sexta-feira, 10 de maio de 2024

"Navio terá multa se não descarbonizar combustível", alerta Mercadante

 

O BNDES também está estudando uma forma de apoiar as empresas aéreas

 

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Foto: Divulgação)

Agência Brasil - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, chamou a atenção, nessa quinta-feira (9), sobre mudanças nos combustíveis para a navegação e a aviação. As regras são definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que vem adotando medidas com o objetivo de reduzir as emissões de carbono, num esforço para mitigar os efeitos do aquecimento global. De acordo com Mercadante, o país precisa estar preparado, e o BNDES vem se debruçando sobre a questão.

"A ONU é mandatária sobre navegação e espaço aéreo. No espaço aéreo, já estão dados a data e o volume do combustível renovável que terá que ser adotado a partir de 2027. Nós estamos financiando a produção de SAF, que é o combustível sustentável da aviação", disse Mercadante, durante apresentação do balanço financeiro do BNDES referente ao primeiro trimestre de 2024.

Em sua visão, a maior preocupação envolve, no entanto, a navegação marítima. "Cerca de 90% de todo o transporte de mercadorias do planeta são feitos por navios. Eles terão multas se não descarbonizarem o combustível. E temos um problema logístico para chegar, por exemplo, à China. Nosso navio demora muito mais tempo do que, por exemplo, o da Austrália. Com isso, podemos perder competitividade. E o BNDES está debruçado sobre isso", explicou.

Uma das ferramentas que o país possui para fomentar essa transição energética é o Fundo da Marinha Mercante, que existe desde 1958 e é voltado para promover o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria naval nacional. São vários gestores, mas o BNDES responde por 75%. Segundo Mercadante, por meio do fundo, estão em processo de contratação R$6,6 bilhões, envolvendo balsas, rebocadores, empurradores para transporte de grãos e minério, entre outras embarcações.

Apesar dos desafios, ele vê uma oportunidade. "No curto prazo, para adaptar os navios, a melhor resposta é o etanol e o metanol, dos quais o Brasil é o segundo maior produtor. Nós temos a produção de etanol mais evoluída, que é o de segunda geração. É o mais eficiente, o que mais descarboniza. Podemos entrar nesse mercado". O presidente do BNDES afirmou que, para atender à demanda, será preciso dobrar a produção de etanol no Brasil.

Subsídio à aviação

O BNDES também está estudando uma forma de apoiar as empresas aéreas, tendo em vista que o setor ainda sente os prejuízos acumulados ao longo da pandemia de covid-19, quando as medidas de distanciamento social reduziram drasticamente a locomoção das pessoas, incluindo o transporte para negócios e turismo. A alternativa que vem sendo discutida envolve o Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC). Ele conta com recursos de contribuições provenientes das atividades ligadas ao próprio setor. "Esse fundo poderia ser acionado como garantidor para que possamos operar e oferecer crédito. Temos uma discussão em andamento", diz Mercadante.

Segundo ele, as empresas vivem um bom momento. "Elas estão bem. O faturamento é crescente, os resultados são excelentes. Mas elas têm um passivo da pandemia. Os aviões ficaram no chão praticamente um ano e elas pagando leasing, tendo que manter equipes de profissionais, pagando taxas aeroportuárias. Foram custos muito pesados e as empresas sem faturamento. O Brasil não adotou nenhuma medida naquele período".

Mercadante também afirmou que, em diversos países, o setor recebeu apoio para suportar os prejuízos do período. "Depois da pandemia de covid-19, houve subsídios à aviação no mundo inteiro. Houve nos Estados Unidos, em quase todos os países europeus, na Índia e em outros. A China sempre fez isso. E é muito importante para um país do tamanho do Brasil ter o setor estruturado. A gente não chega em muitos locais importantes do território nacional se não tiver empresas que tenham uma visão sistêmica do país e que deem prioridade ao Brasil. A disposição do BNDES é contribuir para que essas empresas resolvam a situação".

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

 

Avião de Leila Pereira, do Palmeiras, levará ajuda e voltará do RS com animais resgatados

 

O número de animais que sofrem com os alagamentos revelam um cenário desolador.

Leila Pereira
Leila Pereira (Foto: Cesar Greco / Palmeiras)

 O avião de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, foi disponibilizado para levar mantimentos ao Rio Grande do Sul e agora voltará para São Paulo com animais resgatados que estão sem donos, em busca de um lar. 

De acordo com reportagem do UOL, uma parceria com ONGs e, juntos,farão eventos de adoção dos pets resgatados. Ela é entusiasta da causa animal e, com o marido, cuida de 16 cachorros.

O número de animais que sofrem com os alagamentos  revelam um cenário desolador. 9.819 foram resgatados até esta quinta-feira (9), segundo o governo do estado.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Porto Alegre: Guaíba chega ao menor nível desde sábado e fica abaixo da histórica enchente de 1941

 O nível do Rio Guaíba baixou para 4,74 metros, conforme medição realizada às 6h15 desta sexta-feira. No entanto, o nível da água permanece acima da cota de inundação

Enchente em Porto Alegre
Enchente em Porto Alegre (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

 O nível do Rio Guaíba em Porto Alegre baixou para 4,74 metros, conforme medição realizada às 6h15 desta sexta-feira pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá, relata o jornal O Globo. Esta é a primeira vez desde sábado (4) que o rio atinge esse patamar, ficando abaixo da marca recorde registrada na grande enchente de 1941, quando alcançou 4,76m.

No entanto, apesar da leve melhora, a cidade ainda enfrenta sérios problemas. O nível da água permanece significativamente acima da cota de inundação. Este cenário tem transformado a vida dos moradores em uma verdadeira batalha, com a maioria dos bairros enfrentando a falta de energia, internet, mantimentos e água potável. Como resultado, muitos têm buscado refúgio em áreas menos afetadas pelas chuvas, como as cidades litorâneas.

A prefeitura tem buscado soluções emergenciais, conseguindo religar algumas estações de tratamento de água desde terça-feira (7). O serviço foi retomado nas unidades São João e Menino de Deus, proporcionando um alívio parcial à população. No entanto, a cidade permanece sob alerta de "inundação severa".

As chuvas continuam a castigar o estado do Rio Grande do Sul, com um amplo sistema de baixa pressão atmosférica se deslocando do norte da Argentina para o sul do Uruguai. A formação de um ciclone extratropical tem contribuído para o aumento da instabilidade, resultando na passagem de uma frente fria pelo estado. As previsões indicam que as chuvas mais intensas se concentrarão no centro-norte e leste do RS, além do litoral norte e sul de Santa Catarina, durante o fim de semana. Estima-se que o volume de água ultrapasse os 100 milímetros nesse período. A condição climática adversa deve persistir até segunda-feira, quando a temperatura deve cair, podendo provocar geadas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

Projeto gratuito abre inscrições para fortalecer empreendedorismo feminino

 

O estado do Tocantins apresentou um crescimento de 5% de indústrias lideradas por mulheres, segundo o Perfil da Indústria 2022

Programa do CNI e Sebrae estimula empreendedorismo feminino
Programa do CNI e Sebrae estimula empreendedorismo feminino (Foto: Reprodução/CNI)

Agência CNI de Notícias - Como fortalecer o empreendedorismo feminino? Um bom exemplo é o projeto “Ela faz Indústria” que impulsiona o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres empreendedoras, líderes e gestoras da indústria tocantinense. Na quarta edição, a novidade é que a iniciativa está ligada ao Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Indústrias (Procompi), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), e está selecionando 25 participantes de Araguaína para capacitações e workshops, com subsídio de 75%.

O estado do Tocantins apresentou um crescimento de 5% de indústrias lideradas por mulheres, segundo o Perfil da Indústria 2022 (FIETO), mas tem apenas 25% de mulheres na base industrial. É por isso que inciativas de apoio à liderança feminina na indústria são tão importantes para o estado.

O objetivo do "Ela faz Indústria" é apoiar as lideranças na discussão de resgate de valores, no desenvolvimento de novas competências e no incentivo ao desempenho de excelência. Para participar é necessário ser proprietária, sócia ou administradora de empresa com atividade industrial em Araguaína (TO).

As inscrições vão ficar abertas enquanto houver vagas e podem ser feitas pelo formulário do programa. Na primeira etapa do projeto, nos dias 12 e 14 de junho, será realizada uma imersão presencial e mais de 25 horas de atendimento, com a abordagem nos seguintes tópicos:

  • Vendas e Geração de Receita;
  • Gestão e Liderança;
  • Planejamento - indicadores e metas;
  • Feedback e Delegação;
  • Recrutamento e Seleção;
  • Modelagem do negócio;
  • Solução de problemas;
  • Comunicação;
  • Perfil comportamental;
  • Criatividade e Inovação;
  • Produtividade e gestão do tempo;
  • Engajamento dos colaboradores; e
  • Cultura – como construir de forma consciente.

“Nós estamos com uma expectativa muito boa com o Ela Faz Indústria, pois acreditamos que a força do empreendedorismo feminino tem capacidade de gerar crescimento para a economia como um todo. E o nosso desejo é nacionalizar o projeto e levar para outros estados do Brasil”, disse Suzana Peixoto, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e coordenadora do Procompi.

Projeto para fortalecer força feminina é lançado nessa quarta-feira, no TO

No lançamento do projeto, que ocorreu nessa quarta-feira (8), a empresária e conselheira da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) Maria Elieth Lobo agradeceu em nome do presidente Roberto Pires a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae, entidades parceiras, por compartilharem seus esforços e experiências para a valorização da liderança feminina, e destacou que a FIETO acredita no potencial da mulher e investe para que essa presença seja cada vez maior nas empresas. “A indústria do Tocantins merece ter uma representatividade superior aos atuais 25% de mulheres em posição de liderança”, afirmou a empresária Elieth.

Para Valéria Coimbra, coordenadora do projeto na FIETO, a expectativa é poder desenvolver e potencializar as lideranças femininas de Araguaína, o segundo maior polo industrial do Tocantins, para que elas possam desempenhar melhor o seu papel como empreendedora.

Convidada a falar de sua experiência às empresárias presentes no lançamento da nova edição do Ela Faz Indústria, a empresária palmense Adriana Prado, que já participou de duas edições do projeto, destacou que para ela foi uma virada de chave. “ Me economizou retrabalho, investimentos e agregou muito ao meu negócio. Se pudesse eu faria outras vezes”, declarou.

Olga Miranda, empresária de Araguaína do segmento de confecções, destacou que o projeto foi um marco em sua vida. “Além de uma grande visibilidade e elevar minha alto-estima como mulher adquirir conhecimentos que antes eu não tinha. Por isso, estou aqui novamente para aproveitar essa nova oportunidade”, afirmou.

Quais são as inciativas do Procompi no meu estado?

Se você é empresário, ficou interessado na inciativa e quer descobrir como desenvolver seu negócio, precisa conhecer o Procompi. O programa tem atuação nos diferentes estados brasileiros para beneficiar micros e pequenas empresas industriais e auxiliá-las a aumentar sua competitividade, de forma gratuita.

É por meio de projetos executados pelas federações estaduais de indústrias, em parceria com as unidades regionais do Sebrae, que grupos de micros e pequenas empresas passam a ter acesso a capacitações e consultorias especializadas para alavancar a produtividade e eficiência nos negócios. Para conhecer todas as ações e se inscrever é só entrar no site do Procompi ou procurar a federação da indústria do seu estado.

Conheça outras iniciativas:

Em Manaus, o Procompi está a frente de um projeto com foco em vendas digitais e, em Goiânia, o projeto do programa vai desmistificar o comércio exterior e introduzir alternativas de mercado para os micros e pequenos empresários de diversos setores. Por último, em Minas Gerais, irá acontecer a realização de capacitações, consultorias individualizadas e a realização de um seminário técnico para atender 15 micros e pequenas indústrias do setor metalmecânico. Todas as informações estão no site do Procompi!

 

Fonte: Brasil 247 com agência CNI de Notícias

PGR diz que Major Ronald ajudou a definir data e local para assassinar Marielle: ‘Oportunidade para o homicídio’

 Procuradoria-Geral da República diz que ele monitorou as redes da vereadora e viu que ela participaria de um evento na Região Central do Rio no dia em que foi morta

Foi de Ronald Paulo de Alves j hPereira, o Major Ronald, encarregado de obter informações sobre a rotina de Marielle Franco, a dica de executar a vereadora na Região Central do Rio, no dia 14 de março de 2018, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).


Ronald, diz a PGR, monitorou as redes sociais da vereadora e soube que ela participaria de um evento na Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, e “encontrou a oportunidade para a execução do homicídio.”


Com a informação, Major Ronald telefonou para Edmilson “Macalé” – intermediário entre a “missão” da execução de Marielle e Ronnie Lessa – na manhã do dia do atentado, dando-lhe a notícia do fato. Segundo a PGR, em seguida, Macalé telefonou para Lessa para repassar a informação recebida.


O local fica longe do trajeto de chegada ou saída da Câmara de Vereadores, como, segundo a Polícia Federal, exigiu o delegado e ex-chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, para evitar conotação política do crime.


“Em relação a Rivaldo Barbosa, Ronnie Lessa declarou que aceitou a empreitada homicida, pois os irmãos Brazão expressamente afirmaram que o então chefe da Divisão de Homicídios da PCERJ teria contribuído para preparação do crime, colaborando ativamente na construção do plano de execução e assegurando que não haveria atuação repressiva por parte da Polícia Civil.


Ronnie pontuou que Rivaldo exigiu que o M.F. da S. não fosse executada em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente”, diz a PF.


O texto está no relatório da Polícia Federal que baseou o pedido de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Além de Rivaldo, foram presos os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, acusados de serem os mandantes.


Ronald Pereira e Robson Calixto Fonseca, o Peixe, foram denunciados, nesta quinta-feira (9), por envolvimento com supostos mandantes do crime. Ronald já cumpre pena por quatro homicídios e ocultação de cadáver. Ele foi um dos chefes da milícia na comunidade da Muzema.


Já Peixe era assessor de Domingos Brazão no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), e segundo a denúncia da PGR, atuava pelo menos desde 2018 em atividades típicas de milícia em áreas controladas pelos irmãos Brazão. Segundo a investigação, Peixe fazia a ligação entre os irmãos Brazão e Lessa.


O QUE DIZEM OS DENUNCIADOS


Até a última atualização desta reportagem, a defesa de Robson Calixto ainda não tinha se manifestado.


  • Domingos Brazão

A defesa de Domingos Brazão foi informada, pela imprensa, sobre o oferecimento de denúncia relacionada ao homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes. A defesa constituída ainda não teve acesso à acusação e tampouco às colaborações, porém, ao julgar pelas notícias, a narrativa acusatória é uma hipótese inverossímil, que se ampara somente na narrativa do assassino confesso, sem apresentar provas que sustentem a versão do homicida.


  • Chiquinho Brazão

A defesa do Deputado Federal Chiquinho Brazão esclarece que ainda não teve acesso à Denúncia formulada pela PGR, como também ainda não conhece os termos das delações citadas no relatório da PF. Assim, ainda não é possível fazer um juízo de valor sobre as acusações.


  • Rivaldo Barbosa

Os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane afirmaram que causou estranheza à defesa esse tipo de procedimento porque, segundo a notícia, a denúncia teria sido apresentada no dia 7, mas fomos ao STF no dia 8, para protocolar pedido de revogação da prisão preventiva do Rivaldo Barbosa, e não existia informação nos autos sobre o protocolo de nenhuma peça da PGR.


A defesa de Rivaldo Barbosa afirmou também que é estranho o fato de nenhum dos investigados terem sido ouvidos antes da denúncia da PGR, em total afronta a determinação judicial do STF, de oitiva dos investigados logo após a prisão.


“No caso específico do RIVALDO, a narrativa de um réu confesso de homicídio (Ronnie Lessa) parece mais importante do que o depoimento de um delegado de polícia com mais de 20 anos de excelentes serviços à segurança pública do RJ, que sequer teve a chance de expor sua versão sobre os fatos antes de ser denunciado”.


Sobre o mérito da acusação, os advogados informaram que irão se posicionar oportunamente, tão logo tenham acesso ao teor da denúncia.


  • Major Ronald

A defesa de Ronald Paulo Alves Pereira, capitaneada pelo escritório Igor de Carvalho, esclarece que foi surpreendida pela informação da inserção de seu cliente, como acusado, no processo que apura a morte da vereadora Marielle e de Anderson.


“Sobretudo porque, após detida análise do relatório final da investigação, disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal, fica evidente que a própria Polícia Federal afirmou a total ausência de elementos que corroborassem as palavras do criminoso confesso e delator Ronnie Lessa, no tocante à participação do cliente deste escritório.


Portanto, causa elevada estranheza a conduta da Procuradoria Geral da República ao oferecer denúncia e requerer prisão, haja vista o pequeno prazo entre o término da longeva investigação (que concluiu inexistir provas contra Ronald) e a denúncia.


Ressalte-se que, assim que houver maiores informações acerca dos motivos que levaram a tal inusitada situação, posto que esse escritório ainda não teve acesso ao conteúdo do processo, a defesa trará à sociedade as provas que refutam tais infundadas acusações”.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

PGR aponta que Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado, também era alvo dos assassinos

 Denúncia afirma que Ronnie Lessa se encontrou com os irmãos Brazão e recebeu deles a promessa de pagamento pela morte da vereadora

A jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco (Psol), estava no mesmo veículo que foi alvo de tiros na noite de 14 de março de 2018 e também foi identificada como um dos alvos dos mandantes do crime.


Essa tese foi apresentada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, como mandantes do atentado contra Marielle Franco.


Conforme a denúncia, os mandantes também buscavam a morte da jornalista, mas ela foi salva pelo corpo de Marielle, que a protegeu dos tiros. Os investigadores concluíram que os criminosos planejavam eliminar todos que estivessem com a vereadora no momento do atentado para dificultar as investigações.


Os três citados na denúncia estão detidos desde o final de março. Além deles, outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento no crime e foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (9): Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.


A denúncia, assinada pelo Vice-Procurador-Geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, aponta os irmãos Brazão como mandantes do homicídio e integrantes de uma organização criminosa. O delegado Rivaldo Barbosa também foi denunciado como mandante do crime.


Após um mês e meio de investigação da PF, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.


A delação de Ronnie Lessa, matador confesso, é considerada relevante pela PGR para implicar os irmãos Brazão no mandato da morte de Marielle e Anderson. A PGR afirma que Lessa se encontrou com os irmãos Brazão e recebeu deles a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.


A denúncia da PGR se baseia em dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones, triangulação de sinais de telefonia e oitivas de diversas testemunhas. Além disso, considera o histórico político dos irmãos Brazão, seus interesses econômicos e suas relações com as milícias, bem como os conflitos com Marielle e seu partido, o Psol.


A PGR conclui que o contexto da execução de Marielle está diretamente relacionado à exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia, onde os irmãos Brazão se fortaleceram politicamente e financeiramente.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Bolsonaro está pessimista em relação à candidatura de Ramagem no Rio e faz críticas ao ex-Abin: “durão e sem traquejo político”

 Ex-presidente compara candidato do Rio a Tarcísio de Freitas, governador de SP, a quem atribui as mesmas características

Jair Bolsonaro não tem mostrado muita animação quando o tema é a eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, informa a colunista Bela Megale, do jornal o GLOBO.


Em conversas reservadas, o ex-presidente descreve o pré-candidato do PL, o deputado federal Alexandre Ramagem, “com jeito meio durão” e destaca que ele não tem “traquejo político”.


O capitão reformado costuma comparar o parlamentar com o governador Tarcísio de Freitas, nome que tirou da cartola para concorrer em São Paulo, em 2022. O ex-presidente tem dito que Tarcísio reúne esses dois pontos.


O próprio Bolsonaro admite que será “difícil” vencer na capital fluminense, apesar da cidade ser considerada estratégica por ser o berço político do ex-presidente.


Integrantes da campanha de Ramagem também avaliam que o delegado está muito travado em agendas com populares, mas acreditam que há espaço para melhorar o desempenho.


No PL, ainda persistem dúvidas se o parlamentar foi o melhor nome escolhido para a disputa contra o prefeito Eduardo Paes (PSD), que tenta a reeleição.


— Escolha do Bolsonaro a gente não discute — disse à coluna uma liderança do partido no Rio, resumindo o cenário.

O senador Flávio Bolsonaro chegou a mostrar interesse em disputar o cargo, mas diante da avaliação de que uma possível derrota seria fatal para o clã, a opção foi abortada.

Fonte: Agenda do Poder com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo

Caso Marielle: print encontrado no celular de Domingos Brazão foi principal chave para polícia desvendar motivação do crime; entenda

 Imagem do mandante fotografando a escritura de um imóvel aponta que grilagem de terras foi motivo do assassinato

Um print encontrado no celular de Domingos Brazão apreendido na operação que prendeu o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, seu irmão, Chiquinho Brazão, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, em março passado, é tido pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como a principal evidência de que a motivação dos mandantes do assassinato de Marielle Franco tinha a ver com grilagem de terras.


A colunista Malu Gaspar, do jornal O GLOBO, informa que além da imagem capturada na tela do celular do conselheiro do TCE, um conjunto de escrituras levaram a PF a formar convicção de que os irmãos Brazão tinham especial interesse em uma área que seria supervalorizada com a lei que eles fizeram passar na Câmara de Vereadores, e contra a qual a vereadora do PSOL trabalhou antes de ser executada.


A imagem mostra Domingos fotografando uma escritura de imóvel em nome da administradora de imóveis Superplan, em que ele é sócio da mulher, Alice Kroff.


A Superplan é dona, entre outros imóveis, de dois terrenos com mais de 20 mil metros quadrados na Zona Oeste do Rio que seriam supervalorizados com a aprovação da lei que flexibilizava regramentos ambientais e urbanísticos e, na prática, facilitou a regularização de construções ilegais e até mesmo áreas griladas sem edificações.


Embora a PF já soubesse que Brazão era sócio da Superplan, a foto e os documentos fizeram com que os investigadores concluíssem que a empresa era a âncora do império imobiliário dos irmãos na Zona Oeste.


A escritura de um dos terrenos, inclusive, foi registrada em 14 de maio de 2018 – quase seis meses depois da aprovação da lei na Câmara, e dois meses depois da morte de Marielle. Os documentos têm indícios de que os terrenos foram grilados.


Um deles é o fato de terem sido comprados de pessoas de renda muito baixa que se tornaram donos por usucapião.


Outro, o de um deles ter pertencido a um conhecido grileiro de terras da Zona Oeste, o italiano Pasquale Mauro, falecido em 2016. O terreno em questão, adquirido por 110 mil reais na escritura, foi avaliado pela Prefeitura do Rio em 7 milhões de reais no momento do cálculo do imposto de transmissão de bens imóveis (ITBI) a ser cobrado na transação.


Para os investigadores, a descoberta desses documentos deu mais conforto à Procuradoria-Geral da República para lastrear a denúncia e ajudaram a corroborar a delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle e do motorista Anderson Gomes.


MARIELLE DENUNCIOU PROJETO DO CLÃ BRAZÃO


Nos depoimentos à PF, Lessa declarou que o motivo dos Brazão para mandar matar Marielle era justamente a briga em torno desse projeto de lei, que permitiria aos Brazão construir condomínios gigantescos em áreas protegidas da Zona Oeste.


Na denúncia, a PGR salienta que a vereadora do PSOL defendeu “explicitamente” que as iniciativas de Chiquinho Brazão, na época também vereador do Rio, “tinham por finalidade a exploração econômica de espaços dominados por milícias” e empenhou “marcada resistência” à tramitação do projeto de lei junto à bancada de seu partido.


Na peça, a Procuradoria-Geral da República observa que, mesmo na condição de presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal carioca, Chiquinho não conseguiu aprovar a pauta com a celeridade esperada. O projeto, apresentado em dezembro de 2016, só foi aprovado oito meses depois, em novembro de 2017, após nove adiamentos.


Para o vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand Filho, que assina a denúncia, a desavença em torno do texto representou um ponto de virada na indisposição do clã Brazão com o PSOL.


A briga já vinha desde que o partido atuou contra a indicação de Domingos e seu correligionário do MDB no estado, Edson Albertassi, para o Tribunal de Contas do Estado em 2015 e 2017.


“Não há dúvida de que as dificuldades na tramitação do projeto e, sobretudo, o elevado risco de rejeição, somados ao histórico de conflitos com o PSOL e Marielle Francisco da Silva, recrudesceram o descontentamento dos irmãos Brazão”, argumentou Chateaubriand.


Fonte: Agenda do Poder com informações do jornal O Globo