terça-feira, 14 de maio de 2024

Mais de meio milhão de mortes por AVC podem ser associadas às temperaturas extremas

 

O número de pessoas que sofreram um AVC em 30 anos aumentou à medida que a população envelheceu; pesquisadores explicam que só o envelhecimento não explica o aumento de casos

CFM alerta sobre importância da prevenção do AVC
CFM alerta sobre importância da prevenção do AVC

Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Um estudo publicado na revista científica Neurology aponta que só em 2019 mais de meio milhão de pessoas morreram devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) associado a temperaturas extremas – muito calor ou muito frio, sendo o excesso de calor o principal responsável. Os resultados são mais um alerta sobre os perigos das mudanças climáticas na saúde da população e reforçam a necessidade de ações para mitigar os riscos.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram temperaturas e casos de AVC em 204 países entre 1990 e 2019. Eles observaram que o número de pessoas que sofreram um AVC nos 30 anos analisados aumentou à medida que a população envelheceu – o envelhecimento foi um fator-chave para o problema –, mas eles ressaltaram que o envelhecimento populacional não explica todo o aumento de casos: as “temperaturas não ideais”, muito quentes ou muito frias, fizeram a diferença. O estudo aponta que, em 2019, ocorreram 6,55 milhões de mortes devido ao AVC, segundo dados do Global Burden of Disease (GBD). Desse total, 521 mil mortes e 9,4 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade são atribuíveis ao AVC devido à temperatura não ideal.

É importante destacar que as temperaturas mais altas já estão acontecendo e sendo percebidas dia após dia. O ano passado foi considerado o mais quente da história e espera-se que as temperaturas continuem alcançando níveis cada vez mais altos. Neste ano, por exemplo, o observatório europeu Copernicus anunciou que o mês de março foi o mais quente já registrado na Terra, com a temperatura 1,58 oC acima da média da era pré-industrial, no século 19.

“Os resultados desse estudo são extremamente importantes porque destacam a relação entre as condições climáticas extremas e a incidência de AVC, uma conexão não tão enfatizada na prática clínica. Isso traz uma nova perspectiva, que pode influenciar a prevenção e a preparação para períodos de temperaturas extremas, visando reduzir o risco desses eventos. Tais informações podem surpreender alguns profissionais, especialmente aqueles em regiões onde as mudanças climáticas têm sido menos perceptíveis”, avalia a neurologista Gisele Sampaio, do Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com a médica, as altas temperaturas podem dificultar a capacidade do corpo de regular a sua temperatura interna (que é em torno de 36 oC), levando à desidratação e ao aumento na viscosidade do sangue, o que pode aumentar o risco de formação de coágulos. Além disso, explica a neurologista, o estresse térmico pode ocasionar alterações hemodinâmicas e inflamatórias, aumentando ainda mais o risco de AVC. “Há ainda algumas pesquisas que apontam os efeitos diretos das altas temperaturas sobre a pressão arterial e a função cardiovascular, ambos fatores de risco de AVC”, diz.

O estudo atesta ainda que, nesse momento, as mortes por AVC associadas a temperaturas extremas estão desproporcionalmente concentradas em partes do mundo com níveis mais elevados de pessoas que vivem na pobreza e onde os sistemas de saúde são frágeis, como na África. O AVC é uma das principais causas de morte e de incapacidade no mundo e tem um impacto importante em países de baixa e média renda, onde os sistemas de saúde muitas vezes não estão equipados para prevenir, diagnosticar ou tratar eficazmente essa condição.

“As regiões com maior pobreza e sistemas de saúde frágeis sofrem particularmente com as consequências de temperaturas extremas, o que pode exacerbar ainda mais a incidência e a gravidade dos casos de AVC”, diz

O trabalho aponta ainda que não é só o calor extremo que pode levar ao AVC, mas o frio extremo também. Segundo a médica do Einstein, isso acontece porque o frio leva ao aumento da pressão arterial e ao estreitamento dos vasos sanguíneos, além de induzir respostas inflamatórias que podem predispor a eventos cerebrovasculares. Além disso, o frio pode agravar condições cardíacas existentes, aumentando o risco de eventos cardíacos e vasculares cerebrais.

Esse não é o primeiro trabalho a apontar o impacto das temperaturas extremas na saúde cardiovascular. Outro estudo, publicado em 2022 na revista Nature, concluiu que as temperaturas extremas (frio e calor) foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina. O estudo “Salud Urbana em América Latina (Salurbal)” teve a participação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de São Paulo (USP), analisou mais de 15 milhões de óbitos e comparou-os com as temperaturas ambientais diárias nas cidades pesquisadas.

Uma das conclusões é de que as temperaturas extremas estavam relacionadas com a mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças, que são o grupo mais vulnerável. Segundo a pesquisa, em dias muito quentes, o aumento de 1 oC esteve relacionado ao aumento de 5,7% nas mortes. Ao mesmo tempo, cerca de 10% das mortes por infecções respiratórias foram atribuídas ao frio intenso.

A médica ressalta que, diante das evidências de que as mudanças climáticas estão afetando a saúde, as políticas de saúde pública devem incluir ações preventivas para o AVC focadas na mitigação das mudanças climáticas e na melhoria da resiliência das comunidades a extremos climáticos.

“Isso inclui melhorar a infraestrutura de saúde, aumentar a conscientização sobre os riscos associados às temperaturas extremas e desenvolver estratégias específicas para ajudar as populações vulneráveis a se adaptarem e responderem a essas condições”, completa. Além disso, ela explica que é crucial promover estilos de vida saudáveis e o controle rigoroso de fatores de risco modificáveis, como hipertensão e diabetes, e implementar programas de educação sobre os sinais de alerta e a importância da resposta rápida ao AVC.

Fonte: Brasil 247

Toffoli suspende ação que pedia prisão de Alexandre de Moraes

 Família de “patriota” preso pelo 8/1, que morreu na Papuda, havia feito uma queixa-crime contra o ministro

Ministro do STF, Dias Toffoli negou seguimento a uma representação que pede a prisão de Alexandre de Moraes, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. Protocolada pela família do “patriota” Clériston da Cunha, morto no presídio Papuda, a queixa-crime assinada pelo advogado Tiago Pavinatto atribuía a Moraes as práticas de abuso de autoridade, maus-tratos, tortura e prevaricação. Somadas, tais penas chegariam a 31 anos de prisão.


Conhecido como Clezão, Clériston foi detido durante o 8 de Janeiro e morreu aos 46 anos na Papuda após passar mal, em novembro de 2023. A peça protocolada pela família do empresário destacava um parecer da Procuradoria-Geral da República favorável à soltura dois meses antes do óbito, bem como laudos médicos que apontavam problemas de saúde. A manifestação da PGR não chegou a ser apreciada por Moraes, relator da ação dos atos antidemocráticos.


A queixa-crime protocolada pela família de Clezão apontava “omissão dolosa” por parte de Alexandre de Moraes. Ao analisar a peça, Dias Toffoli afirmou:


“O juízo hipotético que se realiza (se A tivesse acontecido, então B não teria acontecido) deve ser rigoroso, sob pena de se incorrer responsabilização criminal a partir de nexo causal especulativo. Ora, mesmo que tivesse sido apreciado o pedido de liberdade provisória, (1) não necessariamente teria sido revogada ou concedida a prisão domiciliar e, ainda, (2) não necessariamente teria sido evitado o falecimento de Cleriston”.


Outro ponto abordado por Pavinatto e contestado por Toffoli é o fato de a prisão de Cleriston não ter sido reavaliada após 90 dias, como determina o Código de Processo Penal (CPP). Ao analisar o tema, afirmou o ministro:


“Quanto à alegação de que a prisão não teria sido reavaliada no prazo de 90 dias, o Plenário desta Corte, nos autos do Suspensão de Liminar 1.395, firmou entendimento no sentido de que a falta de reavaliação da prisão preventiva, a cada 90 dias, nos termos do artigo 316, parágrafo único, do CPP, não gera direito à revogação automática da prisão preventiva.”


Ao negar seguimento à petição contra Moraes, Toffoli disse ainda que a petição era “amparada unicamente em ilações e acusações infundadas, com breves intersecções com a realidade e despida de fundamentação jurídica correlata aos fatos e provas”. E classificou a representação como “panfletária”.


Sigilo


O caso em questão não é o único no qual Dias Toffoli analisa pedidos feitos contra Alexandre de Moraes. Toffoli também é relator do episódio envolvendo o empresário Roberto Mantovani no aeroporto internacional de Roma, na Itália.


Moraes afirma que seu filho, Alexandre Barci, foi agredido pelo empresário. Mantovani nega e pede que as imagens da confusão, já repassadas pelas autoridades italianas ao STF, sejam liberadas ao público. Toffoli, porém, determinou que o vídeo fique sob sigilo.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

Governo federal já destinou mais de R$ 60 bilhões ao Rio Grande do Sul

 

O governo também anunciou pagamento unificado, no primeiro dia do cronograma, para todos os beneficiários do Bolsa Família e do Auxílio Gás, o que ajudará cerca de 583 mil famílias

Lula sobrevoa áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul
Lula sobrevoa áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Agência Gov – O Governo Federal já destinou mais de R$ 60 bilhões em resposta à catástrofe socioclimática causada pelos temporais no Rio Grande do Sul. Até a noite de domingo (12/5), nove em cada dez municípios gaúchos haviam sido afetados pelas chuvas mais fortes da história do Estado.

Segundo boletim da Defesa Civil Nacional, há 143 mortes confirmadas, 125 desaparecidos e 806 feridos no Estado. Estima-se que haja 81 mil pessoas em abrigos, 538 mil desalojados e mais de 2,1 milhões de afetados. Mais de 76 mil pessoas e 10 mil animais foram resgatados.

Na noite de sábado (11/5), o Governo Federal anunciou crédito extraordinário de R$ 12,2 bilhões, liberados pela Medida Provisória nº 1.218/2024. A verba custeará ações emergenciais no Estado de diferentes órgãos federais.

O recurso autorizado pela MP financiará ações da Defesa Civil e atendimentos de emergência da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional. Permitirá também repasse de R$ 72 milhões para alimentação, limpeza e reforma de escolas afetadas pelas enchentes e reconstrução de infraestrutura rodoviária, por exemplo.

A medida prevê também mais de R$ 861 milhões para apoio e assistência na saúde, com reposição de remédios perdidos em enchentes, atendimento em postos e hospitais e garantias para atividades de saúde digital.

O MP autoriza linhas ainda de crédito bilionárias que compõem o pacote econômico de R$ 50,9 bilhões anunciado pelo presidente Lula na quinta-feira, além de medidas de apoio à segurança alimentar, abrigo e serviços de saúde primária, especializada e epidemiológica. Viabiliza também parcelas extras do seguro-desemprego e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

“Eu estive lá duas vezes para dizer ao governador, ao povo gaúcho, ao povo brasileiro, que estamos 100% comprometidos com a ajuda ao Rio Grande do Sul. Não haverá falta de recursos para atender às necessidades”, afirmou Lula, em nota. “Nós temos que nos preparar porque a gente vai ter o tamanho da grandeza dos problemas quando a água baixar e quando os rios voltarem à normalidade.”

O pacote anunciado pelo presidente tem 12 medidas, que beneficiarão 3,5 milhões de pessoas. Entre elas, abono salarial com antecipação do cronograma de pagamentos para 705 mil trabalhadores com carteira assinada, medida com impacto de R$ 758 milhões.

Haverá também liberação de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego a quem já recebia o benefício antes da decretação de calamidade, medida que beneficiará cerca de 140 mil pessoas de maio a outubro. Cerca de 1,6 milhão de contribuintes da região também terão prioridade no pagamento da restituição do Imposto de Renda.

O governo federal também anunciou pagamento unificado, no primeiro dia do cronograma, para todos os beneficiários do Bolsa Família e do Auxílio Gás, o que ajudará cerca de 583 mil famílias. Fundos de estruturação de projetos para que bancos públicos apoiem e financiem redes de estruturadores de projetos de reconstrução de infraestrutura e reequilíbrio econômico receberão cerca de R$ 200 milhões para beneficiar o Estado e municípios.

Foi divulgada criação de força-tarefa para acelerar a análise de crédito para 14 municípios, além de aporte de R$ 4,5 bilhões em recursos do Fundo Garantidor de Operações. Isso permitirá concessão de garantias e estímulo ao crédito no total de R$ 30 bilhões para micro e pequenas empresas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Haverá ainda aporte de R$ 1 bilhão para concessão de desconto em juros de créditos garantidos pelo Pronampe.

Serão alocados outros R$ 500 milhões para concessão de garantias a partir do Fundo Garantidor de Investimentos para estimular micro, pequenas e médias empresas no Programa Emergencial de Acesso ao Crédito de até 5 bilhões. O presidente anunciou também prorrogação de ao menos três meses dos prazos de recolhimento de tributos federais e Simples Nacional a cerca de 203 mil empresas.

Medidas adicionais incluem dispensa de apresentação de certidão negativa de débito para empresas e produtores rurais nas contratações e renegociações de crédito com instituições financeiras públicas e R$ 1 bilhão para desconto de juros para empréstimos concedidos no Pronaf e no Pronamp até o limite de R$ 4 bilhões.

20 mil servidores

Até este domingo, mais de 20 mil servidores do governo federal atuam no RS. Além do resgate de pessoas e animais, trabalham em frentes como reestabelecimento de energia e telecomunicações, recuperação de estradas e estruturas, acolhimento e estruturação de abrigo, no atendimento em saúde e na garantia da segurança de instalações, entre outras.

Há apoio de mais de 5 mil equipamentos, como viaturas, embarcações, equipamentos de engenharia, hospitais de campanha, caminhões, tratores, escavadeiras, aeronaves, helicópteros, geradores e navios.

Outras ações incluem envio de kits emergenciais, insumos e medicamentos, como vacinas e insulina, que são repostos de forma imediata. Na semana passada, o RS recebeu 30 mil frascos de insulina, 287 mil canetas e 1,8 milhão de agulhas de aplicação.

Nesta segunda (13/5), está prevista a chegada a Porto Alegre de mais 43 mil frascos, 330 mil canetas e 1 milhão de agulhas.

Mais três hospitais de campanha serão montados no Estado, além dos dois já existentes. Dois serão instalados na capital gaúcha e um, na cidade de São Leopoldo.

Trabalhadores de mais 12 municípios do Estado já podem solicitar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade. O valor máximo para retirada é de R$ 6.220,00 por conta vinculada, limitado ao saldo da conta. Mais informações no site da Caixa Econômica Federal.

Já a Telebras enviou mais 14 maletas com antenas de internet via satélite, e outras oito chegarão nos próximos dias. A estatal também pretende instalar 390 antenas de pontos fixos de internet via satélite, em locais onde há energia elétrica.

Mais de 31 mil clientes tiveram a energia restabelecida no Estado no domingo. Ao todo, 269 mil clientes permanecem sem energia, principalmente por questões de segurança: em muitos pontos, a rede elétrica está submersa ou na área de atuação das forças de salvamento.

Também há cofinanciamento para desabrigados, em que o governo federal repassa para a assistência social de Estados e municípios R$ 20 mil a cada grupo de 50 pessoas desabrigadas e acolhidas pelo setor público. Os recursos podem ser usados para comprar alimentos, água, colchões, roupa de cama, cobertores, roupas, produtos de higiene e limpeza. Para ter acesso, o gestor da assistência social deve solicitar o cofinanciamento pelo e-mail: emergencianosuas@mds.gov.br .

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

 

 

Enchentes alagam 9 em cada 10 empresas do RS. Federação das indústrias fala em 'década perdida'

 

Empresas sofrem com alagamentos em locais de produção e problemas de logística devido ao fechamento de estradas e aeroporto

Ruas alagadas em Porto Alegre
Ruas alagadas em Porto Alegre (Foto: REUTERS/Renan Mattos)

 As enchentes no Rio Grande do Sul afetaram praticamente todas as empresas da região, que podem não se recuperar mais e causar o empobrecimento do estado, informa a Folha de São Paulo. A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande Sul (Fiergs) afirma que 91% das fábricas do estado estão debaixo d´água e prevê uma década perdida para a unidade da federação que representa 6% do PIB nacional.

A entidade também informou que os municípios atingidos pela catástrofe representam pelo menos 83% do recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), principal fonte de arrecadação do estado. Alguns espaços de produção das empresas foram alagados, enquanto outros sofrem com problemas de logística, já que boa parte das estradas estão fechadas e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está completamente inundado e sem previsão para a retomada das operações.

Algumas empresas sequer sabem o tamanho do prejuízo causado pelas inundações, já que o nível das águas permanece alto e ainda não permitiu o ingresso nas instalações afetadas. O presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech Olivera, afirmou em entrevista à Folha que a crise deve ter impacto na economia nacional e que terá uma reunião com o governo federal para apresentar uma série de demandas. Entre elas, está a suspensão de impostos das indústrias por três anos e financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) diretamente às empresas, sem bancos intermediários, com bom tempo de carência.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

MP pede ao TCU para investigar impacto do desmonte das leis ambientais do RS nas enchentes

 

Órgão cita ainda 25 projetos de lei e três PECs que o Observatório do Clima diz carregarem risco de “ampliação da destruição ambiental do país”

Tribunal de Contas da União (TCU)
Tribunal de Contas da União (TCU) (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

 O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou que o tribunal analise se o que ele descreveu como "desmonte" das legislações ambientais no Rio Grande do Sul pode ter sido o fator que impulsionou a tragédia enfrentada pelo estado após as fortes chuvas. As informações são da revista Veja.

“Legislações ambientais não podem ser afrouxadas em prol de supostos benefícios econômicos. De certo, as exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul estavam em alta devido às mudanças legislativas. Contudo, qual preço disso tudo?”, questiona Furtado, ao citar 25 projetos de lei e três PECs que o Observatório do Clima diz carregarem risco de “ampliação da destruição ambiental do país”.

O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul subiu para 147, ante 143 relatadas no dia anterior, com 127 pessoas ainda desaparecidas, disse a Defesa Civil do Estado em balanço nesta segunda-feira (13).

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

STF decide esta semana se aceita habeas corpus impetrado por advogado que não representa Bolsonaro para ele não ser preso

 Nunes Marques ressaltou que ‘não há nos autos qualquer manifestação de interesse ou ciência do paciente autorizando a defesa técnica apresentada pelo impetrante’

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a tomar uma decisão nesta semana sobre a aceitação ou rejeição de um pedido de habeas corpus apresentado pelo advogado Djalma Lacerda, que solicita um salvo-conduto para Jair Bolsonaro. O objetivo desse pedido é garantir que o Poder Judiciário impeça qualquer tentativa de prisão relacionada a uma suposta conspiração para um golpe de Estado. É importante ressaltar que Djalma Lacerda não é representante oficial do ex-presidente.


Bolsonaro está sendo investigado por suspeita de incitar um golpe de Estado, no contexto de um inquérito conduzido pelo STF que investiga os eventos ocorridos em 8 de janeiro. No entanto, até o momento não há acusações formais contra o ex-presidente, tampouco há um pedido de prisão.


O julgamento desse habeas corpus está em curso no plenário virtual desde o dia 10 de maio e tem prazo para ser concluído até a próxima sexta-feira. O ministro Nunes Marques é o relator do caso e já emitiu uma decisão liminar contrária ao pedido de habeas corpus. Agora, a posição de Marques precisa ser referendada pelo plenário da Corte.


No pedido de habeas corpus, Djalma argumentou que Bolsonaro está enfrentando “severas investigações conduzidas contra sua pessoa”.


Em sua decisão liminar negando o pedido, o ministro Marques destacou a ausência de manifestação oficial por parte de Bolsonaro e sua defesa em relação a esse pedido. Ele ressaltou que “não há nos autos qualquer manifestação de interesse ou ciência do paciente autorizando a defesa técnica apresentada pelo impetrante”.


Fonte: Agenda do Poder

Nível do Guaíba volta a subir, chega a 5,19m e pode bater novo recorde

 

Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) indica que o Guaíba pode ultrapassar o pico de 5,35m entre esta terça (14) e quarta-feira (15)

Área inundada ao redor da prefeitura de Porto Alegre (RS)
Área inundada ao redor da prefeitura de Porto Alegre (RS) (Foto: Diego Vara / Reuters)

 O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre (RS) infelizmente subiu novamente nesta madrugada de terça-feira (14) e pode quebrar recordes mais uma vez. Segundo informações da Agência Nacional de Saneamento Básico (ANA), a medição feita às 4h15 apontava 5,17 metros. Porém, de acordo com o portal GZH, às 5h15, a medicação no Cais Mauá já estava em 5,19 metros.

Saiba mais -  Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o nível do Guaíba, principal via fluvial que abastece a capital Porto Alegre, pode atingir um novo pico entre terça e quarta-feira. As cheias no Guaíba são consequência do escoamento da água do interior do estado. O nível do Lago Guaíba bateu a marca de 5 metros na tarde desta segunda-feira (13). Segundo o Centro Integrado de Coordenação de Serviços, o nível do Guaíba está em 5,01 metros.Hidrólogo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Leandro Casagrande avalia em declaração ao jornal O Globo que, após o impacto da segunda onda de chuvas e o pico do Guaíba, a altura da água deve começar a baixar a partir desta quarta, em um processo de esvaziamento que deve levar, pelo menos, de 20 a 30 dias.

Fonte: Brasil 247

 

Deputados de extrema direita e Jorginho Mello estão entre os políticos que mais amplificaram fake news sobre as enchentes

 

As postagens originais dessas fake news alcançaram 13,46 milhões de visualizações, segundo dados das plataformas

Jorginho Mello
Jorginho Mello (Foto: Reprodução)

Duas semanas após o início das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, autoridades e a sociedade civil enfrentam, além dos danos físicos, o desafio da desinformação. Conforme reportagem do jornal O Globo, pelo menos vinte notícias falsas circularam durante este período, sendo amplificadas por políticos e artistas, quase todos ligados à extrema direita. As postagens originais dessas fake news alcançaram 13,46 milhões de visualizações, segundo dados das plataformas.

Na última segunda-feira, na Câmara dos Deputados, sete deputados federais foram alvo de uma representação judicial movida pelo PSOL por propagação de fake news durante uma sessão na Casa. Entre os deputados citados estão Filipe Martins (PL-TO), Gilvan da Federal (PL-ES), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC), General Girão (PL-RN), Coronel Assis (União-MT) e Coronel Ulysses (União-AC). Letícia Capone, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, destacou que as fake news podem causar pânico, dificultar operações de resgate e colocar a segurança pública em risco.

Para combater a desinformação, o governo federal lançou no domingo uma campanha de conscientização. Na semana anterior, já havia solicitado que a Polícia Federal abrisse inquérito contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e o influenciador Pablo Marçal por suas publicações sobre as chuvas. Eduardo Bolsonaro afirmou que Lula só tomou providências quatro dias após o início das chuvas, apesar do governo ter reconhecido a calamidade e começado a destinar recursos três dias após as chuvas começarem. Cleitinho e Marçal alegaram que as doações ao estado não estavam chegando devido à falta de nota fiscal, informação desmentida pelo secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos.

Outros políticos também disseminaram informações falsas. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), declarou que caminhões estavam sendo multados, embora a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tenha negado essa informação um dia antes. O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) afirmou na Câmara que barcos e motos aquáticas estavam sendo parados para verificação de documentação, mas o coronel Douglas Soares, subcomandante geral da Brigada Militar, desmentiu a informação.

Uma das fake news mais divulgadas foi do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que afirmou que somente o Ministério da Saúde poderia repor medicamentos em falta no estado, destacando a insulina. A Anvisa já havia esclarecido que não há obstáculos para doações de medicamentos. Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) também fizeram alegações falsas sobre médicos impedidos de trabalhar e falta de vacinas no estado, ambas desmentidas por autoridades. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que não há desabastecimento de vacinas no Rio Grande do Sul.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal O Globo

Governo vai subsidiar arroz importado para estabilizar preço por causa das chuvas no Rio Grande do Sul

 

Governo pretende importar até 1 milhão de toneladas do produto, assegurando que o pacote de 5 quilos seja vendido por R$ 20 para o consumidor final

Brasil vai importar arroz para segurar preço
Brasil vai importar arroz para segurar preço (Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil )

O governo federal está implementando medidas para evitar aumentos significativos no preço do arroz, em meio às recentes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do cereal. Segundo o jornal O Globo, para garantir estabilidade nos preços, o governo pretende importar até 1 milhão de toneladas do produto, assegurando que o pacote de 5 quilos seja vendido por R$ 20 para o consumidor final. A estimativa é que será necessário um subsídio médio de R$ 5 por pacote para alcançar esse objetivo. Atualmente, os preços nos supermercados estão na faixa de R$ 29 para o mesmo volume.

“Na primeira fase, serão importadas 100 mil toneladas de arroz, descascado e empacotado de países do Mercosul, que têm vantagem de isenção tributária. A maior parte deve vir do Paraguai, que já é o maior vendedor de arroz ao Brasil”, destaca a reportagem. Outros mercados como Tailândia e Vietnã serão explorados para alcançar a meta de um milhão de toneladas.

O governo planeja lançar dois editais: um para a importação do produto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e outro para sua distribuição. A expectativa é de que o primeiro edital seja divulgado ainda nesta semana para iniciar os embarques na próxima. Grandes redes de supermercados, que já estão importando arroz de países como a Tailândia, não devem necessitar de apoio.

As inundações no Rio Grande do Sul vêm impactando não apenas a produção, mas também a logística de escoamento do cereal. Antes das chuvas, a previsão era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas no estado, com 78% da área já colhida. No entanto, as tempestades deixaram as lavouras submersas, inviabilizando as atividades agrícolas e dificultando o transporte do arroz.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

Anitta sofre boicote após anúncio de clipe sobre candomblé e desabafa: 'assustada"

 

“Ainda fico assustada com a falta de evolução do ser humano", diz ela

 

(Foto: Reprodução)

 O lançamento do videoclipe de Anitta intitulado “Aceita”, que indica elementos do Candomblé, foi recebido com comentário de intolerância religiosa e boicote nas redes sociais da cantora, que já perdeu 200 mil seguidores no Instagram.

“Ainda fico assustada com a falta de evolução do ser humano. Fico assustada com como o tempo está passando, e o ser humano está mais intolerante. Para essas pessoas que pararam de seguir ou que comentaram com repúdio, acho importante manter lá para as pessoas verem que existe [o preconceito]”, disse a cantora em uma live.

“Eu mostro a religião de todos os envolvidos na produção. O Gabriel do Borel, por exemplo, que é evangélico, tem a religião dele [no clipe]”, elucidou.

“Quem é meu fã sabe que sou do Candomblé por conta do meu pai, Mauro. Mas meu pai também tem suas coisinhas de Umbanda. Eu frequento de tudo… Xamanismo. Tenho uma playlist no Spotify só de música gospel, católica. Como todo mundo sabe, eu cantava na igreja quando era pequena, minha mãe é super católica. Eu ando na minha bolsa com um terço. Faço Constelação Familiar, faço Kundalini, Yoga. Acredito no Hinduísmo”, destacou.

Fonte: Brasil 247

 

Lula anuncia nesta terça-feira apoio direto do estado brasileiro às famílias atingidas pelas chuvas


“Quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas, para que as pessoas que perderam suas coisas, que precisam comprar algo, recebam um recurso da União”, disse ele

Reunião ministerial do governo Lula sobre crise no RS
Reunião ministerial do governo Lula sobre crise no RS (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Agência Gov – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta segunda-feira (13/5) que planeja anunciar medidas para pessoas físicas e visitar o estado novamente na quarta-feira (15). “Vamos nos preparar, porque eu quero anunciar uma série de medidas para as pessoas físicas, para que as pessoas que perderam suas coisas, que precisam comprar algo, recebam um recurso da União para que possam começar a repor parte daquilo que perderam”, afirmou.

Lula manteve reunião virtual com o governador Eduardo Leite (PSDB), que suspendeu participação presencial em Brasília após a volta das chuvas. Antes, o presidente afirmou ter adiado a viagem que faria ao Chile nos dias 17 e 18, devido ao fato de a situação do Rio Grande do Sul ser a prioridade do governo no próximo período,

Ainda nesta segunda, o presidente convocou reunião ministerial extraordinária para o final da tarde. O objetivo é discutir formas de ajudar mais o Rio Grande do Sul a lidar com os problemas decorrentes das fortes chuvas que atingiram o estado, como a questão da população que se encontra fora de suas residências, em abrigos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na reunião que o estado do Rio Grande do Sul vai poder suspender o pagamento de sua dívida pública com a União por três anos. Ao final deste período, de acordo com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, os juros que incidiriam sobre o estoque dessa dívida não serão cobrados.

Segundo ele, a medida vai gerar economia de R$ 11 bilhões, que poderão ser direcionados pelo governo gaúcho para investimentos na reconstrução da infraestrutura destruída pelos efeitos das chuvas que caem sobre a região desde o final de abril. Ao apresentar as medidas relacionadas à dívida do Rio Grande do Sul com a União, explicou que as ações foram discutidas com o governador do estado e sua equipe desde a última quinta-feira (9) e que elas fazem parte de um rol de muitas que ainda serão anunciadas em benefício da população gaúcha.

Operações

O Governo Federal coordena uma articulação que envolve 17 ministérios e mais de 26 mil pessoas para enfrentar a crise que afeta mais de 2 milhões de pessoas em 447 municípios do Rio Grande do Sul em função de chuvas que devastaram parte do estado. Além do salvamento de pessoas e animais, os profissionais atuam no restabelecimento de energia e de telecomunicações, na recuperação de estradas e estruturas, no acolhimento e na estruturação de abrigos para desalojados, no atendimento em saúde e na garantia da segurança de instalações.

Desde o início das operações de socorro à população atingida pelas fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, já foram realizadas mais de mil horas de voo. A informação foi divulgada durante a 9ª reunião da Sala de Situação nesta segunda-feira (13). O trabalho das equipes federais no estado segue sob a coordenação do comando Militar do Sul. Segundo a totalização deste domingo, as ações realizadas pelos militares de Exército, Marinha e Aeronáutica já resultaram no resgate de 66 mil pessoas e de oito mil animais domésticos.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

Um dos principais responsáveis pela crise, prefeito de Porto Alegre quer contratar consultoria dos EUA

 

Consultoria da Alvarez & Marsal para a recuperação da capital, duramente afetada pelas enchentes, envolverá o aconselhamento sobre gestão de recursos financeiros

Sebastião Melo
Sebastião Melo (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

 Apontado como um dos principais responsáveis pelas enchentes que já deixaram boa parte de Porto Alegre debaixo d'água, o prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou nesta segunda-feira (13) que sua gestão receberá consultoria da empresa estadunidense Alvarez & Marsal para a recuperação da cidade. Segundo o Sul21, "a parceria engloba a gestão de recursos financeiros, regularização das operações, estruturação do plano e a gestão do comitê de crise".

A empresa já prestou serviços de consultoria à gestão pública após o furacão Katrina, no estado de Louisiana, nos Estados Unidos, e após o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.

Segundo Melo, “um dos sócios dessa empresa é gaúcho, porto-alegrense. Ele se sensibilizou com o processo e nos procurou para ajudar”. Ainda de acordo com o prefeito, a Alvarez & Marsal “não vai cobrar nada” nos primeiros 60 dias de atuação. “No meio do caminho nós vamos estabelecer, se ela tiver que permanecer, vai ter custo”.

A Alvarez & Marsal é a mesma empresa que administrou o processo de recuperação de empresas envolvidas na Lava Jato e que depois contratou o ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que havia atuado nos processos. Os valores pagos a Moro não foram divulgados. O ex-juiz parcial, por sua vez, afirmou: "nunca prestei nenhum tipo de trabalho para empresas envolvidas na Lava Jato”.

Fonte: Brasil 247 com informações do Sul21