sábado, 6 de abril de 2024

Assistência da China a Cuba faz parte da oposição global à hegemonia


A assistência oportuna da China mais uma vez demonstra claramente seu apoio inabalável a Cuba

Avião chinês leva ajuda alimentar a Cuba
Avião chinês leva ajuda alimentar a Cuba (Foto: Global Times)


Global Times - O primeiro lote de ajuda alimentar de emergência do governo chinês a Cuba chegou na última quarta-feira (3) ao Aeroporto Internacional José Martí, em Havana. Luo Zhaohui, diretor da Agência de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional da China, afirmou no aeroporto: "O governo chinês se orgulha e se solidariza com cada progresso e cada desafio enfrentado por nossos amigos cubanos. A assistência de hoje é um símbolo da amizade do povo chinês."

A assistência oportuna da China mais uma vez demonstra claramente seu apoio inabalável a Cuba na superação da escassez de alimentos e na manutenção da estabilidade social.

Devido ao conflito Rússia-Ucrânia e às mudanças climáticas, os preços globais dos alimentos aumentaram drasticamente nos últimos dois anos, levando a uma grave escassez de alimentos em alguns países e regiões. No relatório do ano passado, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, escreveu: "Mais de 2,5 bilhões de pessoas enfrentam agora uma fome severa, com algumas à beira da inanição. Isso é inaceitável."

Cuba, dependente de importações de alimentos, foi duplamente atingida. Outro golpe vem das sanções de longa data impostas pelos EUA, que restringem severamente o comércio exterior do país e o acesso regular a suprimentos alimentares externos e equipamentos agrícolas correspondentes.

O bloqueio a Cuba é um resquício do período da Guerra Fria e tem recebido oposição significativa. Ele tem sido amplamente criticado pela comunidade global, como demonstram as resoluções anuais na Assembleia Geral das Nações Unidas pedindo sua suspensão desde 1992.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) cita perdas astronômicas para Cuba, totalizando bilhões de dólares anualmente devido ao bloqueio, que prejudica significativamente sua produtividade agrícola e representa uma séria ameaça à segurança alimentar. O bloqueio dos EUA prejudica gravemente o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento do povo cubano.

A assistência da China a Cuba, incluindo a entrega de quantidades significativas de equipamentos médicos e alimentos como arroz, destaca as medidas práticas de Pequim para apoiar o povo cubano.

Esta ajuda não é apenas um gesto diplomático, mas uma contribuição substancial para a saúde e segurança alimentar de Cuba em meio às suas dificuldades econômicas agravadas pelo embargo e apoio à luta do povo cubano contra a hegemonia. Neste contexto, o apoio de longa data da China a Cuba representa a opinião pública global contra o hegemonismo.

O governo e o povo cubanos nunca se curvaram ao unilateralismo e hegemonia dos EUA, e apesar da enorme pressão e perdas causadas pelo bloqueio, Cuba permaneceu ativamente comprometida em promover a solidariedade global e a cooperação internacional. As últimas notícias mostram que o governo cubano garantiu o fornecimento de alimentos subsidiados através da coordenação urgente de recursos de todas as partes, incluindo ajuda externa, etc. O governo cubano também está buscando reparar a escassez de alimentos através de esforços para reviver a indústria do turismo, ganhar mais divisas e atualizar o desenvolvimento agrícola.

As relações bilaterais entre China e Cuba, fortalecidas sob a iniciativa "Um Cinturão, Uma Rota", têm facilitado trocas econômicas e comerciais aprofundadas. Esta cooperação abrange diversos setores, trazendo benefícios tangíveis para os povos de ambas as nações e recebendo a apreciação de muitos países da América Latina, destacando o potencial de solidariedade internacional diante de sanções unilaterais.

À medida que o cenário político na América Latina e no Caribe passa por um novo ciclo de ajustes profundos, a narrativa que vê a América Latina como "quintal" dos EUA está desatualizada e mina a soberania e autonomia dos países da região.

Nos últimos anos, países latino-americanos como o Brasil têm apoiado mais ativamente o desenvolvimento econômico de Cuba e se oposto abertamente às sanções unilaterais impostas pelos EUA. Isso reflete o crescente reconhecimento dos países pelo desenvolvimento autônomo dentro da região e promove o consenso crescente de alcançar uma governança global mais equitativa e desenvolvimento conjunto.

O fortalecimento da consciência dos países latino-americanos em relação ao desenvolvimento autônomo também torna cada vez mais difícil para Washington avançar em suas tentativas de criar divisões entre a China e os países latino-americanos e forçar esses países a escolher lados.

A China apoia firmemente a justa luta do povo cubano em defesa da soberania nacional e contra a interferência e o bloqueio estrangeiros. As práticas equivocadas de alguns países que impõem unilateralmente sanções, cortam a ajuda ao desenvolvimento e congelam os ativos legítimos de outros países devem ser corrigidas. A China apoia o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba.

O apoio e a assistência da China a Cuba são uma parte essencial da oposição global à hegemonia e ao esforço para estabelecer uma ordem internacional mais justa, racional e inclusiva.

Fonte: Brasil 247

Ex-assessor de Bolsonaro troca de advogado e contrata desembargador crítico de Moraes

 

Filipe Martins foi preso em fevereiro deste ano durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga trama golpista no governo Bolsonaro

Filipe Martins
Filipe Martins (Foto: Divulgação)

 

Filipe Martins, ex-assessor do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), decidiu mudar a equipe jurídica que o defende. Agora, o novo advogado de Martins é o desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, conforme relatado pelo jornal Folha de S. Paulo na quinta-feira (5). Coelho da Silva é conhecido por criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acusá-lo de "inflamar o Brasil".

"Os advogados João Vinícius Manssur e William Janssen optaram por renunciar à defesa de Filipe Martins por motivos de foro íntimo", informaram em comunicado.

O ex-assessor de Bolsonaro foi preso em fevereiro deste ano durante a Operação Tempus Veritatis, que apura a trama golpista montada para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Polícia Civil pede prisão preventiva de motorista de Porsche acusado de envolvimento em acidente fatal

 

No pedido, o delegado Nilson Alves afirmou que o suspeito possui "poder aquisitivo elevado" e pode ameaçar ou subornar testemunhas para que prestem depoimento favorável a ele


Motorista do Porsche
Motorista do Porsche (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes )


A Polícia Civil de São Paulo solicitou a prisão preventiva do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche envolvido no acidente que resultou na morte do motorista Ornaldo da Silva Viana, na madrugada do último domingo (31). A informação foi publicada pelo Uol neste sábado (6).

Segundo o delegado Nilson Alves, do 30º Distrito Policial, localizado no bairro do Tatuapé, o suspeito possui "poder aquisitivo elevado" e pode ameaçar ou subornar testemunhas para que prestem depoimento favorável a ele. Na visão de Alves, Andrade Filho também poderia tentar manipular provas e fugir para evitar a responsabilização legal. 

A Polícia ainda argumenta que o suspeito fugiu do local do acidente e estaria visivelmente embriagado, conforme apontaram testemunhas da colisão. No pedido à Justiça, o delegado afirmou ainda que o investigado praticou um crime de "extrema gravidade".

A defesa de Andrade Filho tem afirmado que é "prematuro" julgar as causas do acidente, uma vez que os laudos da perícia ainda não foram concluídos.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Brasil se especializa na produção de azeite extra virgem

 

Qualidade do óleo vegetal já é reconhecida internacionalmente

Produtores brasileiros de azeite de oliva têm chances de se beneficiarem da alta internacional do preço do alimento, e ganhar mais espaço para vender ao segundo maior mercado importador do mundo: o próprio Brasil.

De todo azeite que o país consome, menos de 1% (0,24%) é produzido por sua lavoura. A maior participação no mercado interno poderá se dar pela qualidade do produto, o que permite crescimento de consumo mesmo quando o preço se eleva.

Entre 2018 e 2022, a produção de azeite só no Rio Grande do Sul passou de 58 mil litros para 448,5 mil litros. O estado e outras regiões do país, como a Serra da Mantiqueira - entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro -, está se especializando na produção de azeite extra virgem, de menor acidez, reconhecido como artigo especial ou premium.

De acordo com o Internacional Olive Council, entre 2013 e 2020, o Brasil importou uma média de 74 mil toneladas ao ano de azeite e óleo de bagaço de azeitona. No período de oito anos, a importação cresceu de 73 mil toneladas ao ano para 104 mil toneladas ao ano.

Em 2020, oitenta por cento desse volume veio da Portugal e da Espanha. Os dois países da península ibérica diminuíram a produção de azeite nos últimos anos por causa do aumento de temperatura quando ocorre a floração das oliveiras, o que causou a elevação do preço do produto em cerca de 45% de 2020 para cá.

Paralelo ao encarecimento do azeite, produção nacional começa a ter reconhecimento. No mês passado, por exemplo, um azeite de marca gaúcha (Potenza Frutado) foi escolhido como o melhor do Hemisfério Sul - Prêmio Internacional Expoliva de Qualidade dos Melhores Azeites Extravirgens, realizado na Espanha (22ª edição).

Abastecimento mais rápido - Além de azeite extra virgem de qualidade reconhecida, o produtor nacional tem em seu favor a agilidade para abastecer o mercado interno. “Se eu colher uma azeitona hoje no pé aqui, eu posso tranquilamente em dez dias ter o azeite dela em uma loja do Pão de Açúcar em São Paulo”, calcula Luiz Eduardo Batalha, o maior produtor de azeite do Brasil e dono da marca que leva seu nome.

Batalha, que acumula experiência com a produção de carne, café e cana-de-açúcar em diferentes partes do país, cultiva oliveiras em três fazendas com total de 3 mil hectares nos municípios de Pinheiro Machado e Candiota, no sudeste gaúcho, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com o Uruguai.

Segundo ele, o azeite extra virgem “é um produto que precisa de muito frescor” e as marcas estrangeiras apesar do domínio absoluto “não competem com a rapidez que a gente tem de colocar o azeite nas gôndolas do supermercado, nos lugares, nos restaurantes.”

O argumento do produtor faz sentido para Ticiana Werner, dona de um restaurante em Brasília que leva o seu sobrenome. Ela pondera que além do maior tempo para chegar às redes brasileiras de abastecimento, o azeite importado pode não estar devidamente acondicionado em seu transporte.

“Um azeite da Europa vem como? Em um contêiner. Como é esse contêiner, é refrigerado? Se não for refrigerado o azeite pode oxidar”, avalia a empresária que desde o início do ano começou a usar azeite nacional em saladas, pratos quentes e até sobremesas.

O Brasil cultiva oliveiras desde o século passado, mas a perspectiva de ter uma produção mais robusta e virtuosa começou a se desenhar entre os anos de 2005 e 2006, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) demandou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avaliasse a possibilidade de o país cultivar oliveiras, como já acontecia com as vinheiras no Sul do Brasil e no Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco).

O trabalho teve início com o plantio de mudas de oliveiras tradicionais em países de grande produção. As variedades de maior sucesso foram koroneike, de origem grega; as espanholas arbequina e arbosana; e a covatina, da Itália.

Mudança no metabolismo - “Quando você traz uma espécie de uma condição adequada para uma condição como a nossa, a planta mexe no seu metabolismo e se adapta à nova condição”, explica o engenheiro agrônomo Rogério Oliveira Jorge, responsável técnico em laboratório da Embrapa Clima Temperado em Pelotas (RS), que faz pesquisas e avalia a qualidade dos azeites produzidos no Brasil.

O desempenho da planta depende da capacidade de se adaptar ao clima e ao solo. A ciência sabe que as oliveiras não se desenvolvem bem em lugares com muita chuva e solos enxarcados.

Além do baixo índice pluviométrico e da baixa umidade relativa do ar, a planta precisa de exposição ao sol e de temperaturas amenas. Nos períodos de florescimento pleno, polinização e frutificação efetiva “a temperatura diária deve ficar em torno de 20ºC, a fim de que todos os processos metabólicos ocorram normalmente”, descreve estudo da Embrapa sobre a distribuição potencial de oliveiras no Brasil e no mundo, feito em 2015.

De acordo com os pesquisadores da empresa estatal, além do Rio Grande do Sul e de lugares de altitude como a Serra da Mantiqueira, há zonas “apontadas como mais favoráveis” no semiárido nordestino.

O azeite de oliva é rico em ácidos graxos, pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. Em entrevista à Agência Brasil, a nutricionista Mônica Julien, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, aconselhou o consumo. “Eu recomendo que use azeite se possível, não em substituição a todas as outras gorduras, porque até as gorduras saturadas têm sua função também no organismo, mas se puder acrescentar e trocar uma boa parte das gorduras por azeite é bastante saudável.”

Rotineiramente, o Ministério da Agricultura e Pecuária faz fiscalização e apreensões de azeites em supermercados. O Mapa orienta aos consumidores conferir a lista de produtos irregulares já apreendidos; não comprar a granel; optar por produtos com a data de envase mais recente; reparar a data de validade e o tempo dos ingredientes contidos - o tempo de colheita de azeitona para azeites extra virgem é de seis meses. Outra sugestão é observar se o óleo está turvo e se na embalagem há informação sobre mistura de óleos (adição de outro óleo vegetal).

Fonte: Agência Brasil

Amazônia: degradação afeta área três vezes maior que desmatamento



Governo federal vem monitorando a situação, diz secretário

Mesmo com a retomada de políticas públicas ambientais - que resultaram em sucessivas reduções de desmatamento na Amazônia - a degradação avança e já acumula alertas para quase 163 mil quilômetros quadrados (km²) do mesmo bioma.

O número é três vezes maior do que os quase 58,5 km² alcançados por alertas de desmatamento registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na plataforma Terra Brasilis, até março deste ano.

No período de março de 2023 ao mesmo mês deste ano, houve aviso de degradação para mais 20,4 mil km² e, na contramão da redução dos alertas de desmatamento para esse período, os números registraram crescimento quando comparados aos aletas para quase 18 mil km², no mesmo período do ano anterior.

Segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima, a degradação florestal é um problema que vem sendo acompanhado pelo governo federal e tem recebido atenção dentro das políticas públicas de enfrentamento. “O combate à ilegalidade gera o sentimento de fim da impunidade e isso desestimula o processo de degradação, sobretudo aquele ligado ao corte seletivo de floresta”, explica.

De acordo com o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), David Lapola, a degradação florestal é mais complexa que o próprio desmatamento, representa uma ameaça grave ao cumprimento das metas brasileiras estabelecidas em acordos internacionais para a manutenção da estabilidade climática. Camuflados por frágeis vegetações, distúrbios ambientais causados pelo homem avançam sobre a biodiversidade, longe do alcance das imagens de satélite e do monitoramento governamental.

Diferença

O pesquisador explica que o desmatamento e a degradação são fenômenos diferentes, decorrentes de perturbações que podem ser causadas tanto pela ação humana, como fogo, efeito de borda (florestas limítrofes de áreas degradadas) e corte seletivo de madeira, como por distúrbios como a seca, que pode ser natural ou, em frequência maior, decorrente da mudança climática causada pelo homem.

Lapola, que coordenou o estudo The drivers and impacts of Amazon forest degradation, publicado na revista Science em 2023 , afirma que, diferente do desmatamento, que faz com que a floresta deixe de existir e dê lugar a outras paisagens como o pasto, a degradação afeta os serviços ecossistêmicos da floresta de forma mais sutil e em prazo mais longo. Na prática, transforma a floresta por dentro com a substituição de espécies tanto da flora, quanto da fauna. Árvores maiores dão lugar a árvores com estruturas menores, menos biomassa e menor capacidade de cumprir os serviços ecossistêmicos.

Na publicação, Lapola analisa dados do período de 2001 a 2018 e antecipa que a degradação avança mais rápido e já atinge mais que o desmatamento, na Floresta Amazônica. “O problema é que os efeitos da degradação são iguais ao do desmatamento. Em algumas pesquisas, há autores que apontem danos maiores até”, afirma. São consequências como menor capacidade de reter o CO2, interferência no ciclo hidrológico com menos chuvas e aumento da temperatura, por exemplo.

Monitoramento

Além do diagnóstico, a pesquisa também indicou necessidade de aprofundamento na forma de monitorar a floresta. Atualmente, o governo federal apoia suas políticas públicas principalmente nos dados gerados por duas ferramentas: o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que reúne informações anuais do que já foi desmatado, e o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), com alertas diários, mas com menor precisão.

Apoiado em imagens de satélites, o Deter é capaz de gerar alertas de degradação com base em eventos associados principalmente ao fogo e à extração ilegal de madeira. “Esses dois eventos principais modificam a copa das árvores. Quando você olha pelo satélite, verifica que as copas das árvores têm uma assinatura espectral diferente da floresta não perturbada, só que a área não é convertida em uma área de solo exposto”, explica Luiz Aragão, pesquisador do Inpe, especialista em ecossistemas tropicais com ênfase em sensoriamento remoto.

Para Lapola, embora esse suporte seja efetivo para enfrentar o desmatamento, é ineficaz em alcançar todos os fatores que causam a degradação, o que pode indicar que os dados atuais são subestimados.

“É bem possível que no ano que passou tenha havido um aumento sensível de degradação, principalmente devido à seca, porque tivemos um El Niño, relativamente severo, e teve redução bem drástica dos níveis dos rios, principalmente na Amazônia Central. Então, é de se esperar que a seca tenha levado, também, a uma degradação, mas não temos números ainda, e o correto seria a gente ter um sistema contínuo de acompanhamento disso.”

O pesquisador afirma ainda que distúrbios como fogo e corte seletivo de árvores são mais observáveis por imagens de satélite, mas o efeito de borda - que também gera degradação em áreas próximas às florestas - é mais complexo e precisaria de outras metodologias de monitoramento.

“Podemos observar os cálculos e entender que determinada área é borda, mas tem que ter um cálculo de quantos anos tem aquela borda, porque quanto mais velha, vai perdendo mais carbono. As árvores vão morrendo lentamente, não é um processo instantâneo”, afirma.

Políticas públicas

André Lima diz que o ministério reconhece a necessidade de aprimoramento dos métodos oficiais de monitoramento de degradação e que o assunto tem sido tema de debates tanto para políticas de controle, quanto para a contabilização das emissões de carbono no Sistema de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD).

“Podemos ter taxas anuais, com um sistema mais preciso. Isso está sendo discutido com o Inpe, inclusive a possibilidade de um novo projeto para o Fundo Amazônia que avance no desenvolvimento de metodologias e do sistema de contabilidade de taxa de degradação”

De acordo com Luiz Aragão, essas limitações foram levadas em consideração na elaboração da última atualização do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), lançado em junho de 2023, mas é preciso ir além.

“É necessário elaborar novas políticas e ações que sejam voltadas diretamente para a degradação florestal em adição às que já existem relação ao desmatamento”, diz.

Segundo André Lima, esse trabalho tem avançado, mas é preciso considerar que a interrupção das políticas públicas ambientais por um período no Brasil gerou um retrocesso que precisa ser primordialmente enfrentado “A gente vem de quatro anos, antes ao ano de 2023, de baixíssima qualidade e intensidade de fiscalização. Isso gerou um sentimento de impunidade muito alto e a degradação, sobretudo sobre a via do corte irregular de madeira.”

O secretário destaca que a degradação ambiental está inserida nos programas de enfrentamento ao desmatamento, a exemplo dos municípios que foram considerados prioritários para iniciativas como o Programa União com Municípios pela Redução de Desmatamento e Incêndios Florestais, que destinará recursos do Fundo Amazônia para ações locais de controle e monitoramento, regularização fundiária e ambiental, recuperação de vegetação nativa e apoio à produção sustentável.

“Tem vários municípios que entraram na lista definida este ano, mas não por conta de desmatamento.Entraram por degradação, portanto, passarão a ser foco de maior intensidade de fiscalização e também de ações relevantes e incentivos positivos”, afirma.

Aragão considera que o avanço precisa acontecer com base em uma visão real dos problemas. O pesquisador aponta como exemplo o uso do fogo, que necessariamente precisa ser substituído por outras formas de manejo viabilizadas pelas novas tecnologias, mas também não se pode ignorar o uso dele nas formas tradicionais de subsistência.

“Para esse grupo você tem que ter uma outra política alternativa onde haja uma educação para a maneira mais adequada e o período mais adequado de utilizar o fogo, com o mínimo de impacto e protegendo a floresta.”

Diante dos desafios, os pesquisadores são unânimes em considerar que é necessário unir esforços no enfrentamento dos distúrbios que afetam as florestas e se potencializam em um processo degenerativo.

“É importantíssimo que nós paremos com os desmatamentos e a degradação florestal para que a gente possa usufruir dos recursos naturais no seu todo potencial, com provimento de soluções bioeconômicas, manutenção da estabilidade climática e bem-estar para as populações locais e o próprio desenvolvimento socioeconômico da região”, conclui Aragão.

Fonte: Agência Brasil

Como pensam petistas e bolsonarista sobre politica, segundo o Datafolha


Petistas e bolsonaristas. Foto: reprodução

 A mais recente pesquisa do Datafolha mostra que, embora bolsonaristas e petistas tenham opiniões divergentes em relação à avaliação do governo Lula (PT) e de instituições como o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), há pontos de convergência em temas como a reeleição e a minimização da data do golpe de 1964.

De acordo com o levantamento do instituto, 41% dos entrevistados se identificam como petistas, em comparação com 31% do grupo adversário. Essa análise engloba tanto os declaradamente bolsonaristas quanto aqueles que se consideram mais alinhados com o PT, e vice-versa. Além disso, 21% das pessoas afirmam manter uma posição neutra.

Permanece constante em 5%, em comparação com a primeira e mais recente pesquisa sobre o tema realizada em dezembro, o número daqueles que rejeitam qualquer vínculo partidário.

Governo Lula

O que se observa é que há divergências de interpretação entre petistas e bolsonaristas em relação à avaliação do primeiro ano e dois meses do mandato de Lula. Enquanto 68% dos eleitores do PT consideram a gestão como ótima ou boa, apenas 6% dos eleitores de Bolsonaro compartilham dessa opinião.

Essa perspectiva se inverte quando a administração é julgada como ruim ou péssima – apenas 6% dos petistas expressam essa visão, enquanto 71% dos bolsonaristas desaprovam o governo até o momento. Entre os neutros, 46% consideram a gestão como regular.

Petistas e neutros concordam que as ações econômicas representam o ponto mais forte do terceiro mandato de Lula até agora, com 21% e 12%, respectivamente.

Por outro lado, os bolsonaristas, em sua maioria (58%), acreditam que nada feito por Lula foi positivo, destacando os programas sociais como a marca mais significativa de sua gestão.

Já no campo da diplomacia, houve o atrito de Lula com Israel, comparando o conflito do país com o grupo terrorista Hamas com o Holocausto, que repercutiu mal especialmente entre os evangélicos.

Avaliação das instituições

Na atual polarização política brasileira, as opiniões divergentes também se refletem na avaliação das instituições, especialmente quando os eleitores são questionados sobre o STF, que tem sido palco de uma série de ações contra Bolsonaro.

Bandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores em BrasíliaBandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino

Entre os petistas, 45% veem a atuação dos ministros do Supremo como ótima ou boa, contrastando com apenas 12% dos bolsonaristas que concordam com essa opinião. Por outro lado, 52% dos apoiadores do ex-presidente expressam uma visão ruim ou péssima, em comparação com 9% dos adeptos do PT.

No que diz respeito à avaliação dos senadores e deputados federais atualmente no Congresso, são os petistas que mais consideram o desempenho deles como ótimo ou bom, com 30% de aprovação. Essa opinião é compartilhada por 17% dos bolsonaristas e 16% dos neutros, uma avaliação inferior à média geral, que é de 22%.

Embora os números gerais sejam modestos, esta é a melhor avaliação do Parlamento brasileiro desde a pesquisa de dezembro de 2003, quando o índice de ótimo/bom era de 24%.

A avaliação positiva dos apoiadores do partido de Lula ocorre em meio a uma série de conflitos entre o Executivo e o Legislativo federal, e concessões realizadas pelo Palácio do Planalto em termos de cargos e emendas parlamentares para ampliar sua base, com a participação do centrão.

Quanto à questão da reeleição, introduzida por emenda constitucional no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e agora questionada por proposta no Senado, tanto os autodeclarados petistas quanto os bolsonaristas defendem a continuidade do formato.

Entre os petistas, 69% apoiam a reeleição, enquanto entre os bolsonaristas esse índice é de 54%. Já entre os neutros, há uma divisão, com 52% contra a continuidade de mandato e 46% a favor.

Democracia

Tanto os apoiadores do PT quanto os bolsonaristas e neutros estão de acordo com a ideia de que a democracia é o melhor regime político em comparação com qualquer outro. Esta visão é compartilhada por 73% dos simpatizantes do PT de Lula, 68% dos que apoiam Bolsonaro e 70% dos neutros.

No entanto, as convergências nesse tema têm limites. Entre os bolsonaristas, 10% acreditam que em determinadas circunstâncias é preferível uma ditadura do que uma democracia, enquanto 19% entendem que tanto faz se o regime é autoritário ou democrático.

32% dos brasileiros se dizem petistas e 25%, bolsonaristas – DW ...Bandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores. Foto: reprodução

Além disso, os apoiadores de Bolsonaro são os que mais temem uma transição do país para uma ditadura, com 32% expressando essa preocupação. Entre os petistas, essa taxa cai para 13%, enquanto entre os neutros fica em 15%.

Golpe e 8 de janeiro

Apesar das críticas direcionadas a Lula por ter ignorado os 60 anos do golpe de 1964 e vetado ministros de realizar eventos sobre o tema, tanto petistas quanto bolsonaristas estão de acordo com a ideia de que a data deveria ser desconsiderada.

Entre os apoiadores do capitão reformado do Exército, 58% acreditam que a data deve ser ignorada, enquanto entre os que apoiam a sigla do atual mandatário, esse número é de 68%.

Esses números refletem a opinião geral, com 63% dos entrevistados favoráveis ao desprezo da efeméride, em comparação com 28% que defendem a comemoração do evento que marcou a queda de João Goulart (PTB) da Presidência e o início de 21 anos de ditadura militar.

As divergências começam a surgir quando os ataques golpistas de 8 de janeiro são discutidos. Quando questionados sobre uma possível anistia aos vândalos que depredaram os prédios da praça dos Três Poderes, 70% dos petistas e 62% dos neutros são contrários à ideia.

Os números entre os bolsonaristas, no entanto, mostram uma possível divisão, com 54% sendo contra o perdão pelos crimes cometidos pelos golpistas e 41% a favor.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 19 e 20 de março, entrevistando presencialmente 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 147 municípios do Brasil. A margem de erro nos resultados gerais da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: DCM

México rompe diplomacia com extrema-direita do Equador após invasão de embaixada


Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

 O governo do México anunciou a suspensão das relações diplomáticas com o governo de extrema-direita do Equador de Daniel Noboa após a invasão da Embaixada mexicana em Quito por policiais equatorianos. O presidente López Obrador comunicou a medida por meio de uma rede social durante a madrugada deste sábado (6).

A ação ocorreu na noite de sexta-feira (5) quando um grupo de policiais se dirigiu à embaixada para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, condenado a seis anos de prisão por suspeita de corrupção. Glas havia recebido asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro de 2023, alegando ser vítima de perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.

O presidente mexicano, informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores, considerou o ato uma violação do direito internacional e da soberania do México, ordenando a suspensão imediata das relações diplomáticas com o governo equatoriano.

“Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador em sua conta no X, antigo Twitter.

A Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas de 1961 estabelece que as embaixadas são invioláveis, requerendo autorização do chefe da missão estrangeira para a entrada de agentes estatais. No entanto, a polícia equatoriana agiu sem solicitar permissão ao embaixador mexicano.

Glas foi condenado em 2017 por receber propina da construtora Odebrecht em troca de concessões governamentais. O governo mexicano concedeu-lhe asilo político, desencadeando uma resposta do Equador, que acusou o México de violar acordos de asilo político e solicitou permissão para prender Glas na embaixada em Quito.

Durante a operação, a polícia equatoriana arrombou as portas da embaixada e fechou a principal avenida de acesso ao local. O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, classificou a invasão como um atropelo ao direito internacional, repudiando a ação.

“Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, explicou Canseco após o episódio.

Em resposta, o governo equatoriano emitiu um comunicado afirmando que não permitirá impunidade a criminosos, em referência a Jorge Glas, e destacando o respeito ao povo mexicano. A crise entre os dois países teve origem nas declarações de López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023, que foram consideradas infelizes pelo governo equatoriano, resultando na declaração de persona non grata à embaixadora mexicana.

Fonte: DCM

Governo de extrema-direita do Equador invade embaixada do México e prende ex-vice-presidente

 

Militares são vistos ao lado de fora da Embaixada do México em Quito, em 5 de abril de 2024. Foto: Karen Toro/Reuters

Na sexta-feira (5), a Polícia do Equador invadiu a Embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por suspeita corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht. Glas havia recebido asilo político do governo mexicano.

Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Presidência, Jorge Glas Espinel, que é vítima de lawfare, foi detido e está agora à disposição das autoridades competentes.

As cenas mostradas pela mídia local revelaram a entrada de agentes na embaixada, que estava cercada por policiais e militares do lado de fora, num esforço para deter o ex-vice-presidente, de acordo com reportagem da Agência France Presse.

A invasão da embaixada por parte do governo de extrema-direita de Daniel Noboa provocou a suspensão das relações diplomáticas entre México e Equador.

A crise diplomática entre os dois países teve início quando o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fez comentários considerados “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023. Na ocasião, Obrador comparou o assassinato de um candidato equatoriano à violência eleitoral no México. Segundo o G1, isso levou o Equador a declarar a embaixadora mexicana “persona non grata”.

No dia seguinte à declaração, o governo mexicano anunciou que havia concedido asilo político a Jorge Glas, que estava na embaixada desde dezembro de 2023. Em resposta, o Equador acusou o México de violar acordos de asilo político e pediu permissão para prender Glas dentro da embaixada. Jorge Glas enfrenta acusações de desvio de fundos públicos destinados à reconstrução de vilarejos costeiros após um terremoto devastador em 2016.

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

Até que, durante a noite de sexta-feira, a polícia invadiu a Embaixada do México em Quito, arrombando as portas externas. A ação levou o México a suspender imediatamente as relações diplomáticas com o Equador.

Em resposta, o encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. “Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.

Nas redes sociais, o presidente mexicano afirmou que a “violação do direito internacional e da soberania” de seu país seria passível do fim da relação diplomática. “Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador.

Fonte: DCM

PGR não pede prisão preventiva de Bolsonaro por estada em Embaixada


Bolsonaro de camiseta, sério, em imagem em preto e brancoJair Bolsonaro em imagens registradas por cãmeras de segurança na Embaixada da Hungria no Brasil – Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) submeteu um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) referente à permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se abrigado durante o Carnaval na embaixada da Hungria em Brasília: não há o pedido de prisão, apesar de reunirem-se as circunstâncias jurídicas que o autorizariam.

O documento foi encaminhado ao Supremo nesta quinta-feira (4), em resposta a uma solicitação feita pelo ministro Alexandre de Moraes, após esclarecimentos fornecidos pelo ex-mandatário sobre os motivos que o levaram a passar dois dias na representação diplomática do país europeu. Com informações do Globo.

Uma investigação da Polícia Federal foi iniciada para determinar se Bolsonaro buscava asilo político na embaixada e se isso poderia ser interpretado como uma tentativa de fuga. Conforme reportado pelo jornal O Globo, Paulo Gonet, procurador-geral da República, expressou nos bastidores sua opinião de que não havia necessidade de prisão preventiva, contrariando pedidos de parlamentares do PT e do PSOL feitos na semana anterior.

A visita de Bolsonaro à embaixada húngara ocorreu quatro dias após a apreensão de seu passaporte pela PF, em uma operação que investiga suas atividades relacionadas a um suposto golpe de Estado planejado após as eleições de 2022, segundo divulgado pelo jornal norte-americano The New York Times.

Alexandre de Moraes com expressão séria, de cabeça baixa, lendo papeisAlexandre de Moraes impôs medidas cautelares a Bolsonaro – Agência Brasil

Os advogados do politico do Partido Liberal justificaram sua estadia na embaixada argumentando que, apesar de não estar mais no cargo, ele mantém uma “agenda de compromissos políticos extremamente ativa”, incluindo reuniões com “lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador”.

A defesa do ex-presidente classificou como “ilógica” a suposição de que Bolsonaro buscasse refúgio político na Hungria, governada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, um de seus aliados. Eles afirmaram que as medidas cautelares impostas por Moraes, como a proibição de sair do país e a entrega do passaporte, tornavam essa suposição altamente improvável.

Além disso, a defesa mencionou em sua resposta ao ministro que o ex-presidente sempre informou o magistrado antecipadamente quando deixava o país, devido às investigações em curso em pelo menos cinco inquéritos na Corte. Isso foi evidenciado, por exemplo, em sua viagem à Argentina para a posse de Javier Milei, ocorrida em dezembro do ano passado.

Fonte: DCM