Vista aérea de Porto Alegre. Foto: Ricardo Stuckert
Um levantamento realizado pela Escola de Comunicação Digital da FGV Rio, a pedido da coluna de Malu Gaspar, do Globo, revela uma mudança no debate em torno do desastre no Rio Grande do Sul e da solidariedade às vítimas. Agora, as discussões estão focadas na circulação de fake news e desinformação.
Analisando cerca de 8 milhões de tuítes, especialmente no X (antigo Twitter), observou-se um aumento expressivo na média diária de menções a termos relacionados ao assunto.
Entre os dias 1º e 6, essa média era de 10.825 tuítes por dia, enquanto entre os dias 7 e 10 saltou para 115.775 por dia, um aumento de dez vezes. Foram considerados conteúdos com termos como “fake news”, “notícias falsas”, “mentiras” e “desinformação”.
Nuvem de termos mais citados sobre as chuvas no RS no X (ex-Twitter) entre 1º e 15 de maio de 2024 — Foto: FGV ECMI
Os dados dos 200 grupos de debate político no WhatsApp monitorados pela FGV também confirmam essa tendência. O volume de mensagens contendo termos associados à desinformação aumentou 16 vezes na comparação entre os dois períodos pesquisados.
Vale destacar que enquanto os perfis oficiais do governo brasileiro e militantes buscavam desmascarar conteúdos enganosos, outros perfis, especialmente os da direita, propagavam narrativas que misturavam críticas à suposta inação do estado com falsas alegações sobre falta de atendimento. Isso provocou, em muitos casos, indignação contra as instituições envolvidas nos esforços de resgate no estado gaúcho.
O levantamento também elaborou uma nuvem de palavras, uma representação dos termos ou nomes mais citados pelas publicações sobre as chuvas no RS no X durante um período mais amplo, de 1º a 15 deste mês. O recurso facilita a identificação dos assuntos que protagonizam o debate tipicamente fragmentado das redes.
Os três temas mais citados foram fake news, Paulo Pimenta, então chefe da Secom e atual ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, e Pablo Marçal, coach bolsonarista apontado pelo governo Lula como responsável por iniciar a disseminação de fake news sobre o desastre gaúcho.
O ator Tony Ramos, de 75 anos, foi submetido a uma nova cirurgia neste domingo (19) no Hospital Samaritano Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, após apresentar novos hematomas intracranianos.
Segundo o boletim médico, o artista “encontra-se bem, acordado e respirando sem o auxílio de aparelhos”.
“O Hospital Samaritano Botafogo informa que o ator Tony Ramos foi submetido a uma nova cirurgia pelo Dr. Paulo Niemeyer, na data de hoje (19/05), após apresentar distúrbios de coagulação que resultaram na formação de novos hematomas intracranianos. O paciente encontra-se bem, acordado e respirando sem o auxílio de aparelhos”, informou o hospital.
Rio do Sul, em Santa Catarina, decreta situação de emergência após enchentes. Foto: SDC/Divulgação
As fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul agora atingem Santa Catarina. Segundo a Secretaria da Proteção e Defesa Civil (SDC) do estado catarinense, 20 municípios entraram em estado de alerta devido às inundações.
Em Rio do Sul, cidade mais atingida, a prefeitura decretou situação de emergência após o nível do Rio Itajaí-Açu atingir 9,06 metros. Em 48 horas, choveu 217 milímetros – mais da metade da chuva prevista para o mês.
Além de Rio do Sul, adotaram a medida as cidades de Passo de Torres, Sombrio, São João do Sul, Balneário Gaivota, Jacinto Machado, Maracajá e Araranguá.
Mais de 900 pessoas estão desabrigadas. Cinco abrigos foram abertos na cidade para atender a população.
As autoridades alertaram para o alto risco de deslizamentos e orientam os moradores a estarem atentos a sinais como rachaduras no solo e trincas em paredes. Nesse caso, a prefeitura recomenda a evacuação imediata do imóvel.
Outras regiões do estado catarinense, como o Meio-Oeste, Planalto Sul, Litoral Sul e Grande Florianópolis também tiveram chuvas intensas.
O governador de Santa Catarina, Jorgino Mello (PL), determinou a ativação do Centro Integrado de Operações da Defesa Civil estadual para monitorar o nível dos rios.
Municípios onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos nas eleições presidenciais de 2018 e 2022 tiveram mais mortes durante os picos da pandemia de Covid-19 no Brasil. As informações foram divulgadas em um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública nesta segunda-feira (20).
A pesquisa analisou a relação entre o excesso de mortalidade registrado em 2020 e 2021 e o percentual de votos obtido por Bolsonaro no primeiro turno desses pleitos.
Na crise sanitária, o ex-chefe de estado brasileiro contrariou as recomendações de autoridades de saúde e se opôs a medidas de isolamento social e uso de máscaras. O trabalho identificou que cada aumento de 1% nos votos municipais para Bolsonaro em 2018 e 2022 esteve associado a uma alta de 0,48% a 0,64%, respectivamente, no excesso de mortes dos municípios durante os picos da pandemia.
“Houve uma fidelidade enorme no eleitorado. Um núcleo de eleitores continuou a votar nele. A expectativa era que ele seria penalizado eleitoralmente, que a rejeição aumentasse. Isso não ocorreu”, explica Everton Lima, docente e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Lima, um dos autores do estudo, disse que a pesquisa mostra uma associação entre um maior excesso de mortes e mais votos em Bolsonaro, não uma relação de causa e efeito.
Segundo o pesquisador, não é possível dizer que as pessoas que se opunham ao uso de máscaras e ao isolamento social votaram em Bolsonaro porque ele empunhava essas bandeiras. Tampouco concluir que elas se identificavam com o então mandatário e, por isso, adotaram esses comportamentos. Já a descrença nos impactos da pandemia, a resistência ao uso de máscaras e a demora na implementação de uma campanha de imunização podem explicar essa associação, apontou o trabalho.
Mesmo assim, os dados podem refletir, por exemplo, medidas de saúde inadequadas implementadas por governos municipais onde Bolsonaro obteve mais votos.
Jair Bolsonaro segura uma caixa de cloroquina do lado de fora do Palácio da Alvorada
Vale destacar que o estudo teve colaboração ainda de Lilia da Costa, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Rafael Souza, Cleiton Rocha e Maria Ichihara, todos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Voto ideológico
Os autores utilizaram os resultados do primeiro turno das eleições para capturar melhor o voto ideológico. O excesso de mortalidade compara a média mensal de mortes entre 2015 e 2019 com o número de mortes durante os picos da pandemia.
“É um termômetro para dizer que está acontecendo algo diferente”. De acordo com a pesquisa, a oposição a Bolsonaro, representada pelos votos no PT, mostrou uma correlação negativa com o excesso de mortalidade nos municípios, ou seja, quanto maior o percentual de votos verificado nos candidatos petistas, menor foi o número de mortes.
“Há uma fidelidade até certo ponto cega”, diz Lima. “Estamos polarizados em um nível político que é o nós contra eles. Você acaba sendo alimentado por informações de dentro do seu grupo. Não conversa com o outro lado.”
Fonte: DCM com informações divulgadas em um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública nesta segunda-feira (20).
Com a implementação de programas sociais,
o estado deu um salto nas últimas duas décadas, saindo da categoria de baixo
desenvolvimento humano para a de alto, segundo o IDH
O Piauí, que sedia
nesta semana discussões internacionais para o combate à fome e à pobreza no
mundo, viveu um período de profunda transformação social nas últimas duas
décadas, impulsionada por programas sociais como o Bolsa Família, que completou
20 anos em 2023. É o que mostra o estudo “Mapeamento dos índices de
desenvolvimento social”, desenvolvido pelo pesquisador Antônio Claret. A
pesquisa será lançada na íntegra nesta segunda (21), em Teresina (PI).
“É uma combinação de fatores e de políticas que tiveram um
papel muito relevante no estado, na indução desses processos. A atuação de
múltiplos atores: atores sociais, atores empresariais. Os investimentos que
foram feitos no estado, o objetivo do estudo é mostrar quais foram as políticas
públicas que nós podemos citar como políticas públicas de sucesso nesse
período”.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, que mede o
bem-estar da população, passou de 0,48 em 2000 para 0,71 em 2020, um
crescimento de 48%. Esse avanço coloca o Piauí na faixa de desenvolvimento
humano "alto", segundo a classificação do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD). A pesquisa tem origem em um processo de
cooperação internacional entre o estado do Piauí, por meio da Secretaria de
Planejamento (Seplan), e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD). “A perspectiva é mostrar aos outros países os avanços que nós tivemos
no Piauí para que as políticas públicas de sucesso, que foram adotadas no
Brasil e no estado, possam servir de referência para outros países no mundo, em
patamares semelhantes de desenvolvimento humano”, explica Claret.
Renda: crescimento e
redução da desigualdade - O
crescimento do PIB, a participação do estado no PIB nacional e a redução da
desigualdade de renda foram fatores determinantes para o aumento do IDH. A
renda média do piauiense, medida pelo PIB per capita, cresceu 64% entre 2002 e
2022, enquanto a diferença entre a média nacional e a do estado diminuiu
significativamente.
Claret explica que ocorreu no período a universalização de
programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, em todo o país, o
que foi determinante também no estado: “Nesses 25 anos, o aumento da cobertura
de programas como o Benefício de Prestação Continuada e do Bolsa Família foi
importante para esse processo de enfrentamento da pobreza e de avanço do
desenvolvimento humano”.
Guaribas (PI), município que em 2003 foi o primeiro do
Brasil a receber o Fome Zero, iniciativa que abarcava uma série de políticas
públicas, é um exemplo emblemático do impacto positivo dessas iniciativas. O
Índice de Gini, que mede a concentração de renda, caiu de 0,61 em 2010 para
0,52 em 2021, indicando uma distribuição mais justa da riqueza. A pobreza
também recuou consideravelmente: o percentual da população em situação de
pobreza e extrema pobreza caiu 70% entre 2000 e 2013.
Educação: avanços em todos os níveis - O Piauí também obteve resultados expressivos na área da
educação. O analfabetismo caiu pela metade entre 2000 e 2021, enquanto a taxa
de conclusão do ensino fundamental pela população adulta mais que dobrou. O
estado lidera o ranking nacional de crianças na escola desde 2019, com 97% das
crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola.
O desempenho dos estudantes também melhorou
consideravelmente. O Piauí ultrapassou a média da região Nordeste nos anos
iniciais do ensino fundamental e está acima das projeções do Ministério da
Educação. Nos anos finais do ensino fundamental, a nota geral do estado também
supera a média regional e acompanha as projeções oficiais.
Saúde: progresso com desafios - A expectativa de vida no Piauí cresceu seis anos
entre 2000 e 2010, mas ficou estagnada nos anos seguintes. Com a pandemia de
Covid-19, o indicador recuou 2,5 anos. A mortalidade infantil apresentou uma
queda significativa de 58% entre 2000 e 2019. No entanto, a pandemia também
impactou este indicador, que subiu em 2020 e 2021. Claret aponta que a
estratégia de saúde da família, que leva a atenção básica e acompanhamento do
estado nutricional de vacinação e pré-natal das mulheres, foi uma política
revolucionária para o país no início dos anos 2000: “nós tínhamos já essa
política sendo implementada, mas a criação das unidades básicas de saúde. As
equipes multiprofissionais, baseadas em território, que fizeram a expansão
desse programa acontecer. Isso é um exemplo de política pública que dá e que
deu certo, que funcionou no nosso país e que a gente pode mostrar ao mundo como
um exemplo a ser seguido”.
Qual será o motivo de alguns serem bons
“puxadores” de votos de legenda e outros não?
Os votos de legenda podem significar mais
cadeiras conquistadas pelos partidos e mais uma chance para um candidato se
eleger. A quantidade desse tipo de sufrágio muitas vezes pode ser equiparada à
votação de vários candidatos ou até mesmo a de um bom “puxador” de votos. É
como se aquele partido concorresse com mais candidatos do que o permitido por
lei.
Por isso, é sempre bom estudarmos a
lógica envolvida em sua constituição.
Há partidos que estão sempre conquistando muitos votos dessa
categoria, outros quase nunca. – Qual será o motivo de alguns serem bons
“puxadores” de votos de legenda e outros não?
Pesquisando durante anos sobre esta questão, concluímos
que os partidos que disputam uma eleição tendo em sua chapa um dos principais
candidatos ao cargo majoritário, aquele que agrega a maioria dos partidos em
torno de sua candidatura, são geralmente campeões em votos de legenda. Vejam o
quadro abaixo.
O gráfico nos mostra os partidos e as vagas conquistadas até
agora por votos de legenda em todas as eleições para vereador realizadas nesta
primeira quarta parte (2004-2020) do século XXI. Embora não exista fração de
vagas na Câmara, não desprezei os décimos porque neste caso eles significam
sobras de votos que podem ser importantes na conquista de mais uma vaga para o
partido na fase dos cálculos das médias.
Em 2004, os votos de legenda deram quatro vagas ao PSDB,
provavelmente, também quatro vagas (3,78) para o PT e uma para o PP (1,17).
Naquela ocasião, o PSDB tinha José Serra como seu candidato a prefeito, e um
grande número de partidos em seu redor. O PT, concorreu com Marta Suplicy, que
conquistou uma votação próxima ao primeiro colocado e também tinha uma boa
coligação em torno de seu nome. O terceiro que recebeu mais votos de legenda, o
PP, concorreu com Paulo Maluf, um forte concorrente nas eleições paulistanas. A
soma dos votos de legenda somente dos três primeiros colocados, em 2004, ficou
em 80% do total geral desta modalidade.
Em 2008, os partidos dos três primeiros colocados, Gilberto
Kassab (DEM), Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), também somaram quase
80% do votos válidos na disputa proporcional. A lógica de aglutinar grande
quantidade de apoiadores em torno dos nomes principais também se repetiu
naquele ano. A mesma lógica foi observada nas eleições de 2012, 2016 e 2020.
Para ajudar as coisas a acontecerem dessa forma, temos a
ordem de votação das eleições que estabelece que primeiro se vota no vereador.
Como tudo indica que, na cabeça da maioria dos eleitores, o cargo de Prefeito é
mais importante do que o de Vereador, alguns eleitores já vêm para as urnas
pensando no número com o qual o seu candidato a Prefeito está concorrendo.
Dessa forma, quando esse eleitor digita os dois dígitos referentes ao número do
candidato majoritário e dá o enter, a urna eletrônica confirma o voto de
legenda para o partido do candidato a prefeito escolhido pelo eleitor.
Presidente do PT se une ao movimento para
evitar a extradição de Julian Assange aos Estados Unidos
Nesta segunda-feira,
um tribunal britânico pode tomar uma decisão final sobre a extradição de Julian
Assange, fundador do WikiLeaks, para os Estados Unidos, encerrando 13 anos de
batalhas legais e detenções. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT),
deputada Gleisi Hoffmann, fez uma declaração contundente em apoio a Assange,
criticando fortemente esta situação.
Hoffmann, em sua declaração, afirmou que "Assange
mereceria um prêmio e não prisão", destacando os graves fatos expostos
pelo fundador do WikiLeaks, incluindo as mentiras do governo estadunidense que
levaram às invasões do Iraque e do Afeganistão, a espionagem da CIA contra
empresas e líderes de outros países, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff e
a Petrobras. Segundo Hoffmann, "já são 14 anos de luta contra a vingança,
pela liberdade de imprensa e pelo direito à verdade". Ela reiterou que o
PT continuará apoiando Assange "até o fim da injustiça e da
perseguição".
O julgamento de Assange no Tribunal
Superior de Londres é crucial, podendo decidir se ele será extraditado para os
EUA, onde enfrenta 18 acusações sob a Lei de Espionagem. A equipe jurídica de
Assange argumenta que ele corre o risco de ser extraditado rapidamente após a
decisão, mas também existe a possibilidade de que ele seja libertado ou que o
caso se prolongue ainda mais. Stella Assange, esposa de Julian, afirmou que
"qualquer coisa pode acontecer neste estágio".
Desde 2010, Assange tem estado em várias formas de detenção,
incluindo sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres e, desde 2019,
na prisão de segurança máxima de Belmarsh. As autoridades americanas acusam
Assange de ações imprudentes que teriam prejudicado a segurança nacional e
colocado vidas em risco. No entanto, muitos apoiadores de Assange veem a
acusação como um ataque à liberdade de imprensa e uma retaliação por expor
crimes e práticas controversas dos EUA.
A declaração de Hoffmann alinha-se com a postura do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já expressou que Assange deveria ser
reconhecido por suas contribuições em vez de ser punido. Grupos de direitos
humanos, órgãos de mídia e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro
australiano Anthony Albanese, também pedem o arquivamento do caso contra
Assange.
Se o tribunal decidir a favor da extradição, os advogados de
Assange planejam apelar ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para bloquear a
deportação. Em contrapartida, se os juízes rejeitarem as submissões dos EUA,
Assange poderá apelar de sua extradição, o que poderia adiar o processo por
mais tempo. Em qualquer cenário, Stella Assange afirmou que continuará lutando
pela liberdade de seu marido, destacando a crueldade da situação e o risco de
suicídio que ele enfrenta.
A declaração de Hoffmann reflete uma visão amplamente
compartilhada por defensores da liberdade de imprensa e de direitos humanos,
que consideram o caso de Assange um marco na luta contra a repressão e pela
transparência governamental. A decisão do tribunal britânico é aguardada com
grande expectativa, podendo definir os rumos da vida de Assange e impactar
significativamente o debate sobre liberdade de expressão no contexto global.
É o primeiro passo a partir do qual o
foco deverá ser diecionado para os equipamentos públicos de saúde e educação
Especialistas destacam que, a
curto e médio prazo, o governo deve centrar seus esforços na construção de
moradias e na recuperação de rodovias e pontes, afetadas pelas enchentes. A
partir de então, o foco deverá ser direcionado aos equipamentos públicos
de saúde e educação. A opinião foi publicada no Painel da
Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (20).
Um dos entrevistados foi Luiz Afonso dos Santos Senna,
engenheiro e professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Segundo ele, “recuperar as redes de rodovias [regionais, estaduais e federais],
assim como pontes e cabeceiras, significa a ligação entre os territórios. É um
primeiro passo para recompor o sistema de circulação das pessoas e de
mercadorias", afirma
Senna estima que, a médio e longo prazo, o governo também deverá
se preocupar com as estradas que ficaram alagadas por vários dias, mas voltaram
a operar.
A arquiteta Clarice Misoczky de Oliveira, co-presidente da
IAB-RS (Instituto de Arquitetos do Brasil) e professora da UFRGS, também afirma
que a reconstrução do estado só será possível a partir da reabilitação das
rodovias.
Fonte: Brasil 247 com informações do Painel da Folha de S. Paulo
Depois de dizer que sua gestão não
investiu como deveria em prevenção de desastres em razão da "questão
fiscal", governador defende o "protagonismo" de seu governo na
reconstrução
Além de afirmar que
sua gestão não investiu como deveria em prevenção de desastres porque "o
governo vive outras agendas" e a pauta "que se impunha era a questão
fiscal", o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também
disse à Folha de S. Paulo que cabe à sua
administração liderar o processo de reconstrução do estado gaúcho, duramente
atingido por chuvas e enchentes históricas. "Por uma decisão que a
sociedade tomou, pelo voto popular. Então, o que o ministério que o presidente
Lula criou tem no nome, e entendo deva ser o que orienta a sua ação: é uma
secretaria extraordinária para apoio à reconstrução. Todo apoio é bem-vindo. O
apoio do setor privado, o apoio dos voluntários, o apoio das doações, o apoio
da sociedade civil de diversas formas, o apoio do governo federal é bastante
importante nesse processo".
De acordo com Leite, "o governo do estado tem um
protagonismo que não é por vaidade ou interesse pessoal do governador, é pelo
que o voto popular conferiu".
Ele ainda chamou o ministro Paulo Pimenta
(PT), nomeado chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio
Grande do Sul, de "preposto" de Lula. "O meu papel como
governador não é o de fazer análises políticas, é de resolver o problema. Para
resolver o problema, precisamos juntar as forças de todos, inclusive a do
governo federal. O presidente apresentou o seu preposto para esta missão de
apoiar a reconstrução, vamos trabalhar com ele, vamos juntar as forças para
poder atender a população".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
O documentário foi aclamado na noite
deste domingo durante sua exibição no Festival de Cannes
A Folha de S. Paulo virou piada nas redes sociais
nesta segunda-feira (20) ao cobrar "espaço para oposição" no
documentário feito sobre o presidente Lula (PT) pelo cineasta Oliver Stone. A
obra foi aclamada na noite deste domingo (19) durante sua exibição no Festival
de Cannes. Stone, conhecido por obras politizadas como "Platoon" e
"JFK", apresentou o filme destacando a trajetória única de Lula. “Ele
é um dos poucos líderes que veio da classe trabalhadora, que aprendeu a ler
tarde e que luta intensamente por suas opiniões”, afirmou o cineasta. Stone
expressou profunda admiração por Lula, mencionando que o documentário oferece
uma visão apaixonada e crítica sobre o presidente.
Nos comentários da publicação da Folha,
um internauta rebate: "uma pesquisa rápida no Google e vocês aprenderiam a
diferença entre reportagem e documentário". Outro provoca: "a
oposição que lute por espaço". Um usuário ainda lembrou do amplo
"espaço para oposição" na imprensa brasileira: "mas, Folha, o
espaço é grande, gigante, alguns falam até que é infinito. Para a oposição, o
que não falta é espaço: Folha, Estadão, CNN Brasil, Veja, GloboNews. Basta
querer e ir".
Aeronave bateu na montanha antes de cair
como resultado de condições climáticas severas e neblin
O presidente iraniano Ebrahim Raisi foi morto no
acidente de helicóptero de ontem. Relatórios dizem que o helicóptero atingiu a
montanha antes de cair como resultado de condições climáticas severas e
neblina. Confira as imagens:
Governador alterou 480 normas ambientais
em 2020. Enchentes já mataram mais de 150 pessoas no estado
O governador do Rio Grande do
Sul, Eduardo Leite, nega que a mudança em cerca de 480 normas ambientais
adotadas por ele em 2020 tenha relação com a crise climática vivida no estado e
com a tragédia que até agora matou 157 pessoas devido a enchentes. "Sobre
as 480 mudanças na legislação, na forma como se apresenta essa afirmação, ela
naturalmente tenta induzir de que o que nós estamos vivendo no Rio Grande do
Sul se relaciona a uma mudança legislativa de 2019, o que é absurdamente
equivocado, para dizer o mínimo".
Leite também afirma que não investiu mais recursos na
prevenção porque "o governo também vive outras agendas" e que a pauta
"que se impunha era a questão fiscal".
Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo e
publicada nesta segunda-feira, o governador gaúcho defende em tese os esforços
conjuntos com o governo federal, mas reivindica protagonismo próprio. "A
questão política em todo esse processo é o que mais me preocupa desde o início
dele. Porque a dimensão que tem essa tragédia exige uma coordenação de
esforços, um alinhamento entre forças políticas, empresariais, sociedade civil,
que é especialmente difícil nos tempos atuais, de polarização, de disputas, de
divisões, de redes sociais com opiniões para todos os lados, com força e
virulência tentando destruir reputações. Mas é o esforço pelo qual, entendo, a
gente deve canalizar aqui as nossas energias. Naturalmente, o governo do estado
tem um protagonismo que não é por vaidade ou interesse pessoal do governador, é
pelo que o voto popular conferiu".
Leite considera que cabe ao governo estadual liderar o
processo de reconstrução. Segundo sua opinião, esta liderança está relacionada
à "decisão que a sociedade tomou, pelo voto popular."
Leite diz que o ministério que o
presidente Lula criou "tem no nome, e entendo deva ser o que orienta a sua
ação: é uma secretaria extraordinária para apoio à reconstrução". Ele
dilui o apoio do governo Lula à reconstrução do estado: "Todo apoio é
bem-vindo. O apoio do setor privado, o apoio dos voluntários, o apoio das
doações, o apoio da sociedade civil de diversas formas, o apoio do governo
federal é bastante importante nesse processo".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo