Número de desalojados pelos eventos
climáticos chegou a mais de 164 mil, enquanto 425 municípios gaúchos do total
de 497 foram afetados pela crise até o momento
Reuters - O número de
mortes confirmadas em decorrência das chuvas que têm atingido o Rio Grande do
Sul na última semana subiu para 107, com um óbito ainda em investigação e
outras 136 pessoas desaparecidas, relatou a Defesa Civil do Estado nesta
quinta-feira em seu mais recente balanço.
No comunicado, o órgão também informou que o número de
desalojados pelos eventos climáticos chegou a mais de 164 mil, enquanto 425
municípios gaúchos do total de 497 foram afetados pela crise até o momento.
Ministro da Justiça se comprometeu a
incorporar alterações propostas por parlamentares em nota técnica para garantir
liberdade religiosa nas unidades prisionais
O ministro da
Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou planos para ajustar a resolução do
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), vinculado à
pasta da Justiça, que gerou controvérsias e descontentamento entre os membros
da bancada evangélica devido à proibição do proselitismo religioso nos
presídios brasileiros. Esta decisão veio após uma reunião nesta quarta-feira
(8) com parlamentares que compõem esse grupo.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, durante o encontro ficou
estabelecido que a bancada enviará um ofício com as alterações desejadas, as
quais serão incorporadas em uma nota técnica visando esclarecer trechos
considerados ambíguos pelos legisladores. O objetivo do Ministério da Justiça é
assegurar a liberdade religiosa dentro das unidades prisionais, eliminando
quaisquer dúvidas a respeito.
O presidente da frente evangélica no Senado, Carlos Viana
(Podemos-MG), ressaltou que o objetivo da bancada é garantir a liberdade
religiosa. "Ninguém é obrigado a se converter, mas a fé ajuda a manter a
pessoa distante do mundo do crime. A conversa foi muito produtiva, e o governo
confirma que o texto precisa ser aprimorado", declarou Viana.
Além de Viana, 12 deputados federais participaram da
reunião com Lewandowski, incluindo o presidente da bancada evangélica na
Câmara, Eli Borges (PL-TO), e o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella
(Republicanos-RJ).
A medida proposta pela resolução,
publicada em 24 de abril, gerou polêmica devido à proibição do proselitismo
religioso nos presídios. Para representantes da bancada evangélica, isso
poderia impedir pastores de realizar atividades religiosas e apresentar a fé
aos presidiários sem impor qualquer conversão.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Jornal mentiu ao afirmar que o governo
Lula havia recusado ajuda oferecida pelo Uruguai para socorrer e resgatar
vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
Um dia após o governo
Lula (PT) desmentir informação veiculada pela Folha de S. Paulo - de que o
Brasil havia recusado ajuda oferecida pelo governo do Uruguai para socorrer e
resgatar vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul -, o ministro da Secretaria
de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT), afirmou
enfrentar um "esquema profissional de desinformação". "É como
numa guerra. Há um serviço de contrainformação. Eu estou convencido
disso", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira
(9).
"Ontem eu fiquei até boa parte da madrugada
resolvendo problemas causados por isso", disse Pimenta, citando em seguida
o caso da Folha de S. Paulo: "com relação à oferta de ajuda de outros
países, que teria sido negada. Gente, por que razão o comandante do Exército,
da Marinha, da Aeronáutica, que estão empenhados 24 horas por dia no trabalho
de resgate e salvamento, com milhares de homens envolvidos no limite da
capacidade física e emocional, negariam alguma ajuda, algum apoio? Cada dia é
uma fake news nova".
O ministro prometeu um trabalho
implacável de identificação e punição dos envolvidos na disseminação de
informações falsas. "Tudo é feito para prejudicar o trabalho, para impedir
o sucesso da operação de resgate, de apoio às quase 70 mil pessoas que neste
momento estão nos abrigos. Então eu lamento profundamente, denuncio e digo para
as pessoas: nós temos que denunciar para a Polícia Federal, para a AGU
[Advocacia-Geral da União], temos que tratar como crime quem saqueia, quem
rouba barco de salvamento, quem rouba jet ski, quem está saqueando casas e
mercados, e também quem dissemina fake news com o objetivo de atrapalhar
aqueles que estão trabalhando".
Segundo André Roncaglia, racha no Copom
indica aumento de volatilidade impulsionado pelo mercado diante do processo de
sucessão de Campos Neto
Carta Capital - Os
diretores do Comitê de Política Monetária do Banco Central indicados por Jair
Bolsonaro (PL) votaram com base em boatos para reduzir a taxa básica de juros
em apenas 0,25 ponto percentual, enquanto os nomeados pelo presidente Lula (PT)
se apoiaram nos fatos para tentar cortar a Selic em 0,50. A avaliação é de
André Roncaglia , doutor em Economia do Desenvolvimento pela FEA-USP e
professor da Unifesp.
Escolhidos por Bolsonaro, votaram pela queda conservadora
o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , e os diretores Carolina de
Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito
Gomes
Também têm avaliação positiva o governo
do Rio Grande do Sul e a Prefeitura de Porto Alegre, além da ação da população
local, influenciadores e outros
Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (9)
revela que, para 53% dos brasileiros, o governo Lula (PT) atua de maneira
positiva no enfrentamento às enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. Os que
consideram a atuação do governo federal negativa são 23% e regular 24%.
Também têm avaliação positiva o governo
do Rio Grande do Sul (54%) e a Prefeitura de Porto Alegre (59%). Além disso,
são vistas como positivas as ações promovidas pela população local (88%),
artistas e influenciadores (73%), lideranças locais (72%), igrejas (70%) e
empresas (65%).
Segundo a pesquisa, 70% da população acredita que a tragédia
poderia ter sido evitada com obras de infraestrutura e 64% reconhece que o
episódio tem a ver com as mudanças climáticas. Para 96%, tem aumentado a
intensidade e a frequência de fenômenos naturais severos nos últimos anos.
A pesquisa investigou também quais as soluções são, na
opinião dos entrevistados, mais efetivas para conter as mudanças climáticas. A
preservação ou criação de áreas verdes são as mais citadas (somam 36%),
seguidas de ações de educação (17%) e cuidado com encostas e rios (10%).
Moradores registram estabilidade e até
recuo da enchente em algumas regiões
O nível do Guaíba baixou 8cm em
24 horas, conforme medição feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento
Básico (ANA) no Cais Mauá, às 6h15 desta quinta-feira (9). As águas agora estão
a 5,04 metros de altura, mas seguem 2 metros acima da cota de inundação.
Depois de continuar avançando pelos bairros Cidade Baixa e
Menino Deus nos últimos dias, a enchente parece ter se estabilizado e começa a
recuar em algumas localidades da cidade. Apesar da melhora recente, uma
projeção do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS apontou que as
águas levarão pelo menos 30 dias para voltar ao nível normal.
A partir da próxima sexta-feira (10), o
Rio Grande do Sul deve ser novamente atingido por chuvas fortes, o que deve dificultar o recuo do Guaíba. Além
disso, as previsões apontam uma queda na temperatura do estado, o que pode
gerar quadro de hipotermia nas pessoas desabrigadas pela enchente.
Marçal, em suas declarações, sugeriu que
os veículos carregados com doações estavam sendo multados no trajeto para o Rio
Grande do Sul
O apresentador conhecido como
"Craque" Neto manifestou sua indignação com as declarações do
influenciador Pablo Marçal, acusando-o de propagar mentiras sobre a situação
das entregas de donativos destinados às vítimas das chuvas no Rio Grande do
Sul. Em um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, Neto denuncia o
influenciador por disseminar notícias falsas, desta vez relacionadas à
logística de socorro aos afetados pela tragédia no estado gaúcho.
Marçal, em suas declarações, sugeriu que os veículos
carregados com doações estavam sendo multados no trajeto para o Rio Grande do
Sul, uma afirmação categoricamente refutada pelo apresentador. "Isso é
mentira. É fake news. Babaca de um influenciador que faz com que as pessoas
tenham medo de fazer qualquer tipo de doação temendo uma represália com
multas", disparou Neto, repudiando veementemente a propagação de
desinformação.
Além disso, o influenciador é acusado de divulgar outras
inverdades relacionadas à tragédia no Rio Grande do Sul. A Advocacia-Geral da
União (AGU), sob o comando de Jorge Messias, tomou medidas legais abrindo uma
ação judicial para garantir o direito de resposta diante das publicações falsas
veiculadas por Marçal sobre as enchentes no estado gaúcho. Em um dos vídeos, o
influenciador insinuou uma suposta inércia das Forças Armadas frente à
calamidade pública, o que foi categoricamente refutado pela AGU.
De acordo com a AGU, a disseminação de notícias falsas
prejudica severamente os esforços de enfrentamento da crise no Rio Grande do
Sul, podendo inclusive comprometer operações de resgate. A advocacia denunciou
a gravidade dessas informações falsas, destacando que representam uma
capilaridade nociva que prejudica os esforços de assistência às vítimas da
tragédia climática no estado.
Indústria de aves e suínos trabalha com a
possibilidade de desabastecimento no Rio Grande do Sul nas próximas semanas
Fernando Lopes, Infomoney- Os prejuízos à agricultura
provocados pelas chuvas no Rio Grande do Sul alcançam pelo menos R$ 594,6
milhões, segundo dados parciais compilados pela Confederação Nacional de
Municípios (CNM). As perdas certamente são maiores, uma vez que muitas cidades
enfrentam dificuldades para inserir informações no sistema acessado pela
entidade. Na pecuária, os prejuízos registrados chegam a R$ 147,7
milhões.
No total, a conta da tragédia, que já matou 100 pessoas,
já chega a R$ 6,3 bilhões. Segundo o CMN, 417 municípios gaúchos foram afetados
pelas chuvas, e 336 estão em estado de calamidade pública reconhecido pelos
governos estadual e federal. No agro, as chuvas estão prejudicando sobretudo as
colheitas de grãos como soja e arroz e a produção de carnes e leite.
A indústria de aves e suínos trabalha com a possibilidade de
desabastecimento no Rio Grande do Sul nas próximas semanas, ao passo que os
produtores de arroz afirmam que, apesar da quebra de safra prevista, não
faltará produto para a população.
“Importação de arroz e feijão vai ajudar no abastecimento,
mas poderemos ter uma alta dos preços, em breve. As perdas de safras inteiras
na região devem levar em torno de um ano e meio a dois anos para terem um
início de recuperação. Isso porque as enchentes prejudicam o solo e levam o
adubo e toda a estrutura de matéria do solo.”, observa o agrônomo André
Corradini, mestre em gestão do conhecimento e coordenador dos cursos de
ciências da terra na Uninter.
Comunidade ribeirinha de João Pessoa
corria o risco de ser deslocada para outros bairros da cidade
O governo federal anunciou na manhã da
última quarta-feira (8) um investimento de R$100 milhões no Porto de Capim,
comunidade ribeirinha de João Pessoa que corria o risco de ser deslocada
para outras áreas da cidade por conta de interesses privados.
O investimento do governo vai permitir
que as famílias permaneçam no território. O anúncio faz parte do PAC Seleções,
que tem a coordenação da Casa Civil e tem cinco modalidades diferentes. O caso
do Porto de Capim se encaixa na modalidade “Periferia Viva - Urbanização das
Favelas”.
O projeto foi inscrito no PAC pelas
secretarias municipais de Habitação e de Planejamento de João Pessoa, e foi
construído em diálogo com a comunidade. Posteriormente, a iniciativa foi
aprovada após passar pela análise do governo federal.
Parte da carga ficou espalhada na via
bloqueando faixas no sentido capital paulista; ninguém ficou ferido
Na noite de quarta-feira (8),
uma carreta dos Correios, que transportava donativos destinados às vítimas das
chuvas no Rio Grande do Sul, tombou na Rodovia dos Bandeirantes, próximo a
Santa Bárbara d'Oeste, interior de São Paulo. Felizmente, não houve feridos no
acidente, destaca o Metrópoles.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, o acidente
aconteceu por volta das 21h, na rodovia 129. O motorista, que vinha de Ribeirão
Preto, perdeu o controle do veículo ao passar por um desnível, resultando no
tombamento da carreta na pista.
Parte da carga de mantimentos destinada às vítimas das enchentes
se espalhou pela rodovia, ocasionando o bloqueio de três faixas no sentido
capital. O Metrópoles entrou em contato com a Autoban, supervisão responsável
pela administração da Bandeirantes, em busca de mais informações, mas não
obteve retorno até o momento.
A assessoria dos Correios não informou se a carga
danificada poderá ser reaproveitada.
Personalidades e internautas se
revoltaram com o tweet "governo mente" da Folha, que foi uma das mais
graves fake news da história do jornalismo brasileiro
Uma grave fake news difundida
pelo jornal A Folha de S. Paulo gerou revolta nas redes sociais: sem uma
correta checagem dos fatos, o folhetim acusou o governo de Lula de mentir sobre
uma proposta de ajuda do governo uruguaio. Ao contrário do que foi dito pelo
jornal paulista, o governo brasileiro recebeu a ajuda do país vizinho e
agradeceu pelo apoio. O próprio governo uruguaio também postou nas redes o
apoio que vem prestando ao Brasil, com um helicóptero das Forças Armadas
sobrevoando a cidade de Porto Alegre.
Além disso, o próprio embaixador do Uruguai no Brasil,
Guillermo Valles, também reforçou que o país promove ajuda no resgate: “Somos
todos gaúchos, hoje na ajuda humanitária e amanhã na reconstrução do Rio Grande
del Sur. Esse é o Uruguai”.
A Secom disse em nota que, "para sustentar essa afirmação,
o jornal compara uma nota da assessoria de comunicação do Ministério Defesa com
uma nota da Secom sobre o mesmo tema como se fossem contraditórias. Não são. A
nota do Ministério da Defesa afirma que "o Comando Militar conjunto
declinou da oferta da aeronave [do Uruguai] por restrições de pistas
disponíveis para pouso em Porto Alegre".
A segunda nota, elaborada para combater uma avalanche de
fake news em torno do assunto (como a de que o governo estaria recusando ajuda
do Uruguai por motivações ideológicas), informa que o Brasil não recusou ajuda
do Uruguai, cita um helicóptero cedido pelo país vizinho já em operação, mostra
a imagem dessa aeronave gentilmente emprestada e explica que, no caso do avião,
constatou-se inadequação do equipamento para o tipo de operação exigida no Rio
Grande do Sul nesse momento".
A mentira deliberada gerou revolta nas redes: “Folha Vocês, da
@folha , mentem. Ou melhor manipulam, de modo sórdido. DESINFORMAM! Sempre com
o objetivo doentio de atacar o presidente @LulaOficial . Isto não é jornalismo.
É difamação deliberada por parte de gente escrota de direita. Sem mais”, disse
o ex-deputado federal Jean Wyllys.
“Nossa imprensa hegemônica é nossa maior inimiga”, disse o
internauta Romulo Dias.
"SBT dizendo que caminhões estavam sendo barrados. Apagou a
matéria. Folha e Globo dizendo que o governo Lula negou ajuda do Uruguai.
Uruguai mostrou helicópteros ajudando pessoas. Além de desmentir bolsonaristas
a esquerda precisa também desmentir a grande imprensa", disse o professor
e influenciador
Presidente do PT afirmou que, a despeito
da queda da inflação, o presidente do Banco Central reduziu o ritmo de redução
dos juros no País
Por Gleisi Hoffmann, no X – É
um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior
taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve
divergência de 4 diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em
queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é
sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. Esta é a consequência da
"autonomia" do BC, que permitiu o prolongamento do mandato de uma
direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo.
Saiba mais:
Agência Brasil – A alta recente do dólar e o aumento das
incertezas fizeram o Banco Central (BC) diminuir o ritmo do corte de juros. Por
5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros
básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A decisão era
esperada pelos analistas financeiros .
Essa foi a sétima vez consecutiva que o
Copom reduziu a Selic. No entanto, a velocidade dos cortes diminuiu. De agosto
do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em
0,5 ponto percentual a cada reunião.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou a decisão ao
votar por um corte de 0,25 ponto. Além de Campos Neto, votaram por essa redução
os seguintes diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio
Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior.
Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Ailton
de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves
Teixeira, indicados pelo atual governo.
Em comunicado, o Copom informou que o cenário
internacional se agravou e que a inflação subjacente, que elimina preços mais
voláteis, está acima da meta de inflação. Além disso, o comunicado defendeu que
o arcabouço fiscal aprovado no ano passado tenha credibilidade. Ao contrário
das últimas reduções, o Banco Central não deu nenhuma indicação sobre o que
fará nos próximos encontros.
“O comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da
política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O comitê reafirma
que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida
contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos
prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política
monetária”, destacou o texto.
A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando
estava em 9,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a
Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em
meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano,
de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por
sete vezes seguidas, quando começou a ser reduzida.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano,
no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter
sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o indicador ficou em 0,16% e acumula 3,93%
em 12 meses. Após um repique em fevereiro, a inflação desacelerou em março, por
causa de alimentos, bebidas e transporte.
O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de
inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação
de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não
podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco
Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia
2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova
versão do relatório, que será divulgada no fim de junho.
As previsões do mercado estão mais otimistas que as
oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,73%,
abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam
em 3,76%.
Crédito mais barato
A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso
porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o
consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 1,9% a projeção
de crescimento para a economia em 2024.
O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a
última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de
2,05% do PIB em 2024.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de
referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima,
o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque
juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para
cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços
estão sob controle e não correm risco de subir.