quarta-feira, 29 de maio de 2024

Haddad vai ao Vaticano e apelará ao papa Francisco por taxação de "super-ricos"

 

Países como França, Espanha, Alemanha e África do Sul já sinalizaram apoio ao projeto, por meio do qual os multimilionários teriam de pagar pelo menos 2% da sua riqueza total

Fernando Haddad
Fernando Haddad (Foto: Agência Câmara)

Fábio Matos, Infomoney O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), espera obter um apoio emblemático e poderoso em sua cruzada em defesa da taxação dos “super-ricos” em nível internacional, ideia que vem sendo defendida pelo chefe da equipe econômica em fóruns internacionais nos últimos meses.

Na próxima semana, o petista deve embarcar para o Vaticano, sede da Igreja Católica, em Roma (Itália). Haddad terá um encontro com o papa Francisco e pretende angariar apoio do pontífice para a proposta de taxação dos “super-ricos”.

O ministro da Fazenda participará do workshop “Enfrentando a crise da dívida no Sul Global”, organizado pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais. Ele também deve se encontrar com ministros das Finanças de outros países.

No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que mudou as regras de tributação para aplicações financeiras mantidas por brasileiros no exterior e instituiu a cobrança do chamado “come-cotas” para fundos exclusivos.

A proposta de taxação internacional levantada pelo Brasil vem sendo discutida no âmbito do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.

Países como França, Espanha, Alemanha e África do Sul já sinalizaram apoio ao projeto, por meio do qual os multimilionários teriam de pagar, todos os anos, impostos no valor de pelo menos 2% da sua riqueza total.

Por outro lado, a proposta brasileira tem encontrado resistência nos Estados Unidos e em alguns países europeus.

Agenda no Vaticano - A programação de Haddad no Vaticano ainda não foi confirmada oficialmente pelo Ministério da Fazenda. A previsão é a de que o ministro embarque para Roma no dia 3 de junho, no início da tarde, partindo de São Paulo (SP).

No dia 4, Haddad deve ter uma reunião com o ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, e com a ministra das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani Indrawati. O retorno ao Brasil está previsto para o dia 5.

Nesta quarta-feira (29), Haddad está em São Paulo (SP), onde tem algumas reuniões no escritório do Ministério da Fazenda na capital paulista. O ministro não participou do anúncio do novo pacote de medidas do governo federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul, mais cedo, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Fonte: Brasil 247

 

Boulos e Tabata devem comparecer à Parada LGBT+ na Paulista; Nunes ainda não decidiu

 

Em 2022 e 2023, Nunes também não esteve presente na Parada LGBT+ e enviou representantes em ambas as ocasiões

Guilherme Boulos e Tabata Amaral
Guilherme Boulos e Tabata Amaral (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) e Tabata Amaral (PSB), têm previsão de comparecer à 28ª Parada do Orgulho LGBT+, que ocorrerá neste domingo (2), segundo informou a Folha de S. Paulo na terça-feira (28). O atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ainda não decidiu se participará do evento.

Em 2022 e 2023, Nunes também não esteve presente na Parada LGBT+ e enviou representantes em ambas as ocasiões.

Conforme a agenda do emedebista, Nunes planeja participar nesta quinta-feira (30) da Marcha para Jesus, principal evento do público evangélico. Boulos e Tabata não devem comparecer à ocasião. De acordo com uma pesquisa Datafolha publicada em março, Nunes possui uma ampla vantagem entre o público evangélico em comparação com os principais adversários.

Neste ano, a parada LGBT+ adota um tom político, com o tema “Basta de negligência e retrocesso no legislativo”, que busca refletir sobre o voto “consciente” e representativo.

Os participantes da parada ainda foram convidados a usar roupas em verde e amarelo, associadas ao bolsonarismo nos últimos anos. A ideia é resgatar as cores da bandeira do Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Receber o Bolsa Família não impede formalização como Microempreendedor Individual

 

Beneficiários do Bolsa Família podem se tornar MEI e ter emprego formal, sem risco de perder o benefício

(Foto: Roberta Aline/MDS)

Agência Sebrae - Empreender e ter o seu próprio negócio é possível para quem é beneficiário de programas sociais do governo. Os beneficiários do Bolsa Família podem se tornar Microempreendedores Individuais (MEI) e até mesmo ter um emprego formal, sem risco de perder o benefício.

A analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional Giovana Tonello, destaca que muitas mulheres em situação de vulnerabilidade possuem habilidades para se tornarem empreendedoras. "Às vezes, aquela mulher sabe preparar muito bem um alimento que poderia ser vendido como um congelado, gerando trabalho e renda para a família dela, mas não sabe por onde começar um pequeno negócio nem entende o potencial empreendedor que ela tem", afirmou.

Giovana acrescenta que, ao se tornar MEI, o beneficiário do Bolsa Família deve ficar atento para diferenciar o que é renda da pessoa física e o que é faturamento do CNPJ. “É preciso pegar a receita do MEI e descontar o que foi gasto com despesas da empresa como, por exemplo, aluguel, luz, água, telefone, internet, entre outros. Mas o empreendedor deve lembrar que essas são as despesas do negócio, e não particulares, da casa”, alerta a analista.

Além disso, ela esclarece que é preciso descontar o valor do DAS, guia mensal do MEI que é pago obrigatoriamente todo mês, e um eventual valor que tenha ficado em caixa, ou reinvestido no negócio, ou até mesmo aplicado em estoque. “O valor que sobrou é o valor do rendimento da pessoa MEI que deve ser considerado para fazer o cálculo da renda familiar”, esclarece.

Importante esclarecer que esse cálculo de renda é feito no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou no posto de atendimento municipal do Cadastro Único, na hora da entrevista para a família se cadastrar ou atualizar seus dados. O Cadastro Único é a base de dados que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda para permitir a entrada em mais de 30 programas sociais do Governo Federal, dentre eles o Bolsa Família.

Sobre o cálculo de renda, ao se inscrever no Cadastro Único, a família deve declarar a renda do domicílio. Ela será elegível ao Bolsa Família se a renda mensal por integrante da família não ultrapassar R$ 218. Desse modo, a própria família pode fazer esse cálculo. Basta dividir o rendimento total do domicílio pelo número de pessoas.

De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, mesmo que tenham aumento na renda, seja por um emprego com carteira assinada ou pelo êxito de um negócio próprio, os microempreendedores podem seguir recebendo os benefícios do Bolsa Família. A garantia é fruto da Regra de Proteção, que assegura a permanência no programa de famílias que elevaram a renda para até meio salário-mínimo por integrante (R$ 706), de qualquer idade. Nesses casos, a família recebe, por até dois anos, 50% do valor do benefício a que teria direito, incluindo os adicionais para crianças, adolescentes, gestantes e nutrizes.

Nosso intuito não é fazer apenas a transferência de renda, mas também abrir portas que garantam a todos os brasileiros uma vida mais digna e autônoma. Queremos seguir de mãos dadas com essa população mais vulnerável, garantindo a proteção de que necessitam para mudar suas vidas.Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Dias destaca ainda a criação do Programa Acredita, lançado no mês passado, que anunciou R$ 1 bilhão em microcrédito, fundo garantidor, qualificação profissional e apoio personalizado, com o intuito de estimular o crescimento e a geração de renda. “A proposta é inovadora, porque nós estamos oferecendo capacitação para o público do CadÚnico. É necessário evitar o endividamento e assegurar que o crédito permita o crescimento desses pequenos negócios”, salientou.

Entenda

No Bolsa Família, o valor do benefício é calculado levando em conta a renda familiar, que é a soma do que todos os integrantes da família recebem, excluídos benefícios indenizatórios para compensação de danos materiais ou morais, como, por exemplo, uma sentença que condena uma pessoa a pagar uma questão judicial, ou um benefício temporário instituído pelo poder público, como foi o caso do auxílio emergencial oferecido na pandemia.

Para receber o benefício integralmente é obrigatório, portanto, que a família esteja inscrita no CadÚnico, tenha uma renda mensal familiar por pessoa de até R$ 218. De forma ilustrativa, significa que uma família de seis membros pode receber mensalmente o total de R$ 1.308.

Regra de Proteção

O benefício do Programa Bolsa Família (PBF) não é cortado automaticamente só porque a pessoa foi contratada em um emprego formal ou mesmo se tornou MEI. O que pode acontecer é que, ao começar a trabalhar, a renda da família aumente e ultrapasse o limite estabelecido pelo Programa, mas isso é avaliado caso a caso.

Se, ao registrar-se como MEI ou conseguir um emprego, a renda familiar ultrapassar o limite de R$ 218 por pessoa, mas ainda ficar no valor de até meio salário-mínimo por pessoa (R$ 706 para o ano de 2024), a família beneficiária passará a receber metade do pagamento do Bolsa Família pelo período de 24 meses. É a chamada Regra de Proteção.

Isso significa que se aquela mesma família de seis membros passar a ter uma renda líquida maior do que menor do que meio salário-mínimo ou R$ 706,00, por pessoa, num total de mais de R$ 4.236, a família beneficiária do Bolsa Família continuará a perceber seu benefício em 50% do valor atual, durante o período de dois anos. Se ultrapassar os R$ 706 por pessoa, a família sai da Regra de Proteção automaticamente e perde o benefício.

Fonte: Brasil 247

Espanha demite embaixadora na Argentina devido à crise nas relações diplomáticas entre os Estados

 

Espanha já havia convocado sua embaixadora em Buenos Aires após o presidente argentino, Javier Milei, ter chamado a esposa do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, de corrupta

Milei | Pedro Sánchez
Milei | Pedro Sánchez (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian | Geert Vanden Wijngaert/Pool via REUTERS)

Sputnik - O governo da Espanha demitiu sua embaixadora em Buenos Aires, María Jesús Alonso, face à crise nas relações diplomáticas entre os dois países, segundo despacho publicado no Diário Oficial do Estado espanhol.

"Por proposta do ministro das Relações Exteriores, da União Europeia e da Cooperação, e após deliberação do Conselho de Ministros em sua reunião de 28 de maio de 2024, venho ordenar a destituição da sra. María Jesús Alonso Jiménez do cargo de embaixadora da Espanha na República Argentina, agradecendo pelos serviços prestados", indica o documento, assinado pelo rei Felipe VI.

Na terça-feira da semana passada (21), a Espanha havia convocado sua embaixadora em Buenos Aires dias depois de o presidente argentino, Javier Milei, ter chamado a esposa do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, de corrupta.

No dia 19 de maio, o presidente argentino, em uma convenção organizada pelo partido espanhol Vox em Madrid, comentou que alguns tinham "uma mulher corrupta", que então "ele se suja e leva cinco dias para pensar sobre isso", em uma clara referência a Sánchez e à sua esposa Begoña Gómez.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores espanhol, Milei lançou "um ataque frontal" à democracia, às instituições espanholas e "à Espanha".

Tanto a Espanha quanto a Argentina pediram desculpas pelo incidente diplomático.

No final de abril, um tribunal de Madrid abriu uma investigação contra a mulher de Sánchez por alegado tráfico de influência e corrupção no setor privado, com base em denúncias do grupo anticorrupção Mãos Limpas.

Segundo a imprensa local, as investigações contra a esposa de Sánchez estão centradas em um acordo de patrocínio que o Africa Center (Centro África), dirigido por Gómez, assinou em 2020 com a empresa Globalia — empresa-mãe da companhia aérea Air Europa — no mesmo período em que a referida empresa estava negociando um resgate financeiro com o governo. Finalmente, o Executivo de Sánchez concedeu à Air Europa uma ajuda de € 475 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões).

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

Senado aprova reajustes salariais para PF, PRF e Policia Penal

 

A proposta segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Agentes da Polícia Federal
Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O Senado aprovou nesta quarta-feira (29) um projeto de lei que prevê o reajuste salarial de carreiras da Polícia Penal Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal. A proposta segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os agentes da Polícia Federal no topo da carreira passarão a receber R$ 41.350, em comparação com os R$ 33.721 atuais. Na Polícia Rodoviária Federal, o salário das categorias especiais chegará a R$ 23 mil até 2026. Entre os agentes penitenciários federais, o reajuste coloca o salário principal da categoria em R$ 20 mil.

O Ministério da Fazenda estima que o reajuste terá um impacto de aproximadamente R$ 2,24 bilhões no orçamento.

O projeto atende aos acordos estabelecidos entre as categorias e o governo federal em dezembro de 2023 e janeiro deste ano. Os reajustes serão implementados gradualmente, em três etapas, com a primeira parcela prevista para agosto. As outras duas devem ser pagas em maio de 2025 e de 2026.

Além dos reajustes, o texto reestrutura o quadro de funcionários da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e estabelece uma gratificação para agentes da Defesa Civil que trabalhem em atividades consideradas "críticas finalísticas".

O projeto ainda equipara as carreiras da Agência Nacional de Mineração (ANM) às demais agências reguladoras.

Fonte: Brasil 247 com informações de CartaCapital

Barroso vota contra abrir processos disciplinares envolvendo juízes da Lava Jato

 

O julgamento foi retomado nesta quarta e vai até 7 de junho no Plenário Virtual do CNJ

Luís Roberto Barroso
Luís Roberto Barroso (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Conjur - O presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Roberto Barroso, votou nesta quarta-feira (29/5), no Plenário Virtual do CNJ, contra abrir processos administrativos disciplinares que visam apurar condutas de quatro magistrados que atuaram em casos da “lava jato”. O julgamento foi retomado nesta quarta e vai até 7 de junho na plataforma.

Para Barroso, o afastamento de magistrados deve ser medida excepcional, cuja necessidade não está configurada no caso. O ministro não viu indícios de descumprimento deliberado de decisões do Supremo Tribunal Federal por parte do juiz federal convocado Danilo Pereira Junior e dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Loraci Flores de Lima e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, além de não enxergar indícios de crime por parte da juíza federal Gabriela Hardt.

Em 15 de abril, o corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, levou ao colegiado a decisão que determinou o afastamento dos quatro magistrados e votou pela abertura de processos disciplinares. Com voto de Barroso, o CNJ derrubou os afastamentos de Gabriela Hardt e Danilo Pereira, mas a maioria decidiu manter os desembargadores afastados. Na ocasião, Barroso pediu vista para analisar a questão da abertura dos processos disciplinares.

Ao devolver o caso para julgamento nesta quarta, Barroso ressaltou que magistrados precisam atuar sem medo de represálias para prestar o melhor serviço possível à sociedade. “Ao decidir litígios, juízes sempre desagradam um dos lados em disputa, às vezes ambos. Para bem aplicar o direito, magistrados devem ter a independência necessária. A banalização de medidas disciplinares drásticas gera receio de represálias, e juízes com medo prestam desserviço à nação.”

O presidente do CNJ divergiu sobre a abertura de processos. Ele avaliou ainda que a medida seria desproporcional, considerando que o juiz federal Eduardo Appio, investigado por condutas semelhantes, teve sua apuração arquivada por meio de um acordo com a Corregedoria do CNJ num termo de ajustamento de conduta, pelo qual apenas pediu transferência para outra vara.

O ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) também é parte em uma das reclamações disciplinares, mas o procedimento foi desmembrado quanto a ele a pedido de Salomão. A decisão sobre a abertura de PAD contra Moro também está pendente.

Punições cabíveis - Se forem condenados nos PADs, os quatro julgadores vão receber alguma das sanções disciplinares regulamentadas pela Lei Orgânica da Magistratura: advertência, censura, remoção compulsória, disponibilidade, aposentadoria compulsória ou demissão. Se houver indícios de crime de ação pública incondicionada, uma cópia do processo deve ser enviada ao Ministério Público. Como Moro não é mais juiz, o CNJ pode enviar notícia-crime ao MP para dar andamento a uma investigação criminal contra ele.

Salomão afirmou nesta terça que Gabriela Hardt praticou condutas que, em tese, podem ser enquadradas em tipos penais como peculato, corrupção privilegiada e corrupção passiva, além de infrações administrativas.

Magistrados afastados - Em 15 de abril, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, afastou Thompson Flores, Loraci Flores e os juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira Júnior. A decisão foi resultado da correição promovida pelo CNJ na 13ª Vara de Curitiba e no TRF-4.

Salomão afirmou que os fatos apontados na correição são graves, como o “atípico direcionamento dos recursos obtidos a partir da homologação de acordos de colaboração e de leniência exclusivamente para a Petrobras” e a “discussão prévia” de Hardt em um aplicativo de mensagens, antecipando sua decisão.

Para advogados consultados pela revista eletrônica Consultor Jurídico, a decisão do corregedor nacional de Justiça mostrou que a finada “lava jato” tinha muitos tentáculos e um projeto de poder.

No dia seguinte, o Plenário do CNJ, por 9 votos a 6, manteve o afastamento de Thompson Flores e Loraci Flores, mas revogou o de Gabriela Hardt e de Danilo Pereira Junior.

O presidente do TRF-4, desembargador Fernando Quadros da Silva, convocou os juízes federais Bianca Cruz Arenhart e Gerson Godinho para substituir na 8ª Turma da corte os dois desembargadores afastados.

Esqueletos no relatório - O relatório final da correição na 13ª Vara mostrou que não foi feito inventário para indicar onde foram guardados todos os itens apreendidos pela “lava jato”, como obras de arte, e não foi possível identificar uma série de bens e recursos, entre eles os confiscados no exterior.

O resultado parcial do trabalho do CNJ, divulgado em agosto de 2023, já demonstrava a bagunça da 13ª Vara. A conclusão é que houve uma “gestão caótica” no controle de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público e homologados por Sergio Moro.

Por meio desses acordos, o grupo de procuradores da “lava jato” recolheu e repassou à Petrobras R$ 2,1 bilhões entre 2015 e 2018, com autorização da 13ª Vara Federal, a título de ressarcimento pelos desvios praticados.

Esses valores permitiram à Petrobras, que era investigada por autoridades americanas, firmar acordo no exterior, segundo o qual o dinheiro que seria devido fora do Brasil acabaria investido na criação de uma fundação com o objetivo de organizar atividades anticorrupção.

Um outro levantamento, feito pelo Tribunal de Contas da União, identificou irregularidades na destinação de valores obtidos em acordos de leniência na ordem de R$ 22 bilhões. Segundo o TCU, o dinheiro foi movimentado sem que houvesse qualquer preocupação com transparência.

Em julgamento de setembro passado, o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU, lembrou a tentativa da “lava jato” de Curitiba de criar um fundo bilionário com dinheiro da Petrobras, a ser administrado pelos próprios procuradores, para investir no que chamavam de “projetos de combate à corrupção”. Também disse que o TCU deve frear a transferência de patrimônio do Estado para viabilizar interesses de agentes públicos.

“A grande verdade é que nós temos promotores e procuradores espalhados pelo Brasil que viraram verdadeiros gestores públicos. E o pior: sem a responsabilidade que os gestores públicos têm. O que está acontecendo é a transferência de patrimônio do Estado brasileiro para a gestão de agentes da lei. É disso que nós estamos tratando nesta tarde”, disse Dantas na ocasião.

Triangulação de valores - O acordo assinado entre a Petrobras e os procuradores da “lava jato” para criação da tal fundação permitiria ao grupo de procuradores gerir recursos bilionários. Em troca, a estatal repassaria informações confidenciais sobre seus negócios ao governo norte-americano.

O dinheiro que foi enviado à Petrobras pela “lava jato” apenas para voltar como investimento em uma fundação de combate à corrupção faz parte dos R$ 3,1 bilhões que, em contas superestimadas pelo MPF curitibano, seriam “devolvidos aos cofres públicos”.

Já o acordo assinado entre a Petrobras e os procuradores da “lava jato” para criação da tal fundação permitiria ao grupo de procuradores gerir recursos bilionários. Em troca, a estatal repassaria informações confidenciais sobre seus negócios ao governo norte-americano.

Para viabilizar esse trânsito de dinheiro, o então juiz federal Sergio Moro instaurou um procedimento de ofício com a justificativa de que os valores depositado em contas judiciais “estavam sujeitos a remuneração não muito expressiva”. E ao faze-lo, segundo o CNJ, desrespeitou a lei.

Moro não justificou a existência de algum grau de deterioração ou depreciação ou mesmo a dificuldade para a sua manutenção, como exige o artigo 144-A do Código de Processo Penal. Nem que a destinação imediata era necessária “para preservação de valor de bens”, como prevê ao artigo 4º-A da Lei 9.613/1998.

Assim, o dinheiro de acordos e leniências foi para contas judiciais vinculadas a quem não era parte na representação criminal. Esses valores foram tratados como “ressarcimentos cíveis” pelo juízo criminal, sem observância do critério legal de decretação de perda.

O repasse a Petrobras foi feito sem qualquer indício de que a empresa havia corrigido ou eliminado os problemas internos que haviam permitido a a ocorrência dos crimes apurados pela “lava jato” e enquanto a mesma ainda era investigada pelo Ministério Público de São Paulo e por autoridades americanas.

Isso foi possível porque todas as apurações cíveis a respeito da “violação dos deveres de administração, gestão temerária ou fraudulenta” da Petrobras foram centralizadas na grupo de procuradores de Curitiba e acabaram arquivadas em razão de prescrição.

Faltou zelo - Outro indício de falta de zelo da Justiça Federal paranaense no sistema lavajatista está no fato de acordos de colaboração, de leniência e de assunção de compromissos serem homologados sem apresentação das circunstâncias da celebração e sem as bases documentais das discussões ocorridas entre as partes.

As cláusulas desses documentos prestigiavam a Petrobras, a “lava jato” e a intenção de criar uma fundação privada. Além disso, termos e minutas desses acordos foram discutidos com e avaliados pelo organismo Transparência Internacional, que por anos agiu como sócia dos lavajatistas.

A prévia da correição também destaca o esforço e interlocução dos procuradores de Curitiba junto às autoridades americanas para destinar valores oriundos do acordo firmado com a Petrobras aos interesses lavajatistas.

Um dos exemplos citados é da leniência da Braskem. “Em princípio, constatou-se que os valores apontados obedeceram a critérios de autoridades estrangeiras, o que soa como absurdo, teratológico”, diz o relatório. Com informações da assessoria de imprensa do CNJ.

Fonte: Brasil 247 com informações do Conjur

Nise Yamaguchi pode ser vice na chapa de Pablo Marçal na corrida eleitoral em São Paulo

 

Aliança entre médica bolsonarista e influenciador, filiado ao PRTB, depende do aval da União Brasil, que deve apoiar Ricardo Nunes

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Reprodução/Instagram @pablomarcal1)

O PRTB convidou a médica bolsonarista Nise Yamaguchi para ser a candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Pablo Marçal. A decisão, no entanto, ainda depende da aprovação do partido União Brasil, ao qual Nise é filiada e que deve apoiar o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), destaca reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Marçal, que atualmente figura com 7% das intenções de voto na pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (29), é formado em direito e se apresenta como investidor e escritor nas redes sociais. Ele tem atraído o eleitorado da direita bolsonarista, apesar de Jair Bolsonaro (PL) ter declarado apoio a Nunes.

Nise Yamaguchi ficou conhecida durante a pandemia por defender medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Caso não consiga integrar a chapa de Marçal, Nise pretende concorrer a uma vaga na Câmara Municipal.

Em 2022, Nise concorreu a deputada federal por São Paulo pelo Pros, mas não foi eleita, recebendo 36.690 votos e ficando como a primeira suplente do partido. Pablo Marçal, conhecido por ser propagador de fake news sobre o governo, e coach, conta com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram. Esta não é sua primeira tentativa de ingressar na política; em 2022, ele se lançou como pré-candidato à Presidência da República pelo Pros, embora sua candidatura tenha sido marcada por controvérsias envolvendo a direção do partido.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

 

Nove envolvidos em furtos e roubos em enchentes são presos no Rio Grande do Sul

 

Operação Aharadak foi deflagrada pelas polícias Civil e Militar e pela Brigada Militar do município de Eldorado do Sul (RS)

(Foto: Policia Ciivl RS/Divulgação )

Agência Brasil - As polícias Civil e Militar do Rio Grande do Sul e a Brigada Militar de Eldorado do Sul (RS) desencadearam, no início da manhã desta quarta-feira (29), a Operação Aharadak, contra saqueadores que agiram no município da região metropolitana de Porto Alegre, nos primeiros dias de inundações. São cumpridas 33 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. O objetivo é prender os envolvidos e recuperar itens que foram roubados.

A Polícia Civil afirmou que, até o momento, nove pessoas foram presas. Entre os bens furtados que foram recuperados, estão eletrodomésticos, colchões, água mineral doada e tratores. Houve ainda apreensão de drogas com criminosos que já tinham histórico de tráfico de entorpecentes.

A cidade de Eldorado do Sul teve 90% da área alagada pelos temporais que atingiram o estado, desde o fim de abril. Em entrevista coletiva à imprensa, pela manhã, o secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, explicou que os saques e furtos foram realizados, sobretudo, nos três primeiros dias de inundações, quando os agentes públicos de segurança do estado e do município estavam preocupados em resgatar os cidadãos das áreas alagadas. Do quarto dia em diante, além de atuar em resgates, os policiais voltaram a prevenir crimes patrimoniais.

“A segurança virá ainda mais forte, depois de toda essa calamidade, e a força será total, 100% dos efetivos nas ruas para garantir a segurança da população gaúcha”, garantiu o secretário.

O subchefe de Polícia Civil estadual, delegado Heraldo Guerreiro, declarou que, com o controle da criminalidade e os resultados obtidos em recentes operações, a sensação de segurança começa a voltar à população. “No sentido de estabelecer a sensação de segurança das pessoas, encaminhamos todos os aspectos de segurança com as forças de segurança que estão muito atentas a indicadores de criminalidade.”

Operação Aharadak

De acordo com as investigações, facções criminosas e quadrilhas atacaram 17 empresas locais, incluindo distribuidoras de bebidas, de alimentos, supermercados e até uma revenda de máquinas agrícolas, realizando roubos à mão armada e arrombamentos.

As investigações apontam também que os criminosos atuam em outras cidades da região metropolitana de Porto Alegre. A Polícia Civil obteve imagens de câmeras de segurança e de populares, que mostram criminosos fazendo os saques. As ações dos criminosos, registradas por câmeras de segurança, incluíram arrombamentos, furtos de bens duráveis e veículos, além de depredação e furto de objetos pessoais dos funcionários. Os saqueadores agiram sob orientação de líderes, inclusive utilizando coletes da Defesa Civil para se disfarçar.

A operação contou com o apoio da Polícia Federal e da Marinha do Brasil, que disponibilizou barcos para evitar fugas dos envolvidos. Ao todo, mais de 200 policiais, entre civis, militares e federais, com apoio aquático e aéreo, foram empregados na operação.

A Polícia Civil do estado disponibilizou telefones de Disque-Denúncia à população para receber informações sobre esconderijo de itens furtados, materiais receptados e locais suspeitos. A comunicação pode ser feita pelo número 181 e pelo WhatsApp (51) 99444-0606.Registros de ocorrências policiais também podem ser feitos online para facilitar o acesso do cidadão ao serviço, sem a necessidade de se deslocar até uma delegacia da Polícia Civil.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

 

Carlos Fávaro: “Não temos risco de nenhum tipo de desabastecimento, nem mesmo do arroz"

 

O ministro afirmou que a importação do grão busca evitar um aumento no preço do produto para o consumidor final

Carlos Fávaro
Carlos Fávaro (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)

O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (29) que não há risco de desabastecimento de alimentos no país causado pela crise climática que atingiu o Rio Grande do Sul.

“Não temos risco de nenhum tipo de desabastecimento, nem mesmo do arroz. O estoque é suficiente. O problema é a conjuntura momentânea. O Brasil é um grande player, produtor de soja, milho, arroz, feijão, trigo, carnes, algodão — o primeiro do mundo. E nós estamos com uma safra, apesar das dificuldades, muito boa, que foi colhida”, afirmou em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”.

De acordo com o chefe da pasta, as ações realizadas pelo governo federal não têm a intenção, "em hipótese alguma", de afrontar os produtores. Ele também destacou que a importação de arroz visa evitar um aumento no preço do grão para o consumidor final.

“Estamos combatendo a especulação do arroz. Teremos agora uma medida provisória que autoriza a compra de arroz importado e estaremos atentos para importar, se preciso, até 1 milhão de toneladas”, diz Fávaro.

O ministro também afirmou que, apesar de o Rio Grande do Sul possuir um estoque suficiente para abastecer o Brasil, independentemente da crise climática, há o entendimento de que os líderes do setor no estado gaúcho enfrentam problemas de logística e até de emissão da nota fiscal.

 “Não podemos deixar o mercado na vulnerabilidade”, acrescentou. 

Fonte: Brasil 247

 

Em despedida, Moraes diz que TSE dá exemplo de romper "cultura de impunidade" das redes sociais

 

"Não é possível admitirmos que haja a continuidade de um número massivo, a desinformação, as notícias fraudulentas", afirmou o ministro

Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira que o tribunal dá exemplo de romper o que chamou de "cultura de impunidade" das redes sociais e disse e que a Justiça Eleitoral continuará combatendo a desinformação, em discurso de despedida do comando da corte.

"Nós aqui no TSE avançamos nas eleições, na jurisprudência, nas resoluções para demonstrar que essa verdadeira lavagem cerebral de algoritmos não transparentes -- diria em alguns casos viciados para determinadas bolhas -- e que isso continuará a ser combatido pela Justiça Eleitoral", disse ele, no plenário do tribunal.

"Esse Tribunal Superior Eleitoral dá o exemplo da necessidade de rompimento dessa cultura de impunidade às redes sociais", afirmou.

Moraes afirmou que o combate à instrumentalização das redes sociais é fundamental para que o eleitor vote com consciência e liberdade.

"Não é possível admitirmos que haja a continuidade de um número massivo, a desinformação, as notícias fraudulentas, as deep fakes agora anabolizadas pela inteligência artificial. Não é mais possível que toda a sociedade, todos os Poderes constituídos, aceitem essa continuidade sem uma regulamentação mínima", afirmou.

O presidente do TSE destacou o comparecimento maciço dos eleitores na eleição de 2022, apesar do que chamou de bombardeio de desinformação.

"Instituições fortes e o Poder Judiciário não se acovardam diante de populistas e extremistas no anonimato das redes sociais", afirmou.

Após dois anos, Moraes deixa a presidência do TSE e será substituído a partir da próxima semana pela ministra Cármen Lúcia, que vai conduzir a corte durante as eleições municipais deste ano.

Na gestão dele, a corte eleitoral promoveu um contundente combate às fake news nas eleições passadas e também condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade até 2030.

Moraes seguirá agora apenas como ministro do Supremo Tribunal Federal, onde é responsável por relatar, entre outros casos, uma série de investigações criminais que envolvem Bolsonaro e que podem levá-lo, em caso de condenação, à prisão.

Fonte: Brasil 247 com Reuters