Juíza declarou ao CNJ que os questionamentos frequentes do advogado teriam deixado os servidores da 13ª Vara "cansados" e disse que se errou, "não foi culposo"
Em declarações feitas há
aproximadamente um ano ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - e trazidas à
tona nesta quinta-feira (2) -, a juíza Gabriela Hardt, que atuou como
substituta em processos da Lava Jato do Paraná, admitiu que "errou"
em um dos casos envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran, informa a coluna do Lauro Jardim do
jornal O Globo.
Em seu depoimento, concedido ao juiz Octávio Costa da
Corregedoria Nacional de Justiça, Hardt expressou que "seria melhor para a
Justiça" se ela não fosse a responsável pela ação envolvendo Tacla Duran,
devido à "polêmica" gerada por seu nome. As revelações foram gravadas
em maio de 2023 durante uma investigação conduzida pelo CNJ sob o comando de
Luis Felipe Salomão
Hardt relatou ao CNJ que os questionamentos frequentes de Tacla
Duran teriam deixado os servidores da 13ª Vara "cansados". Em um
desses episódios, Duran solicitou que Hardt se declarasse suspeita para
julgá-lo, alegando que ela havia deixado de remeter à Justiça Federal em São
Paulo um caso relativo a ele. Esse, inclusive, seria o erro admitido por Hardt.
"Não temo nada (em relação à correição), porque tenho
convicção que posso ter errado até no caso do Tacla Duran (...). Mas, assim, se
eu errei, não foi culposo. Foi por excesso de trabalho, por equívoco, e é isso.
Entendo que seria melhor para a Justiça se eu não estivesse nesses processos.
Pela polêmica que causa o meu nome", disse ela.
À época, a juíza negou a demanda e posteriormente arquivou o
caso, enquanto o juiz Eduardo Appio já estava à frente dos trabalhos. Ao CNJ,
ela alegou que fez isso porque a suspeição era relativa à ela e, desta forma,
não seria da alçada de Appio.
Gabriela Hardt é alvo de um pedido de afastamento feito
por Tacla Duran, que ainda não foi analisado pelo CNJ. Além disso, Duran
apresentou uma petição à 23ª Vara Federal Criminal, onde Hardt atua, sobre um
tópico administrativo em um caso que agora tramita na Justiça Eleitoral. A
magistrada se declarou suspeita por motivo de foro íntimo e se recusou a
despachar sobre o tema.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo