‘É muita fragmentação partidária, o que dificulta a governabilidade. Temos que ter menos partidos, mais programáticos’, disse o vice-presidente
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) atribuiu a dificuldade do governo em negociar com o Congresso, evidenciada nesta semana por uma série de derrotas para o Planalto, ao excesso de partidos existentes no Brasil. Nesta terça-feira, os parlamentares derrubaram vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a vários projetos sensíveis, como o texto que impede restrições à saída temporária de presos no regime semiaberto.
No Congresso, também foi derrubado um veto a uma proposta que dificulta a punição para a disseminação de fake news de caráter eleitoral, uma medida tomada ainda pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
– É muito partido, muita fragmentação partidária, o que dificulta a governabilidade. Temos que ter menos partidos, mais programáticos. Com o tempo, isso vai se corrigir, porque a cada eleição a cláusula de barreira sobe e vai diminuindo o número de partidos. Acho que os temas principais o governo aprovou, até a reforma tributária, que é dificílima – afirmou Alckmin.
Alckmin também afirmou que enxerga o resultado da votação do veto sobre a saidinha dos presos como um voto “individual” e de “convicção pessoal”, citando o caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), da oposição, que votou a favor da manutenção do veto.
– Defendo a tese do presidente Lula. Aliás, o senador Aécio Neves, que foi governador, que é da oposição, também defendeu. Quem foi governador sabe que é importante manter o laço de família e o preso que sai, já está para sair. E 95% voltam, o que mostra que ele está se preparando para voltar ao convívio com a sociedade. Os casos graves não vão sair mesmo -. afirmou. – Não é tema programático, é individual, cada um votou com sua convicção pessoal – completou o vice-presidente.
Questionado sobre 2026, Alckmin afirmou que Lula é “candidato natural” à reeleição e ressaltou a melhora no ambiente econômico do país. No entanto, ele desconversou sobre a disputa entre partidos aliados pelo posto de vice na chapa de Lula.
– Tudo tem seu tempo – disse. – O presidente Lula é candidato natural à reeleição. No sistema de reeleição, o titular é um candidato natural. O prefeito que pode ser reeleito, é um candidato natural, um governador que pode ser reeleito é candidato natural. Para 16, 17 meses de governo já foi feito muito: inflação caiu, desemprego caiu, PIB subiu, o emprego subiu, você teve ganho de renda. O que a gente tem que fazer hoje, é o que está fazendo e bem feito.
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.