sábado, 6 de abril de 2024

Amazônia: degradação afeta área três vezes maior que desmatamento



Governo federal vem monitorando a situação, diz secretário

Mesmo com a retomada de políticas públicas ambientais - que resultaram em sucessivas reduções de desmatamento na Amazônia - a degradação avança e já acumula alertas para quase 163 mil quilômetros quadrados (km²) do mesmo bioma.

O número é três vezes maior do que os quase 58,5 km² alcançados por alertas de desmatamento registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na plataforma Terra Brasilis, até março deste ano.

No período de março de 2023 ao mesmo mês deste ano, houve aviso de degradação para mais 20,4 mil km² e, na contramão da redução dos alertas de desmatamento para esse período, os números registraram crescimento quando comparados aos aletas para quase 18 mil km², no mesmo período do ano anterior.

Segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima, a degradação florestal é um problema que vem sendo acompanhado pelo governo federal e tem recebido atenção dentro das políticas públicas de enfrentamento. “O combate à ilegalidade gera o sentimento de fim da impunidade e isso desestimula o processo de degradação, sobretudo aquele ligado ao corte seletivo de floresta”, explica.

De acordo com o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), David Lapola, a degradação florestal é mais complexa que o próprio desmatamento, representa uma ameaça grave ao cumprimento das metas brasileiras estabelecidas em acordos internacionais para a manutenção da estabilidade climática. Camuflados por frágeis vegetações, distúrbios ambientais causados pelo homem avançam sobre a biodiversidade, longe do alcance das imagens de satélite e do monitoramento governamental.

Diferença

O pesquisador explica que o desmatamento e a degradação são fenômenos diferentes, decorrentes de perturbações que podem ser causadas tanto pela ação humana, como fogo, efeito de borda (florestas limítrofes de áreas degradadas) e corte seletivo de madeira, como por distúrbios como a seca, que pode ser natural ou, em frequência maior, decorrente da mudança climática causada pelo homem.

Lapola, que coordenou o estudo The drivers and impacts of Amazon forest degradation, publicado na revista Science em 2023 , afirma que, diferente do desmatamento, que faz com que a floresta deixe de existir e dê lugar a outras paisagens como o pasto, a degradação afeta os serviços ecossistêmicos da floresta de forma mais sutil e em prazo mais longo. Na prática, transforma a floresta por dentro com a substituição de espécies tanto da flora, quanto da fauna. Árvores maiores dão lugar a árvores com estruturas menores, menos biomassa e menor capacidade de cumprir os serviços ecossistêmicos.

Na publicação, Lapola analisa dados do período de 2001 a 2018 e antecipa que a degradação avança mais rápido e já atinge mais que o desmatamento, na Floresta Amazônica. “O problema é que os efeitos da degradação são iguais ao do desmatamento. Em algumas pesquisas, há autores que apontem danos maiores até”, afirma. São consequências como menor capacidade de reter o CO2, interferência no ciclo hidrológico com menos chuvas e aumento da temperatura, por exemplo.

Monitoramento

Além do diagnóstico, a pesquisa também indicou necessidade de aprofundamento na forma de monitorar a floresta. Atualmente, o governo federal apoia suas políticas públicas principalmente nos dados gerados por duas ferramentas: o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que reúne informações anuais do que já foi desmatado, e o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), com alertas diários, mas com menor precisão.

Apoiado em imagens de satélites, o Deter é capaz de gerar alertas de degradação com base em eventos associados principalmente ao fogo e à extração ilegal de madeira. “Esses dois eventos principais modificam a copa das árvores. Quando você olha pelo satélite, verifica que as copas das árvores têm uma assinatura espectral diferente da floresta não perturbada, só que a área não é convertida em uma área de solo exposto”, explica Luiz Aragão, pesquisador do Inpe, especialista em ecossistemas tropicais com ênfase em sensoriamento remoto.

Para Lapola, embora esse suporte seja efetivo para enfrentar o desmatamento, é ineficaz em alcançar todos os fatores que causam a degradação, o que pode indicar que os dados atuais são subestimados.

“É bem possível que no ano que passou tenha havido um aumento sensível de degradação, principalmente devido à seca, porque tivemos um El Niño, relativamente severo, e teve redução bem drástica dos níveis dos rios, principalmente na Amazônia Central. Então, é de se esperar que a seca tenha levado, também, a uma degradação, mas não temos números ainda, e o correto seria a gente ter um sistema contínuo de acompanhamento disso.”

O pesquisador afirma ainda que distúrbios como fogo e corte seletivo de árvores são mais observáveis por imagens de satélite, mas o efeito de borda - que também gera degradação em áreas próximas às florestas - é mais complexo e precisaria de outras metodologias de monitoramento.

“Podemos observar os cálculos e entender que determinada área é borda, mas tem que ter um cálculo de quantos anos tem aquela borda, porque quanto mais velha, vai perdendo mais carbono. As árvores vão morrendo lentamente, não é um processo instantâneo”, afirma.

Políticas públicas

André Lima diz que o ministério reconhece a necessidade de aprimoramento dos métodos oficiais de monitoramento de degradação e que o assunto tem sido tema de debates tanto para políticas de controle, quanto para a contabilização das emissões de carbono no Sistema de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD).

“Podemos ter taxas anuais, com um sistema mais preciso. Isso está sendo discutido com o Inpe, inclusive a possibilidade de um novo projeto para o Fundo Amazônia que avance no desenvolvimento de metodologias e do sistema de contabilidade de taxa de degradação”

De acordo com Luiz Aragão, essas limitações foram levadas em consideração na elaboração da última atualização do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), lançado em junho de 2023, mas é preciso ir além.

“É necessário elaborar novas políticas e ações que sejam voltadas diretamente para a degradação florestal em adição às que já existem relação ao desmatamento”, diz.

Segundo André Lima, esse trabalho tem avançado, mas é preciso considerar que a interrupção das políticas públicas ambientais por um período no Brasil gerou um retrocesso que precisa ser primordialmente enfrentado “A gente vem de quatro anos, antes ao ano de 2023, de baixíssima qualidade e intensidade de fiscalização. Isso gerou um sentimento de impunidade muito alto e a degradação, sobretudo sobre a via do corte irregular de madeira.”

O secretário destaca que a degradação ambiental está inserida nos programas de enfrentamento ao desmatamento, a exemplo dos municípios que foram considerados prioritários para iniciativas como o Programa União com Municípios pela Redução de Desmatamento e Incêndios Florestais, que destinará recursos do Fundo Amazônia para ações locais de controle e monitoramento, regularização fundiária e ambiental, recuperação de vegetação nativa e apoio à produção sustentável.

“Tem vários municípios que entraram na lista definida este ano, mas não por conta de desmatamento.Entraram por degradação, portanto, passarão a ser foco de maior intensidade de fiscalização e também de ações relevantes e incentivos positivos”, afirma.

Aragão considera que o avanço precisa acontecer com base em uma visão real dos problemas. O pesquisador aponta como exemplo o uso do fogo, que necessariamente precisa ser substituído por outras formas de manejo viabilizadas pelas novas tecnologias, mas também não se pode ignorar o uso dele nas formas tradicionais de subsistência.

“Para esse grupo você tem que ter uma outra política alternativa onde haja uma educação para a maneira mais adequada e o período mais adequado de utilizar o fogo, com o mínimo de impacto e protegendo a floresta.”

Diante dos desafios, os pesquisadores são unânimes em considerar que é necessário unir esforços no enfrentamento dos distúrbios que afetam as florestas e se potencializam em um processo degenerativo.

“É importantíssimo que nós paremos com os desmatamentos e a degradação florestal para que a gente possa usufruir dos recursos naturais no seu todo potencial, com provimento de soluções bioeconômicas, manutenção da estabilidade climática e bem-estar para as populações locais e o próprio desenvolvimento socioeconômico da região”, conclui Aragão.

Fonte: Agência Brasil

Como pensam petistas e bolsonarista sobre politica, segundo o Datafolha


Petistas e bolsonaristas. Foto: reprodução

 A mais recente pesquisa do Datafolha mostra que, embora bolsonaristas e petistas tenham opiniões divergentes em relação à avaliação do governo Lula (PT) e de instituições como o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), há pontos de convergência em temas como a reeleição e a minimização da data do golpe de 1964.

De acordo com o levantamento do instituto, 41% dos entrevistados se identificam como petistas, em comparação com 31% do grupo adversário. Essa análise engloba tanto os declaradamente bolsonaristas quanto aqueles que se consideram mais alinhados com o PT, e vice-versa. Além disso, 21% das pessoas afirmam manter uma posição neutra.

Permanece constante em 5%, em comparação com a primeira e mais recente pesquisa sobre o tema realizada em dezembro, o número daqueles que rejeitam qualquer vínculo partidário.

Governo Lula

O que se observa é que há divergências de interpretação entre petistas e bolsonaristas em relação à avaliação do primeiro ano e dois meses do mandato de Lula. Enquanto 68% dos eleitores do PT consideram a gestão como ótima ou boa, apenas 6% dos eleitores de Bolsonaro compartilham dessa opinião.

Essa perspectiva se inverte quando a administração é julgada como ruim ou péssima – apenas 6% dos petistas expressam essa visão, enquanto 71% dos bolsonaristas desaprovam o governo até o momento. Entre os neutros, 46% consideram a gestão como regular.

Petistas e neutros concordam que as ações econômicas representam o ponto mais forte do terceiro mandato de Lula até agora, com 21% e 12%, respectivamente.

Por outro lado, os bolsonaristas, em sua maioria (58%), acreditam que nada feito por Lula foi positivo, destacando os programas sociais como a marca mais significativa de sua gestão.

Já no campo da diplomacia, houve o atrito de Lula com Israel, comparando o conflito do país com o grupo terrorista Hamas com o Holocausto, que repercutiu mal especialmente entre os evangélicos.

Avaliação das instituições

Na atual polarização política brasileira, as opiniões divergentes também se refletem na avaliação das instituições, especialmente quando os eleitores são questionados sobre o STF, que tem sido palco de uma série de ações contra Bolsonaro.

Bandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores em BrasíliaBandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino

Entre os petistas, 45% veem a atuação dos ministros do Supremo como ótima ou boa, contrastando com apenas 12% dos bolsonaristas que concordam com essa opinião. Por outro lado, 52% dos apoiadores do ex-presidente expressam uma visão ruim ou péssima, em comparação com 9% dos adeptos do PT.

No que diz respeito à avaliação dos senadores e deputados federais atualmente no Congresso, são os petistas que mais consideram o desempenho deles como ótimo ou bom, com 30% de aprovação. Essa opinião é compartilhada por 17% dos bolsonaristas e 16% dos neutros, uma avaliação inferior à média geral, que é de 22%.

Embora os números gerais sejam modestos, esta é a melhor avaliação do Parlamento brasileiro desde a pesquisa de dezembro de 2003, quando o índice de ótimo/bom era de 24%.

A avaliação positiva dos apoiadores do partido de Lula ocorre em meio a uma série de conflitos entre o Executivo e o Legislativo federal, e concessões realizadas pelo Palácio do Planalto em termos de cargos e emendas parlamentares para ampliar sua base, com a participação do centrão.

Quanto à questão da reeleição, introduzida por emenda constitucional no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e agora questionada por proposta no Senado, tanto os autodeclarados petistas quanto os bolsonaristas defendem a continuidade do formato.

Entre os petistas, 69% apoiam a reeleição, enquanto entre os bolsonaristas esse índice é de 54%. Já entre os neutros, há uma divisão, com 52% contra a continuidade de mandato e 46% a favor.

Democracia

Tanto os apoiadores do PT quanto os bolsonaristas e neutros estão de acordo com a ideia de que a democracia é o melhor regime político em comparação com qualquer outro. Esta visão é compartilhada por 73% dos simpatizantes do PT de Lula, 68% dos que apoiam Bolsonaro e 70% dos neutros.

No entanto, as convergências nesse tema têm limites. Entre os bolsonaristas, 10% acreditam que em determinadas circunstâncias é preferível uma ditadura do que uma democracia, enquanto 19% entendem que tanto faz se o regime é autoritário ou democrático.

32% dos brasileiros se dizem petistas e 25%, bolsonaristas – DW ...Bandeiras de apoio a Bolsonaro e a Lula agitadas por apoiadores. Foto: reprodução

Além disso, os apoiadores de Bolsonaro são os que mais temem uma transição do país para uma ditadura, com 32% expressando essa preocupação. Entre os petistas, essa taxa cai para 13%, enquanto entre os neutros fica em 15%.

Golpe e 8 de janeiro

Apesar das críticas direcionadas a Lula por ter ignorado os 60 anos do golpe de 1964 e vetado ministros de realizar eventos sobre o tema, tanto petistas quanto bolsonaristas estão de acordo com a ideia de que a data deveria ser desconsiderada.

Entre os apoiadores do capitão reformado do Exército, 58% acreditam que a data deve ser ignorada, enquanto entre os que apoiam a sigla do atual mandatário, esse número é de 68%.

Esses números refletem a opinião geral, com 63% dos entrevistados favoráveis ao desprezo da efeméride, em comparação com 28% que defendem a comemoração do evento que marcou a queda de João Goulart (PTB) da Presidência e o início de 21 anos de ditadura militar.

As divergências começam a surgir quando os ataques golpistas de 8 de janeiro são discutidos. Quando questionados sobre uma possível anistia aos vândalos que depredaram os prédios da praça dos Três Poderes, 70% dos petistas e 62% dos neutros são contrários à ideia.

Os números entre os bolsonaristas, no entanto, mostram uma possível divisão, com 54% sendo contra o perdão pelos crimes cometidos pelos golpistas e 41% a favor.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 19 e 20 de março, entrevistando presencialmente 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 147 municípios do Brasil. A margem de erro nos resultados gerais da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: DCM

México rompe diplomacia com extrema-direita do Equador após invasão de embaixada


Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

 O governo do México anunciou a suspensão das relações diplomáticas com o governo de extrema-direita do Equador de Daniel Noboa após a invasão da Embaixada mexicana em Quito por policiais equatorianos. O presidente López Obrador comunicou a medida por meio de uma rede social durante a madrugada deste sábado (6).

A ação ocorreu na noite de sexta-feira (5) quando um grupo de policiais se dirigiu à embaixada para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, condenado a seis anos de prisão por suspeita de corrupção. Glas havia recebido asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro de 2023, alegando ser vítima de perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.

O presidente mexicano, informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores, considerou o ato uma violação do direito internacional e da soberania do México, ordenando a suspensão imediata das relações diplomáticas com o governo equatoriano.

“Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador em sua conta no X, antigo Twitter.

A Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas de 1961 estabelece que as embaixadas são invioláveis, requerendo autorização do chefe da missão estrangeira para a entrada de agentes estatais. No entanto, a polícia equatoriana agiu sem solicitar permissão ao embaixador mexicano.

Glas foi condenado em 2017 por receber propina da construtora Odebrecht em troca de concessões governamentais. O governo mexicano concedeu-lhe asilo político, desencadeando uma resposta do Equador, que acusou o México de violar acordos de asilo político e solicitou permissão para prender Glas na embaixada em Quito.

Durante a operação, a polícia equatoriana arrombou as portas da embaixada e fechou a principal avenida de acesso ao local. O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, classificou a invasão como um atropelo ao direito internacional, repudiando a ação.

“Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, explicou Canseco após o episódio.

Em resposta, o governo equatoriano emitiu um comunicado afirmando que não permitirá impunidade a criminosos, em referência a Jorge Glas, e destacando o respeito ao povo mexicano. A crise entre os dois países teve origem nas declarações de López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023, que foram consideradas infelizes pelo governo equatoriano, resultando na declaração de persona non grata à embaixadora mexicana.

Fonte: DCM

Governo de extrema-direita do Equador invade embaixada do México e prende ex-vice-presidente

 

Militares são vistos ao lado de fora da Embaixada do México em Quito, em 5 de abril de 2024. Foto: Karen Toro/Reuters

Na sexta-feira (5), a Polícia do Equador invadiu a Embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por suspeita corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht. Glas havia recebido asilo político do governo mexicano.

Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Presidência, Jorge Glas Espinel, que é vítima de lawfare, foi detido e está agora à disposição das autoridades competentes.

As cenas mostradas pela mídia local revelaram a entrada de agentes na embaixada, que estava cercada por policiais e militares do lado de fora, num esforço para deter o ex-vice-presidente, de acordo com reportagem da Agência France Presse.

A invasão da embaixada por parte do governo de extrema-direita de Daniel Noboa provocou a suspensão das relações diplomáticas entre México e Equador.

A crise diplomática entre os dois países teve início quando o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fez comentários considerados “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023. Na ocasião, Obrador comparou o assassinato de um candidato equatoriano à violência eleitoral no México. Segundo o G1, isso levou o Equador a declarar a embaixadora mexicana “persona non grata”.

No dia seguinte à declaração, o governo mexicano anunciou que havia concedido asilo político a Jorge Glas, que estava na embaixada desde dezembro de 2023. Em resposta, o Equador acusou o México de violar acordos de asilo político e pediu permissão para prender Glas dentro da embaixada. Jorge Glas enfrenta acusações de desvio de fundos públicos destinados à reconstrução de vilarejos costeiros após um terremoto devastador em 2016.

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

Até que, durante a noite de sexta-feira, a polícia invadiu a Embaixada do México em Quito, arrombando as portas externas. A ação levou o México a suspender imediatamente as relações diplomáticas com o Equador.

Em resposta, o encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. “Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.

Nas redes sociais, o presidente mexicano afirmou que a “violação do direito internacional e da soberania” de seu país seria passível do fim da relação diplomática. “Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador.

Fonte: DCM

PGR não pede prisão preventiva de Bolsonaro por estada em Embaixada


Bolsonaro de camiseta, sério, em imagem em preto e brancoJair Bolsonaro em imagens registradas por cãmeras de segurança na Embaixada da Hungria no Brasil – Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) submeteu um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) referente à permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se abrigado durante o Carnaval na embaixada da Hungria em Brasília: não há o pedido de prisão, apesar de reunirem-se as circunstâncias jurídicas que o autorizariam.

O documento foi encaminhado ao Supremo nesta quinta-feira (4), em resposta a uma solicitação feita pelo ministro Alexandre de Moraes, após esclarecimentos fornecidos pelo ex-mandatário sobre os motivos que o levaram a passar dois dias na representação diplomática do país europeu. Com informações do Globo.

Uma investigação da Polícia Federal foi iniciada para determinar se Bolsonaro buscava asilo político na embaixada e se isso poderia ser interpretado como uma tentativa de fuga. Conforme reportado pelo jornal O Globo, Paulo Gonet, procurador-geral da República, expressou nos bastidores sua opinião de que não havia necessidade de prisão preventiva, contrariando pedidos de parlamentares do PT e do PSOL feitos na semana anterior.

A visita de Bolsonaro à embaixada húngara ocorreu quatro dias após a apreensão de seu passaporte pela PF, em uma operação que investiga suas atividades relacionadas a um suposto golpe de Estado planejado após as eleições de 2022, segundo divulgado pelo jornal norte-americano The New York Times.

Alexandre de Moraes com expressão séria, de cabeça baixa, lendo papeisAlexandre de Moraes impôs medidas cautelares a Bolsonaro – Agência Brasil

Os advogados do politico do Partido Liberal justificaram sua estadia na embaixada argumentando que, apesar de não estar mais no cargo, ele mantém uma “agenda de compromissos políticos extremamente ativa”, incluindo reuniões com “lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador”.

A defesa do ex-presidente classificou como “ilógica” a suposição de que Bolsonaro buscasse refúgio político na Hungria, governada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, um de seus aliados. Eles afirmaram que as medidas cautelares impostas por Moraes, como a proibição de sair do país e a entrega do passaporte, tornavam essa suposição altamente improvável.

Além disso, a defesa mencionou em sua resposta ao ministro que o ex-presidente sempre informou o magistrado antecipadamente quando deixava o país, devido às investigações em curso em pelo menos cinco inquéritos na Corte. Isso foi evidenciado, por exemplo, em sua viagem à Argentina para a posse de Javier Milei, ocorrida em dezembro do ano passado.

Fonte: DCM

Jovem Pan pede desculpas após associar Cappeli a fuga de Mossoró e leva invertida: “Não é brincadeira”


Ricardo Cappelli, presidente da ABDI. Foto: reprodução

 Nesta sexta-feira (5), a Jovem Pan News emitiu um pedido de desculpas público a Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), por associá-lo erroneamente à fuga de detentos da penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em diferentes plataformas de divulgação. No entanto, ele não aceitou a retratação afirmando que “jornalismo não é brincadeira”.

Na ocasião, o veículo bolsonarista usou uma foto de Cappelli com a chamada: “Diretor que comandava presídio de Mossoró no dia da fuga é demitido”.

A retratação da Jovem Pan ocorreu após Cappelli anunciar sua intenção de entrar com um processo judicial contra a emissora, indignado com a utilização de sua foto, em vez da imagem do responsável pela unidade prisional.

Em uma postagem nas redes sociais, o presidente da ABDI fez fortes críticas ao veículo, chamando-o de “organização criminosa” e anunciando medidas legais. “A Jovem Pan virou uma organização criminosa. Resolveram agora produzir uma fake news utilizando uma foto minha. Serão processados”, declarou.

Diante da repercussão negativa, a Jovem Pan divulgou um pedido de desculpas em seu canal de televisão, site e redes sociais, esclarecendo o equívoco e lamentando o erro. A retratação ressaltou que Ricardo Cappelli não tem qualquer envolvimento com o ocorrido e reiterou o compromisso da emissora com a verdade.

“Ontem, ao informar a demissão de Humberto Gleydson Fontinele do cargo de diretor da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a Jovem Pan News, em seu perfil no X, o antigo Twitter, publicou, de forma equivocada, uma foto de Ricardo Cappelli”, explicou a emissora em um texto de “errata”.

“A Jovem Pan News esclarece que Ricardo Capelli não tem qualquer relação com o episódio. A Jovem Pan lamenta o erro, pede desculpa ao senhor Ricardo Capelli e reforça o compromisso com a verdade”.

Ao tomar conhecimento do pedido de desculpas da Jovem Pan, Cappelli reagiu nas redes sociais, indicando que não deve desistir do processo que pretende mover contra a emissora.

“‘Sinceras desculpas’. Errata. Depois do dano e do necessário combate, enviam ‘sinceras desculpas’. A informação de qualidade é um bem público fundamental indissociável da democracia. Jornalismo não é brincadeira”, escreveu em suas redes sociais.

Fonte: DCM

Ex-carcereiro de Lula em Curitiba tem encontro no Planalto e deve passar a fazer parte da segurança pessoal do presidente

 Essa foi a primeira reunião entre os dois desde que Lula foi eleito

O ex-carcereiro do presidente Lula no período em que ficou preso em Curitiba, o agente da Polícia Federal Jorge Chastalo, se encontrou há poucas semanas com o presidente no Palácio do Planalto. Essa foi a primeira reunião entre os dois desde que Lula foi eleito.


Segundo a jornalista, Bela Megale, Lula e Chastalo já tinham conversado por telefone em algumas ocasiões. O presidente chegou a consultá-lo sobre o cenário político do Peru, quando o policial foi adido da PF no país, e lhe telefonou para desejar feliz aniversário. A última vez que Lula e Chastalo se viram pessoalmente foi em um churrasco, em 2019.


O motivo da conversa, desta vez, foi a possibilidade de o policial trabalhar na equipe de segurança presidencial, em Brasília. Desde janeiro, Chastalo retornou ao Brasil e voltou a atuar em Curitiba. As tratativas para que ele seja realocado para a capital federal já envolvem a cúpula da PF.


Chastalo pode ser o segundo ex-carcereiro de Lula a integrar a equipe de segurança do presidente.


O agente da PF Paulo Rocha conhecido como Paulão trabalha com Lula desde da campanha, como revelou a coluna.


Em 2022, Chastalo declarou publicamente que votaria no petista e disse que fez a escolha “com todo vigor do seu peito”.


Fonte: Agenda do Poder com informações da colunista Bela Megale

TV Brasil transmite estreia da seleção feminina na Copa SheBelieves

 



Brasileiras encaram Canadá em torneio de preparação para a Olimpíada

A seleção feminina de futebol estreia neste sábado (6) na Copa SheBelieves, torneio amistoso realizado nos Estados Unidos que serve de preparação para a Olimpíada de Paris (França). As brasileiras encaram o Canadá no Estádio Mercedes-Benz, na cidade de Atlanta, a partir das 16h30 (horário de Brasília). A TV Brasil transmite a partida ao vivo com narração de Luciana Zogaib e comentários de Marília Arrigoni e da ex-jogadora Joice Barros, coordenadora do projeto Daminhas da Bola, do Rio de Janeiro.

Mais cedo, às 13h30, no mesmo estádio, as anfitriãs estadunidenses enfrentam o Japão. Os vencedores das partidas decidem o título na próxima terça-feira (9), em horário a definir. Quem perder nos jogos deste sábado disputa o terceiro lugar, também na terça.

O Brasil volta a campo quase um mês após o vice da Copa Ouro, que também foi disputada nos Estados Unidos. Na decisão, o Brasil foi superado pelas donas da casa no Estádio Snapdragon, em San Diego, por 1 a 0. Para observar mais atletas, o técnico Arthur Elias conta, na Copa SheBelieves, com apenas dez remanescentes da competição anterior (eram nove, mas Julia Bianchi foi chamada para o lugar de Luana, liberada por motivos pessoais). Entre as novidades estão as voltas das atacantes Marta e Cristiane.

O Canadá, coincidentemente, foi o primeiro adversário de Arthur no comando da seleção feminina. Em outubro do ano passado, o Brasil superou as rivais por 1 a 0, fora de casa, no Estádio Montreal, com gol da atacante Debinha. Em 11 duelos à frente da equipe canarinha, o técnico tem oito vitórias e três derrotas, com 24 gols marcados e nove sofridos.

O retrospecto entre brasileiras e canadenses é equilibrado, com vantagem para a seleção da América do Norte, que venceu 12 vezes. O Brasil levou a melhor em dez oportunidades. Houve, ainda, oito empates. As equipes se enfrentaram nas quartas de final da Olimpíada de Tóquio (Japão) em 2021. Após um 0 a 0 no tempo normal, o Canadá triunfou na disputa de pênaltis por 4 a 3, caminhando para a conquista da medalha de ouro.

“Não sabemos exatamente quais serão as maiores dificuldades na partida, mas sabemos que [o Canadá] é uma equipe que varia a sua altura de marcação e tem jogadoras velozes nas beiradas do campo. Nessa preparação para os Jogos Olímpicos, acredito que é de muita riqueza enfrentar uma equipe do porte do Canadá”, avaliou Arthur, que deseja variar a escalação nos compromissos que terá na SheBelieves.

“O foco segue sendo avaliar com bastante critério e justiça, dando oportunidades às jogadoras que vieram nessa convocação”, finalizou o treinador, que vai escalar o Brasil com: Lorena; Antônia, Thais Ferreira, Lauren e Tamires; Duda Sampaio, Yaya e Angelina; Cristiane, Gabi Portilho e Marta.

Esta será a quarta participação brasileira na Copa SheBelieves, que é realizada desde 2016. Em 2019, na estreia, a seleção comandada por Vadão ficou na quarta e última posição. Dois anos depois, dirigida por Pia Sundhage, a equipe canarinha foi vice-campeã, ficando atrás das anfitriãs estadunidenses. Em 2023, o Brasil alcançou o terceiro lugar.

Fonte: Agência Brasil