Dados divulgados pelo IBGE
mostram que valor de R$ 1.848 é o maior da série histórica da pesquisa, que
teve início em 2012. Aquecimento do mercado de trabalho e programas sociais,
como o Bolsa Família, contribuíram para o avanço
A renda domiciliar per capita no Brasil cresceu 11,5% em 2023 em
comparação a 2022, atingindo o recorde de R$ 1.848. De acordo com a PNAD
Contínua Rendimento de Todas as Fontes, pesquisa divulgada nesta sexta-feira
(19/4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o maior
valor da série histórica da pesquisa, que teve início em 2012.
Os indicadores consideram todas as origens de rendimento,
ou seja, além dos provenientes do trabalho, há a categoria outras fontes, que é
composta por aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão
alimentícia, doação e mesada de não morador e outros rendimentos.
Com a melhora do mercado de trabalho e o aumento do
número de beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, a massa de
rendimento mensal domiciliar per capita também teve aumento de 12,2% em
comparação ao ano anterior, e chegou a R$ 398,3 bilhões.
O rendimento médio real de todas as fontes cresceu 7,5%
em relação a 2022, atingindo R$ 2.846 em 2023 e se aproximando do maior patamar
da série histórica, registrado em 2014 (R$ 2.850). Após dois anos de queda com
os efeitos da pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), esse rendimento voltou a
crescer em 2022, ao ser estimado em R$ 2.648.
Já o rendimento médio mensal real habitualmente recebido
de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade
ocupadas) foi estimado em R$ 2.979 em 2023, um aumento de 7,2% em relação a
2022 (R$ 2.780) e de 1,8% na comparação com 2019 (R$ 2.927).
FONTES DE RENDA – As pessoas
que tinham algum rendimento de trabalho equivaliam a 46,0% da população
residente no país em 2023, um aumento de 44,5% ante o ano anterior.
Entre os componentes do rendimento de outras fontes, a
maior média mensal seguiu com a aposentadoria e pensão (R$ 2.408), que cresceu
6,6% em relação ao ano anterior (R$ 2.258), mas permaneceu 3,6% abaixo do
observado em 2019 (R$ 2.499). Em quatro das grandes regiões, essa também foi a
categoria de maior valor médio entre os rendimentos de outras fontes. A exceção
era o Sul (R$ 2.321), onde a média de rendimentos vindos de aluguel e
arrendamento (R$ 2.661) superou essa categoria no ano passado.
No País, os rendimentos provenientes de aluguel e
arrendamento tiveram valor médio de R$ 2.191, um aumento de 19,3% na comparação
com o ano anterior (R$ 1.836). Em 2023, essa fonte representou 2,2% do
rendimento médio mensal domiciliar per capita da população residente no Brasil.
Outra categoria presente na composição dos rendimentos de
outras fontes é a de outros rendimentos, que inclui, por exemplo, os programas
sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS),
além do seguro-desemprego, o seguro-defeso e as bolsas de estudo, entre outros.
O rendimento médio das pessoas que declararam receber outros rendimentos chegou
a R$ 947, o maior da série histórica.
Na comparação com 2022 (R$ 850), o aumento foi de 11,4%,
enquanto em relação a 2019 (R$ 747), o crescimento do valor médio dos outros
rendimentos foi ainda mais expressivo (26,8%).
Já a média de rendimento da categoria composta por pensão
alimentícia, doação e mesada de não morador foi de R$ 753, o que retrata um
crescimento de 4,6% ante o estimado no ano anterior (R$ 720).
BOLSA FAMÍLIA – A pesquisa
também abordou a proporção de domicílios com algum beneficiário do Bolsa
Família. No ano passado, quando a nova versão do programa foi implementada, a
proporção de domicílios com beneficiários chegou ao maior patamar da série
histórica (19,0%). Os maiores percentuais estavam no Norte (31,7%) e no
Nordeste (35,5%).
Outro ponto observado pela pesquisa foi a diferença de
rendimento entre os lares beneficiados com algum programa de renda e os que não
recebiam esse tipo de auxílio. Nos grupos de domicílios que recebiam Bolsa
Família, o rendimento médio mensal domiciliar per capita foi de R$ 635,
enquanto naqueles que não recebiam, de R$ 2.227.
Por: Secretaria
de Comunicação Social (Secom)