sábado, 1 de junho de 2024

Receita recebe 42,4 milhões de declarações de Imposto de Renda, volume 102,9% maior que em 2023

 Moradores de cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas enchentes podem entregar declaração até agosto

A Receita Federal divulgou neste sábado (1º) o balanço final da entrega da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2024. O órgão recebeu 42.421.153 declarações até as 23h59 de sexta-feira (31), prazo limite para o envio.


Segundo a Receita, o número de declarações entregues dentro do prazo neste ano representa 102,9% em relação ao total de 2023.


Quem era obrigado a declarar o IR e perdeu o prazo poderá fazer a declaração a partir das 8h de segunda-feira (3), mas terá de pagar uma multa por atraso, calculada da seguinte maneira:


  • Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculada sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
  • Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava “obrigado a declarar”, mesmo sem imposto a pagar).

De acordo com o Fisco, a recomendação é que o contribuinte regularize sua situação o quanto antes.


A exceção é para os moradores dos municípios do Rio Grande do Sul que estão em estado de calamidade pública. Para esses contribuintes, o prazo de entrega se estenderá até 30 de agosto de 2024.


Em nota divulgada neste sábado, o supervisor nacional do programa do IRPF, auditor-fiscal José Carlos Fonseca, afirmou que, neste ano, o sistema para recebimento das declarações funcionou corretamente.


“O processo de entrega da declaração ocorreu de maneira extremamente tranquila, não tivemos nenhum problema tecnológico, não tivemos nenhuma sobrecarga, nenhuma indisponibilidade. Isso mostra a estabilidade de todo o processo que construímos até agora”, disse.


Doações diretas


Segundo a Receita, os contribuintes tiveram a oportunidade de destinar até 6% do valor devido do IRPF do ano passado para projetos sociais.


Foram feitas 237.081 doações, totalizando R$ 330,43 milhões, sendo 59% destinados a programas que atendem crianças e adolescentes e 41% a programas que cuidam de pessoas idosas.


“A destinação permite a aplicação de parte do imposto recolhido em causas consideradas importantes pelos cidadãos, refletindo a responsabilidade social e os valores de cada contribuinte, transformando o Imposto de Renda em um imposto solidário”, afirmou a Receita.


Como regularizar a situação?


O formato de entrega da declaração fora do prazo não muda em relação aos documentos enviados dentro do período estabelecido pela Receita.


Assim, o contribuinte poderá enviar o documento tanto por meio do Programa Gerador da Declaração (PGD), que pode ser baixado no computador, como pelo aplicativo Meu Imposto de Renda ou pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte).


A diferença é que, ao transmitir a declaração em atraso, o contribuinte receberá um aviso de “Notificação de lançamento da multa”, o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) para pagamento, bem como informações e prazo para proceder com a quitação e ficar regular perante a Receita Federal.


Como pagar a multa?


A multa pela entrega da declaração em atraso é inegociável e seu pagamento deve ser feito por meio da emissão do Darf.


Caso a multa esteja atrasada, a guia poderá ser feita por meio de consulta das dívidas e pendências fiscais, exposto na aba “Situação fiscal”, disponível no e-CAC.


A Receita concede até 30 dias para pagamento da multa e/ou do Imposto de Renda devido. Caso o pagamento não seja feito nesse prazo, haverá a aplicação de juro de mora, ajustado pela taxa básica de juros, a Selic.


O valor da multa poderá ser descontado da restituição — nos casos em que o contribuinte tiver imposto a restituir —, acrescido de juros.


O que acontece se eu não pagar a multa?


As multas não pagas — assim como o imposto devido que não é pago dentro do período de 30 dias da entrega em atraso — podem ser consideradas como dívidas e pendências fiscais.


Essa situação pode ser consultada na aba “Situação Fiscal” — documento que atesta a regularidade do contribuinte perante a Receita e que está disponível no e-CAC.


Após a inclusão da pendência no sistema, o valor da dívida pode ser inscrito em Dívida Ativa, por meio do Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), que é um banco de dados onde são registrados os nomes dos contribuintes responsáveis por débitos perante órgãos e entidades federais.


Caso o contribuinte tenha seu nome incluso no Cadin, seu CPF pode ter uma variedade de implicações (veja mais abaixo). A falta de pagamento de um imposto devido, em casos extremos, pode ser caracterizada como sonegação fiscal, ou seja, crime contra a ordem tributária.


O que acontece se eu não declarar?


Além da multa por atraso e de uma penalização e atualização monetária sobre o imposto a pagar nos casos em que for apurado algum valor, o contribuinte também pode ficar com o nome sujo e ter o CPF registrado como irregular no Cadin.


Caso isso ocorra, o CPF pode ter várias implicações, como:

  • O impedimento de emissão ou renovação de passaporte e carteira de trabalho, por exemplo;
  • A impossibilidade de realizar matrícula em instituições de ensino, bem como vedação da participação de concursos públicos;
  • Score de crédito impactado negativamente, dificultando ou mesmo impedindo a contratação de produtos e serviços financeiros;
  • Protesto em cartório e negativação do nome do contribuinte, além de pagamento de custas ao cartório para regularização;
  • A não emissão de Certidão Negativa de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND), requerida por exemplo para financiamento imobiliário;
  • Ação judicial de cobrança, por meio de execução fiscal;
  • Bloqueio de valores disponíveis em conta corrente e até bloqueio de outros bens, por conta de eventual execução da dívida;
  • Pagamento de custas judiciais e honorários decorrentes de eventual ação judicial iniciada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Ao menos 54 universidades e 51 institutos federais estão em greve desde abril

 Servidores federais reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

Ao menos 54 universidades, 51 institutos federais (IFs) e o Colégio Pedro II continuam em greve desde abril, de acordo com levantamento do g1. Professores e servidores das instituições reivindicam reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e revogação de normas aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.


Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andres), há uma defasagem de 22,71% no salário dos professores, acumulada desde 2016. A entidade pede uma reposição salarial que considere essa diferença.


Os níveis de paralisação variam — em algumas instituições, professores e técnicos-administrativos aderiram à greve. Em outros casos, apenas os professores ou técnicos estão paralisados. No caso dos institutos federais, a greve atinge pelo menos 400 campi espalhados pelo país.


Na segunda-feira (27), o governo chegou a assinar um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação).


No entanto, essa proposta não foi aceita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).


O Ministério da Educação disse em nota que “as demais instituições que não assinaram o acordo terão mais prazo para levarem novamente a proposta para suas bases e poderão assinar o acordo posteriormente.”


Acordo com Proifes e negativa de sindicatos


O acordo firmado entre o governo e o Proifes prevê a reestruturação da carreira docente, um reajuste de salário de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Além disso, o acordo também detalha o que a entidade define como “reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira”, que garantiria uma elevação de salário para profissionais em início de carreira.


Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andres), no entanto, essa valorização aconteceria “às custas de mais uma desestruturação”, pois haveria uma redução no número de graus que a carreira possui atualmente, passando de 13 para 10.


Em comunicado na terça-feira (28), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) declarou que “a greve não acabou”.


Ainda em nota, o MEC afirmou que reforça que a pasta está “sempre aberta ao diálogo, franco e respeitoso, pela valorização dos servidores”.


Com a negativa dos dois sindicatos, a greve continua em muitas instituições pelo Brasil.


Veja a lista abaixo:


Norte

  • Amazonas: servidores técnico-administrativos dos 18 campi do Ifam entraram em greve no dia 15 de abril de 2024.
  • Pará: professores e servidores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) continuam em greve. Também continuam paralisados os 18 campi do IFPA.
  • Acre: na Universidade Federal do Acre (UFAC), técnicos-administrativos e professores continuam em greve, assim como 6 campi do IF do estado.
  • Roraima: professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) continuam paralisado desde o dia 22 de abril.
  • Rondônia: na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), docentes e técnicos administrativos continuam em greve. Onze campi do IF do estado também continuam paralisados.
  • Amapá: técnicos e docentes da Universidade Federal do Amapá estão em greve. Os trabalhos em 5 campi do IFAP também estão suspensos.
  • Tocantins: na Universidade Federal do Tocantis, professores e técnicos continuam em greve. Três unidades do Instituto Federal também estão paralisados.

Nordeste


  • Alagoas: técnicos e professores continuam em greve na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). 17 campi do IF do estado também estão paralisados.
  • Bahia: na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) professores e servidores continuam em greve; Todos os 24 campi do Instituto Federal da Bahia (IFBA), e os 14 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano) estão parados.
  • Ceará: a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Cariri (UFCA), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) estão em greve. Assim como 33 campi do Instituto Federal do estado.
  • Maranhão: técnicos e professores continuam em greve na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e em todos os 25 campi do IF do estado.
  • Paraíba: técnicos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) estão em greve. Todos os 21 campi do IF da Paraíba também seguem paralisados.
  • Pernambuco: a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e 5 campi do IFSertãoPE continuam paralisados.
  • Piauí: técnicos e docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e de 17 campis do IF do estado continuam paralisados.
  • Rio Grande do Norte: docentes e técnicos-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) e o Instituto Federal do RN continuam em greve.
  • Sergipe: técnicos e docentes da Universidade Federal do Sergipe e de 10 campi do IF do estado continuam paralisados.

Sul


  • Paraná: técnicos e docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) de 28 campi do IF do estado seguem em greve.
  • Rio Grande do Sul: universidades e institutos federais suspenderam total ou parcialmente as atividades acadêmicas devido às cheias, portanto, não foram incluídos no levantamento.
  • Santa Catarina: treze dos 15 campi do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e os 22 campi do Instituto Federal Catarinense (IFC) estão em greve total ou parcial; a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está em greve parcial.

Sudeste


  • Espírito Santo: professores e servidores daUniversidade Federal do Espírito Santos (UFES) estão em greve desde o dia 15 de abril.
  • Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ ), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) continuam em greve. 28 campi do IFMG e Norte do estado.
  • São Paulo: docentes da Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Carlos e (UFSCar) e de pelo menos 6 institutos federais não estão trabalhando.
  • Rio de Janeiro: professores e servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Unirio, Universidade Federal Fluminense (UFF) e de 15 campi da Instituto Federal do estado segue com os trabalhos paralisados.

Centro-Oeste


  • Goiás: técnicos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Catalão (UFCat) e Universidade Federal de Jataí (UFJ) continuam em greve. O IFGO e IF Goiano também continuam paralisados.
  • Mato Grosso: docentes e funcionários da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e de um campi do IFMT continuam em greve.
  • Mato Grosso do Sul: aUniversidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Campo Grande continua em greve. 10 campi do instituto federal do estado também estão em greve.
  • Distrito Federal: docentes e técnicos da Universidade de Brasília (UnB) também estão em greve.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Nível do Guaíba em Porto Alegre fica abaixo da cota de inundação pela primeira vez em um mês

 Isso quer dizer que lago não transborda mais e está de volta ao seu leito, mas clima de alerta persiste

O nível do Guaíba caiu na madrugada deste sábado (1º) e está abaixo da cota de inundação na Usina da Gasômetro, em Porto Alegre. Isso quer dizer que o lago não transborda mais e está de volta ao seu leito depois de um mês – mas o clima de alerta permanece.


De acordo com a régua instalada no Gasômetro, entre 4h15 e 4h30, o nível caiu de 3,60 (cota de inundação) para 3,59 metros e, às 6h15, estava em 3,57 metros. É a primeira vez que isso ocorre desde 2 de maio, quando o Guaíba chegou a 3,69 metros. De lá para cá, o nível não ficou mais abaixo da cota de inundação.


O nível do Guaíba atingiu níveis históricos ao longo de maio devido aos temporais que assolaram o Rio Grande do Sul. Antes, o ponto mais alto a que havia chegado o lago foi 4,76 metros em 1941. Agora, a marca mais alta é de 5,35 metros, atingida em 5 de maio.


A tragédia climática matou 169 pessoas, deixando 44 desaparecidas, 806 feridas e mais de 619,7 mil fora de casa. Cidades foram devastadas: 473, de um total de 497, sofreram algum tipo de dano. O estado soma bilhões de reais em prejuízos.


Cheias por todo o estado


A chuva forte começou em 27 de abril em Santa Cruz do Sul, na Região dos Vales. Sem parar, se estendeu por mais de 10 dias, sobrecarregando as bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos e Gravataí, que transbordaram e a água invadiu municípios, arrasando cidades e destruindo vidas.


  • Em Porto Alegre, a rodoviária, o aeroporto, ruas do Centro Histórico e o Mercado Público foram atingidos. Estádios de futebol alagaram.
  • O Rio Taquari passou dos 30 metros de altura e atingiu o maior nível da história. Em Cruzeiro do Sul, na Região dos Vales, foi registrado em vídeo o momento em que a Brigada Militar (BM) fazia tentava fazer o salvamento de duas pessoas que estavam ilhadas em cima do telhado de uma residência (veja o vídeo abaixo). Uma delas foi salva. Conforme a BM, a outra pessoa foi arrastada pela água quando um policial tentava resgatá-la.
  • Após atingir a Região da Serra, passar pelos Vales e inundar a Região Metropolitana, a água chegou à Região Sul do RS, ainda no começo de maio. As cidades de São José do Norte, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande estão em estado de alerta máximo. Milhares de pessoas precisaram sair de casa.

Novas cotas


O Governo do Rio Grande do Sul alterou, na terça-feira (28), a cota de inundação do Guaíba para 3,60 metros. O nível contrasta com a cota de 3 metros anteriormente informada, que pertencia à régua do Cais Mauá , desativada após a cheia do dia 2 de maio, às 23h. A cota de alerta também passou de 2,50 para 3,15 metros.


Em 3 de maio, uma régua emergencial foi instalada mais ao sul da Capital, na estação Usina do Gasômetro. A outra régua, que estava no cais, apresentou problemas. Até então, o medidor preservava as mesmas métricas da antiga estação, instalada em 2014.


A revisão não muda as medições já observadas, como o recorde de 5,35 metros registrado em 5 de maio. O que muda é que esse valor agora deve ser comparado à cota de inundação de 3,60 metros, e não mais ao valor antigo, de 3 metros.


O governo detalha que os critérios estabelecidos para a instalação do medidor emergencial foram acesso fácil, transparência e capacidade de interpretação dos dados por equipes de monitoramento.


Explicação


O professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirma que as réguas são equivalentes. Ou seja, quando a cota de inundação atingir 3,60 metros na estação emergencial, a do Cais Mauá registrará 3 metros. Com isso, não haveria grandes alterações nas comparações entre as cheias de 1941 e a deste ano.


“A medição ainda é válida. O valor de 5,35 metros medido, ele ainda vai ser obviamente conferido. Vai ter algumas verificações, mas dada a diferença entre os sensores e o jeito que eles foram instalados, provavelmente o valor máximo da inundação vai ser próximo e ao redor desse que foi medido na Usina do Gasômetro. Vai ser um valor próximo lá ao do Cais Mauá. Pode inclusive ser corrigido um pouquinho para cima, mas é uma pequena diferença”, afirma o professor.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

STF tem maioria para condenar União a pagar ação bilionária por contrato de compra e venda de 300 mil pinheiros firmado em 1951

 Em 1951, a companhia firmou contrato compra de 300 mil pinheiros, mas alega que recebeu apenas 43 mil pinheiros. Após recorrer na Justiça do Rio, foi favorecida com mais 57 mil árvores, totalizando 100 mil

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (31) contra um recurso da União em um julgamento de uma ação bilionária relacionada a um contrato de compra e venda de pinheiros firmado em 1951. A disputa envolve uma licitação vencida pela Companhia de Madeiras do Alto Paraná S.A. para a compra de 300 mil pinheiros, que faziam parte de bens de empresas incorporadas pela União em 1940. No entanto, a companhia não recebeu dois terços das árvores previstas no contrato.


A União estima que pode ser forçada a pagar cerca de R$ 1 bilhão de indenização por não cumprir com o contrato. A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o prosseguimento do caso no STF para anular a sentença do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que impôs o pagamento.


O ministro Kassio Nunes Marques pediu vista em 20 de fevereiro, interrompendo o julgamento, que foi retomado nesta sexta-feira (31) no plenário virtual. Ele apresentou voto para acompanhar o relatório da ex-presidente do Supremo e ministra aposentada Rosa Weber.


A ministra havia decidido monocraticamente, em 2022, negar seguimento aos recursos interpostos pela União, argumentando que, para acatar os argumentos da defesa, seria necessário reexaminar os fatos e as provas dos autos sobre os valores cobrados, o que não é cabível em recurso. “Tal o contexto, entendo correta a decisão agravada, proferida pela ministra Rosa Weber na condição de presidente [do STF]”, afirmou Nunes Marques em seu voto.


Agora, o placar para negar o recurso da União é de 6 votos a 5. Como a votação virtual se encerra em 10 de junho, os ministros ainda podem alterar seus votos ou pedir vista, suspendendo novamente o julgamento.


O principal argumento da AGU é que o valor da indenização deveria ser discutido no STF, “já que o laudo técnico que fundamentou a decisão judicial inicial violou a regra constitucional de que todas as decisões devem ser legitimamente fundamentadas ao apontar um valor exorbitante para a indenização”.


A União argumenta que o laudo considerou que todos os pinheiros da região vendidos à Companhia de Madeiras do Alto Paraná tinham o mesmo porte e largura, sendo de padrão máximo. Isso resultou em uma avaliação das árvores em valores superiores ao de mercado, diz o recurso.


A AGU afirma que a indenização “afronta os princípios” da moralidade e da razoabilidade, “sendo desnecessária a análise de legislação infraconstitucional, diante da condenação da União ao pagamento de indenização no valor de quase R$ 1 bilhão (em valores atualizados), decorrente de laudo pericial viciado”.


A Companhia de Madeiras do Alto Paraná, sediada em Buenos Aires, na Argentina, foi autorizada a funcionar no Brasil graças a um decreto de 1907. A empresa tinha prazo para permanecer no país até 1956. Em 1951, a companhia firmou contrato com a SEIPN para a compra de 300 mil pinheiros, pelo preço total de Cr$ 24 milhões, ou Cr$ 80,00 cada unidade.


A empresa alega que recebeu apenas 43 mil pinheiros. Após recorrer na Justiça do Rio de Janeiro, contudo, foi favorecida com mais 57 mil árvores, totalizando 100 mil.


Com base em uma perícia sobre os valores da época e a correção monetária para a atualidade, o TRF-4 condenou a Fazenda Pública a pagar cerca de R$ 1 bilhão decorrentes dos 200 mil pinheiros que faltaram ser entregues, em ação movida pelos herdeiros de um dos sócios da companhia, Alberto Dalcanale.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

Musk é acusado por investidor de ter informações privilegiadas para vender ações da Tesla antes de queda

 CEO da Tesla tinha informações não públicas de que a empresa não cumpriria as metas do quarto trimestre daquele ano quando vendeu as ações por valor mais alto

O bilionário Elon Musk tinha informações internas sobre a frustração nos números de produção e entrega que a montadora de carros elétricos Tesla estava enfrentando quando vendeu mais de US$ 7,5 bilhões (R$ 39,3 bilhões) em ações da empresa em 2022, alegou na justiça americana um acionista da fabricante de veículos elétricos em uma ação judicial nos Estados Unidos.


Segundo o investidor Michael Perry, o CEO da Tesla possuía informações não públicas de que a empresa não cumpriria as metas do quarto trimestre daquele ano quando vendeu as ações por um valor mais alto do que seria precificado posteriormente pelos investidores, após a revelação dessas informações. A ação foi movida na quinta-feira no Tribunal da Chancelaria de Delaware, nos Estados Unidos.


Perry argumenta que Musk teria usado essas informações para vender parte de sua participação na Tesla com o objetivo de obter recursos para reforçar sua oferta pela aquisição do Twitter (agora rebatizado de X). Assim, Musk teria usado sua posição na montadora como uma vantagem sobre os outros investidores, violando “seus deveres fiduciários” para com a empresa e seus acionistas.


O investidor pede à juíza Kathaleen St. J. McCormick (a mesma que obrigou Musk a honrar sua oferta de aquisição do Twitter) que Musk devolva à Tesla o lucro supostamente impróprio que obteve com a negociação das ações. Perry também acusa os diretores da Tesla de cumplicidade.


Procurado pela Bloomberg, Alex Spiro, advogado de Musk, não retornou o contato para comentar o processo. Na ação, Perry afirma que Musk declarou no início de 2022 que a empresa desfrutava de “excelente demanda” e que esperava vender o máximo de carros naquele ano. No entanto, em novembro de 2022, Musk teria sido informado de que a Tesla não atingiria as metas para o último trimestre do ano.


Antes de os dados se tornarem públicos, Musk vendeu US$ 7,5 bilhões em ações da empresa, segundo Perry. Em 3 de janeiro de 2023, um dia depois de os números finalmente serem anunciados, as ações da Tesla despencaram 12%.


O novo processo contra Musk aparece na mesma semana em que o bilionário de 52 anos concordou em responder a uma terceira rodada de interrogatórios da SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos. A investigação da SEC está focada na aquisição do Twitter por Musk e se ele divulgou adequadamente sua participação inicial na plataforma.


Musk também já teve conflitos anteriores com a SEC devido a uma postagem no Twitter sobre a abertura de capital da Tesla. Como consequência, foi multado e obrigado a aceitar um “assistente de Twitter”, um advogado da Tesla designado para monitorar suas comunicações sobre a empresa na rede social.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.