quinta-feira, 23 de maio de 2024

Presidente do G20, Brasil fará "chamado à ação" pela reforma da ONU, anuncia Lula


"Não faz sentido que a América Latina e a África não tenham representação permanente em órgãos como o Conselho de Segurança", disse o presidente Lula

Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 O presidente Lula (PT) anunciou nesta quinta-feira (23) que, como presidente do G20, o Brasil lançará em setembro, durante reunião de ministros das Relações Exteriores do grupo, um “chamado à ação” pela reforma da Organização das Nações Unidas (ONU). 

"Não faz sentido que a América Latina e a África não tenham representação permanente em órgãos importantes como o Conselho de Segurança. Não podemos permitir que esse tipo de anomalia também se torne a regra no tratamento da Inteligência Artificial", disse o mandatário brasileiro, defendendo "um modelo de governança capaz de conter os riscos dessa tecnologia e facilitar o acesso do Sul Global a esses benefícios".

A fala de Lula se deu durante declaração à imprensa por ocasião da visita do presidente do Benim, Patrice Talon.

Leia o discurso na íntegra:

O Brasil e a África estão unidos na dor pelas mortes e destruição causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e no Burundi, no Quênia e na Tanzânia.

Quero manifestar nossa solidariedade e agradecer as mensagens de apoio recebidas dos nossos irmãos africanos.

Amigos e amigas,

É uma satisfação contar com o corpo diplomático africano neste almoço em homenagem ao Dia da África e uma honra ter o presidente do Benim, Patrice Talon, como convidado especial.

Em Uidá, cidade natal do presidente Talon, está uma das “portas do não retorno” que existem na costa africana. Elas têm esse nome porque se acreditava que quem passava por elas jamais regressaria.

Sobrevivendo às condições desumanas impostas pela escravidão, alguns conseguiram voltar, levando consigo um pouco do Brasil.

O Benim abriga uma das maiores comunidades de “retornados” do continente, repleta de Souzas, Silvas, Santos e Carvalhos.

Aqueles que aqui permaneceram fincaram raízes em nossa identidade, transformando o Brasil no terceiro país com maior população negra no mundo.

Cultivamos nossa história comum na Casa do Benim em Salvador e vamos fazer o mesmo por meio da Casa do Brasil em Uidá, criando ali um polo cultural vibrante.

Firmamos hoje memorando de entendimento em artes, cultura e patrimônio para preservar esse elo.

Nossos laços se forjaram a partir do sofrimento, mas hoje servem para encurtar a distância entre os dois lados do “rio chamado Atlântico” – feliz expressão do diplomata Alberto Costa e Silva, falecido no ano passado.

Quem aproxima as margens desse rio são as pessoas.

São os mais de duzentos estudantes benineses atualmente inscritos no Programa Estudante-Convênio que escolheram o Brasil para se formar.

São os interessados no turismo de memória, que será facilitado pelo memorando em turismo e pelo adendo ao acordo sobre serviços aéreos que assinamos hoje.

São também os empresários, com quem contamos para ampliar e diversificar nossa pauta comercial e de investimentos.

E são, enfim, os técnicos que têm a missão de manter e expandir o legado de um dos mais exitosos programas de cooperação brasileiros, que vem beneficiando o setor algodoeiro do Benim e de mais 17 países africanos.

Tenho certeza de que esse intercâmbio crescerá com a reabertura da embaixada do Benim em Brasília e com a criação de um núcleo brasileiro de cooperação para todo o continente em Adis Abeba, onde estarão presentes agências como a ABC, a EMBRAPA e a Fiocruz.

É com esse espírito que sediaremos, a convite da União Africana, a Conferência Regional da Diáspora e dos Afrodescendentes das Américas e do Caribe, no final de agosto, em Salvador.

O Brasil tem muito a aprender e a contribuir nos debates sobre memória, restituição, reparação e reconstrução.

O fortalecimento dos vínculos entre a África e sua 6ª região, da qual o Brasil orgulhosamente faz parte, pode se transformar em um vetor positivo de apoio ao Haiti.

Com o Quênia e o Benim assumindo a dianteira na missão policial da ONU, reafirmamos nosso compromisso com a estabilidade e a prosperidade haitianas e estamos à disposição para oferecer apoio logístico à operação.

No momento em que as atenções se concentram na Ucrânia e em Gaza, não podemos deixar que o mundo se esqueça do Haiti, nem de outras tragédias humanitárias como a do Sudão.

Senhoras e senhores,

O talentoso historiador brasileiro José Flávio Sombra Saraiva – que nos deixou há poucos dias – disse que o Brasil havia se convertido no “porta-voz da África no sistema internacional”.

Não temos a pretensão de falar por ninguém. Mas somos parceiros naturais da África e também enxergamos o mundo por lentes africanas.

Isso nos leva a incorporar a perspectiva do continente à nossa atuação global, como estamos fazendo na presidência no G20.

Juntamente com a União Africana, que participa pela primeira vez como membro pleno do grupo, temos alertado sobre o problema do endividamento.

O que vemos hoje é uma absurda exportação líquida de recursos dos países mais pobres para os países mais ricos.

Não há como investir em educação, saúde ou adaptação à mudança do clima se parte expressiva do orçamento é consumido pelo serviço da dívida.

O grupo de trabalho sobre arquitetura financeira do G20 promoverá, em junho, um debate com especialistas africanos, cujos resultados levaremos para a reunião de ministros das Finanças do G20.

Se os 3 mil bilionários do planeta pagassem 2% de impostos sobre o rendimento das suas fortunas, poderíamos gerar recursos suficientes para alimentar as 340 milhões de pessoas que, segundo a FAO, enfrentam insegurança alimentar severa na África.

Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza.

Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades.

Por isso, convidamos os países africanos a se somarem à nossa Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, que estará aberta a adesões a partir de julho.

Estamos determinados a apoiar a África a desenvolver seu imenso potencial agrícola.

Aderimos, recentemente, ao Compacto Lusófono do Banco Africano de Desenvolvimento, que visa a apoiar empreendedores africanos e elevar sua capacidade produtiva.

Apesar de não sermos historicamente responsáveis pela mudança do clima, precisamos lutar juntos pela ampliação das metas de financiamento na COP de Baku e pela adoção de NDCs mais ambiciosas na COP de Belém em 2025.

Em agosto passado, os demais países amazônicos, ao lado da República Democrática do Congo e da República do Congo, lançaram a declaração “Unidos por nossas Florestas”.

O Brasil está trabalhando no desenho de um mecanismo – o Fundo Florestas Tropicais para Sempre – para remunerar países em desenvolvimento que mantêm suas florestas em pé.

Reiteramos nosso convite para que mais países africanos se unam à declaração e considerem aderir ao fundo.

Assim como no caso das florestas, temos que abordar a questão da transição energética a partir dos nossos interesses.

Sem agregar valor aos recursos naturais, estaremos fadados a reeditar a relação de dependência entre o Norte e o Sul.

A ordem internacional requer instituições capazes de responder aos desafios da atualidade.

Em setembro, faremos em Nova York uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, aberta a todos os membros da ONU, para lançar um “chamado à ação” pela reforma da governança global.

Não faz sentido que a América Latina e a África não tenham representação permanente em órgãos importantes como o Conselho de Segurança.

Não podemos permitir que esse tipo de anomalia também se torne a regra no tratamento da Inteligência Artificial.

É necessário um modelo de governança capaz de conter os riscos dessa tecnologia e facilitar o acesso do Sul Global a esses benefícios.

Amigos e amigas,

Em fevereiro, tive a honra de discursar na Cúpula da União Africana.

Levei a mensagem de que o Brasil voltou a caminhar ao lado da África.

Minha missão de vida sempre foi e é combater as desigualdades.

A América Latina e a África têm de enfrentar as injustiças que, dentro e fora dos nossos países, continuam reproduzindo lógicas excludentes.

Afinal, como disse o nigeriano Chinua Achebe], se não gostamos de uma história, podemos escrever a nossa própria história.

Por isso convido todos vocês a fazer um brinde a nosso ilustre convidado e desejo um feliz dia da África a todos e todas.

Muito obrigado.

Fonte: Brasil 247

“Leite e Melo, duplinha dinâmica que destruiu a estrutura pública que cuidava da prevenção à tragédia”, diz Kliass

 

Economista Paulo Kliass responsabiliza governador e prefeito de Porto Alegre pela falta de investimentos em prevenção a enchentes no Rio Grande do Sul

(Foto: Brasil247 | Lauro Alves/Secom | ABR)

 Na entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o economista Paulo Kliass afirmou que o governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo adotaram uma política neoliberal e negacionista, negligenciando as necessidades de infraestrutura para a prevenção de tragédias climáticas. "Essa duplinha dinâmica, como eu chamo, o Eduardo Leite no governo do estado e o Sebastião Melo na Capital, em Porto Alegre, não fizeram os investimentos necessários por uma questão muito objetiva", declarou o economista.

Ele ressaltou que, desde a primeira grande cheia em 1941, foram necessárias ações contínuas de prevenção que, segundo ele, foram desconsideradas pelos gestores públicos. "Eles sabiam exatamente o que era necessário fazer para prevenir uma questão que, desde a década de 40, quando teve a primeira cheia, não é só um problema da natureza, mas também de políticas responsáveis", afirmou Kliass. 

O economista apontou que políticas como o desmatamento e a priorização do agronegócio e da especulação imobiliária agravaram a situação das enchentes. "A intervenção do ser humano, através de políticas irresponsáveis, desmatamento e concessão da prioridade ao agronegócio, acabou agravando a situação", explicou.

Ele também mencionou que a estrutura estatal e municipal destinada à prevenção foi desmantelada. "Eles destruíram a estrutura do estado e da prefeitura que cuidava disso porque consideravam coisa de 'ambientaloíde', como eles diziam", disse o economista. Segundo Kliass, recursos foram desviados para outras áreas que os gestores consideravam prioritárias.

Em decorrência das chuvas recentes, o Rio Grande do Sul enfrentou enchentes que resultaram em mortes e desabrigados. "Agora veio a desgraça, a tragédia", comentou Kliass. Ele criticou Leite por tentar se esquivar de suas responsabilidades, atribuindo a culpa a questões fiscais. "Eduardo Leite tenta se esquivar para não assumir a sua responsabilidade e tenta jogar genericamente sobre a pauta fiscal. Mas não é verdade", concluiu Kliass.

Assista: 

Fonte: Brasil 247

Prefeituras pedem apoio do governo federal para recuperação financeira

 

Uma das demandas é o refinanciamento das dívidas previdenciárias

Alexandre Padilha
Alexandre Padilha (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

Agência Brasil - No encerramento da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, nesta quinta-feira (23), os gestores das cidades apresentaram uma agenda de prioridades ao ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Entre as demandas está a busca pelo apoio do governo federal sobre o refinanciamento das dívidas previdenciárias, um novo modelo para pagamento de precatórios e a extensão da reforma da previdência para os municípios.

Ao receber a carta, Padilha afirmou que o governo já tem trabalhado em uma agenda alinhada com os municípios e apontou como exemplo a compensação do Fundo de Participação dos Municípios, em 2023, e a manutenção até o fim do ano da desoneração da folha de pagamento dos municípios, com a redução de 20% para 8% da contribuição municipal no Regime Geral de Previdência Social (RGPS). “Os municípios têm uma agenda que é legitima, e o governo federal tem uma agenda que também é legitima, mas nada impede que a gente construa uma agenda compartilhada”, destacou.

O ministro reiterou os compromissos assumidos e debatidos na construção de uma proposta para a reoneração que não impacte de forma negativa os municípios e que seja sustentável para a Previdência. E no mesmo projeto de lei também tratar da dívida dos municípios, revendo o indexador para que deixe de ser a Selic e definindo teto para comprometimento da receita corrente líquida, com a ampliação do prazo de quitação por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional.

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, reforçou a necessidade de não apenas socorrer aos municípios que participam do RGPS, mas também de outros 2,1 mil municípios com regimes próprios previdenciários e que somam quase 3 milhões de servidores em suas folhas. “Esses municípios estão sangrando dinheiro da saúde e da educação”, enfatizou.

Sobre as dívidas dos municípios reconhecidas pela Justiça, os chamados precatórios, Padilha informou que o governo acorda com a Proposta de Emenda à Constituição 66/2023, que tramita no Congresso. “Nós concordamos com a escadinha proposta na emenda do senador Alessandro Vieira em relação ao comprometimento máximo da receita corrente líquida para o pagamento dos precatórios, que foi proposta apresentada pela CNM”, disse o ministro.

Padilha também reforçou que o decreto do Regime Simplificado para contratos e convênios de até R$ 1,5 milhão, assinado por Lula na abertura da Marcha, vai facilitar 80% dos repasses da união para os municípios.

Os Projetos de lei que tratam da securitização das dívidas permitindo a terceirizarão de cobrança e da mudança na Lei de Responsabilidade Fiscal para que serviços terceirizados não entrem na conta do teto máximo de comprometimento da folha de pagamento também têm o apoio do governo, afirmou o ministro.

Padilha encerrou a participação na marcha dos prefeitos reafirmando que o governo vai trabalhar com os municípios para que a reforma da previdência também beneficie as cidades.

Fonte: Brasil 247

 

“Absolvição abre espaço para Moro tentar o governo do Paraná em 2026”, diz Esmael Morais

 

Decisão do TSE mantém mandato de Moro, abrindo caminho para possível candidatura ao governo do Paraná em 2026, segundo análise de Esmael Morais

(Foto: Reprodução | Geraldo Magela/Agência Senado)

 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na última terça-feira (21), manter o mandato do senador Sérgio Moro. A decisão foi tomada com o voto decisivo do ministro Nunes Marques, acompanhando o relator Floriano de Azevedo Marques e outros ministros. Moro foi acusado pelo PT e pelo PL de abusos financeiros durante a campanha eleitoral de 2022, mas a maioria do TSE considerou que não havia provas suficientes para cassar seu mandato.

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Esmael Morais, do Blog do Esmael, afirmou que essa absolvição abre caminho para que Moro concorra ao governo do Paraná em 2026. Segundo Morais, “Vamos ter a medida desse acordo nos próximos dias, aí vamos ter a extensão desse acordo.”

Esmael apontou que a candidatura de Moro pode causar tensões entre as elites políticas locais: “Ele está furando a fila, se colocando como candidato das elites tradicionais paranaenses. Isso pode até causar um desarranjo.” Para ele, Moro não possui um projeto político claro para o estado, mas se apoiaria na sua imagem de combate à corrupção: “Ele vai disputar a vaga do Paraná, mas como ele não tem projeto, não tem time, possivelmente ele partirá sobre o fetiche da ‘caça ao corrupto’”.

Esmael Morais também comentou sobre as ambições políticas de Moro além do Paraná: “O mundo político está em polvorosa, ele está furando a fila, mas não é seu objetivo final o Paraná”. Morais acredita que o verdadeiro objetivo de Moro é a presidência da República: “Ele quer chegar ao Palácio do Planalto”. E acrescentou: “Mas o sonho dele é chegar à presidência e ocupar a cadeira do Lula”. Segundo Morais, Moro poderia até surgir como candidato à presidência com o apoio da mídia: “De repente, ele aparece até como candidato a presidente, com apoio da Globo”.

 

Fonte: Brasil 247

 

STF decide por unanimidade invalidar estratégia jurídica de desqualificar mulheres vítimas de violência

 Na votação, prevaleceu o entendimento da ministra Carmén Lúcia, relatora do caso

Ministra Cármen Lúcia, do STF
Ministra Cármen Lúcia, do STF (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

 O Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade nesta quinta-feira (23) que desqualificar e culpar mulheres vítimas de violência durante o julgamento do crime na Justiça é uma prática inválida. 

Na votação, prevaleceu o entendimento da ministra Carmén Lúcia, relatora do caso. Ela foi à favor de impedir o uso da estratégia em processos.

"O que se pretende aqui é não permitir que, por interpretações que são dadas aos dispositivos legais, haja alguma abertura para que o próprio estado-juiz e o estado que faz a investigação revitimizem a mulher", declarou. Ela ainda enfatizou que as mulheres costumam ser questionadas sobre o próprio comportamento quando vão à delegacia denunciar a violência. 

Edson Fachin, Dias Toffoli, Flávio Dino, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, André Mendonça, Luiz Fux, Gilmar Mendes e o presidente Luís Roberto Barroso acompanharam o voto da ministra.

Inicialmente, a Corte havia determinado que a vedação valeria apenas para os casos de crime sexual. No final do julgamento, porém, os ministros decidiram estender o entendimento para todos os crimes de violência contra a mulher.

Fonte: Brasil 247 com informações de g1

O caos continua: aulas voltam a ser suspensas em Porto Alegre

 

O nível do lago Guaíba continua acima da cota de inundação

Rio Guaíba
Rio Guaíba (Foto: Reprodução (RBS/TV))

 Representantes do governo do Rio Grande do Sul e da Prefeitura de Porto Alegre anunciaram nesta quinta-feira (23) que as aulas estão canceladas na capital gaúcha nesta sexta (24).

O nível do lago Guaíba era de 3,92 metros às 14h15 desta quinta. A cota de inundação é de 3 metros - a partir desta altura, a água avança para as cidades. O lago bateu recorde e chegou a 5,33 nos piores momentos da tragédia.

O estado tem 467 de seus 497 municípios com problemas por causa das enchentes, impactando 2,3 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, apontaram dados do governo gaúcho. Mais de 650 mil pessoas estão fora de suas casas.

Fonte: Brasil 247

Apenas 15% das estações de monitoramento de rios no Brasil mandam dados em tempo real, mostra levantamento

 

As estações se dividem entre as pluviométricas, fluviométricas e as que fazem as duas medições

Catástrofe climática no Rio Grande do Sul
Catástrofe climática no Rio Grande do Sul (Foto: Agência Brasil)

 O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que somente 15% das 23,6 mil estações de monitoramento de rios no Brasil enviam os dados em tempo real. As estações se dividem entre as pluviométricas (medem a chuva que cai na bacia do rio), fluviométricas (medem o nível e a vazão dos rios) e as que fazem as duas medições. Em 2023, dos 3.425 alertas de catástrofes naturais emitidos pelo Cemaden, mais da metade foram alertas hidrológicos, como transbordamento de rios. No ano anterior, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por cheias e 7 milhões por seca, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).

Os números, publicados no portal G1, foram divulgados em um contexto de calamidade pública no Rio Grande do Sul, onde, segundo autoridades locais, moradores de 467 das 497 cidades do estado tiveram problemas por causa das enchentes, impactando mais de 2,3 milhões de pessoas. Mais de 160 pessoas morreram no RS desde o dia 29 de abril. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem 1,7 mil estações, e 25% delas fazem a transmissão dos dados em tempo real.

Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, da UFRGS, Fernando Meirelles, disse que, "se a gente conseguisse ter a chuva e os níveis medidos com maior precisão, a gente anteciparia, em até três dias, o que vai acontecer na região metropolitana [de Porto Alegre]". "Três dias de antecedência num desastre desse seria um tempo fantástico", disse.

De acordo com o engenheiro Leandro Casagrande, responsável pelo monitoramento hidrológico do Cemaden, a rede que fornece dados online é fundamental para a previsão de alertas hidrológicos no país, como enchentes e transbordamento de rios. "Sem os dados das bacias não tem como fazer modelo matemático algum. A gente precisa saber o que está correndo no rio e o volume de chuva", afirma.

A ANA coordena os 23.663 pontos para colher informações de chuva e nível dos rios no país. A agência afirmou que passa por restrições orçamentárias. Para 2024, parlamentares do Congresso havia aprovado R$ 71,5 milhões de orçamento para a agência, mas o valor caiu para R$ 58,8 milhões. O Ministério do Planejamento informou que a redução de R$12,6 milhões aconteceu porque a inflação de 2023 foi menor que a esperada, afetando a parte dos recursos condicionada a essa variação.

O governo do Rio Grande do Sul afirmou que a atuação da gestão estadual "tem como base a ciência e a pesquisa". "Por isso, a aproximação com pesquisadores de diferentes áreas é algo contínuo. Após as enchentes de setembro de 2023, o governo instituiu o Gabinete de Crise Climática, em que treze instituições de pesquisa, como o próprio Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) fazem parte das discussões".

De acordo com o Executivo gaúcho, "as sugestões da equipe do IPH/UFRGS recebidas pelo governo RS no ano passado foram levadas em consideração. O documento trazia quatro proposições consideradas urgentes, quatro de curto prazo e quatro de médio-longo prazo".

"Dentre as ações imediatas apontadas pelo IPH, já é realizada pelo Estado a identificação de trechos de rios inundáveis, bem como em escala regional nos Planos de Recursos Hídricos de Bacia Hidrográfica. Além disso, o Estado também já tem atuado para melhorias dos sistemas de alerta à população por parte da Defesa Civil Estadual. Outros dois itens dizem respeito a levantamentos já realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). A Defesa Civil e a equipe do SGB estão trabalhando para elencar as áreas prioritárias quanto ao levantamento de risco. Em paralelo a isso, estão buscando a ampliação do número de áreas que devem ser mapeadas no Estado do RS", continuou.

"Para os pontos considerados de médio prazo, todas as sugestões ou já ocorrem ou estão em alguma fase de implementação. Já estão em andamento as melhorias nos sistemas de monitoramento, com a instalação de um radar meteorológico que está em fase final de implementação. Foram investidos mais de R$ 25 milhões no serviço que irá monitorar a região metropolitana de POA e mais um raio de 150 quilômetros, trazendo mais assertividade e qualidade na informação que irá subsidiar os alertas à população".

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Mulheres protestam contra norma do CFM sobre assistolia fetal


Para entidades que participaram do ato, resolução é retrocesso


Representantes de entidades que atuam na defesa dos direitos das mulheres participaram, nesta quinta-feira (23), de ato em frente à sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília. As mulheres protestaram contra a resolução do conselho que proíbe médicos de realizarem a chamada assistolia fetal para interrupção da gravidez em casos de aborto previstos em lei e oriundos de estupro.

A decisão foi tomada no fim de março em sessão plenária e vale para gestações acima de 22 semanas, quando, segundo o conselho, há possibilidade de sobrevida do feto. Conforme definição do próprio CFM, a assistolia provoca a morte do feto, antes do procedimento de interrupção da gravidez, por meio da administração de drogas injetadas no coração dele. Já morto, ele é retirado do corpo da mulher.

“Não admitiremos tamanho retrocesso em nossa cultura, em nossa convivência pessoal e familiar”, disse a articuladora política do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) Jolúzia Batista, ao alertar que a maioria dos casos de gestação tardia provenientes de estupro e que chegam às unidades de saúde para aborto legal é de meninas menores de idade. “Não vamos admitir gravidez infantil por violência ou estupro.”

Jolúzia lembra que não é incomum que meninas de 10 anos procurem atendimento médico para interromper gestações em estágio avançado – muitas delas, antes mesmo de terem menstruado pela primeira vez. A suspeita de gestação só surge bem mais tarde, quando a barriga já começa a aparecer. “Até que se descubra que aquela dor de barriga ou dor de cabeça são decorrentes de gravidez, ela já está com 20 ou 22 semanas”, explicou.

Representante do Conselho Federal de Serviço Social, Maria Elisa Braga disse que há graves denúncias relacionadas ao trabalho de profissionais de saúde que atendem mulheres e meninas vítimas de estupro e que buscam o aborto legal. “Temos que tomar muito cuidado. Profissionais de área de saúde estão sendo perseguidos, ameaçados”, criticou.

A ginecologista Brunely Galvão confirma os cenários expostos por Jolúzia e por Maria Elisa – tanto a demanda por abortos legais tardias por parte de meninas menores de idade e vítimas de violência quanto as dificuldades de profissionais de saúde em equilibrar o cumprimento da lei e a norma definida pelo CFM.

“Essas meninas precisam desse procedimento [da assistolia fetal] para acessar o aborto legal. Grande parte das que chegam na unidade de saúde está em gestação avançada – seja pelo próprio estigma da vergonha, por medo dos pais ou de não ser levada a sério. Tem que existir esse procedimento.”

“Esse procedimento é fundamental. A resolução atrapalha o nosso dia a dia, o nosso cotidiano. Quando a gente não consegue oferecer a assistolia fetal, temos que encaminhar a paciente para outro país, geralmente Argentina ou Colômbia. A maioria não tem grana porque a maioria são meninas pobres, periféricas, negras, de zona rural. Aí, temos que recorrer à uma ONG [organização não governamental] ou outras parcerias.”

Entenda

Atualmente, pela literatura médica, um feto com 25 semanas de gestação e peso de 500 gramas é considerado viável para sobreviver a uma vida extrauterina. No período de 23 a 24 semanas, pode haver sobrevivência, mas a probabilidade de qualidade de vida é discutida. Considera-se o feto como não viável até a 22ª semana de gestação.

Para o CFM, diante da possibilidade de vida extrauterina após as 22 semanas, a realização da assistolia fetal por profissionais de saúde, nesses casos, não teria previsão legal. Segundo o conselho, o Código de Ética Médica estabelece que é vedado ao profissional praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no país.

O conselho defende que, ultrapassado o marco temporal das 22 semanas de gestação, deve-se preservar o direito da gestante vítima de estupro à interrupção da gravidez e o direito do nascituro à vida por meio do parto prematuro, “devendo ser assegurada toda tecnologia médica disponível para sua sobrevivência após o nascimento”.

Justiça

Na última sexta-feira (17), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão da resolução aprovada pelo CFM. A decisão foi motivada por uma ação protocolada pelo PSOL. Em abril, a Justiça Federal em Porto Alegre chegou a suspender a norma, mas a resolução voltou a valer após o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região derrubar a decisão.

Em sua decisão, Moraes considerou que houve "abuso do poder regulamentar" do CFM ao fixar regra não prevista em lei para impedir a realização da assistolia fetal em casos de gravidez oriunda de estupro. O ministro destacou ainda que o procedimento só poder ser realizado pelo médico com consentimento da vítima.

"O ordenamento penal não estabelece expressamente quaisquer limitações circunstanciais, procedimentais ou temporais para a realização do chamado aborto legal, cuja juridicidade, presentes tais pressupostos e, em linha de princípio, estará plenamente sancionada", concluiu.

A decisão do magistrado será submetida a referendo dos demais ministros da Corte no plenário em sessão virtual que começa no próximo dia 31.

Outro lado

Em nota, o CFM informou que vai encaminhar ao STF "argumentos em defesa da manutenção da resolução". "A norma foi aprovada pelo plenário da autarquia e publicada no Diário Oficial da União no começo de abril, mas, na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes decidiu, por meio de liminar, suspender temporariamente seus efeitos".

“Como em outras instâncias do Judiciário, em que já houve decisão a favor da resolução, o CFM apresentará argumentos sólidos para mostrar a pertinência da norma que, vale ressaltar, não pune, mas defende os direitos da mulher, do feto e da vida”, declarou o presidente do conselho, José Hiran Gallo.

No comunicado, o conselho afirma que a resolução não pretende "fazer oposição ao chamado aborto legal" e é "amparada pela Constituição Federal, que prevê o direito inviolável à vida, sem a submissão de tratamento desumano ou degradante".

"A norma foi elaborada com base em estudos técnicos e científicos que comprovam que, com 22 semanas, há viabilidade de vida fora do útero. Ou seja, diante dessa possibilidade, a interrupção da gestação implica, para o CFM, um ato ilegal e antiético."

Fonte: Agência Brasil

Governo vai formar 700 mil profissionais em educação midiática


Objetivo é formar consciência crítica e combater desinformação


O diretor do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Meirelles, disse nesta quinta-feira (23) que o governo vai formar 300 mil profissionais da educação e 400 mil profissionais da saúde em educação midiática, conforme previsto no Plano Plurianual 2024-2027.

“Com as organizações parceiras, a gente tem subido cursos no ambiente virtual de aprendizagem do MEC [Ministério da Educação], no Ava MEC, que é o ambiente mais adequado para oferecer as informações para os professores da educação básica. Também vamos ter cartilhas e guias. Tem também os 400 mil profissionais de saúde porque a gente sabe da desinformação do debate das vacinas. Precisamos ter os agentes de saúde como parceiros no combate à desinformação. Essa é uma estratégia que a gente vai desenvolver com o Ministério da Saúde”, afirmou Meirelles.

Ele deu as declarações durante o Encontro Internacional de Educação Midiática, no Rio de Janeiro.

O diretor também anunciou a Olimpíada Brasileira de Educação Midiática, em parceria com instituições de ensino superior e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para mobilizar 400 mil estudantes de todo o Brasil. Segundo ele, serão alunos de escolas públicas e privadas.

“A Olimpíada nada mais é do que uma grande chamada de mobilização das escolas, dos estudantes, dos professores, do sistema de ensino para discutir o tema da educação midiática. A gente precisa trabalhar a educação midiática para que os estudantes tenham consciência da construção dos algoritmos, das plataformas, saibam checar a informação, entender qual é a fonte, não cair em desinformação, não multiplicar essa desinformação. É fundamental trabalhar todo esse letramento digital para a consciência crítica e cidadã dos estudantes”, disse Meirelles.

Fonte: Agência Brasil

TSE pune parlamentares que associaram Lula ao satanismo nas eleições


Senadores e deputados são multados em R$ 30 mil


O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (foto) decidiu nesta quinta-feira (23), em Brasília, multar senadores e deputados em R$ 30 mil por terem feito publicações nas redes sociais associando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao satanismo durante a campanha eleitoral de 2022. 

Por unanimidade, os ministros consideraram ter havido propaganda eleitoral negativa contra candidato, o que é vedado pela legislação eleitoral. Os parlamentares compartilharam um vídeo em que o influenciador Victor Stavale, autodenominado satanista, diz ser apoiador de Lula. 

Nas postagens, foram feitos comentários segundo os quais os apoiadores de Lula seriam ligados ao satanismo, enquanto que os apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição, seriam ligados ao cristianismo e ao bem. 

Foram multados os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Carla Zambelli (PL-SP), assim como os senadores Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). 

Em comum, a defesa dos parlamentares alegou que eles apenas compartilharam a postagem de Stavale, que se apresenta publicamente como satanista. Os advogados argumentaram que não seria possível supor que o influenciador mentia ao se dizer apoiador de Lula. 

Para os ministros, porém, independentemente da veracidade ou não das declarações de Stavale, os parlamentares agiram com dolo (intenção) ao tentar fazer uma falsa associação entre Lula e seus apoiadores com o satanismo. 

Condenação

Por 5 a 2, a maioria dos ministros também condenou o próprio Scavale e outros dois influenciadores - Bárbara Zambaldi e Leandro Ruschel - a pagar R$ 5 mil em multa, também por propaganda eleitoral negativa.

Para a corrente vencedora, o vídeo do influenciador foi uma “armação”, uma vez que, antes de publicá-lo, ele já havia se posicionado contrário à candidatura de Lula, e teria declarado o falso apoio unicamente para comprometer o candidato. 

“O satanista, antes dessa postagem única, já tinha várias postagens e uma entrevista declarando claramente a sua antipatia à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o presidente do TSE, ministro Alexandre de Mores.

“É uma série de coincidências atávicas, que leva à conclusão de que é óbvio que foi uma armação”, complementou ele, que chamou a estratégia de “lavagem de fake news”. 

Votação

Além de Moraes e Cármen Lúcia, votaram nesse sentido os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Ficaram vencidos no ponto os ministros Raúl Araújo, relator, e Isabel Galotti, para quem o vídeo seria verídico e, portanto, não teria havido violação à legislação eleitoral. 

Em sustentação oral, o advogado Victor Hugo dos Santos Pereira, que representa o deputado Gustavo Gayer, argumentou que “não houve fatos invertidos ou descontextualizados, mas única e exclusivamente o compartilhamento de um vídeo real”. Todas as demais defesas negaram o dolo ao publicar o vídeo. 

As publicações em questão já haviam sido todas removidas das plataformas de redes sociais na época da própria campanha, por força de liminar do TSE.

Fonte: Agência Brasil

APUCARANA: Diagnóstico na Cocap vai nortear projeto nacional de empreendedorismo na reciclagem


Um dos passos iniciais de um projeto nacional de empreendedorismo voltado a cooperativas de reciclagem foi dado nesta quinta-feira (23/05) em Apucarana.  A Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap) foi escolhida para a realização de um diagnóstico, que será replicado em outros estados.

Nos próximos dois dias, o diagnóstico será feito por técnicos da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), órgão com sede em Brasília, e da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, sediada em Londrina.

O prefeito Junior da Femac esteve presente na abertura das atividades e conversou com os cooperados e equipe responsável pelo levantamento. “Este é um trabalho que está sendo feito pela primeira vez no Brasil. Deste diagnóstico surgirão ideias e caminhos, por isso participem ativamente das dinâmicas e tirem as dúvidas. Vocês, reunidos numa cooperativa, são donos deste negócio e foram selecionados para esta ação pioneira”, disse Junior da Femac, dirigindo-se aos cooperados.

Junior da Femac aproveitou também para repassar aos técnicos diversas informações sobre as parcerias entre o Município e a Cocap. “Há um diálogo permanente entre a Prefeitura e a Cocap, bem como as ações realizadas em conjunto como o Programa Feira Verde que em dois anos recolheu 504 toneladas de reciclável em troca de hortifruti e atendeu 43 mil famílias”, afirma Junior da Femac, que estava acompanhado pelos secretários municipais de Agricultura, Gérson Canuto, e de Meio Ambiente, Sérgio Bobig.

Vanessa Alves de Souza, sócio-proprietária da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, afirma que o diagnóstico é um evento teste para o Programa Negócios Coop, desenvolvido pelo Sistema OCB. “Escolhemos a Copap pela proximidade, pois nossa empresa está sediada em Londrina, e pelo trabalho de mais de sete anos que a MAPA já realiza junto a Cocap”, afirma Vanessa, acrescentando que a parceria já ajudou a viabilizar recursos para melhorias na estrutura da cooperativa e aquisição de equipamentos.

Daiana Rodrigues e Luana Mendonça, analistas de negócios do Sistema OCB, afirmam que o Programa Negócios Coop já desenvolve projetos na agricultura familiar, extrativismo e artesanato. “Agora estamos começando com as cooperativas de reciclagem, inicialmente pelo Distrito Federal e Goiás, e depois a intenção é expandir para outros estados”, informa Daiana Rodrigues.

De acordo com ela, o diagnóstico aborda cinco pilares: organização do quadro social para empreender, produção, gestão, agregação de valor e mercado.  “Dará uma visão integrada para todos os cooperados sobre as principais dificuldades e oportunidades. É uma reflexão sobre o negócio e muitas vezes isso só é feito pelo corpo diretivo e os cooperados não participam desta avaliação. Este trabalho envolve exercício de imersão, de aprofundamento, conscientização, reflexão e priorização de ações”, pontua a analista de negócios do Sistema OCB.

Diane Gonzaga, analista ambiental da MAPA.SA Consultoria Socioambiental, ressalta que – antes mesmo de ocorrer em outros estados – a Cocap de Apucarana já terá em mãos um diagnóstico e um plano de ação. “O diagnóstico vai apontar como está o aspecto contábil, a gestão, o marketing e a comercialização, entre outros. Vai mostrar qual é o grau de maturidade da cooperativa, gerando um plano de ação que vai indicar os melhores caminhos”, explica a analista ambiental.

O administrador da Cocap, Antônio Roberto Nogueira, agradeceu por Apucarana ter sido escolhida para o projeto piloto. “É importante pois, primeiro, o diagnóstico será muito útil para a Cocap e também é uma grande alegria saber que este trabalho servirá de subsídio para uma iniciativa de alcance nacional”, assinala Nogueira.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

PF cumpre nove mandados de prisão por fraudes contra a Previdência


Essa é a segunda fase da Operação Metamorfose

Policiais federais cumprem, nesta quinta-feira (23), oito mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária contra suspeitos de cometerem fraudes contra a Previdência Social. Essa é a segunda fase da Operação Metamorfose, desencadeada em abril do ano passado, para cumprir 19 mandados de prisão preventiva contra acusados de receber benefícios previdenciários em nome de pessoas fictícias ou falecidas.

A ação de hoje, que também cumpre nove mandados de busca e apreensão, tem como alvos os suspeitos de liderarem a organização criminosa nos municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis e Mesquita, incluindo um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com a Polícia Federal (PF), o grupo criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões à Previdência Social, principalmente com pensão por morte e benefício de prestação continuada ao idoso hipossuficiente (BPC-LOAS).

“Com a 2ª fase da Operação Metamorfose, a Polícia Federal irá desestruturar qualquer possibilidade da organização criminosa permanecer atuando em prejuízo do INSS e seus aposentados e pensionistas, uma vez que as principais lideranças da quadrilha são alvos dos mandados judiciais em questão na deflagração de hoje, incluindo servidor da Autarquia Federal”, informou a PF, por meio de nota à imprensa.

As investigações mostraram que o grupo usava procuradores que se apresentavam, com documentos falsos, como representantes legais das pessoas já falecidas ou de pessoas que sequer existem. O valor era depositado em contas abertas por esses procuradores, que posteriormente realizavam saques com o cartão magnético.

Fonte: Agência Brasil

Justiça do Rio condena ex-PM e advogada por obstrução no caso Marielle

 Segundo a PF, Ferreirinha prestou depoimento falso em abril de 2018, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle


A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Rodrigo Jorge Pereira e a advogada Camila Nogueira a 4 anos e 6 meses de prisão por obstruírem as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A sentença, proferida pelo juiz Bruno Manfrenati, da 28ª Vara Criminal, permanece sob sigilo.


De acordo com a Polícia Federal (PF), Ferreirinha, como é conhecido o ex-PM, prestou depoimento falso em abril de 2018, um mês após o crime, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle. A advogada Camila Nogueira teria orientado Ferreirinha na elaboração do falso depoimento. A PF concluiu que essa farsa atrasou a investigação em quase oito meses.


A defesa de Ferreirinha anunciou que recorreu da sentença e mantém a confiança na inocência de seu cliente. A advogada de Camila Nogueira não se pronunciou até o momento. A Polícia Federal ressaltou que o depoimento falso desviou a atenção da Divisão de Homicídios, comprometendo a identificação dos verdadeiros culpados pelo assassinato.


Em março deste ano, a PF indicou que o conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão, ambos sem partido, seriam os mandantes do crime. Os irmãos negam as acusações. Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019, acusados de executar o homicídio, e confessaram o crime, colaborando como delatores.


A ação penal contra Ferreirinha e Nogueira é resultado de uma investigação iniciada pela PF em novembro de 2018 e concluída em maio do ano seguinte, apontando ambos como responsáveis pela obstrução. Em março deste ano, a PF também indiciou os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do policial Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinhos DH, sob suspeita de sabotagem da investigação.


Em 2019, a PF afirmou que Ferreirinha acusou falsamente Orlando Curicica devido ao temor de ser assassinado pelo miliciano. A intenção seria provocar a transferência de Curicica para o sistema penitenciário federal, dificultando a emissão de ordens para matá-lo. Cinco anos depois, a PF reavaliou a situação, considerando que a ação de Ferreirinha foi incentivada por Marco Antônio e Giniton, a mando de Rivaldo, para proteger os verdadeiros autores e mandantes do crime.


Rodrigo Jorge Pereira está preso desde 2019, acusado de homicídio, e foi expulso da Polícia Militar em 2022. A Polícia Federal no Rio de Janeiro, através de sua assessoria de imprensa, declarou que o relatório final de 2019 já apontava irregularidades cometidas por Marquinho DH, e o contexto foi revisado quando a PF assumiu formalmente a investigação do homicídio.


Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo