domingo, 2 de junho de 2024

ONU denuncia “fundamentalismo religioso” e pede que Brasil legalize aborto

 Órgão internacional também recomenda que o estado brasileiro forneça mais recursos para o MInistério das Mulheres

Alertando sobre o avanço do que chamou de “fundamentalismo religioso” no Brasil, um dos principais órgãos da ONU que lida com a situação da mulher recomenda ao estado brasileiro que legalize o aborto e descriminalize o ato, informa o colunista Jamil Chade, do portal UOL. A proposta faz parte do informe que o Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) submeteu ao governo federal.


No mês passado, pela primeira vez em doze anos, a entidade examinou a situação da mulher no Brasil, numa sabatina que levou até Genebra a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e uma ampla delegação do governo e da sociedade civil.


Durante a sabatina, um dos aspectos tratados foi o acesso ao aborto legal e a condição de milhares de meninas e mulheres no que se refere aos direitos reprodutivos e sexuais. O debate ocorreu ainda diante da constatação do governo de que, em 2023, mais de 12,5 mil meninas entre 8 e 14 anos foram mães em 2023 no Brasil, num espelho da dimensão da violência contra meninas no país.


Ao concluir sua avaliação sobre o país, as peritas do Comitê da ONU recomendam que o Brasil:


–Legalize o aborto e descriminalize-o em todos os casos e garanta que mulheres e meninas tenham acesso adequado a serviços de aborto seguro e pós-aborto para assegurar a plena realização de seus direitos, sua igualdade e sua autonomia econômica e corporal para fazer escolhas livres sobre seus direitos reprodutivos;


— Reforce as medidas para combater a taxa alarmante de mortalidade materna, inclusive melhorando o acesso a cuidados pré-natais e pós-natais e a serviços obstétricos de emergência prestados por parteiras qualificadas em todo o território do Estado Parte, e abordar suas causas fundamentais, como complicações obstétricas, gravidez precoce e abortos inseguros;


Mais dinheiro para Ministério das Mulheres

Outra preocupação do Comitê da ONU se refere ao trabalho do Ministério da Mulher. Apesar de elogiar a pasta, as peritas afirmam que o órgão “continua preocupado com os limitados recursos humanos, técnicos e financeiros alocados ao Ministério da Mulher para permitir que ele cumpra seu amplo mandato e com as ferramentas e instrumentos inadequados de governança e regulamentação para padronizar efetivamente a prestação de serviços, impulsionar a responsabilidade das partes interessadas e cumprir suas funções de coordenação e supervisão”.

Durante a sabatina, a fragilidade financeira da pasta chamou a atenção das peritas.


O Comitê, portanto, recomenda que o Brasil “aloque recursos humanos, técnicos e financeiros adequados para o Ministério da Mulher e para os departamentos de gênero em todos os setores”. A meta é a de:


— Aumentar sua eficácia na formulação, coordenação e supervisão da preparação e implementação de leis e políticas sensíveis ao gênero nos níveis federal, estadual e municipal;


— Desenvolver governança de gênero apropriada, ferramentas e instrumentos regulatórios para padronizar efetivamente a prestação de serviços e cumprir suas funções de coordenação e supervisão;


O Comitê ainda sugere que o estado brasileiro crie uma instituição nacional de direitos humanos.


“O Comitê toma nota da existência do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), estabelecido pela Lei nº 12.986 em 2014. No entanto, continua preocupado com o mandato limitado e a falta de independência financeira e administrativa do Conselho Nacional de Direitos Humanos, que não é uma instituição nacional de direitos humanos”, afirmou.


O órgão recomenda que o Brasil “acelere o estabelecimento de uma instituição nacional independente de direitos humanos, de acordo com os princípios relativos ao status das instituições nacionais para a promoção e proteção dos direitos humanos, com um forte mandato para proteger e promover os direitos humanos, inclusive os direitos das mulheres, e forneça a ela recursos humanos, técnicos e financeiros adequados para permitir que ela cumpra efetivamente seu mandato”.


Críticas ao Itamaraty e apelo por mais mulheres em vida política e pública


O Comitê também destacou os esforços do Brasil para introduzir medidas para aumentar a representação das mulheres na vida política e pública. Mas alertou sobre a baixa participação ainda em cargos de comando. O informe ainda traz uma crítica ao Itamaraty, por conta do número baixo de embaixadas lideradas por mulheres.


As peritas ainda observam “com preocupação o uso limitado de medidas especiais temporárias em outras áreas em que as mulheres, particularmente as mulheres rurais, as mulheres com deficiência, as mulheres indígenas, as mulheres quilombolas, as mulheres afrodescendentes e as mulheres lésbicas, bissexuais, transgêneros e intersexuais, estão sub-representadas e em desvantagem, inclusive na vida política, pública, social e econômica, na educação, no emprego, na assistência à saúde e na seguridade social”, afirma.


Diante do cenário, o órgão recomenda que o Brasil amplie o uso de cotas, bolsas de estudo especiais e incentivos financeiros para a contratação de mulheres, e estabeleça metas com prazo determinado para acelerar a conquista da igualdade substancial entre mulheres e homens em cargos políticos, públicos e de segurança.


Ainda assim, as peritas afirmam estar preocupadas diante da “persistência de padrões socioculturais marcados pela discriminação de gênero e profundamente enraizados em estruturas patriarcais”.


Também alertam sobre “a prevalência de estereótipos sobre os papéis e responsabilidades de mulheres e homens na família e na sociedade, que exacerbam os altos níveis de violência de gênero contra mulheres e meninas no Estado Parte, incluindo feminicídio, violência sexual e doméstica e assédio sexual”.


As peritas na ONU ainda apontam, com preocupação, para “o ressurgimento do fundamentalismo religioso e das narrativas conservadoras que discriminam as mulheres e minam a igualdade de gênero e os direitos humanos das mulheres”.


Para reverter esse cenário, o Comitê recomenda que o Brasil adote “medidas, inclusive a educação sobre igualdade de gênero em todos os níveis de ensino e campanhas de conscientização para desmantelar atitudes e estereótipos patriarcais profundamente enraizados em relação aos papéis e responsabilidades de mulheres e homens na família e na sociedade”.

O Comitê também recomenda que o Brasil “promova o compartilhamento igualitário das responsabilidades familiares e domésticas entre homens e mulheres”.


Quanto à participação igualitária na vida política e pública, as peritas observam com preocupação:


— Que, apesar de constituírem quase 52% da população, as mulheres ocupam apenas aproximadamente 15% dos assentos no Congresso Nacional;


— A prevalência de violência política baseada em gênero e ameaças, inclusive violência on-line e campanhas de desinformação, contra mulheres líderes políticas ou candidatas e seus familiares, apesar da adoção do Plano Nacional de Combate à Violência Política contra a Mulher (2021);


— O impacto limitado das medidas especiais temporárias existentes para alcançar a igualdade substantiva de mulheres e homens na vida política e pública, em particular aquelas para mulheres rurais, indígenas, quilombolas, afrodescendentes, mulheres LBTI e mulheres com deficiência;


— Que apenas 11 das 131 missões diplomáticas do Estado Parte são chefiadas por mulheres.


O Comitê recomenda, portanto, que o Brasil “intensifique seus esforços para promover a representação igualitária das mulheres no Congresso Nacional, nos cargos governamentais, no serviço estrangeiro, no judiciário e no serviço público nos níveis nacional, estadual e local”.


Isso ocorreria por meio de cotas de paridade de gênero, recrutamento preferencial de mulheres para o serviço público, em particular nos níveis de tomada de decisão, e alterando as leis eleitorais relevantes para exigir a paridade de gênero nas estruturas dos partidos políticos e nas listas eleitorais.


Fonte: agenda do Poder com informações do jornalista Jamil Chade, do portal UOL

STF tenta há 6 meses intimar Eduardo Bolsonaro por queixa-crime sobre discurso em que comparou professores a traficantes

 Oficiais dizem que funcionários do gabinete do parlamentar fornecem “informações desencontradas e imprecisas”, as quais impedem que eles encontrem o deputado

Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O Supremo Tribunal Federal (STF) tenta intimidar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) há seis meses, mas sem sucesso. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a intimação é referente a uma queixa-crime por ele ter comparado o que chamou de “professores doutrinadores” a traficantes de drogas em um evento pró-armas em julho do ano passado.


“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior”, disse o filho de Jair Bolsonaro em discurso durante o ato em Brasília.


No processo, que é relatado por Nunes Marques, foi aberto prazo de 15 dias para Eduardo se manifestar, o que não aconteceu por conta da falta de intimação.


De acordo com relatório de Oficiais de Justiça ao STF, foram ao menos sete tentativas de intimação. Os oficiais afirmam que receberam “informações desencontradas e imprecisas” dos funcionários do deputado, disseram que nunca conseguiram acesso a ele nas tentativas em seu gabinete e nos plenários e que ouviram de funcionários até para que “aguardassem no corredor durante o dia todo até que ele aparecesse”.


A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), autora da ação, solicitou a Nunes Marques que faça a citação por hora certa, determinando um horário para que Eduardo Bolsonaro receba a notificação judicial. No dia 16 de maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou a aprovação do pedido. O ministro ainda não se manifestou.


Fonte: Agenda do Poder om informações do 247.

Boulos e Tabata vão à Parada LGBT+ em São Paulo e criticam ausência de Nunes

 Pré-candidato do PSOL discursou e falou em derrotar bolsonarismo; representante do PSB circulou pelo público e alfinetou rival por uso eleitoral do evento

Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) participaram, neste domingo (2), da Parada do Orgulho LGBT+ na avenida Paulista e criticaram o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, pela ausência no evento, um dos principais do calendário da cidade.


Nunes afirmou que não compareceria ao evento e deu como justificativa uma consulta médica, mas disse que mandaria representantes. Ele esteve, na quinta-feira (30), na Marcha para Jesus, em busca de estreitar relações com o eleitorado evangélico e a base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu apoiador.


Boulos discursou no caminhão de som da organização, por onde passaram outros políticos. Ele saudou o público e disse que é preciso derrotar o bolsonarismo na capital, pregou combate ao preconceito e ouviu gritos de “prefeito”.


Na saída, o deputado federal afirmou a jornalistas que Nunes “parece partilhar do preconceito e da ignorância” de Bolsonaro ao se ausentar. “Acho natural que um candidato que é apoiado pelo Bolsonaro e que comunga de valores bolsonaristas não venha num evento que celebra a diversidade”, disse.


Tabata circulou no meio do público, acompanhada de pessoas da equipe e aliados do PSB, e decidiu visitar alguns espaços na avenida para falar de pautas como o combate à Aids, mas não fez discursos.


Questionada pela reportagem sobre o pronunciamento de Boulos, ela disse que nem tudo pode virar pauta eleitoral. “Acho que isso é um erro. A Parada é de todos os brasileiros, e deveria ser de todos que apoiam essa causa, da esquerda à direita. Quando ela fica linkada a um único partido, isso apequena a causa.”


E completou: “Me entristece que o prefeito não esteja aqui, me entristece que tentem partidarizar”.


A deputada, que se definiu como aliada da causa LGBT+, distribuiu adesivos com pedidos de respeito, divulgou um manifesto a favor do casamento igualitário e de outros direitos e posou para fotos.


Boulos e Tabata não compareceram à Marcha para Jesus. Ele disse que não foi convidado para o evento religioso. A assessoria da deputada informou previamente que ela iria à celebração de Corpus Christi na igreja que frequenta, na Vila Missionária (zona sul), bairro onde cresceu.

Na Parada LGBT+, Boulos criticou o que chamou de “instrumentalização demagógica da fé para razões eleitorais” e disse que nunca foi à Marcha para Jesus e não seria em ano eleitoral que faria isso.


A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que tem trajetória ligada aos direitos da comunidade LGBTQIA+ e será vice na chapa de Boulos, não participou desta edição da parada, diferentemente de outros anos. A assessoria não informou as razões da decisão.


No ano passado, ela compareceu na condição de secretária municipal de Relações Internacionais, cargo na gestão Nunes que deixou em janeiro ao aceitar o convite de Lula (PT) para retornar ao partido e concorrer em dobradinha com o representante do PSOL.


Nunes, que é católico, teve sua presença na marcha evangélica exaltada por líderes religiosos como o apóstolo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo. “Eu amo Jesus Cristo”, disse o prefeito, ao lado da primeira-dama, Regina Carnovale Nunes.


Nos anos anteriores, 2022 e 2023, quando já estava sentado na cadeira de prefeito, o emedebista também não esteve presente na Parada LGBT+, cujo público tem tendência anti-Bolsonaro. Ele enviou representantes nas duas ocasiões. Quando era vereador, Nunes integrava a chamada bancada religiosa.


A prefeitura destinou R$ 4,1 milhões aos eventos da Semana da Diversidade, que incluem a parada. As representantes da gestão Nunes no evento foram a coordenadora de Políticas para LGBTI+, Leo Áquilla, e a secretária de Direitos Humanos, Soninha Francine.


A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras mulheres transexuais eleitas para o Congresso, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também discursaram. Erika falou na possibilidade de um dia o país ter na Presidência alguém como ela. Almeida disse que respeitar a comunidade LGBT+ é trabalhar pela harmonia de todas as famílias brasileiras.


Com o tema “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo”, a Parada LGBT+ deste ano quis chamar a atenção para a importância do voto consciente e representativo, segundo os organizadores. A intenção é pregar o apoio a candidatos que apoiem bandeiras da diversidade e inclusão.


Os participantes foram incentivados a vestir roupas em verde e amarelo, num movimento para tirar o estigma sobre as cores da bandeira do Brasil, associadas à direita bolsonarista nos últimos anos.


O hino nacional, entoado pelo cantor Edson Cordeiro, foi anunciado como um momento de “reintegração de posse dos símbolos nacionais”. Participantes abriam e fechavam leques, muitos deles nas cores do arco-íris, encaixando o som no ritmo da melodia. Bandeiras do Brasil também eram vistas aos montes.


Considerada uma das maiores paradas LGTB+ do mundo, o evento é organizado pela APOLGBT-SP (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo). É, como definem, uma manifestação que reivindica direitos, promove a visibilidade e celebra a diversidade, com ações políticas e afirmativas.


A primeira edição foi realizada em 1997, com cerca de 2.000 participantes. Desde aquele ano, o evento já atraiu um público estimado em 4 milhões de pessoas, de acordo com os organizadores. Também entrou para o Guinness Book como o maior do gênero no mundo.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

FUTSAL SÉRIE PRATA: Apucarana vence Palmas no Lagoão e garante classificação antecipada


Pequeno público ontem à noite no Lagoão. Foto extraída durante o intervalo do jogo (Crédito: Renan Ramires)

Num jogo bastante disputado, principalmente na segunda etapa, a equipe do Apucarana Futsal derrotou Palmas por 3 gols a 2, ontem à noite no Ginásio do Complexo Esportivo do Lagoão. Apucarana abriu 2 a 0 no primeiro tempo com Gauchinho aos (08:00) e Dodô (08:21); Rafaelzinho duas vezes, aos (22:55) e (27:44) empatou o jogo no segundo tempo e novamente Dodô aos (29:59) marcou e deu a vitória para o Dragão do Norte.  O confronto foi válido pela 12ª rodada da primeira fase da Série Prata do Campeonato Paranaense de Futsal.

Com a vitória o Apucarana assumiu a segunda posição e garantiu passagem para fase seguinte da competição, com 25 pontos. O Paraná Clube, embora goleado ontem em Fazenda Rio Grande, com 26 também já tem presença na próxima fase.

Na vitória deste sábado, o técnico Cleber Paraná escalou Olavo, Gauchinho, Juninho, Dodô e Marquinhos para iniciar o jogo e depois alternou a formação utilizando Pedro Junior, Bruno, Dieguinho, Enzo e Rafinha.

Apucarana retorna às quadras no próximo sábado (8) na cidade de Missal no estremo oeste do estado. O jogo está marcado para às 20h30 no Ginásio 25 de Julho. Missal está na 10ª colocação com 15 pontos e vem de empate em Cianorte.

Regulamento:

Nesta fase, as 12 equipes melhores classificadas garantem vagas na fase seguinte.

Na próxima fase as 12 equipes serão distribuídas em dois grupos com seis equipes cada, jogando entre si dentro do grupo em turno e returno. O grupo “A” será formado pelas equipes classificadas em 1º, 4º, 5º, 8º, 9º e 12º lugar. O grupo “B” será composto pelas equipes classificadas em 2º, 3º, 6º, 7º, 10º e 11º lugar. As 4 melhores de cada grupo disputam a fase seguinte.

Outros resultados:

Fazenda Futsal 5 x 1 Paraná Clube

Itaipulândia 3 x 2 Manoel Ribas

Cianorte 1 x 1 Missal

APAF/Rio Branco 6 x 2 Santa Helena

ACAU 2 x 5 Guaíra

ABF Beltrão 4 x 2 Terra Boa

Medianeira 4 x 2 São Joseense

 

Classificação


Próxima rodada (13ª)

APAF x Medianeira (6/6 – 20h)

Palmas x Loss ABF Beltrão (7/6 -20h15)

Missal x Apucarana (8/6- 20h30)

Santa Helena x Cianorte (8/6- 20h)

São Joseense x ACAU (8/6 – 19h)

Guaíra x Fazenda Futsal (8/6 – 20h)

Terra Boa x Itaipulândia (8/6 -20h)

Manoel Ribas x Paraná Clube (8/6 -20h)

 


"Armínio lidera a campanha para desacreditar o futuro presidente do BC", diz Gleisi

 

"A tal independência do BC é isso: querem proibir Lula de fazer política monetária e cambial. E ainda querem dar lições de política fiscal", disse a presidente nacional do PT

Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Por Gleisi Hoffmann, no X - Armínio Fraga é a estrela do dia na campanha de mídia para desacreditar, por antecipação, o sucessor do bolsonarista Campos Neto no BC. A tal independência do BC é isso: querem proibir Lula de fazer política monetária e cambial. E ainda querem dar lições de política fiscal.

Vamos recordar: o governo em que Fraga era presidente do BC levou o risco Brasil ao recorde negativo de 1.446 pontos, praticamente triplicou a dívida pública para 57% do PIB, entregou para Lula uma taxa Selic de 24,9% (juros reais de 13%!) e uma inflação de 12%, fora de controle. Lula derrubou a dívida a 37% do PIB, derrubou a inflação à metade (média de 6,4% no IPCA), baixou os juros reais a menos de 4%, e obteve o grau de investimento.

Ao contrário do que disse Armínio Fraga, Lula não fez isso rasgando o programa do PT, mas fazendo a economia crescer com investimento público, privado e das estatais, com aumento real do salário, com Bolsa Família e geração de empregos. O que ele rasgou foi a cartilha neoliberal que põe os interesses do mercado na frente do país e da população.

Neoliberais que votaram em Lula contra Bolsonaro em 22, como é o caso de Armínio, continuaram impondo sua política para os juros, por meio do tal BC “independente”. E agora não se conformam com a aproximação do fim do reinado de Campos Neto no BC. São eles que querem repetir os erros do passado em que mandavam num país que não crescia, não gerava empregos e era submisso ao FMI. Foi por defender ideias assim na economia que o PSDB sumiu do mapa político do Brasil

Fonte: Brasil 247

 

Deputados pedem à Justiça suspensão de projeto de lei que terceiriza a gestão de 200 escolas públicas no Paraná

 

O mandado é contra ato do presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), que pautou a discussão e votação do projeto de lei para as sessões desta segunda-feira (3).

(Foto: Arquivo/AN-PR)

Deputados estaduais de oposição protocolaram neste sábado (1) um mandado de segurança pedindo à Justiça a suspensão da tramitação do projeto de lei que prevê a terceirização da gestão administrativa de escolas públicas do Paraná.

A proposta do governo estadual tramita em regime de urgência e deve ir a plenário na próxima segunda (3) em duas votações, O texto prevê que ao menos 200 colégios podem adotar o novo modelo de gestão.

O mandado de segurança é endereçado à presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e é assinado por oito parlamentares: Ana Júlia (PT), Doutor Antenor (PT), Arilson Chiorato (PT), Goura (PDT), Professor Lemos (PT), Luciana Rafagnin (PT), Requião Filho (PT) e RenatoFreitas (PT).


O mandado é contra ato do presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), que pautou a discussão e votação do projeto de lei para as sessões desta segunda-feira (3).


“Objetivo dos impetrantes não é retardar o processo Legislativo de criação da lei, mas ampliar sua transparência, qualificar tecnicamente o debate dos projetos, o que afeta Diretamente no direito de toda a sociedade paranaense”, afirma a ação.

 

Fonte: Bem Paraná

Caso Marielle: policiais civis prestavam serviços semanais para empresa da mulher de Rivaldo Barbosa

 PF suspeita que mulher de delegado preso, acusado de ser mentor do assassinato da vereadora, lavava dinheiro para o marido

Policiais e delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro prestaram serviços semanais para uma empresa de consultoria da advogada Erika Araújo, mulher do delegado Rivaldo Barbosa, apontado como mentor do assassinato de Marielle Franco. A Polícia Federal (PF) afirmou que Erika usou empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido ilegalmente pelo marido, informa o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.


Os detalhes da atuação dos policiais civis na empresa de Erika Araújo constam de um depoimento dado por Rivaldo Barbosa à Corregedoria da Polícia Civil em 2021. Na ocasião, Barbosa foi questionado sobre o período em que comandou a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, entre 2012 e 2015.


Segundo Barbosa, policiais e delegados subordinados a ele usavam a folga semanal para prestarem “auxílio” na empresa de sua esposa. Ele citou duas empresas: Armis e Mais I, mas não especificou a qual se referia. Ainda de acordo com Rivaldo Barbosa, o trabalho era conferir notas fiscais e pesquisar locais que pudessem receber obras ligadas à firma de consultoria da esposa. A PF, contudo, apontou que a atuação dos policiais de folga ia além.


Documentos e vídeos apreendidos pela PF no escritório de Erika Araújo apontaram que os policiais de folga usavam sistemas internos da polícia ilegalmente. Por meio das pesquisas, o grupo acessava informações sigilosas de pessoas que se candidatavam para trabalhar em uma empresa cliente da firma da mulher de Rivaldo Barbosa.


Depois de analisar as contas de Erika e das firmas, os investigadores afirmaram que Araújo movimentou cerca de R$ 7 milhões entre 2015 e 2019. A quantia chamou a atenção da PF porque, antes dessa época, Erika Araújo tinha uma renda mensal de apenas R$ 4 mil como funcionária da Prefeitura do Rio de Janeiro.


Rivaldo Barbosa está preso há dois meses, sob a acusação de ser o mentor da execução de Marielle enquanto comandava a Polícia Civil fluminense. A esposa, Erika Araújo, está usando tornozeleira eletrônica.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

Fake news e negacionismo climático sobre tragédia no RS geram lucro no YouTube; entenda

 

Chuvas no RS: pessoas tentam atravessar ruas alagadas no bairro Navegantes, em Porto Alegre — Foto: Carlos Fabal

Mesmo depois de assinar um acordo de cooperação para evitar a disseminação de fake news sobre as enchentes no RS, o YouTube tem permitido que canais lucrem com conteúdos falsos sobre a tragédia e promovam discursos negacionistas sobre as mudanças climáticas. Segundo o NetLab, laboratório da UFRJ, vídeos desinformativos seguem monetizados, acumulando mais de 2,3 milhões de visualizações desde maio.

Uma das principais frentes de desinformação tem sido a atuação dos governos durante a crise no estado. Com 240 mil visualizações, um vídeo distorce uma fala da ministra do Planejamento, Simone Tebet, alegando que o governo federal só mandaria recursos quando a água baixasse. O discurso de Tebet, na verdade, referia-se à necessidade de medir a extensão da tragédia para calcular os gastos necessários.

A ministra Simone Tebet – Foto: Reprodução

Outro vídeo monetizado sugere falsamente que o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul estava proibido de usar jet skis nas regiões afetadas pelas enchentes. A corporação desmentiu essa afirmação.

O YouTube afirmou que não recomenda conteúdos desinformativos sobre mudanças climáticas e exibe vídeos de fontes confiáveis nos resultados de pesquisa. A plataforma também proíbe a monetização de conteúdos que tratam as mudanças climáticas como mentira ou golpe.

Outros casos

Um vídeo com mais de 10 mil visualizações reproduz uma fala falsa do deputado português André Ventura, alegando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia recusado ajuda internacional para as vítimas da tragédia. As doações de Portugal estavam em triagem para separar itens e verificar a validade de produtos perecíveis.

O NetLab/UFRJ destaca que vídeos monetizados lançam dúvidas sobre os efeitos das mudanças climáticas, como um vídeo de um canal de investimentos que nega a relação entre as mudanças climáticas e as chuvas no Rio Grande do Sul. A afirmação contraria o consenso científico que liga a intensidade de fenômenos como as chuvas às mudanças climáticas.

Especialistas apontam que tanto a frequência quanto a intensidade de fenômenos como as chuvas no Rio Grande do Sul são influenciadas pelas mudanças climáticas. Segundo o Inmet, maio passado foi o mês mais chuvoso da história de Porto Alegre desde 1910.

Fonte: DCM