quinta-feira, 23 de maio de 2024

Delegado preso no caso Marielle escreve bilhete e pede a Moraes ‘pelo amor de Deus’ para ser ouvido

 Ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa fez uma ‘súplica’ ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa fez uma “súplica” ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pediu em um bilhete para ser ouvido “pelo amor de Deus” pela Polícia Federal. O delegado está preso desde o dia 24 de março sob a acusação de ter planejado o homicídio da vereadora Marielle Franco e atuado para proteger os mandantes do crime.


“Ao Exmo. Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu Barbosa em um bilhete entregue ao oficial de justiça que o notificou dentro da Penitenciária Federal de Brasília.

O bilhete escrito pelo delegado Rivaldo Barbosa ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — Foto: Reprodução



Há cerca de um mês, Barbosa já havia pedido a Moraes para prestar depoimento à Polícia Federal. Na ocasião, em petição ao STF, ele afirmou que ainda não foi ouvido pelos investigadores, mesmo com ordem judicial.



Além do delegado, foram alvos dos mandados de prisão preventiva cumpridos em 24 de março o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). No último dia 10, eles foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Todos os envolvidos negam os crimes.


O delegado pediu também ao STF que seja ouvida sua mulher. Para a PF, ela teria utilizado empresas de fachada com o intuito de supostamente lavar  dinheiro, atuado como “testa de ferro” de Barbosa.


Os advogados Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane enviaram a Corte documentos e afirmaram não haver “qualquer lastro probatório ou ao menos indiciário” no sentido de que tenha havido práticas ilícitas na prestação dos serviços realizados pelas empresas de Erika, tampouco que sua evolução patrimonial tenha relação com rendas ilegais.


Disputa imobiliária


Em um acordo de delação premiada firmado com a PF e a Procuradoria-Geral da República, o ex-policial militar Ronnie Lessa relatou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, então vereador do Rio, demonstrou “descontrolada reação” à atuação de Marielle para “apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016”. 



Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio inteiro na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.



Nos depoimentos, Lessa ainda relatou que Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis pela empreitada criminosa. 


Na denúncia apresentada, a PGR afirma que “a ordem para executar os homicídios foi dada por Domingos e Chiquinho” e que os dois defendiam os interesses de milícias “junto às instituições de Estado”. Os irmãos também foram denunciados por organização criminosa.


O documento aponta que os Brazão informaram sobre o plano de matar a parlamentar a Rivaldo, que teria usado sua autoridade como chefe de Polícia Civil “para oferecer a garantia necessária aos autores intelectuais do crime de que todos permaneceriam impunes”. 



“Acrescente-se que Rivaldo ocupava, ao tempo do planejamento do crime, a função de diretor da Divisão de Homicídios, tendo sido empossado, no dia imediatamente anterior às execuções, como chefe de Polícia Civil. Por isso, o seu aval era parte indispensável do plano elaborado pelos irmãos Brazão. Ele detinha o controle dos meios necessários para garantir a impunidade do crime”, escreve o vice-procurador-geral da República Hindenburgo Chateubriand Filho, que assina a denúncia.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.


"Desinteligência natural": Zambelli pedirá suspeição de Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, do STF

 

Magistrados usaram as expressões 'desinteligência natural' e 'burrice' durante sessão que tornou a parlamentar ré por invasão do sistema do CNJ

Carla Zambelli
Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/EBC)

 A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) disse que irá solicitar a suspeição dos ministros Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), , após ele utilizarem as expressões "desinteligência natural" e "burrice" durante a sessão de terça-feira (21) que tornou tornou a parlamentar ré pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

"A postura relatada não corresponde àquilo que se espera de julgadores imparciais, de modo que entende estar caracterizada a suspeição dos ministros", afirmou Zambelli em nota, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

Na segunda-feira, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, levar a deputada federal e o hacker Walter Delgatti, conhecido como "Vermelho", ao banco dos réus. Eles serão julgados pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante seu voto, a ministra Cármen Lúcia mencionou "desinteligência natural".

"Começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que atuam criminosamente, além de tudo sem qualquer tracinho de inteligência", disse Cármen Lúcia. "Vossa Excelência, sempre muito educada, disse 'desinteligência natural'. Eu diria 'burrice' mesmo, natural", acrescentou Moraes.

Caso a alegação de Zambelli seja aceita e os ministros sejam considerados suspeitos, eles serão impedidos de julgar o processo criminal contra a deputada federal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti após a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a invasão ao sistema do CNJ. Segundo os investigadores, o ataque hacker tinha como objetivo descredibilizar o Poder Judiciário. Entre os documentos apreendidos pela PF, estava um mandado falso em que Moraes determinava e assinava a própria prisão.

As investigações levaram à apreensão de documentos com Zambelli que correspondem aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ, evidenciando, de acordo com a PF, o envolvimento da parlamentar no caso.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Não há dinheiro em Portugal para indenizar o Brasil por crimes do período colonial, dizem analistas

 

Estimativas apontam que, ao longo de séculos, Portugal levou do Brasil riquezas estimadas em US$ 100 trilhões

(Foto: Canva)

Sputnik - Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, especialistas analisaram a fala do presidente português sobre reparação às ex-colônias e afirmam que o ouro retirado do Brasil paradoxalmente se converteu em uma maldição para Portugal, impedindo a industrialização do país.

Em abril, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que seu país "assume total responsabilidade" pelos erros cometidos no período colonial, incluindo massacres, e sugeriu reparação às ex-colônias.

"Temos que pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", disse Rebelo em um evento com jornalistas estrangeiros.

A fala teve forte repercussão em Portugal e no Brasil. Já no dia 15 deste mês, o Parlamento português se posicionou sobre a declaração, contrariando o presidente e descartando qualquer possibilidade de indenização às ex-colônias.

"Não haverá um processo ou programa de ações específicas para indenizar outros países pelo passado colonial português. Mas quando for justo pedir desculpas, o faremos como no caso do Massacre de Wiriyamu", disse Paulo Rangel, ministro das Relações Exteriores de Portugal, em referência ao massacre perpetrado pelo exército colonialista português em Moçambique, no qual cerca de 400 civis foram mortos em 1972, durante a guerra de independência do país.

No Brasil, sobretudo nas redes sociais, a fala de Rebelo levou internautas a cobrar a devolução do ouro retirado do Brasil. Porém, essa possibilidade é nula, segundo aponta em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, Arminda Ludmila Deveza, portuguesa, escritora, mestre e doutoranda em direito público e evolução social na linha de direitos fundamentais e novos direitos pela Universidade Estácio de Sá, advogada e pós-graduada em direito do trabalho e processo do trabalho.

Ela destaca que ainda há certa dificuldade em Portugal de reconhecer os crimes cometidos durante a colonização, e essa dificuldade se dá por conta do orgulho português em relação ao passado do país como potência global.

"A gente tem que lembrar da história das Américas e da colonização. Durante mais de quatro séculos, pelo menos mais de 12 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força da África, principalmente por navios e comerciantes europeus, e foram vendidos como escravos. E Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia. Então, até agora, Portugal não conseguiu confrontar seu passado", afirma Deveza.

Ela explica que esse impasse ao confrontar o passado é fruto de dois fatores: primeiro, o orgulho que os portugueses têm de seu período como potência marítima; segundo, por falta de adaptação nas escolas, de forma a apresentar esse passado com a devida contextualização.

"Portugal tem uma história riquíssima de honra e glórias. Então o mundo, há muitos séculos, era praticamente português, já que Portugal foi pioneiro na expansão marítima, ampliou a influência e o poder político no mundo inteiro. Os portugueses foram os grandes navegadores e os grandes desbravadores dos mares. As grandes navegações e a era colonial portuguesa em Portugal ainda são vistas como fonte de orgulho. […] nós, portugueses, temos muito orgulho disso, do nosso passado", explica.

"O ensino em Portugal tem que ser revisto — a história, com relação aos fatos como eles realmente aconteceram. Então, a época da colonização tem que ser abordada de outra maneira. Não como algo heróico, mas tem que ser abordada com a contextualização da sua época, com uma leitura e interpretação do que, de fato, ocorreu."

Ela enfatiza que a fala de Marcelo Rebelo de Sousa sobre reparação, no entanto, é reflexo de uma tendência europeia de responsabilização pelos erros e crimes cometidos no passado, e que, por ser acadêmico e professor, o presidente está acompanhando essa tendência por ser um tema relevante e contemporâneo.

"Está acompanhando o que, recentemente, alguns países europeus já discutem. Eles fazem isso [reparação] […]. A França devolveu 26 objetos que tinham sido levados dentro de um contexto colonial de violência e dominação. Então, com essa investigação, a Alemanha também já devolveu objetos e artefatos que também foram furtados de Benin em 2022. Então existe, sim, um movimento dos líderes mundiais em buscar reparações, buscar responsabilizações. […] acredito que [a fala de Rebelo] tenha sido nesse contexto atual e contemporâneo."

Há dinheiro em Portugal para indenização? - Deveza afirma que não há dinheiro em Portugal para fazer a reparação ao Brasil e destaca que o produto interno bruto (PIB) português em 2023 foi de US$ 230 bilhões (cerca de R$ 1,1 trilhão). Ademais, ela sublinha que o ouro levado do Brasil Colônia para Portugal acabou se convertendo em "maldição".

"O que eu ouvi logo depois dessa fala dele [Rebelo], de algumas pessoas: Cadê o dinheiro? Cadê o ouro do Brasil? Vai devolver o nosso ouro? Então a gente também passou por uma outra questão. A reparação, a gente já pensa logo no dinheiro […], mas não tem ouro. Porque o ouro brasileiro acabou sendo utilizado para cobrir a dívida externa que Portugal tinha com o Reino Unido, porque firmou o famoso Tratado de Methuen em 1703, ou Tratado dos Panos", afirma.

"Portugal não cuidou da indústria, porque acabou cedendo o seu ouro de forma abundante em troca de mercadorias de luxo, que eram continuamente substituídas por outras. Então a abundância de ouro para alguns pesquisadores era uma maldição, porque impediu o processo de industrialização e modernização da economia portuguesa. Então, se não tem dinheiro, como seria feita essa reparação?", questiona.

Ao perguntar à Deveza se nesse contexto a fala do presidente acabou sendo um equívoco, já que não há dinheiro para ressarcimento, a pesquisadora discorda. Ela afirma que o objetivo do presidente português, ao reconhecer os erros do passado, é contribuir para que eles não se repitam.

"O reconhecimento desses erros do passado ajuda, e acaba contribuindo para que esse tipo de erro não se repita. Porque ele acaba dando exemplo para outros países que continuam a colonizar os outros. A gente ainda vê que alguns países europeus colonizam outros. Então ainda é uma coisa atual."

A escritora afirma que após a etapa do reconhecimento, vem a etapa da reconciliação, e destaca que ambas "são etapas muito fortes e muito difíceis, mas que precisam ser enfrentadas". "Até mesmo para termos uma sociedade mais justa, mais humana, mais igualitária."

Qual o valor do montante que Portugal levou do Brasil durante o período colonial? - Estimativas apontam que, ao longo de séculos, Portugal levou do Brasil riquezas estimadas em US$ 100 trilhões (cerca de R$ 515 trilhões). Porém, para o analista internacional Paulo Martires dos Santos, a quantia é muito maior.

"A quantificação de um valor para tamanha barbárie que decorreu durante 400 anos, no caso do Brasil, é inquantificável em termos de roubo, que foi feito de riquezas naturais, de gentes, assassinatos em massa, extermínio em massa, liquidação do território e tudo mais. […] a realidade é que nunca ninguém, ao meu ver, conseguirá ter uma mínima ideia daquilo que é devido."

Ele afirma ainda que essa conta se refere apenas ao Brasil, mas que há várias outras ex-colônias portuguesas que também teriam cifras altíssimas em caso de reparação financeira. Nesse contexto, uma eventual indenização se torna ainda mais improvável.

"Não adianta monetizarmos as coisas. Não adianta nós dizermos que bem em valor, em pecúnia, em valor de dinheiro, vale XYZ", explica.

Questionado sobre o posicionamento do partido radical de direita Chega, que classificou a declaração de Rebelo como "traição", Santos afirma que a legenda faria de tudo para polemizar qualquer assunto.

"O Chega vai se servir de qualquer coisa para obter protagonismo, seja dizendo isso do Marcelo Rebelo de Sousa, seja dizendo isso da esquerda, da direita, de cima ou de baixo. Eles pegam aquilo que no momento surge como luz da ribalta para explorar o filão", explica.

"A mesma coisa com o [partido] Bloco de Esquerda. Tanto o Bloco de Esquerda como eles [Chega] têm uma coisa em comum: gostam de mídia. Gostam tanto que saltam, rejubilam quando há qualquer coisa que os faça brilhar, ainda que sem fundamento. De qualquer das formas, vozes de burro não chegam ao céu", afirma.

Sobre a forma que a declaração de Rebelo foi transmitida na mídia, Santos diz que, assim como todas as falas do presidente, foi recebida com impacto.

"Talvez a imprensa portuguesa não tenha conseguido tirar o positivo dessa observação, que era, sem dúvida alguma, puxar para a centralidade da discussão política algo que é devido, algo que é justo, algo que tem que ser discutido. Porque essa observação […] deve trazer a toda a gente a memória daquilo que se fez. Porque nessas escolas [portuguesas], na escola onde eu estudei, na escola onde todos os outros estudaram, apresentam-se os descobrimentos como uma aventura daqueles portugueses que saíram daqui, que pararam nas terras e descobriram o mundo por aí afora, dando ao mundo outros mundos. É uma coisa completamente insípida, desprovida daquilo que é o seu caráter criminoso, o seu caráter de completa degradação humana que aquilo tudo foi."

Entretanto, o especialista afirma que a discussão em torno da reparação deve ser pautada não pelo dinheiro, mas pela ajuda social que Portugal poderia prover ao Brasil e, também, pela reconciliação entre os países, de forma a superar o passado.

"Nós não podemos passar nenhuma borracha [no passado], nem podemos agarrar um saco de dinheiro e entregar para as ex-colônias e dizer: 'Pronto, está aqui tudo aquilo que nós tiramos e a partir daqui estamos arrumados [acertados].' Isso é impossível de se fazer. Isso não apaga nada. Porque aquilo que principalmente urge corrigir foram os atos danosos, sociais, culturais, econômicos que nós infligimos a essas colônias", explica.

"Isso não se recompõe apenas com dinheiro. Também se recompõe com dinheiro, mas com investimento. Com investimento em ajudá-los [ex-colônias], com investimento em financiá-los também, naquilo que se puder, com ajuda social, cultural. O desenvolvimento crítico do ser humano e a cooperação. A solidariedade entre esses povos é fundamental para conseguir […] minimizar aquilo que foi uma decisão e um erro histórico", conclui.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

 

Prefeitura de Porto Alegre drena primeiro enchente de região pouco habitada e ocupada por grandes empresas

 

Diretor do Dmae afirma que decisão é técnica: “não é por causa das empresas”

Sebastião Melo
Sebastião Melo (Foto: Leonardo Lucena)

 A Prefeitura de Porto Alegre e o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) instalaram as quatro primeiras bombas flutuantes emprestadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em zona pouco habitada, mas ocupada por empresas como Femsa Coca-Cola, Stok Center, Havan e Motormac Geradores, informa o jornal GZH. A decisão revoltou moradores do bairro Sarandi, já que as estruturas produzem um efeito local de drenagem e não melhorarão a situação nas regiões mais habitadas.

“Os abusos não acabam. O governo Melo está atendendo os prejuízos de apenas alguns, enquanto mais de 26 mil moradores seguem alagados. O Sarandi pede socorro!”, disse a deputada estadual Laura Sito (PT-RS) via rede social.

O bairro Sarandi tem uma região que é densamente povoada e é coberta pela Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) número 10. No entanto, a casa de bombas não está funcionando por conta do nível das águas, que impede o religamento das estruturas. Assim, a região com milhares de casas continuará submersa.

O diretor-geral do Dmae, Mauricio Loss, afirma que a decisão de atender primeiro a EBAP 9 foi tomada com base em questões técnicas. “Estamos aqui para beneficiar a população. A gente não tem como chegar na casa de bombas número 10 porque o dique está completamente tomado de casas. Temos de, primeiramente, partir da casa de bombas número 9 e colocar ela em funcionamento. Não é por causa das empresas. É por causa da casa de bombas que estamos ali. Não temos como colocar as bombas lá dentro (da Ebap 10) porque não temos para onde bombear”, explicou.

Protestos em outros bairros - Durante a última quarta-feira (22), moradores dos bairros Navegantes e Humaitá protestaram contra a inoperância da prefeitura no escoamento das águas da região, que permanecem na altura do telhado das casas. Eles alegam que seria possível instalar uma bomba no local para escoar a água através de canos que passariam pela Freeway, rodovia que passa próxima a região. No entanto, Loss afirmou que a abertura de comportas ajudaria mais do que a instalação de bombas.

O ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta (PT), foi ao local dos protestos acompanhado do prefeito Sebastião Melo (MDB). Pimenta afirmou que os moradores terão prioridade nas medidas de apoio implementadas pelo governo federal. Já Melo anunciou a abertura das comportas da região.

Fonte: Brasil 247 com informações do GZH

 

Petrobras paga 20 vezes mais dividendos em 2024

 A Petrobras distribuiu US$ 2,03 bilhões em dividendos no primeiro trimestre deste ano

(Foto: REUTERS/Sergio Moraes | REUTERS/Amanda Perobelli | Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Monique Lima, Conjur - A Petrobras (PETR4) pagou 20 vezes mais dividendos no primeiro trimestre de 2024, quando comparado com o mesmo período de 2023, mas não foi o suficiente para ficar com o primeiro lugar entre as maiores pagadoras da Bolsa brasileira. A petroleira ficou atrás de uma velha conhecida do investidor focado em proventos: a Vale (VALE3).

Segundo a 42ª edição do Índice Global de Dividendos elaborado pela gestora britânica Janus Henderson, divulgado nesta quinta-feira (23), a mineradora pagou US$ 2,48 bilhões aos seus acionistas entre janeiro e março deste ano, enquanto a Petrobras distribuiu US$ 2,03 bilhões.

Ambas as empresas aumentaram o volume distribuído nos primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2023, a Vale realizou um corte de pagamentos que custou o seu lugar no ranking das vinte maiores pagadoras do mundo. A distribuição entre janeiro e março do ano passado foi de US$ 1,8 bilhão, valor 37,8% inferior ao deste ano.

Já a Petrobras ficou com a base de comparação anual entre os trimestres prejudicada porque o levantamento considera distribuição zero nos primeiros três meses do ano passado, porque o valor distribuído era remanescente dos proventos de 2022. A gestora britânica classificou os pagamentos da estatal como “muito variáveis”, e mencionou a distribuição dos dividendos extraordinários no início deste ano. Para a casa, o volume irá diminuir nos próximos meses.

“No Brasil, a Petrobras paga dividendos em um cronograma tão variável que é impossível ajustar o impacto desses efeitos de calendário no total pago. Ela distribuiu 20 vezes mais no primeiro trimestre de 2024 do que no mesmo período de 2023, mas com base no que a empresa anunciou até agora, é provável que o primeiro semestre deste ano veja cerca de um quarto a menos pago aos acionistas”, diz o estudo.

Brasil com menor relevância global para dividendos - Nenhuma empresa brasileira entrou no ranking das 20 maiores pagadoras do mundo. A última vez que o Brasil teve uma posição de destaque foi em 2022, quando a Petrobras ficou no segundo lugar entre as maiores pagadoras de dividendos globais.

Por outro lado, os pagamentos totais no Brasil, excluindo a Petrobras, aumentaram em quase um quinto no primeiro trimestre de 2024. Ao todo, os dividendos somaram US$ 6,53 bilhões no primeiro semestre do ano.

Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) distribuíram em torno de US$ 700 milhões. Os demais nomes na lista aparecem com valores bastante menores. O caso do Bradesco foi outro que chamou a atenção da gestora. “O Banco Bradesco confundiu nosso quadro ao cortar o seu dividendo regular, mas acrescentando um grande dividendo especial. A nossa metodologia padrão para calcular o crescimento global e subjacente considera ambos os números bastante enganadores”, diz o relatório da gestora.

Maiores pagadoras de dividendos do Brasil no 1º tri de 2024:

Vale (VALE3): US$ 2.479.116.831,855

Petrobras (PETR4): US$ 2.030.667.215,617

Bradesco (BBDC4): US$ 736.279.341,249

Banco do Brasil (BBAS3): US$ 725.395.849,711

Suzano (SUZB3): US$ 314.755.610,287

Weg (WEGE3): US$ 128.197.527,571

B3 (B3SA3): US$ US$ 116.491.549,316

Fonte: 42ª edição do Índice Global de Dividendos da Janus Henderson

 

PT reúne todos os ex-presidentes do partido em encontro inédito

 

Almoço organizado por Gleisi Hoffmann contará com a presença de José Dirceu, José Genoíno, Ricardo Berzoini, Rui Falcão, Olívio Dutra e Tarso Genro

Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 O PT irá reunir, pela primeira vez, todos os ex-presidentes do partido em um encontro promovido pela atual presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto. O objetivo do encontro será discutir a conjuntura política nacional e internacional.

Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, o almoço, marcado para a próxima segunda-feira (27), contará com a presença de “José Dirceu, José Genoíno, Ricardo Berzoini e Rui Falcão. Já os gaúchos Olívio Dutra e Tarso Genro vão participar por videoconferência, devido à catástrofe do Rio Grande do Sul”.

Fonte: Brasil 247

Após fortes chuvas, águas voltam a avançar sobre bairros de Porto Alegre

 

Desligamento parcial de uma casa de bombas fez com que a situação se agravasse

Enchente em Porto Alegre
Enchente em Porto Alegre (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

 Fortes chuvas voltaram a atingir Porto Alegre e quase todo o estado do Rio Grande do Sul durante a madrugada desta quinta-feira (230. A alta precipitação fez com que as águas do Guaíba voltassem a subir pelos bueiros e bocas de lobo e invadissem bairros em que os moradores já haviam voltado para suas casas, como Cidade Baixa e Menino Deus. 

A situação foi agravada porque a Estação de Bombeamento de Água Pluvial (EBAP) 12, que drena a água da região, está operando com a capacidade reduzida. Equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) já estão no local para tentar recuperar o funcionamento total da casa de bombas.

No bairro Centro Histórico, ruas que já estavam secas voltaram a registrar alagamentos. O Mercado Público e a antiga sede da Prefeitura de Porto Alegre, locais em que o processo de limpeza estava iniciando, voltaram a registrar alagamentos. 

A atuação da gestão do prefeito Sebastião Melo (MDB) está sendo duramente criticada nas redes sociais pela falta de um plano de contingência. “É inaceitável que o Melo não consiga organizar planos de contingência para orientar corretamente a população! A chuva era prevista desde domingo, mas o prefeito quis contar com a sorte! É revoltante!”, escreveu o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) em suas redes sociais.

“Porto Alegre está ficando inundada rapidamente. A população vai precisar sair de suas casa novamente? Quantas horas a Prefeitura de Porto Alegre vai esperar para dar recomendações? Precisamos de um posicionamento”, escreveu a também deputada estadual Laura Sito (PT).

Fonte: Brasil 247

TSE decide que pode instaurar inquérito para apurar ameaça às eleições

 

Resolução dá ao TSE o poder de instaurar, de ofício, inquérito administrativo para elucidar fatos que possam representar risco à normalidade eleitoral no país

(Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)

Por maioria de votos, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou, nesta quinta-feira (23/5), uma resolução em que dá a si próprio o poder de instaurar, de ofício, inquérito administrativo para elucidar fatos que possam representar risco à normalidade eleitoral no país.

A medida aprovada atualiza a Resolução 23.338/2011 e reorganiza os serviços da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral.

O corregedor-geral Eleitoral agora pode instaurar no sistema eletrônico de informações (SEI) do tribunal, de ofício ou por provocação, procedimento administrativo para elucidar fatos que possam representar risco à normalidade eleitoral no país.

Nesse primeiro momento, há a possibilidade de solicitar esclarecimentos preliminares sem natureza de requisição. Se achar que será necessário abrir inquérito, ele deve encaminhar o pedido de conversão à presidência, a quem competirá a ordem.

A resolução prevê que esse procedimento conte com intimação da Procuradoria-Geral Eleitoral e que a presidência do TSE seja informada desde o princípio. Ainda exige que a abertura do inquérito seja levada a referendo imediato do Plenário.

A resolução foi apresentada pelo então corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, em maio de 2023. Em setembro, o ministro Raul Araújo divergiu. Nesta quinta, a ministra Cármen Lúcia trouxe uma proposta intermediária que acabou aprovada.

Não seria a primeira vez - O TSE já abriu inquéritos de ofício antes, mas de maneira excepcional e sem qualquer previsão no Regimento Interno — no caso do Supremo Tribunal Federal, em que inquéritos de ofício ainda estão em andamento, foi o Regimento Interno que abriu a brecha para essa medida.

No TSE, isso aconteceu em 2021, depois que Jair Bolsonaro fez uma live em que prometeu apresentar provas sobre a insegurança do sistema eleitoral brasileiro, mas limitou-se a ilações desmentidas em tempo real pelo TSE.

O então corregedor-geral eleitoral Luis Felipe Salomão propôs o inquérito por meio de uma portaria, aprovada pelo Plenário do TSE para apurar fatos que possam configurar crimes eleitorais relativos aos ataques contra o sistema eletrônico de votação e à legitimidade das eleições em 2022.

Em outras oportunidades, as investigações foram iniciadas por caminhos diferentes. Em agosto de 2021, o STF incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news a pedido da presidência do TSE, à época nas mãos de Luis Roberto Barroso, alvo preferencial do então presidente.

E quando Bolsonaro vazou uma investigação sigilosa referente ao ataque hacker sofrido pelo TSE durante uma de suas lives, coube à Polícia Federal iniciar as investigações, também à pedido da corte eleitoral.

Maior transparência - A diferença entre a proposta inicial de resolução para ampliar a atuação da corregedoria-geral eleitoral apresentada por Benedito Gonçalves e a aprovada nesta quinta está exatamente no poder conferir a quem exercer o cargo — atualmente, o ministro Raul Araújo.

A ideia inicial era que o próprio corregedor tivesse o poder de autuar e processar na classe “inquérito administrativo” do sistema eletrônico PJe essas investigações. Agora, a medida precisa passar pela presidência e ser referendada pelo Plenário.

“Com isso não temos a centralização única e com exclusividade nas mãos do corregedor, do conhecimento do que está se passando, no sentido de cumprir com os princípios da transparência e segurança jurídica”, disse Cármen Lúcia.

Ao acompanhá-la, o ministro Nunes Marques destacou que a tendência é que a instauração do inquérito de ofício seja replicada em todos os Tribunais Regionais Eleitorais brasileiros. “Isso exige uma certa supervisão, com o compartilhamento e a socialização dessas instaurações.”

Também formaram a maioria os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Alexandre de Moraes.

Fora das atribuições - Ficou vencido o ministro Raul Araújo, para quem a norma aprovada vai permitir ao corregedor atuação mais ampla e estranha aos limites das funções administrativas que lhe cabem, já que não há previsão legal para que a Corregedoria instaure tais investigações de ofício.

Primeiro porque o artigo 22 da Lei Complementar 64/1990 elege um amplo rol de atores que podem ajuizar ação para tratar de fatos que possam representar risco à normalidade eleitoral, como abuso de poder econômico e político ou uso indevido dos meios de comunicação.

A representação pode ser feita à Corregedoria por partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral. Não há previsão de atuação de ofício, em respeito ao princípio da inércia do Poder Judiciário.

Também não é possível creditar essa atuação ao poder de polícia que justificou diversos atos praticados pelo TSE durante a campanha eleitoral de 2022. A norma está no artigo 41 da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) e é destinada aos juízes responsáveis pela propaganda eleitoral.

Assim, a ampliação pretendida vai gerar “hipóteses frequentes de supressão de garantias inerentes ao devido processo legal e do sistema acusatório, com rompimento da inércia que assegura isenção do magistrado no processo judicial, maculando o próprio processo justo”, segundo o ministro.

Fonte: Brasil 247

 

Lula diz que "tendência é vetar" taxação de compras online internacionais (vídeo)

 

Presidente afirmou que ainda há espaço para negociação. Câmara adiou mais uma vez nesta quarta-feira a votação do projeto que pode estabelecer o novo imposto

Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)


Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que está disposto a negociar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a proposta que prevê a taxação de compras internacionais de até 50 dólares, ao mesmo tempo que disse que pode vetar a medida caso ela seja aprovada pelo Congresso.

Em entrevista a jornalistas antes da chegada do presidente do Benim, Patrice Talon, ao Palácio do Planalto, Lula disse que as pessoas que podem viajar desfrutam de isenções para compras no exterior e que não seria justo impor tarifas a pessoas mais pobres que compram o que ele chamou de "bugigangas" do exterior pela internet.

"Como é que você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo?", disse Lula aos jornalistas. "Nem sei se essas bugigangas competem com o que é produzido no Brasil, nem sei".

O presidente foi questionado se vetaria a taxação caso ela seja aprovada e, inicialmente sinalizou que sim, ao mesmo tempo que manifestou intenção de negociar o tema com a Câmara.

"A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar", disse. "Não tem nenhum encontro previsto (com Lira), mas se ele quiser conversar, eu depois do presidente do Benim estou à disposição".

Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados adiou a votação da proposta diante da falta de acordo sobre o tema.

Na conversa com os jornalistas, o presidente disse que essas compras internacionais, feitas principalmente em sites de varejistas chineses como Shein, Shopee e AliExpress, estão amplamente disseminadas e defendeu a negociação de um meio termo, em meio à reclamação de varejistas brasileiros que apontam uma concorrência desleal pela não taxação dessas compras.

"Ontem eu falei para o (vice-presidente Geraldo) Alckmin: 'a sua mulher compra, a minha mulher compra, a sua filha compra, a filha de todo mundo compra, a filha do Lira compra, todo mundo compra'", disse Lula.

"O que nós precisamos é tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros, mas tentar fazer uma coisa uniforme. Nós estamos dispostos a conversar e encontrar uma saída", assegurou.

Fonte: Brasil 247 com Reuters