“A conduta dos parlamentares, ao votar contra orientação da Federação Brasil Esperança, causa espanto e não representa os valores desta legenda”, afirma o PV
O Partido Verde (PV) abriu nesta quinta-feira (11) processo para expulsar da sigla os deputados federais Jadyel Alencar e Luciano Amaral, que votaram contra a prisão de Chiquinho Brazão, detido em presídio federal por suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Segundo a nota divulgada pelo partido, os dois parlamentares já haviam expressado o desejo de deixar a sigla, o que ainda não foi formalizado.
“A conduta dos parlamentares, ao votar contra orientação da Federação Brasil Esperança, causa espanto e não representa os valores desta legenda”, afirma o PV.
Esta é íntegra da nota emitida pelo Partido Verde:
A Executiva Nacional do Partido Verde, representada nesta manifestação por ampla maioria de seus membros, solicita abertura de processo administrativo disciplinar para expulsão dos deputados federais Jadyel Alencar e Luciano Amaral.
Eleitos em 2022 pela legenda, os parlamentares infringem por meio do voto pela soltura do deputado federal Chiquinhos Brazão, artigos previstos no Regimento Partidário. A conduta dos parlamentares, ao votar contra orientação da Federação Brasil da Esperança, causa espanto e não representa os valores desta legenda.
Muito embora os dois parlamentares possuam carta de anuência para saída do partido, as condutas deflagradas na última quarta-feira (10) ferem o Estatuto, os valores e especialmente a ética do Partido Verde ao defender a liberação de um parlamentar acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson, extermínio que chocou todo o Brasil e que fere a democracia brasileira.
Ainda de acordo com a carta maior da sigla, o parlamentar que se opuser, por atitude ou voto às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo Partido terá suspenso, temporariamente, o direito a voto nas reuniões dos Órgãos partidários, bem como pode sofrer sanções. A manifestação do Conselho de Ética, dada ainda a gravidade do ocaso, pode ainda ser substituída e dispensada pela decisão deste colegiado, ressalvando a manifestação da defesa.
Ambos os deputados solicitaram a saída da legenda, no entanto não formalizaram o desembarque, ocasionando quebra de confiança e afronta aos valores da sigla por meio de suas votações em plenário. Resta ainda salientar que não é a primeira conduta inadequada, de descumprimento de orientação de voto, como a conduta também registrada quando da votação do Marco Temporal, em contrariedade com a premissa de salvaguarda dos povos originários.
Por fim, esta Executiva pede que sejam instaurados os processos administrativos e disciplinares, que se desconsidere a anuência – uma vez não foi efetivada em tempo razoável, e que sejam adotadas as medidas de expulsão dos respectivos deputados.
Fonte: Agenda do Poder