo em Barrancos, na região limítrofe entre os municípios de Itapoá e Garuva, segundo o Corpo de Bombeiros.

A aeronave estava sendo procurada pelo Corpo de Bombeiros e pela FAB (Força Aérea Brasileira) desde a madrugada. As vítimas foram encontradas pouco antes das 10h desta terça e os corpos estava carbonizados no meio das ferragens.

Autoridades vão realizar perícia e remover os corpos das vítimas ainda hoje. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que o avião pertence à empresa Cnserva de Estradas, que tem sede em Belo Horizonte (MG), tem capacidade para seis pessoas, está em situação regular e não tem permissão para táxi aéreo.

Fonte: DCM


PF vai investigar vereador que chamou petista de “cara de vaca”; veja VÍDEO

 

O vereador Paraná Filho (PP) foi denunciado após chamar Raquel Auxiliadora (PT) de “cara de vaca”. Foto: Reprodução


O vereador Dhony Oliveira Souza (PP), conhecido como Paraná Filho, de São Carlos (SP), será investigado por violência política de gênero após chamar a colega Raquel Auxiliadora (PT) de “cara de vaca”. O Ministério Público Eleitoral (MPE) determinou que a Polícia Federal abra um inquérito contra ele.

A ordem para abertura de investigação é assinada por Mário José Corrêa de Paula, que pediu uma transcrição oficial das falas do vereador em duas sessões da Câmara Municipal e uma perícia para apurar se não houve edição nos vídeos que mostram a fala.

O caso ocorreu no início de maio e, na ocasião, ele reclamava da suposta falta de transparência do governo Lula. Paraná Filho decidiu provocar os vereadores do PT na Casa Legislativa, chamando-os de “caras lavadas”, e ofendendo Raquel.

Ele ainda tentou se corrigir, chamando a petista de “cara lavada”, mas ela pediu para que a expressão fosse incluída nas notas taquigráficas da Câmara Municipal. O vereador reclamou de “vitimismo” de Raquel, que formalizou uma queixa-crime.

Na denúncia, a petista diz que Paraná Filho “proferiu falas criminosas” contra ela. Seu advogado, Renato Ribeiro de Almeida, afirma que o caso é “típico de violência política de gênero” e alega que ela “foi humilhada por sua condição de mulher, comparada a uma vaca”. “Não podemos mais tolerar essa prática repulsiva na política brasileira”, aponta o defensor.

O vereador negou ter proferido o termo, na ocasião, alegando que “jamais imputaria isso às coitadas das pobres vaquinhas”.

Veja a declaração de Paraná Filho no plenário da Câmara Municipal:

Fonte: DCM

Após Congresso derrubar veto, entidade questiona lei das ‘saidinhas’ no STF

 

Fachada do STF. Foto: reprodução

Por Tiago Angelo

A Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim) entrou nesta segunda-feira (3/6) com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando alterações feitas pela Lei 14.843/2024, batizada de “lei das saidinhas”, na Lei de Execuções Penais.

A norma, aprovada pelo Congresso em março, revoga os incisos I e III do caput do artigo 122 da LEP, impedindo, respectivamente, as saídas temporárias de presos para visitar a família e para participar de atividades que contribuem para o convívio social.

O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sancionou a lei, mas vetou os trechos que barram as saídas temporárias. Em 28 de maio, no entanto, o Congresso derrubou o veto.

“Direito consolidado não pode ser tirado”

Anacrim afirma na ação direta de inconstitucionalidade que as alterações violam trecho da Constituição que veda a pena de caráter perpétuo e que estabelece a necessidade de mecanismos que favoreçam a integração social do preso.

O texto é assinado por James Walker Junior, presidente da Anacrim; pelo constitucionalista e professor Lenio Streck; pelo também professor Jacinto Nelson de Miranda Coutinho; pelo procurador-geral nacional da Anacrim, Marcio Guedes Berti; e pelo procurador-geral adjunto da entidade, Victor Quintiere.

“Fizemos a ação para que o STF reponha a justiça. Um direito já consolidado não pode ser tirado assim. Viola a proibição de retrocesso social. Para terem uma ideia, quando entrei no MP, em 1986, esse direito já existia. Qual o fundamento para tirar agora? Depois de o STF declarar o sistema prisional em estado de coisas inconstitucional? Bem paradoxal isso. Confio na ação da Anacrim”, disse Lenio Streck à revista eletrônica Consultor Jurídico.

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco colocaram a pauta para Veto na Câmara e no Senado. Foto: reprodução

Inconstitucionalidade

Segundo a ADI, a revogação dos trechos que permitiam a saída temporária viola diversos previsões constitucionais, entre elas a que estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento da república; a que consagra a família como base da sociedade; que assegura o direito à intimidade e à vida privada; e a que considera a reintegração social dos presos como parte integrante da execução penal.

“As saídas temporárias são mecanismos essenciais para manter os laços familiares e sociais, fundamentais para a dignidade humana. A proibição das saídas temporárias pode resultar em condições de encarceramento mais duras, aumentando o sofrimento dos presos e caracterizando um tratamento desumano”, diz a Anacrim na ação.

Além da Constituição, prossegue a associação, a proibição viola o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (Pidcp), que estabelece direitos fundamentais que protegem a dignidade humana e as condições de tratamento das pessoas privadas de liberdade.

“A extinção das saídas temporárias promovida pelo Congresso Nacional contraria esses preceitos internacionais, agravando as condições de encarceramento e dificultando a reintegração social dos presos, em violação aos compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito internacional”, afirma a Anacrim.

A associação pede a concessão de medida cautelar para suspender os efeitos da revogação dos incisos I e III do caput, do artigo 122 da LEP até o julgamento definitivo do caso.

No mérito, solicita que a revogação, decorrente da derrubada do veto presidencial pelo Congresso Nacional, seja considerada inconstitucional.

Fonte: DCM