segunda-feira, 22 de abril de 2024

Evangélicos dominam posts de extrema direita, revela estudo

Atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. (Foto: Reprodução)

 Por Cristiane Ramalho

A menos de seis meses das eleições municipais no Brasil, uma pesquisa inédita mostra que entre os dez publicadores de extrema direita mais influentes nas redes sociais, oito são evangélicos. O estudo, que radiografou a movimentação de extremistas ao longo de três meses, aponta Santa Catarina e São Paulo como os dois principais centros dessas postagens.

“No universo acompanhado pela pesquisa, os atores que se autodeclaram evangélicos são os que mais postam e os que têm maior alcance junto aos seguidores desse espectro político”, diz Christina Vital, professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma das coordenadoras da pesquisa divulgada nesta segunda-feira (22/04), que mapeou perfis e técnicas usadas pela extrema direita.

Realizado por pesquisadores da UFF e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) entre novembro do ano passado e janeiro de 2024, o estudo contou com financiamento da FundaçãoHeinrich Böll.

O campo é marcado por publicações curtas e conteúdos que exploram sentimentos de ameaça, medo e desconfiança, e pela repetição de palavras negativas e críticas sem propostas construtivas. “Em muitos casos, as postagens apenas direcionam o leitor para links que induzem à leitura de outros materiais desse ecossistema”, observa Vital, que dividiu a coordenação da pesquisa com Michel Gherman, professor do Programa de Pós-Gradução em História da UFRJ.

O estudo investigou 191 “atores sociais” de extrema direita, divididos em quatro grupos: políticos, influenciadores, blogs ou sites e antidemocráticos. Deste total, 14 eram mulheres, 111 homens e 66 coletivos – como sites de notícias ou comunidades com histórico de publicações de apoio à tentativa de golpe de 8 de janeiro ou ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de agendas associadas ao extremismo.

Na lista dos oito perfis com maior engajamento no campo evangélico, aparecem nomes como os do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), do senador Flávio Bolsonaro(PL-RJ), e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – única mulher a constar no grupo, segundo a pesquisadora.

Entre as quatro redes sociais analisadas, o X (antigo Twitter) – cujo dono, Elon Musk, fez ataques recentes contra o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes –, aparece disparado como a mídia mais utilizada pelos perfis extremistas mais populares, seguido por Instagram, Facebook e YouTube.

Militares retratados como melancias

No último 8 de janeiro, aniversário de um ano dos atos golpistas em Brasília, um fluxo febril de postagens com ataques contra o STF se disseminou desde cedo em perfis de extrema direita nas redes sociais. Havia também muitas mensagens favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Nas postagens, eles tentavam separar a manifestação do vandalismo, e imputar a desordem ao atual governo. Para esses influenciadores extremistas, o STF é o verdadeiro inimigo da democracia. É a chamada ‘retorsão’ do argumento”, explica Vital.

Bolsonaro com camiseta da seleção brasileira de futebol canta com a mão no coração, ao lado da esposa e outros apoiadoresNa lista dos oito perfis com maior engajamento no campo evangélico, aparecem nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance)

Também no X, uma postagem do perfil Movimento sem Picanha, chamou especialmente a atenção da pesquisadora. A publicação dizia que o 8 de janeiro foi o “dia da traição dos patriotas” e trazia uma imagem das Forças Armadas criada por inteligência artificial, que retratava seus integrantes como melancias, abaixados no chão e pintando faixas no asfalto.

“No linguajar do militarismo, a melancia é associada aos traidores – com o verde por fora, vinculado ao Exército, e o vermelho por dentro, vinculado à esquerda e ao comunismo. Seria mais um indício de que um golpe estava sendo armado, mas foi esvaziado no último minuto pelas Forças Armadas?”, indaga a pesquisadora.

A coleta de dados, feita com um software de inteligência artificial, alcançou 50 milhões de pessoas por dia. “Em sua maioria, os atores mais atuantes e com maior alcance são homens, brancos, influenciadores, políticos e lideranças religiosas”, diz Vital.

Evangélicos de extrema direita são minoria

Para o cientista político e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Joanildo Burity, o resultado da pesquisa confirma o potencial de mobilização dos evangélicos de extrema direita no Brasil – apesar de o segmento ser minoritário no país.

Projeções de institutos de pesquisa indicam que cerca de 30% da população brasileira, estimada em 230 milhões de habitantes, se identifica como evangélica.

“Em termos numéricos, o segmento de extrema direita não deve ser maior do que 10% da população evangélica. Mas é um grupo militante, com muito acesso à mídia, recursos financeiros e conexões internacionais, o que faz com que tenha uma capacidade de projeção muito maior do que o seu tamanho”, diz o pesquisador.

Estigmatizada por sua associação com a ditadura militar, com os skinheads e com grupos pró-nazismo, a extrema direita não tinha popularidade, nem bases sociais no país, observa Burity. E foi exatamente isso que a militância religiosa trouxe.

“Os evangélicos deram uma base social de massas para o movimento de extrema direita. Se você tirar essa militância religiosa da extrema direita, ela se reduz ao que sempre foi: grupelhos de intelectuais, de empresários, de militares, muito coesos, mas capazes de reunir bem pouca gente”.

Conexões internacionais com Bannon e Tea Party

Para Burity, essa projeção dos evangélicos nas redes não é casual. Ela é facilitada pela formação que eles recebem tradicionalmente nas igrejas para “comandarem a palavra” – o que traz vantagens do ponto de vista da comunicação pública.

Também é resultado de um processo deliberado de mobilização política – inclusive internacional. Apesar de majoritariamente conservadores, do ponto de vista político e moral, os evangélicos não tinham, até pouco tempo, uma posição de extrema direita, muito menos militante, diz o pesquisador.

Essa vinculação foi se construindo: “desde 2017, mais ou menos, começou a haver uma aproximação entre a família Bolsonaro e o Steve Bannon [ex-estrategista de Donald Trump], nos EUA. O Bannon resolveu investir em um braço do seu movimento, o seu The Movement, no Brasil. E o Eduardo Bolsonaro [deputado federal pelo PL-SP] foi o contato. Eles organizaram eventos, atividades, investiram recursos”.

Além disso, houve uma intensificação da atuação de think thanks de extrema direita americanos no Brasil.

“Não foi algo voltado especificamente para os evangélicos, mas para mobilizar certos segmentos – sobretudo os mais jovens, nesse campo”.

O pesquisador cita ainda uma série de articulações entre evangélicos brasileiros e grupos da extrema direita americana, que envolvem, por exemplo, o Tea Party, ala ultraconservadora do Partido Republicano, e o grupo Capitol Ministries, ligado à direita cristã nos Estados Unidos, que chegou a ter acesso direto à Casa Branca no governo Trump.

O impacto desse segmento hoje pode ser explicado também pela atuação coordenada de pastores, políticos, empresários, teólogos e leigos, que começou há cerca de uma década no Brasil.

“Assim se formou o discurso de alinhamento desses evangélicos em relação a posições altamente reacionárias”.

Ataques contra o “PL das Fake News”

Além da tentativa de golpe, também ganhou destaque nas postagens de extremistas mapeados pela pesquisa a descoberta de uma rede internacional de prostituição infantil, que serviu de pano de fundo para conteúdos que propagavam “a ameaça da perda da autoridade dos pais sobre os filhos, um tema caro aos evangélicos”, diz Vital.

Viralizaram ainda postagens sobre o suicídio de Jéssica Canedo, de 22 anos, ocorrido após a divulgação de fake news sobre um suposto caso amoroso entre a jovem e o influenciador Whindersson Nunes. A empresa Mynd 8 – que agencia artistas que apoiaram o presidente Lula em sua campanha – foi apontada como responsável pela difusão das notícias falsas, e passou a ser citada “como exemplo da perversidade e da falta de valores da esquerda”, aponta a pesquisadora.

Os extremistas aproveitaram o caso, diz Vital, para insinuar que a esquerda tem envolvimento com a disseminação de notícias falsas – tentando, ao mesmo tempo, “atrair políticos da situação para o bloqueio ao trâmite do chamado PL das Fakes News, a regulação das big techs criticada pela maioria desses perfis”. Após concluir as investigações, em março, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que a própria jovem foi a autora das fake news.

Os pesquisadores identificaram ainda uma frase repetida à exaustão em postagens que atacavam o STF e, ao mesmo tempo, tentavam blindar o ex-presidente Jair Bolsonaro: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

“Eles usam essa passagem bíblica para dizer que os ‘portadores da verdade’ sempre serão perseguidos, e que é preciso revelar o que estaria oculto – como, por exemplo, os ‘reais interesses’ por trás da suposta perseguição a Bolsonaro”, diz Vital.

Com isso, qualquer investigação da Justiça que recaia sobre eles passa a ser vista como uma busca de “obstrução dessa ‘verdade'”.

“A extrema direita quer que o campo evangélico seja um curral”

A mobilização desses religiosos nas redes não teria, no entanto, relação direta com a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os evangélicos apontada em pesquisas recentes, acredita Burity. Até porque, “muitos aspectos podem pesar na avaliação de um governo”.

O que existe, diz o cientista político, é uma reação da extrema direita para neutralizar qualquer tentativa de Lula e da esquerda de retomada do espaço perdido nesse campo. Burity lembra que, em 2018, quando foi impedido de ser candidato, Lula ainda contava com o apoio majoritário dos evangélicos.

“A esquerda não chegou a recuperar essa maioria, mas conseguiu se reposicionar o suficiente para diminuir o impacto do bolsonarismo lá dentro. E essa é uma luta que ainda está sendo travada. A extrema direita quer que o campo evangélico seja um curral completamente controlado por ela”, afirma o cientista político.

Vital concorda que a queda na popularidade se deve a múltiplos fatores. Mas observa que Lula “enfrenta uma enxurrada contínua e crescente de críticas, desinformações e difamações”, que não estariam sendo rebatidas à altura.

Não são poucos os especialistas que sinalizam a deficiência na comunicação presidencial com a população, diz a pesquisadora. “Hoje, não basta somente o carisma no cara a cara com a população. Ocupar as redes com autenticidade e intimidade é fundamental. E Lula ainda não captou bem isso”.

Para a professora, o presidente tem uma visão de mundo “que nega os novos tempos” em favor da “verdadeira política” – mas esta não é mais feita predominantemente na rua, e sim “no território digital”.

Os obstáculos nesse caminho, porém, são grandes. “Lula precisa se atualizar. Mas jamais poderá falar com a rapidez e a liberdade de um influenciador digital, porque um governo tem restrições políticas, institucionais e de linguagem, além de legais”, diz Burity. Essa lacuna, diz ele, terá que ser preenchida pelos diversos setores da esquerda, incluindo intelectuais, artistas e a sociedade civil.

Impacto vai continuar nas eleições municipais

O impacto dessa militância digital deve continuar nas próximas eleições municipais. “Lula ainda não conseguiu desmontar o contexto de polarização no país. E ter influenciadores com grande poder de penetração nas bases da sociedade é um trunfo muito importante para a direita”, explica Burity, que prevê uma forte representação do campo conservador saindo das urnas em novembro.

Mas seria “temerário” afirmar que esses influenciadores serão a “ponta de lança” na definição das eleições. “Elas envolvem muitas outras coisas, além de religião e de gente berrando nas redes sociais”.

Para Marilene de Paula, coordenadora de Direitos Humanos da Fundação Heinrich Böll no Brasil, a pesquisa enfatiza “o papel central dos influenciadores religiosos nas redes sociais para propagar a retórica da extrema direita”. Para viabilizar projetos políticos que possam se contrapor a essa realidade, diz a coordenadora, é preciso ter “uma compreensão profunda desse fenômeno”.

Fonte: DCM

“Tio Paulo”: sobrinha tem problemas psiquiátricos e tentou suicídio, diz família

A família de Érika durante entrevista ao Fantático, da TV Globo. (Foto: Reprodução)


 O caso da mulher que foi presa em flagrante ao tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil com um parente morto no Rio de Janeiro ganhou novas informações. Erika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, foi detida quando levou o corpo de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, ao banco em uma cadeira de rodas. Seu filho, Lucas Nunes dos Santos, afirmou que ela tem problemas psiquiátricos.

Segundo Lucas, Erika já havia tentado suicídio anteriormente e possui um histórico de dependência de sedativos. Relatórios médicos apresentados pela família mostram que ela precisou de internação psiquiátrica em 2022 e 2023 por causa dessas questões. Lucas enfatizou que sua mãe sempre ensinou valores corretos aos filhos e que a família está enfrentando um momento difícil, dizendo: “Eu gostaria que as pessoas fossem mais sensíveis com a situação que estamos vivendo”.

A defesa de Erika afirma que ela estava em negação diante da morte de Paulo no banco. A advogada Ana Carla de Souza Correa disse que Erika acreditava que Paulo estava apenas inconsciente e tentou acordá-lo, mas não obteve resposta. As imagens do banco mostram Erika segurando a cabeça de Paulo na fila de espera e até mesmo encostando a própria cabeça na dele.

O delegado Fábio Souza, que investiga o caso, disse que Paulo chegou ao shopping vivo. Uma funcionária do banco relatou que tentou reanimá-lo, mas não houve reação.

Fonte: DCM


Influenciadora joga R$ 10 mil de helicóptero em Balneário Camboriú (SC) e causa confusão

 

A influenciadora Bell Ponciano. Foto: Reprodução

Na tarde deste domingo (21), os frequentadores da praia Central de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, foram surpreendidos por uma “chuva de dinheiro”. Cédulas de R$ 20, R$ 50 e R$ 100 foram lançadas de um helicóptero que sobrevoava a costa da cidade.

A iniciativa foi organizada pela influenciadora Bell Ponciano, que compartilhou registros do momento nas redes sociais. De acordo com ela, um total de R$ 10 mil foi distribuído durante a ação.

Em vídeos, é possível ver os banhistas correndo para apanhar as notas que caíam do céu, com uma mulher até mesmo caindo na areia em um dos momentos registrados. Em uma postagem no Instagram, Bell escreveu: “Por essa vocês não esperavam né!? O dia que eu fiz chover dinheiro em Balneário!”.

A reação dos seguidores da influenciadora sobre a ação foi mista nos comentários. Enquanto alguns elogiaram a iniciativa, outros criticaram Bell. Alguns usuários expressaram desaprovação, chamando a ação de “humilhante”, “desprezível” e acusando-a de “pagar para aparecer”. Por outro lado, alguns elogiaram a atitude, comentando que “todos precisam de dinheiro” e expressando arrependimento por não estarem presentes.

Fonte: DCM

Elon Musk comenta ato de Bolsonaro no Rio e volta a criticar Moraes

 Bilionário comparou ministro do STF ao vilão da saga Harry Potter, mas não prestou apoio direto ao ex-presidente

Elon Musk voltou a fazer críticas a Alexandre de Moraes. O dono do X, antigo Twitter, usou a rede social para comentar o ato bolsonarista que ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (21/4), e aproveitou para alfinetar o ministro.


Em seu perfil oficial, o bilionário retuitou a fala de uma outra pessoa. No tuíte, o usuário @alx reproduziu uma postagem do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) com a foto de uma faixa que mostrava Musk e Jair Bolsonaro acompanhados da frase: “O povo brasileiro agradece! Elon Musk”.


“Onde estão as multidões torcendo pelo pequeno tirano @Alexandre de Voldemort e a censura no Brasil? Não há nenhum”, comentou o usuário da rede social com uma referência ao vilão da saga Harry Potter.


O dono da plataforma aproveitou então para reforçar a fala e deixar claro o que pensa sobre o assunto. De acordo com ele, não existia uma manifestação pró Alexandre de Moraes “porque ele é contra a vontade do povo e, portanto, da democracia”.


Apesar das críticas a Moraes, o bilionário não prestou apoio direto a Bolsonaro. Em resposta a outro post, do perfil @MarioNawfall, Musk se pronunciou dizendo não apoiar nenhum político específico: “Para ser claro, X está apenas tentando seguir as leis do Brasil sem favorecer ou desfavorecer qualquer candidato político”.

Imagem colorida de manifestação de Elon Musk sobre manifestação de Bolsonaro em copacabana


Multa


A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com um pedido na Justiça contra Elon Musk. O órgão pede que o X, antigo Twitter, pague R$ 1 bilhão de indenização por dano moral coletivo e danos sociais causados ao Brasil.


A DPU argumenta que ele teria cometido graves violações ao incitar o descumprimento de decisões judiciais. Isso porque, de acordo com o órgão, o bilionário tem feito diversas declarações que “representam uma afronta grave, não apenas ofendendo o país e o Estado Democrático de Direito estabelecido, mas também tentando desacreditar as instituições democráticas brasileiras”.


Manifestação


Diante de uma plateia com milhares de apoiadores em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (PL) disse que é inocente, que não atacou o sistema eleitoral, que quer o direito de disputar eleições e defendeu Elon Musk, dono da rede X (antigo Twitter).


O ex-presidente discursou junto a aliados, neste domingo (21/4), em ato convocado por ele e organizado pelo presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia.


Sob o mote de defender a democracia, Bolsonaro criticou as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) e enalteceu Elon Musk com os argumentos de defesa à liberdade de expressão.


“Peço uma salva de palmas para Elon Musk, dono de uma plataforma cujo objetivo é fazer com que o mundo todo seja livre”, disse Bolsonaro. Musk ameaçou não cumprir decisões judiciais do Brasil em ataques frequentes a Moraes.


O ex-presidente ainda questionou sua inelegibilidade determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por reunião com embaixadores na qual Bolsonaro questiona o sistema eleitoral brasileiro.


O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. “Eu não me reuni com traficantes do morro do Alemão, me reuni com embaixadores e me tornaram inelegível”, disse.


Antes mesmo de Bolsonaro subir ao trio, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, falou com os que estavam on local à espera do ex-presidente. “Vocês fizeram do PL o maior partido do Brasil. Deus, pátria, família e liberdade”.


Ao participar da manifestação sem encontrar com Bolsonaro, Valdemar respeita decisão de Alexandre de Moraes, que proíbe o contato entre investigados por tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula.


Os filhos de Bolsonaro Carlos e Flávio estavam no trio e, após a saída do presidente do PL, Bolsonaro entrou no carro de som. A esposa dele e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, ficou ao lado da vice-governadora do DF, Celina Leão e, em seguida, cantou o Hino Nacional com o marido.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles.

Maioria de deputados oriundos da PF votaram a favor de Brazão, investigado e preso pela corporação

 Parlamentares se colocaram, de certo modo, contra a instituição que os ajudou a se eleger

A Câmara tem hoje sete deputados ligados à Polícia Federal. E, segundo informa Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, a maioria votou a favor da liberdade de Chiquinho Brazão, acusado pela PF de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco.


De certa maneira, eles se colocaram contrários à instituição que os ajudou a se eleger, já que a investigação foi tocada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro.


Dos sete, cinco votaram pela soltura do deputado, que está no presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. São eles Eduardo Bolsonaro, Sanderson, Gilvan da Federal, delegado Matheus Freitas e delegado Ramagem.


Aluísio Nunes não votou. E o único que entendeu que Brazão deveria permanecer preso foi o delegado Matheus Laiola.


Apesar dos deputados ligados à PF terem votado pela soltura de Brazão, ele permaneceu preso com 277 votos. Eram necessários 257, no mínimo. Outros 128 deputados votaram pela liberdade dele e 28 estavam ausentes.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

Presidente do STF aponta existência de “articulação global de extrema direita” que usa as redes para espalhar desinformação (vídeo)

 Barroso avalia que vivemos “um momento muito delicado para a democracia”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que há em curso uma “articulação global de extrema direita” que se utiliza das redes sociais.


Em meio ao contexto de debates sobre liberdade de expressão e necessidade de controle de conteúdos nas plataformas digitais, Barroso fez um discurso na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) alertando para “interesses comerciais” de empresas.


O ministro deu as declarações no encerramento do evento promovido pelo Conselho Federal da OAB, na última sexta-feira (19/4), no Rio de Janeiro.


Avaliando que “esse é um momento muito delicado para a democracia”, o presidente do STF disse que é preciso defender a liberdade de expressão, mas pontuou que várias alegações de defesas desse ponto escondem “um modelo de negócio que vive do engajamento”.



“O que está se vendo hoje na imprensa é uma articulação global extremista, de extrema-direita, que se utiliza das plataformas digitais para espalhar ódio, desinformação, teorias conspiratórias e destruir reputações.”


Barroso apontou caminhos dizendo que é preciso traçar uma linha fina entre a preservação da liberdade de expressão e o “esforço civilizatório de impedir que a humanidade descambe para uma época em que a circulação do ódio, da agressividade, da grosseria, que enriquece alguns, contamine o modo das pessoas viverem civilizadamente”.


Debate longe do fim


As afirmações do presidente do STF reacendem o debate que vem sendo travado entre diferentes frentes políticas e jurídicas do país, simbolizadas pelos “opostos” Alexandre de Moraes e Elon Musk.


O ministro e o bilionário vêm representando lados distintos nas discussões sobre liberdade de expressão e necessidade de maior controle de conteúdos das redes.


Para Luís Roberto Barroso, é preciso lembrar ainda que “o ódio, a mentira, a desinformação e a agressividade trazem muito mais engajamento”. “Há um incentivo perverso para a difusão do ódio, da mentira, da agressividade, da desinformação e das teorias conspiratórias”, sintetizou.


Nas últimas semanas, Musk já chegou a dizer que Moraes “interferiu nas eleições do Brasil”, “é contra a democracia” e que faz parte de um Poder Judiciário “em grau extremo de abuso”.


Também chamou atenção recentemente uma resposta do presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, ao ouvir um grito de “Fora, Xandão”. Durante discurso que fez em Mato Grosso do Sul, ele reagiu à frase dizendo: “Nós vamos chegar lá”.


Na divulgação das falas de Barroso no evento do Conselho Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil destacou, no título, um trecho descontextualizado das falas do ministro: “‘Precisamos defender a liberdade de expressão’, alerta Barroso”.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles.