quinta-feira, 30 de maio de 2024

Uso de redes sociais aumenta o desejo de intervenções estéticas

 

Um estudo nos EUA mostra que o tempo que o internauta passa online e o perfil dos influenciadores seguidos estimulam a busca por procedimentos. Especialistas alertam para os riscos

(Foto: Freepik)

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein  - Passar horas nas mídias sociais, seguir perfis de celebridades e lançar mão de filtros para melhorar fotos são fatores que estão associados ao maior desejo de passar por intervenções estéticas e ao aumento da procura por esse tipo de consulta, mostra um estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, publicado no Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology. Segundo os autores, embora a decisão de se submeter a um procedimento desse tipo seja complexa, há uma relação entre o uso das redes, a autoestima e a maior aceitação dessas técnicas.

“Esse é um fenômeno que tem sido observado na prática. Temos notado o aumento significativo no número de pacientes que buscam procedimentos para alcançar um padrão de beleza muitas vezes idealizado. Eles estão constantemente em busca de pele sem poros, sem rugas nem olheiras, corpo perfeito, sem celulite, flacidez e com o abdômen definido. Além disso, com o uso crescente de plataformas de videoconferência, as pessoas se veem constantemente na câmera, o que intensifica a autocrítica em relação à própria aparência”, observa a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein.  

Os autores chegaram a essa conclusão após avaliar os resultados de um questionário aplicado em 175 pacientes, que passaram por um ambulatório de dermatologia com diversas queixas – não só estéticas. As questões incluíam o número de horas em aplicativos, como Instagram e Snapchat, os perfis seguidos e a intenção de fazer procedimentos, além de perguntas sobre ter conversado com familiares, amigos e médicos a respeito dessas questões.

Metade dos entrevistados (50,9%) passava mais de uma hora por dia nas redes e 24% ficavam entre duas e quatro horas diárias navegando pelos apps. A maioria (72%) seguia celebridades e influencers e 40% acompanhavam contas de dermatologistas e cirurgiões que apresentavam os resultados de procedimentos. Após cruzar os dados, esses três fatores – bem como o uso de editores de imagem – foram correlacionados a uma maior suscetibilidade a passar por intervenções. 

O artigo frisa que, embora não sejam a causa direta desse desejo, as redes sociais podem estimular aqueles mais suscetíveis, pois elas bastante eficientes em disseminar essa informação e fazer propaganda, transformando os usuários em pacientes potenciais. 

“Muitos adolescentes e pré-adolescentes buscam procedimentos para ficar parecidos com seus ídolos, conforme padrões que a sociedade e as redes mostram. Mas, é importante diferenciar quando é um desejo legítimo, se há a real necessidade de fazer a correção de algo estético”, diz a psicóloga Caroline Nóbrega, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Essa tendência levanta questões sobre o impacto das mídias sociais nas nossas percepções de beleza e autoimagem”, completa a dermatologista. “Embora as redes sociais nos conectem, também podem criar expectativas irreais e pressões sociais sobre a nossa aparência”, continua Barbara Miguel. 

Para a psicóloga, vale um alerta se a pessoa nunca teve essa preocupação e, de repente, ela passa a ser excessiva. “É preciso avaliar a motivação, se está trazendo prejuízo funcional à vida da pessoa, se está impactando a qualidade de vida”, orienta Nóbrega, que reforça: “Devemos lembrar que as redes mostram o que querem mostrar, que o que serve para um pode não servir para quem está olhando”, diz a especialista.

Alguns fatores ajudam a identificar as razões que podem justificar um desconforto estético. “A idade da pessoa, suas queixas, se está afetando sua autoestima e o convívio social, se está sofrendo bullying, ou se o problema pode trazer risco de sequelas futuras, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico, como as cicatrizes de acne”, explica a dermatologista.  

Segundo ela, sem uma motivação clara e uma avaliação criteriosa, pode haver impactos emocionais, como o aumento da insatisfação corporal, a baixa autoestima e até a depressão. “Por isso, é preciso cultivar a autoaceitação e a autoestima, independentemente dos padrões externos de beleza. Lembre-se deque a verdadeira beleza vem de dentro e não pode ser definida por curtidas e seguidores nas redes”, orienta a dermatologista.  

As especialistas consultadas pela Agência Einstein sugerem alguns itens importantes para a avaliação antes de optar por um procedimento estético:

  • Escolha muito bem o profissional. “Muitas vezes, as pessoas dão mais importância ao número de seguidores do que à qualificação do profissional”, observa Barbara Miguel. Por isso, em primeiro lugar verifique se ele possui formação e experiência na área, se tem as credenciais necessárias, como o RQE (Registo de Qualificação de Especialista), e registro em órgãos reguladores, como o Conselho Regional de Medicina (CRM). O procedimento só deve ser feito após uma avaliação cuidadosa, que ajude a compreender seus reais desejos e necessidades, levando em conta expectativas realistas (e não influências externas), além da saúde física e mental.  
  • Informe-se. Procure esclarecer todas as vantagens e desvantagens para chegar à melhor opção para o seu caso, entendendo limites e possibilidades, riscos e benefícios dos diferentes tipos de procedimentos. 
  • Converse. Comunique abertamente suas expectativas, preocupações e histórico médico para garantir um plano de tratamento personalizado e seguro.  
  • Avalie cuidadosamente os riscos e os benefícios. Os procedimentos estéticos sempre apresentam riscos e complicações potenciais, que podem ser agravados quando não há a avaliação completa da saúde e das expectativas do paciente.  
  • Não banalize os tratamentos. Embora possam aumentar a autoestima, alguns podem apresentar complicações ou não promover o resultado esperado e deixar cicatrizes ou manchas, por exemplo.  
  • Gerencie as expectativas. É preciso estabelecer expectativas realistas em relação aos resultados. O objetivo deve ser o aumento da confiança e do bem-estar, e não uma perfeição inalcançável, muitas vezes retratada nas redes. Se o resultado não corresponder ao esperado, ele pode gerar insatisfação e angústia. 
  • Evite realizar procedimentos baseados em modismos. Avalie se ele é realmente adequado ou apenas uma tendência passageira. “Buscar a sua melhor versão com naturalidade é sempre a melhor opção e tende a apresentar resultados mais satisfatórios”, diz a dermatologista.  
  • Atenção especial para os procedimentos definitivos. Métodos como preenchimento com polimetilmetacrilato (PMMA) e camuflagem de olheiras e estrias com técnicas de tatuagem podem trazer complicações muitas vezes irreversíveis. 
  • Mantenha um diálogo aberto. O apoio e a compreensão da família são cruciais no processo. Uma conversa honesta ajuda a esclarecer dúvidas e percepções. 

As especialistas também ressaltam a importância de controlar o uso diário das redes sociais. Outra orientação é ter critério na hora de seguir alguém: evite perfis que promovam padrões de beleza irreais e procure aqueles que incentivem a diversidade e a positividade corporal. É importante também desenvolver um pensamento crítico, questionando as imagens que se veem nas redes, pois muitas são cuidadosamente selecionadas e editadas para transmitir um padrão idealizado. 

Fonte: Brasil 247 com Agência Einstein

Mercadante destaca queda do desemprego e aumento da renda como prova do acerto das políticas do governo Lula

 

BNDES também anunciou linha de crédito de R$ 15 bilhões para as empresas do Rio Grande do Sul

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Foto: Divulgação)

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a recente queda da taxa de desemprego para 7,5%, a menor desde abril de 2014, é uma evidência clara do sucesso das políticas implementadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mercadante destacou também o crescimento da renda real, que aumentou 6,1% nos últimos doze meses, impulsionando o consumo das famílias e estimulando a produção e os investimentos no país.

Mercadante fez esses comentários após o lançamento de uma nova linha de crédito do BNDES destinada a empresários de todos os portes no Rio Grande do Sul. Com um orçamento de R$ 15 bilhões, a iniciativa visa apoiar empreendedores de municípios em estado de calamidade no estado. "Essa linha de crédito, viabilizada através do Fundo Social composto por recursos de royalties do pré-sal, é uma resposta rápida e robusta às necessidades emergenciais desses empresários", afirmou Mercadante.

A nova linha de financiamento, criada por meio de uma Medida Provisória assinada pelo presidente Lula, será operacionalizada pelo BNDES e distribuída aos clientes finais por meio de uma rede de mais de 70 instituições financeiras habilitadas, incluindo cooperativas, bancos comerciais e regionais. A medida visa não apenas aliviar os impactos das recentes calamidades, mas também fomentar a recuperação econômica e a geração de empregos na região.

Queda no desemprego e crescimento da renda

O anúncio do BNDES ocorreu no mesmo dia em que o IBGE divulgou novos dados sobre o mercado de trabalho. De acordo com o instituto, a taxa de desemprego caiu para 7,5% no trimestre encerrado em abril, comparada a 7,9% nos três meses anteriores. Esse é o menor índice para um trimestre encerrado em abril desde 2014, quando a taxa era de 7,2%. O número de desempregados diminuiu para 8,2 milhões entre fevereiro e abril, contra 8,6 milhões no primeiro trimestre de 2024, representando uma redução de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Brasil atingiu um recorde de 100,8 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre até abril, com 38,1 milhões de empregados com carteira assinada – o maior número desde o início da pesquisa em 2012. O contingente de trabalhadores informais também foi recorde, chegando a 13,6 milhões. Trabalhadores por conta própria somaram 25,5 milhões, empregadores foram 4,2 milhões, trabalhadores domésticos alcançaram 5,9 milhões, e empregados no setor público totalizaram 12,3 milhões.

Impacto positivo das políticas governamentais

Desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, o governo Lula tem implementado uma série de políticas destinadas a estimular o crescimento econômico e a geração de empregos formais. Entre essas medidas, destacam-se a redução da inflação e dos juros, programas de transferência de renda e o aumento do salário mínimo. Mercadante enfatizou que essas políticas têm sido essenciais para a recuperação do mercado de trabalho. "A expansão da ocupação nos últimos trimestres é um reflexo direto das políticas adotadas pelo governo", explicou.

Fonte: Brasil 247

 

Governo Lula rechaça projeto que 'privatiza praias': 'tiro no pé, retrocesso, ameaça à defesa nacional'

 

Representantes do governo federal ouvidos pela CCJ do Senado discordaram da proposta relatada e defendida pelo senador Flávio Bolsonaro

(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil )

Representantes do governo Lula (PT) se manifestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa eliminar o controle da União sobre os terrenos de marinha, áreas próximas à costa marítima e rios, lagos e ilhas. Críticos afirmam que a proposta, defendida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pode abrir caminho para a privatização das praias brasileiras.

Durante uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal na última segunda-feira (27), representantes do governo expuseram suas preocupações com a proposta, alertando sobre possíveis impactos ambientais, econômicos e de soberania nacional, relata Malu Gaspar, do jornal O Globo. Estiveram presentes membros do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério da Gestão e Inovação e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

O projeto de lei permitiria que terrenos de marinha, atualmente propriedade da União, fossem transferidos para municípios, estados ou entidades privadas, mediante pagamento. No entanto, Carolina Gabas Stuchi, representante da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) do Ministério da Gestão e Inovação, afirmou que a lei, como está redigida, favorecerá "a privatização e o cercamento das praias". Carolina alertou que a proposta pode incentivar a ocupação desordenada dos terrenos de marinha, ameaçando os ecossistemas e tornando essas áreas mais vulneráveis a eventos climáticos extremos. Ela também revelou que o governo não possui dados atualizados sobre todas as propriedades nessas áreas, destacando que, embora existam 565 mil imóveis cadastrados, a projeção é que esse número chegue a 2,9 milhões. A aprovação da PEC, portanto, poderia criar um "caos administrativo", afirmou.

Marinez Eymael Garcia Scherer, coordenadora-geral do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente, comparou a legislação proposta com as práticas internacionais. Segundo ela, países como Espanha, Uruguai e Suécia reservam áreas maiores para domínio estatal em comparação ao Brasil. "Retirar do Estado a possibilidade de planejamento futuro e ordenamento de áreas vulneráveis é um retrocesso", disse.

Bruno de Oliveira, diretor do Departamento de Assuntos do Conselho de Defesa Nacional do GSI, argumentou que os terrenos de marinha são cruciais para a defesa nacional. 

A perda econômica com a aprovação da PEC também foi um ponto de discussão. Carolina Gabas mencionou que a União arrecadou R$ 1,1 bilhão em 2023 com taxas sobre propriedades em terrenos de marinha, e Bruno de Oliveira projetou um impacto orçamentário anual de R$ 2,5 bilhões, além de perdas de R$ 500 bilhões no balanço geral da União.

O projeto tem mobilizado grandes interesses do setor imobiliário, que pretendem desafiar a articulação política do Palácio do Planalto. A proposta pode ser pautada a qualquer momento pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), mas ainda não há prazo definido. Caso seja aprovada pelo plenário do Senado, a PEC seguirá diretamente para sanção presidencial.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Queda acentuada do desemprego, com ocupação recorde, comprova acerto das políticas do governo Lula

 

A massa salarial também atingiu um patamar histórico no trimestre até abril

Luiz Inácio Lula da Silva posa para foto com trabalhadoras e trabalhadores das obras da Ferrovia Transnordestina, no Distrito Suassurana, Iguatu - CE
Luiz Inácio Lula da Silva posa para foto com trabalhadoras e trabalhadores das obras da Ferrovia Transnordestina, no Distrito Suassurana, Iguatu - CE (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A taxa de desemprego no Brasil registrou uma queda significativa, atingindo 7,5% no trimestre encerrado em abril, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é o menor índice para um período de três meses encerrado em abril desde 2014, quando a taxa era de 7,2%. Nos três meses anteriores, o desemprego estava em 7,9%. O mercado financeiro previa uma taxa de desemprego um pouco mais alta, de 7,7%, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg.

O número de pessoas desempregadas foi de 8,2 milhões entre fevereiro e abril. No primeiro trimestre de 2024, esse número era de 8,6 milhões. Apesar de não haver uma mudança expressiva na comparação trimestral, houve uma redução de 9,7% em relação ao mesmo período de 2023. Em comparação com o trimestre encerrado em janeiro, quando a taxa de desemprego era de 7,6%, houve estabilização.

Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, explica que essa estabilização se deve principalmente à recuperação do setor de comércio e ao aumento da ocupação na educação básica pública no ensino fundamental. Ela destaca também que a melhora nos indicadores macroeconômicos, como a redução da inflação e dos juros, tem favorecido uma recuperação mais sólida do mercado de trabalho, apesar das variações sazonais, segundo aponta reportagem da Folha de S. Paulo.

No que diz respeito à população ocupada, o Brasil alcançou a marca de 100,8 milhões de trabalhadores no trimestre até abril. O número de empregados com carteira assinada chegou a 38,1 milhões, o maior desde o início da pesquisa em 2012. O número de trabalhadores informais também atingiu um recorde, com 13,6 milhões. Além disso, o contingente de trabalhadores por conta própria foi de 25,5 milhões, empregadores somaram 4,2 milhões, trabalhadores domésticos chegaram a 5,9 milhões e empregados no setor público totalizaram 12,3 milhões.

Em termos anuais, o número de brasileiros ocupados cresceu 2,8%, o que representa um aumento de 2,8 milhões de postos de trabalho em comparação ao mesmo período de 2023. Segundo Beringuy, esse crescimento é impulsionado principalmente pelo aumento nos empregos formais, que compensaram a queda do emprego informal. Ela acrescenta que a maior parte desse crescimento se deve aos empregados no setor privado, com ou sem carteira assinada.

"A expansão do mercado de trabalho nos últimos trimestres tem sido impulsionada pelo aumento do emprego formal, superando outras formas de trabalho, como o trabalho por conta própria e os empregadores. Os empregados no setor privado, com ou sem carteira assinada, têm sido os principais responsáveis pelo crescimento da população ocupada no país", analisa Beringuy.

Os dados são parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que inclui informações sobre empregos formais, serviços prestados com CNPJ e trabalhos informais. A estatística oficial de desemprego considera pessoas com 14 anos ou mais que estão sem trabalho e procuram ativamente por emprego. Aqueles que não estão buscando emprego, mesmo sem estar trabalhando, não são contabilizados como desempregados.

A massa salarial também atingiu um patamar histórico no trimestre até abril. Segundo o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 3.151, sem variação significativa no trimestre, mas com um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior. A massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, chegou a R$ 313,1 bilhões, estabelecendo um novo recorde. Em comparação com o trimestre anterior, os rendimentos permaneceram estáveis em todos os setores analisados pela Pnad Contínua. No entanto, houve aumentos salariais em quatro setores em comparação ao mesmo período de 2023: indústria geral (8,5%), comércio e reparação de veículos (4,6%), transporte, armazenagem e correio (5,7%) e administração pública (4%).

Políticas do governo Lula impulsionam recuperação do mercado de trabalho

A queda acentuada do desemprego e o aumento recorde da ocupação são reflexos das políticas implementadas pelo governo Lula em seu terceiro mandato. Desde o início de sua administração, em janeiro de 2023, o governo tem focado em medidas que visam estimular o crescimento econômico e a geração de empregos formais. A redução da inflação e dos juros, aliada a programas de transferência de renda e ao aumento do salário mínimo, têm sido cruciais para essa recuperação.

Fonte: Brasil 247

 

Lula diz esperar que Campos Neto perceba trabalho do governo e reduza Selic

 

"Eu espero que o presidente do Banco Central veja nossa disposição de reduzir a taxa de juros e ele, quem sabe, colabore conosco", afirmou

Lula e Roberto Campos Neto
Lula e Roberto Campos Neto (Foto: Reprodução | Pedro França/Agência Senado)

Reuters – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que espera que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, veja a disposição do governo em fazer o necessário para que a autarquia realize mais cortes na taxa Selic, afirmando que deseja colaboração do chefe do BC na redução dos juros.

Em discurso durante evento de anúncio de novas medidas para a reconstrução do Rio Grande do Sul, Lula disse ainda que conversou com fabricantes de produtos da linha branca sobre a necessidade de venderem suas mercadorias com preços mais baratos para consumidores do Estado, que foi devastado por fortes enchentes, responsáveis pelas mortes de 169 pessoas, na maior tragédia climática da história do Estado.

"Eu espero que o presidente do Banco Central veja nossa disposição de reduzir a taxa de juros e ele, quem sabe, colabore conosco reduzindo a taxa Selic para a gente poder emprestar a taxa de juros ainda mais barata", disse Lula em discurso durante cerimônia em que foram anunciadas linhas de crédito com juros reduzidos para empresas gaúchas.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, no início deste mês, a autoridade monetária reduziu a velocidade de corte da taxa básica de juros para 0,25 ponto percentual, ante 0,5 ponto nas seis reuniões anteriores, levando a Selic a 10,5% ao ano.

A ata desse encontro mostrou que todos os diretores do Copom defenderam uma política monetária mais contracionista, cautelosa e sem indicação futura sobre os juros, apesar da divisão no colegiado sobre a intensidade do corte na Selic na reunião de maio.

Economistas consultados pela pesquisa Focus, do BC, estimam que a Selic encerrará este ano em 10% ao ano, segundo versão mais recente do levantamento realizado junto ao mercado financeiro e divulgado na segunda-feira.

Em seu discurso em Brasília, o presidente mais uma vez expressou seu otimismo com a economia brasileira e disse que, aqueles que apostam contra o crescimento, errarão.

"Eu sou teimoso em dizer que quem duvidar que a economia brasileira vai crescer vai quebrar a cara no final do ano", disse Lula, antes de comemorar dados divulgados mais cedo pelo Ministério do Trabalho que apontaram abertura de 240.033 vagas formais de trabalho em abril.

"É uma demonstração de que, se o governo está fazendo as coisas, se os empresários estão participando com anúncios de investimentos..., se esses investimentos estão acontecendo, a economia não tem por que não crescer", disse Lula ao comentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O presidente também voltou a repetir que não faltará apoio do governo federal ao Rio Grande do Sul e afirmou que o Executivo dialogará com empresários do setor de eletrodomésticos da linha branca e de proteína animal para garantir abastecimento e preços competitivos aos consumidores gaúchos.

"Eu já pedi para o (vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Geraldo) Alckmin conversar com os companheiros que fabricam a linha branca para que, neste momento do Rio Grande do Sul, as pessoas levem em conta que a gente vai ter que oferecer produtos da mesma qualidade, mas mais baratos para que o setor também possa dar contribuição", disse Lula.

"Como aconteceu com o setor da carne, que eu me reuni junto com o (ministro da Agricultura Carlos) Fávaro, e de pronto todos os 32 empresários que estavam aqui assumiram o compromisso de fazer chegar proteína animal no Rio Grande do Sul, inclusive com estrutura logística deles, coisa que facilita muito."

Fonte: Brasil 247 com Reuters

 

Líder do PSUV alerta sobre plano golpista da direita venezuelana

 

Diosdado Cabello revelou planos golpistas da oposição de extrema direita

Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV
Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV (Foto: Prensa Latina )

Prensa Latina - O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, alertou sobre os planos de setores da oposição nacional, que incluem a tomada do Palácio Miraflores, sede do Governo.

Em um programa de TV nesta quarta-feira (29), o líder político revelou um panfleto que circula na Venezuela e em Miami, no qual a direita traça um cronograma para gerar violência assim que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar os resultados das eleições presidenciais em 28 de julho.

Cabello denunciou que setores da oposição e do imperialismo norte-americano pretendem levar o país a uma guerra civil e advertiu que os planos entrarão em conflito com a intenção das forças revolucionárias e chavistas de manter e defender a paz nas ruas.

O panfleto, que inclui fotos alusivas a cada uma das operações a realizar, apela a “todos que votem e permaneçam nos Centros de Votação” no dia 28 de julho; e propõe que no dia seguinte, “independentemente dos resultados anunciados pela CNE, se realize uma marcha e a tomada de Miraflores”.

Para 30 de julho, o panfleto pede “Julgamento Aberto contra Altos Líderes Governamentais” e consideram que o dia 31 será o dia do “Renascimento da Venezuela”.

O deputado à Assembleia Nacional destacou ainda que este é o plano desestabilizador da direita e manifestou que “é o que eles pensam que vão fazer e nós vamos manter a calma”.

Comentou que “eles – o setor extremista da oposição – devem ter o Estádio Universitário preparado para o julgamento anunciado pela oposição fascista contra os chavistas, como aconteceu no Chile em 1971, após a derrubada do governo democrático de Salvador Allende”.

Nos últimos 25 anos aprendemos a resistir e não nos sentamos para ver o que acontece, advertiu, e afirmou que as forças chavistas “combateram, resistiram, derrotaram e construíram as nossas próprias vitórias”.

Também aprendemos, “cometemos erros, mas menos do que antes”, sublinhou, acrescentando que em todo este tempo aprenderam a “conhecê-los” e sabem que nunca apostaram na via eleitoral porque “o seu registo é sempre o da violência”.

O líder do PSUV sublinhou que os chavistas construíram as suas próprias vitórias com o comandante Hugo Chávez (1954-2013) e com o presidente Nicolás Maduro.

Fonte: Brasil 247

 

 

Conselho de Segurança da ONU deve votar hoje projeto de resolução para acabar com a agressão contra Rafah

 

É a primeira ação do Conselho de Segurança desde o ataque de Israel contra o acampamento de refugiados em Rafah

Conselho de Segurança da ONU
Conselho de Segurança da ONU (Foto: Valery Sarifulin/TASS)

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) deverá votar nesta quinta-feira (30) um projeto de resolução proposto pela Argélia para impedir a agressão israelense em curso contra a cidade de Rafah, informa a agência de notícias WAFA.

O projeto de resolução afirma que o Conselho de Segurança pode “decidir que Israel, a potência ocupante, deve cessar imediatamente o seu ataque militar e qualquer outra ação em Rafah”. 

O projeto de resolução apela a "um cessar-fogo imediato respeitado por todas as partes, e também exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, e exige ainda que as partes cumpram as suas obrigações ao abrigo do direito internacional no que diz respeito a todas as pessoas que detêm". 

Vale ressaltar que esta sessão é a primeira ação do Conselho de Segurança desde o ataque lançado por aeronaves de ocupação às tendas de refugiados em Rafah, e esta reunião será seguida por outras etapas que a Argélia pretende iniciar ao nível do Conselho de Segurança. 

Há uma semana, o Tribunal Internacional de Justiça ordenou a Israel, a potência ocupante, que cessasse imediatamente as suas operações militares e qualquer outro movimento em Rafah, mantendo a abertura da passagem de Rafah, a fim de permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa.

Fonte: Brasil 247 com informações da agência WAFA

Jurados retornam ao tribunal para decidir destino de Trump em caso de suborno

 

Na quarta-feira (29), os 12 jurados e seis suplentes encerraram o primeiro dia de deliberações sem alcançar um veredicto. Expectativa é de definição nesta quinta-feira

Donald Trump
Donald Trump (Foto: Jabin Botsford/Pool via REUTERS)

O julgamento histórico do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusado de suborno, entra em um momento crucial nesta quinta-feira (30), quando os jurados retornarão ao tribunal de Nova York às 10h30 (horário de Brasília) para continuar as deliberações, informa o g1 por meio da Reuters. Após cinco semanas intensas de depoimentos e análise de provas, a decisão final sobre o caso que abala a política americana permanece incerta.

Na quarta-feira (29), os 12 jurados e seis suplentes encerraram o primeiro dia de deliberações sem alcançar um veredicto. O caso envolve acusações de que Trump falsificou documentos comerciais para encobrir um pagamento de US$ 130 mil à estrela pornô Stormy Daniels, supostamente para silenciá-la sobre um encontro sexual antes das eleições presidenciais de 2016. Trump, de 77 anos, nega as alegações e se declarou inocente.

Durante as deliberações de quarta-feira, os jurados solicitaram ao juiz Juan Merchan as transcrições dos depoimentos de duas testemunhas-chave: Michael Cohen, ex-advogado de Trump, que afirmou que o ex-presidente estava ciente do pagamento e trabalhou para encobri-lo; e David Pecker, ex-editor do tabloide National Enquirer, que testemunhou sobre seus esforços para suprimir histórias prejudiciais à campanha de Trump.

A decisão final requer a unanimidade dos 12 jurados. Se não conseguirem resolver suas diferenças, o juiz pode declarar a anulação do julgamento.

Mesmo se condenado, Trump ainda poderá concorrer à presidência e assumir o cargo caso vença. Pesquisas de opinião indicam uma disputa acirrada entre Trump e Biden. No entanto, uma pesquisa Reuters/Ipsos sugere que um veredicto de culpado pode afetar o apoio entre eleitores independentes e alguns republicanos.

Se considerado culpado, Trump poderia enfrentar até quatro anos de prisão, embora a prática comum seja a aplicação de multas ou liberdade condicional para crimes semelhantes. A defesa já indicou que recorrerá em caso de condenação. Além deste processo, Trump enfrenta outras três acusações criminais, mas é improvável que sejam julgadas antes das próximas eleições.

A equipe de campanha de Biden minimiza o impacto potencial de qualquer veredicto sobre a dinâmica eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com informações do g1

Lula reconhece não ter base para enfrentar 'pauta de costumes' no Congresso e ajusta o foco para economia

O presidente ainda estabeleceu que se reunirá semanalmente com a equipe de articulação política

Lula
Lula (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)

 Nesta semana, o governo Lula (PT) enfrentou significativas derrotas no Congresso Nacional, reforçando o diagnóstico de sua equipe de que o governo carece de uma base sólida para vencer nas chamadas 'pautas de costumes', majoritariamente defendida pelo bolsonarismo.A constatação foi discutida pelo próprio presidente durante uma reunião na quarta-feira (29) com seus principais auxiliares na articulação política, segundo a Folha de S. Paulo. No encontro, foi acordado que, embora o governo tenha alcançado vitórias importantes em questões econômicas, deve evitar se envolver em projetos ligados a valores e costumes, onde a resistência parlamentar é maior.

Participaram da reunião o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e os líderes do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Apesar das derrotas recentes, o presidente Lula descartou, por ora, fazer mudanças na equipe de articulação.

Como uma medida de resposta, Lula decidiu se reunir semanalmente, às segundas-feiras, com esse grupo. Atualmente, Padilha e os líderes costumam se reunir no início da semana entre si e também com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Randolfe e Wagner minimizaram publicamente o impacto das derrotas, destacando que já eram esperadas, dado o perfil conservador do Congresso. Wagner afirmou que a política atual está "totalmente bipolarizada, fanatizada" e que alguns políticos já estão em campanha para 2026.

No Planalto, há uma avaliação de que o orçamento impositivo das emendas parlamentares, que somam bilhões, enfraqueceu o poder de negociação do governo, dificultando a formação de uma base fiel. Reservadamente, parlamentares da base governista comentam que o centrão tenta se aproximar do bolsonarismo nas pautas de costumes para obter ganhos políticos nas eleições municipais de outubro.

A sessão do Congresso foi marcada por três pautas ideológicas: o fim das saídas temporárias de presos, um pacote de costumes incluído por bolsonaristas na prévia do orçamento, e o veto de Jair Bolsonaro (PL) ao dispositivo que criminalizava a "comunicação enganosa em massa". Nos dois primeiros casos, os parlamentares derrubaram vetos de Lula, enquanto o veto de Bolsonaro foi mantido.

Essas derrotas ocorreram com ampla margem de votos e com apoio de partidos de centro e direita que compõem o governo Lula. Reconhecendo sua posição minoritária, o governo tem evitado grandes esforços na pauta de costumes.

Durante a reunião de quarta-feira, Lula admitiu aos presentes que a derrubada do veto no caso das saídas temporárias de presos não foi uma surpresa, pois ele já havia sido alertado sobre a dificuldade de reverter a posição dos parlamentares. O presidente explicou que, embora soubesse da baixa probabilidade de sucesso, era necessário marcar posição.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), patrocinador do projeto de lei que acabou com as saídas temporárias, afirmou que o resultado da sessão demonstrou uma "força considerável da oposição" e que a força de um governo não deve ser medida por votações pontuais.

Questionado sobre possíveis mudanças na articulação com o Congresso, Randolfe ressaltou que existe "um núcleo político que tem a confiança do presidente da República".

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

 


Emenda da LDO que menciona "'invasões e ocupações de terra' é desconectada da realidade", diz MST

 

Congresso manteve trecho alheio à LDO que veta verbas para 'invasões e ocupações'. Analistas veem guerra cultural

Ocupação do MST no Pará
Ocupação do MST no Pará (Foto: Divulgação/MST)

Brasil de Fato - Após o Congresso Nacional derrubar os vetos do presidente Lula (PT) a trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que tratavam de temas de interesse da ala bolsonarista, incluindo um dispositivo que proíbe a destinação de recursos para ações relacionadas a "invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas", o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) afirmou que vê a disputa como algo "desconectado da realidade". Para a dirigente Ceres Hadich, a questão surgiu com o objetivo de promover a guerra ideológica estimulada pela extrema direita.

O veto em questão foi derrubado na terça (28) à noite e diz respeito a uma emenda apresentada ano passado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que inseriu na LDO de 2024 a proibição para despesas relacionadas ao que o parlamentar chamou de "invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas", "ações tendentes a influenciar crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico"; "ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos"; "cirurgias em crianças e adolescentes para mudança de sexo"; e "realização de abortos, exceto nos casos autorizados em lei".

Sem entrar no mérito da questão, o governo justificou o veto argumentando que os temas inseridos no artigo são "impertinentes em relação ao que costumeiramente consta em lei de diretrizes orçamentárias". O Planalto disse que o trecho "evidencia a violação ao comando normativo orçamentário previsto no §2º do art. 165, da Constituição".

No jargão do Legislativo, esse tipo de inserção é chamado vulgarmente de "jabuti", quando parlamentares colocam numa determinada lei pontos alheios ao seu objetivo original. Com a derrubada do veto pelos parlamentares, fica mantido na LDO o trecho apresentado por Eduardo Bolsonaro, que utilizou o tema para movimentar apoiadores nas redes sociais. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado costuma fazer ataques ao MST e à política de reforma agrária de forma geral.

"É algo tão ideológico que é até difícil, tecnicamente falando, a gente conseguir contextualizar o que seria isso [a emenda]. Que tipo de ação [orçamentária do governo] viria a promover direta ou indiretamente qualquer tipo de ocupação ou, como eles gostam de chamar, 'invasão' de propriedade? O que há é a destinação de orçamento para políticas públicas destinadas à reforma agrária, que não é em si a mesma coisa que 'ocupação de terra'. Ocupação é um movimento legítimo da sociedade civil organizada, que, por meios próprios – portanto, não é por meio do governo –, se organiza de maneira autônoma para isso. Então, não há, do ponto de vista governamental, incentivos que direta ou mesmo indiretamente promovam as ocupações", afirma Ceres Hadich. 

A declaração da dirigente é uma referência ao uso frequente, por parte de atores da direita, da expressão "invasão de terra" para criticar as ações do MST. O Brasil vive, dentro e fora da política institucional, uma frequente disputa ideológica em torno das duas nomenclaturas. Tecnicamente, invasões em si são enquadradas no crime de esbulho possessório, presente no Código Penal. Já a prática de "ocupação de terra" conta com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que tem o objetivo de pressionar o governo pelo andamento da política de reforma agrária, sendo, assim, compreendida como uma ação política de cunho social.

"Por isso o que eles colocaram nesse trecho da LDO é algo demarcado e feito pra dialogar com o público da extrema direita, que é muito pautado por questões morais. É algo totalmente ideológico e desconectado da realidade da LDO. O que a gente entende com isso? De um lado, faz parte da ofensiva deles para desestabilizarem o governo. De outro, é a permanência da extrema direita em distorcer o papel que o parlamento deveria cumprir para ficar fazendo disputas ideológicas e morais", atribui a dirigente do MST.

"Inócuo" - Em conversa com o Brasil de Fato, Danilo Morais, professor de Ciência Política e Direito na faculdade Ibmec, em Brasília (DF), explica que, do ponto de vista jurídico, a manutenção da emenda de Eduardo Bolsonaro no texto da LDO tende a ser algo "inócuo". "O veto é sintomático da centralidade das chamadas guerras culturais na política contemporânea. Todas as proibições de aplicação do orçamento restabelecidas com a derrubada do veto versam sobre atividades já interditadas pelo sistema jurídico brasileiro", afirma.

"O governo federal já não poderia destinar seu orçamento a cirurgias de transgenitalização de menores, pois essa prática já é vedada pela legislação atual, que exige a maioridade. Tampouco poderia incentivar 'invasões' ou abortos ilícitos, já que essas ações são igualmente proscritas. Essa sequência de tensionamentos no processo legislativo desvela uma interação Executivo-Legislativo guiada por fantasmas e incapaz de voltar-se às questões reais que afligem a sociedade brasileira", complementa Morais, que também é doutorando em Direito da Universidade de Brasília (UnB).

Nos bastidores da bancada do PT, assessores técnicos do partido apontaram preocupação com eventuais riscos que a emenda poderia causar a ações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Isso porque a política de reforma agrária inclui despesa com assentamentos de pessoas que estejam em áreas ocupadas. Como a emenda inserida na LDO menciona a proibição para despesas diretas ou indiretas relacionadas a "invasão ou ocupação" de propriedades, a votação do veto foi marcada por esse temor. Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), no entanto, a redação final da LDO não deve impactar a política do Incra. O parlamentar tem ligação direta com o MST, já tendo atuado na direção nacional da entidade. 

"Os bolsonaristas de modo geral querem lacração, querem trabalhar para a sua bolha. Esse veto do Lula estava correto. Quando o Eduardo trabalhou pra derrubar o veto, foi pra dificultar, mas isso não vai impedir a reforma agrária. Pode até criar dificuldades, mas como o MST e os movimentos, foram, ao longo da sua historia, superando dificuldades, essa será mais uma", declarou.

Pacote - Ao todo, o governo havia feito 310 vetos à LDO. O Congresso Nacional derrubou 28 deles. Além dos que tratam do artigo 185, os parlamentares decidiram manter trechos que liberam a destinação de recursos para ações que não tenham projeto de engenharia aprovado ou licença ambientam prévia, bem como a norma que endurece a política de saída de presos, entre outros.

Analista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Neuriberg Dias vê tais votações como mais um capítulo do acirramento da disputa entre Executivo e Legislativo em torno da destinação do orçamento público, do direcionamento a ser dado às políticas públicas, bem como do tradicional antagonismo pré-eleitoral.

"Alguns são temas populistas e utilizados mais para tentar minimizar a agenda social do governo, até porque boa parte dos casos que foram apontados como derrotas do governo não são todos exatamente uma bandeira da gestão. Há aí uma estratégia de alguns nomes do Congresso para tentar impor certas derrotas, mas tem temas que, sob o ponto de vista constitucional ou da execução orçamentária, não são exatamente praticáveis. Não tem aplicabilidade", afirma, ao citar os casos do artigo 185 e outros.

"O fato é que boa parte do que foi vetado já era esperado e uma parte do que vai entrar pra legislação ou não tem efeito ou é inconstitucional. É uma agenda muito voltada pros interesses da extrema direita e até da direita, que, em função da conjuntura, está apoiando algumas dessas agendas. Mas a gente precisa explicar bem o momento e a circunstância política porque estamos numa transição do ponto de vista das questões da governabilidade, do perfil institucional do Poder Legislativo e do seu empoderamento nos últimos anos, o que vem impondo uma nova dinâmica em relação ao Executivo para as políticas públicas, inclusive sobre o orçamento", emenda Dias.

Fonte: Brasil 247 com informações do Brasil de Fato

 

 

Câmara de Porto Alegre rejeita pedido de impeachment contra Sebastião Melo

 

A votação resultou em 25 votos contrários à destituição do prefeito e apenas dez favoráveis, levando ao arquivamento da denúncia

Sebastião Melo
Sebastião Melo (Foto: Alex Rocha/PMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre rejeitou, nesta quarta-feira (29), um pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito Sebastião Melo (MDB), informa o jornal O Globo. A votação resultou em 25 votos contrários à destituição do prefeito e apenas dez favoráveis, levando ao arquivamento da denúncia.

A solicitação de impeachment foi protocolada por Brunno Mattos, filiado ao PT e pré-candidato a vereador na capital gaúcha. Mattos acusava o prefeito de negligência no cuidado das estações de bombeamento e do sistema de drenagem urbana da cidade, alegando que a omissão de Melo nas medidas de contenção de enchentes configurava uma grave negligência, passível de punição severa.

Mattos baseou sua acusação em um processo que tramita na Prefeitura desde 2018, referente à reforma das casas de bombas. Segundo ele, o Executivo ignorou todos os alertas sobre a manutenção dessas estruturas e mentiu sobre o rompimento de dois pontos do dique do Sarandi.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo