sábado, 30 de março de 2024

Institutos privados prepararam terreno para o golpe de 1964-


Ipes e Ibad buscaram criar consenso na sociedade para derrubar Goulart

Além da força das armas, o golpe de Estado de 1º de abril de 1964 contou com o apoio prévio de uma extensa estrutura político-ideológica que preparou o terreno para a destituição do governo de João Goulart. As duas principais estruturas utilizadas pelos golpistas foram o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes). Após o golpe, as lideranças desses institutos ocuparam cargos-chave na administração do general Castello Branco.

Esses institutos chegaram a ser alvos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, em 1963, um ano antes do golpe. A CPI investigou se os institutos usavam mecanismos ilegais de financiamento de campanhas políticas. Ao final, a Comissão culpou o Ibad por corrupção eleitoral e determinou seu fechamento, mas isentou o Ipes. 

Recortes do Jornal Correio da Manha sobre CPI de 1963. Foto: Acervo Hermeroteca da Biblioteca Nacional

Frame de vídeo institucional do Ipes - Acervo Hermeroteca da Biblioteca

A professora de relações internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Camila Feix Vidal, especialista na relação entre Estados Unidos e América Latina, destacou que os estudos do golpe de 1964 tendem a se concentrar na movimentação militar, ignorando que ela foi preparada bem antes.

“O golpe é gestado muito antes a partir de vários instrumentos, sendo o principal deles o complexo Ipes/Ibad. Esse complexo trabalhou nos âmbitos da propaganda e da política, fazendo essa relação entre política, Forças Armadas, mídia e iniciativa privada com os empresários. Primeiro, você precisar preparar o terreno, para depois, de fato, iniciar a operação militar.”

O Ibad surgiu oficialmente em 1959 “com o alegado e ambíguo propósito de defender a democracia”, enfatizou René Dreifuss em seu livro 1964: A Conquista do Estado. Ex-professor de ciência política da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dreifuss faleceu em 2003.

O livro de Dreifuss destaca que o Ibad era formado, principalmente, por empresários nacionais e estrangeiros, com participação especial dos membros da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, de membros da Escola Superior de Guerra (ESG), ligada ao Exército, e com estreita colaboração da Agência de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA. O Ibad ganhou notoriedade durante a presidência de Goulart, “especialmente durante a campanha eleitoral de 1962, quando serviu de conduto de fundos maciços para influenciar o processo eleitoral”, escreveu.

Já o Ipes surgiu oficialmente em novembro de 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, fundado por empresários nacionais e dos Estados Unidos. De acordo com Dreifuss, a criação do instituto foi uma “reação empresarial ao que foi percebido como a tendência esquerdista da vida política” no Brasil.  

Oficialmente, o Ipes se apresentava como organização com o objetivo de “promover a educação cultural, moral e cívica dos indivíduos” por meio de “estudos e atividades sociais” com recomendações para “contribuir para o progresso econômico, o bem-estar social e fortificar o regime democrático”.

Na prática, o Ipes produzia e distribuía, gratuitamente, extenso material de propaganda contrária ao governo Goulart, alertando para o “risco comunista” em meio a atmosfera da Guerra Fria. Entre seus principais líderes, estava o general Golbery do Couto e Silva, uma das principais figuras da ditadura brasileira. Golbery foi o fundador do Serviço Nacional de Informação (SNI), responsável pela inteligência do regime, e chefe da Casa Civil nos governos dos generais Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985).

25/06/1964, Posse do General Golbery do Couto e Silva no cargo de chefe do Serviço Nacional de Informações. Foto Ulisses/Acervo EBC

Posse do General Golbery do Couto e Silva no cargo de chefe do Serviço Nacional de Informações - Ulisses/Acervo EBC


Criar consensos

A professora da UFSC, Camila Vidal, destacou que o papel do complexo Ipes/Ibad era o de criar um consenso na sociedade brasileira para justificar o golpe de Estado e a ditadura de 21 anos que se seguiria.

“Eles trabalharam nesse clima das ideias, de persuadir a mídia, a população e determinados políticos a defender a ideia de neoliberalismo, do fim de um incipiente Estado de bem-estar social.”

“No caso do Ipes, teve todo o arranjo midiático de criar o medo da Guerra Fria, da União Soviética e do comunismo, relacionando determinados setores da política, e mesmo da sociedade brasileira, como comunistas e como isso seria perigoso. Isso teve um papel decisivo”, completou.

De acordo com a professora Camila Vidal, 
o Ibad teve uma atuação mais política, financiando deputados e governadores

para desestabilizar o governo Goulart e a esquerda no geral, incluindo a infiltração nos movimentos populares, sindicais e estudantis. Em outra frente de atuação, o Ipes teve mais uma função de propaganda, articulando ainda todo o bloco contrário ao governo.  

Camila destacou ainda que essas estruturas usavam a fachada de instituto técnico e acadêmico para promover a agenda dos Estados Unidos em meio a Guerra Fria. “São institutos que, ainda que se colocassem como domésticos, como técnicos e tudo mais, na realidade, são braços de uma política externa dos Estados Unidos para a atuação no Brasil”, defendeu, acrescentando que Washington “precisava manter aqui a sua influência e a sua hegemonia”.

Mídia

O complexo formado pelo Ipes/Ibad gozava de amplo espaço na imprensa nacional para repercutir as opiniões, estudos e ações lideradas por esses institutos, especialmente o Ipes. Segundo Dreifuss, “o Ipes conseguiu estabelecer um sincronizado assalto à opinião pública, através de seu relacionamento especial com os mais importantes jornais, rádios e televisões nacionais”.

Jornalistas influentes e diretores ou editores dos mais importantes jornais do país faziam parte do Ipes. Entre os jornais interligados ao instituto estavam: O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, os Diários de Notícias, a TV Record, a TV Paulista, o Jornal do Brasil, o Diário de Pernambuco, o Correio do PovoO Globo, a Rádio Globo e os Diários Associados (poderosa rede de jornais, rádio e televisão de Assis Chateubriand).

Além da relação com a mídia nacional, o Ipes “publicava e

financiava, editava, traduzia e distribuía livros, livretos, revistas e folhetos de produção própria, como também de fontes afins", escreveu Dreifuss. 

A professora Camila Feix Vidal destacou que as campanhas do Ipes e do Ibad tiveram um sucesso, especialmente nas classes médias, dando sustentação a ditadura.

“Essa batalha das ideias não acabou com o golpe. Ela se manteve legitimando o papel dos militares, a zona de influência estadunidense e não soviética e toda a caça aos tidos como comunistas subversivos. Isso vem dentro dessa visão de mundo, dessa doutrina de segurança nacional que foi gestada e divulgada pelos Ipes e pelo Ibad.”

Financiamento

A bancada financiada e apoiada pelo complexo Ipes/Ibad reunia cerca de 200 parlamentares em dezembro de 1962 (quase metade da Câmara dos Deputados), segundo a pesquisa de Dreifuss, que estima que o dinheiro usado pelo Ipes/Ibad para bancar políticos equivaleu a “uns US$ 12,5 milhões, possivelmente até US$ 20 milhões”. A ação desses deputados “mostrava-se vital no esforço de bloquear as tentativas de João Goulart quanto a implementação de reformas”, acrescentou.

O livro de Dreifuss detalha como funcionou o financiamento dessa estrutura. O dinheiro era recolhido por meio de intensa campanha de contribuições de empresários do Brasil e do exterior, principalmente dos Estados Unidos, com operações para disfarçar o recebimento desses fundos.

“Como resultado dessa campanha intensa, o Ipes recebeu o apoio de 500 membros corporativos em meados de 1963 e de um número ainda maior em 1964”, escreveu o cientista político, acrescentando que “em dois anos, já se havia recolhido US$ 4 milhões e, até 1964, essa soma [foi] muitas vezes multiplicada”.  

Foram 297 corporações estadunidenses identificadas como financiadoras do complexo Ipes/Ibad, sendo 101 empresas de outras nacionalidades. O pesquisador citou, entre as companhias, gigantes globais como: Texaco, Shell, Standart Oil of New Jersey, Bayer, General Electric, IBM, Coca-Cola, Cigarros Souza Cruz e General Motors.

A professora da UFSC, Camila Feix Vidal, destacou que o apoio financeiro foi fundamental para o sucesso da campanha de desestabilização do governo brasileiro. “De nada adianta ter um instituto como o Ipes, ou mesmo o Ibad, atuando se não tem um financiamento tão grande como o que eles tiveram para desenvolver de fato as suas ações”, comentou.

Controle do Estado

Com o golpe de 1º de abril de 1964, as principais lideranças do complexo Ipes/Ibad ocuparam cargos chaves na nova administração, como mostra a detalhada pesquisa de René Dreifuss.

O cientista político identificou os associados e colaboradores do Ipes nos cargos de mando em instituições como: o recém-criado Banco Central do Brasil; os ministérios do Planejamento e da Fazenda; a Casa Civil, ligado ao presidente Castello Branco; além de terem redigido a Reforma Administrativa Federal e coordenado o Escritório de Planejamento Econômico e Social do Estado.

Outros órgãos importantes que ficaram nas mãos das lideranças do Ipes foram: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE, atual BNDES); o Banco do Brasil; o Conselho Nacional de Economia; a Caixa Econômica Federal e diversos outros bancos públicos.

Dreifuss destacou que o ministro da Fazenda, Octávio Bulhões,

e o do planejamento, Roberto Campos, avô do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tornaram-se os mais importantes “modeladores da nova economia brasileira”, ambos associados ao Ipes. Para o autor de 1964: A Conquista do Estado, as lideranças do Ipes “moldaram o sistema financeiro e controlaram os ministérios e principais órgãos da administração pública”.

Dreifuss conclui afirmando que: “os ativistas do Ipes impuseram uma modernização da estrutura socioeconômica e uma reformulação do aparelho do Estado que beneficiou, de maneira ampla, as classes empresariais e os setores médios da sociedade, em detrimento das massas”.

Fonte: Agência Brasil

Joias e cartão de vacina: STF julgará Bolsonaro com mudança no foro privilegiado; entenda

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Após deixar a Presidência e perder a reeleição em 2022, Jair Bolsonaro (PL) perdeu automaticamente o foro privilegiado, um privilégio que garante que possíveis crimes cometidos por ele durante seu mandato sejam julgados no Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma possível manutenção da prerrogativa mesmo após sua saída do cargo está em análise no STF, o que poderia fazer com que processos contra o ex-presidente, que estão em instâncias inferiores, fossem transferidos para o STF, conforme informações do Estadão. O julgamento sobre o alcance do foro privilegiado teve início nesta sexta-feira, 29.

Até o momento, ministros como Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Flávio Dino acompanharam o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, defendendo que a regra deve valer para crimes funcionais mesmo após o término do mandato. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, suspendeu o julgamento para uma análise mais aprofundada.

Bolsonaro enfrenta cinco inquéritos no STF. No caso da suposta fraude nos cartões de vacina da COVID-19, sua defesa argumenta que o tema não está relacionado ao exercício de seu mandato, buscando encaminhar o processo para a primeira instância.

Outros casos também estão em discussão, como o das joias sauditas. A defesa, no entanto, questiona a competência do STF para julgar o caso, já que Bolsonaro perdeu o foro privilegiado ao deixar a Presidência. Moraes, relator do inquérito, argumenta que há conexão com outras investigações, justificando que o caso permaneça no Supremo.

PF desiste de indiciar Bolsonaro no caso de importunação a baleia | VEJAO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Caso o novo entendimento seja adotado pela Corte, casos envolvendo o exercício da função do ex-capitão também retornarão ao STF, mesmo após ele não ser mais presidente da República. Segundo informações do site JusBrasil, o ex-presidente está envolvido em 168 peças processuais.

Um exemplo é uma ação civil pública sobre a violação do direito de imagens de crianças e adolescentes durante a campanha eleitoral de 2022.

Outros casos foram remetidos para instâncias inferiores após o término do mandato do ex-presidente. Cinco ações, por exemplo, estão relacionadas à suspeita de ameaça ao livre funcionamento do Judiciário e ao uso de recursos públicos nos atos do 7 de Setembro de 2021, remetidos ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Além disso, queixas-crime por difamação e injúria também foram remetidas a instâncias inferiores. Em um dos casos, Bolsonaro é acusado de difamação pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) devido a uma publicação em redes sociais sobre a negociação de vacinas Covaxin.

Em outro, a ex-presidente Dilma Rousseff alega ter sido insultada pelo ex-chefe do Executivo em um post no X, antigo Twitter, configurando possível crime de injúria.

Fonte: DCM

VÍDEO – Empresária levou tapas antes de ser morta a tiros pelo ex-marido em Anápolis (GO)

 

Regiane Pires da Silva (39) foi morta a tiros pelo ex-marido. Foto: Divulgação

Regiane Pires da Silva (39), empresária morta pelo ex-marido na última quinta (28) em Anápolis (GO), levou tapas antes de ser assassinada com quatro tiros. Imagens de câmeras de segurança mostram que Edney Pereira dos Santos invadiu o escritório de uma loja que pertencia aos dois, agrediu a vítima e depois efetuou os disparos.

As câmeras também registraram o momento em que o suspeito foge do local. Ele foi encontrado em Araguaçu (TO) na data do crime e preso. A caminhonete na qual fugiu e a arma usada no assassinato da ex-mulher foram encontradas na posse de seu sobrinho, segundo a Polícia Civil de Goiás.

O casal era dono de lojas automotivas em Anápolis e Regiane já havia registrado um boletim de ocorrência contra Edney. Ela tinha uma medida protetiva contra ele desde o ano passado.

“O rapaz não aceitava o término do relacionamento e se dirigiu até o escritório de uma das empresas deles, onde a esposa estava trabalhando, e a alvejou com quatro disparos”, diz o delegado Wllisses Valentin.


Fonte: DCM

Web pede prisão de Malafaia após ameaça ao STF: “Não tenho medo”


O pastor bolsonarista Silas Malafaia. Foto: reprodução

Diversos internautas estão pedindo a prisão do pastor bolsonarista Silas Malafaia após o religioso voltar a fazer graves ameaças ao Poder Judiciário.

Malafaia afirmou que ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm vídeos comprometedores gravados, que serão divulgados caso sejam presos.

“Eu não tenho medo de ser preso. Nenhum. Eu tô preparado psicologicamente, emocionalmente, fisicamente. Ainda vou dizer mais uma pra vocês. Tem vídeo meu gravado na mão de algumas pessoas. Se me prenderem, amigo, a coisa vai ficar bonita ao contrário, sabe. Até isso eu tô preparado, sabe”, desafiou Malafaia.

“E até Bolsonaro tem vídeos gravados. Se for preso, vai ser solto. E aí os caras vão ver o problema que eles vão arrumar. Só isso. Então, eu não tenho medo”.

As declarações do pastor são interpretadas como uma espécie de desafio ao Supremo Tribunal Federal (STF), instigando questionamentos sobre possíveis repercussões legais e sociais de seus comentários. No X, antigo Twitter, o pastor foi parar nos Trending Topics.

Confira:


Fonte: DCM

Wanessa Camargo nega que foi internada em clínica psiquiátrica: “Tão irresponsável que preciso desmentir”


Wanessa Camargo no dia de sua expulsão do BBB24. Foto: Reprodução

 Na última sexta (29), Wanessa Camargo esclareceu os rumores de que estaria internada em uma clínica psiquiátrica para tratar da saúde mental após a expulsão do BBB 24. Nos stories do Instagram, a famosa se pronunciou e negou a informação.

“Infelizmente, venho aqui porque a história de que estou internada é tão irresponsável que preciso desmentir. Então, é isso: não é verdade”, escreveu.

O boato ainda especulou que ela teria procurado um retiro espiritual. No X, ela também desmentiu essa informação: “Passando para desmentir a fake news sobre ajuda psiquiátrica e visita a retiro espiritual. Sigo em casa com minha família e aproveitando o feriado. Feliz Páscoa a todos”.

Na última segunda-feira (25), Wanessa apagou o vídeo em que assumia ter cometido “racismo estrutural” contra Davi Brito, durante a participação no reality show da TV Globo. Acusada de agredir o rival, ela fez uma postagem de autoconfiança: “Nunca duvide do seu coração e de quem você é! Não importa o que digam, apenas você e Deus sabem a verdade sobre você!”.

Confira o post de Wanessa:

Fonte: DCM

VÍDEO – Homem espanca mulher com soco após briga de trânsito em Araraquara (SP)

Mulher foi agredida em briga de trânsito. Foto: Reprodução

 Na última segunda (25), uma mulher foi espancada e precisou levar nove pontos no rosto após uma briga de trânsito na Vila José Bonifácio, localizada na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo.

Conforme registrado em boletim de ocorrência na delegacia de polícia local, a vítima conduzia seu veículo Uno quando o condutor de um Nissan Kicks tentou ultrapassá-la, desencadeando uma discussão.

A vítima relatou que, a partir desse momento, o condutor perdeu o controle e começou a persegui-la. Ao estacionar seu Uno, o agressor teria saído do veículo e cuspido na mãe da vítima, que supostamente estava filmando a situação. Em seguida, o agressor teria arremessado o aparelho da mulher no chão, passando a agredi-la com socos no rosto e na cabeça.

No dia seguinte, a vítima procurou as autoridades policiais para registrar uma queixa-crime e teria apresentado evidências em vídeo. Posteriormente, a mulher foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exames de corpo de delito. O caso será investigado como lesão corporal.

Confira o vídeo:

Fonte: DCM

Governo Lula planeja estabelecer quotas mínimas para aumentar lideranças femininas nas estatais


Lula e a ministra Esther Dweck. Foto: Ricardo Stuckert/PR

 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja estabelecer cotas mínimas para alavancar a presença de mulheres em posições de liderança em empresas estatais.

O Ministério de Gestão e Inovação, liderado por Esther Dweck, já começou a conversar com algumas empresas sobre o assunto e as negociações estão em andamento. A proposta é que essa iniciativa comece nas diretorias, introduzindo um limite mínimo de participação feminina.

O ministério conduziu um levantamento sobre a representação feminina em cargos de liderança em 59 empresas estatais, das quais 44 estão sob controle direto e outras 15 têm sua própria estrutura de governança. Os dados abrangem o período de dezembro de 2022 até fevereiro deste ano.

Governo quer aumentar participação feminina nas estatais. Foto: Freepik

No último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a participação de mulheres na diretoria dessas instituições era de 14%. Ao fim do primeiro ano do governo de Lula, em dezembro de 2023, esse número já tinha subido para 21,49%

Quanto aos conselhos de administração das estatais, a presença feminina é um pouco maior, ocupando 24% dos cargos. Em dezembro de 2022, esse índice estava em 20%.

“Estamos satisfeitos com o aumento da participação feminina. Estamos em discussões com algumas empresas estatais para estabelecer uma cota mínima de representação feminina em cargos de diretoria.”, informou Dweck.

Fonte: Brasil 247

Relator deve propor cassação de Moro, em voto de 200 páginas

Há uma tendência clara de que sua decisão será pela cassação de Moro

Sergio Moro
Sergio Moro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

 O relator Luciano Falavinha, encarregado do caso que poderá levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro, deve apresentar um voto volumoso de aproximadamente 200 páginas, conforme indicaram fontes próximas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. Embora Falavinha não tenha revelado oficialmente seu posicionamento aos outros seis desembargadores participantes, há uma tendência clara de que sua decisão será pela cassação de Moro. A divisão do plenário sugere um cenário apertado, com observadores projetando um resultado de 4 a 3, segundo informa o colunista Lauro Jardim.

Os desembargadores Sigurd Bengtsson, Rodrigo Sade e Julio Jacob são considerados votos firmes contra Moro, enquanto Luiz Panza, Guilherme Denz e o próprio relator estariam inclinados a favorecer a permanência do senador no cargo. O desembargador Anderson Fogaça é visto como o elemento decisivo nessa equação. Moro enfrenta acusações de abuso de poder econômico, caixa 2, contratos ilegais e uso indevido de meios de comunicação desde o início de 2023, em um processo movido pelo PL e pelo PT. Mesmo em caso de cassação, Moro não perderá imediatamente seu mandato, pois ainda haverá a possibilidade de recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fonte: Brasil 247 com informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo

 


Veja os ministérios afetados pelo bloqueio orçamentário de R$ 2,9 bilhões anunciado pelo governo

 

Áreas prioritárias, como Saúde e Educação, foram poupadas do contingenciamento

A Esplanada dos Ministérios, em Brasília
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil)

 

O governo federal anunciou um bloqueio orçamentário de R$ 2,9 bilhões em despesas discricionárias, em uma medida tomada para cumprir o limite de gastos estabelecido no arcabouço fiscal. O anúncio oficial do bloqueio total ocorreu no dia 22 de março, durante a divulgação do primeiro Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do ano. No entanto, detalhes precisos sobre quais ministérios seriam mais impactados foram divulgados na quinta-feira (28), em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), segundo o Infomoney.

O Ministério do Planejamento, responsável pela execução da medida, esclareceu que o bloqueio teve como alvo despesas discricionárias em geral, além de gastos direcionados ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Setores considerados prioritários, como Saúde e Educação, foram preservados de quaisquer cortes.

Veja abaixo as pastas atingidas pelo bloqueio:

  • Ministério das Cidades: R$ 741,47 milhões;
  • Ministério dos Transportes: R$ 678,97 milhões;
  • Ministério da Defesa: R$ 446,48 milhões;
  • Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social: R$ 281,68 milhões;
  • Ministério da Integração: R$ 179,79 milhões;
  • Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: R$ 118,79 milhões;
  • Ministério da Agricultura: R$ 105,49 milhões;
  • Ministério da Fazenda: R$ 94,39 milhões;
  • Ministério das Relações Exteriores: R$ 69,29 milhões;
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública: R$ 65,59 milhões;
  • Ministério dos Portos e Aeroportos: R$ 52,29 milhões;
  • Ministério do Planejamento e Orçamento: R$ 37,09 milhões;
  • Ministério da Gestão e Inovação: R$ 36,29 milhões.

 

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Cerca de 9 mil pacientes necessitam de retirada urgente de Gaza, alerta OMS

 

Com apenas dez hospitais operando com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom

O diretor-geral da OMS,  Tedros Adhanom se emociona ao falar das condições infernais provocadas pelo genocídio israelense em Gaza  Photo
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom se emociona ao falar das condições infernais provocadas pelo genocídio israelense em Gaza Photo (Foto: DENIS BALIBOUSE/REUTERS)


RFI Cerca de 9 mil pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para tratamento, restando ao território palestino atualmente apenas dez hospitais, em que todos funcionam em condições mínimas, exigiu neste sábado (30) o chefe da Organização Mundial da Saúde.

“Com apenas dez hospitais operando com capacidade mínima em Gaza, milhares de pacientes continuam privados de cuidados de saúde”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X. Antes da guerra, Gaza tinha 36 hospitais, de acordo com dados da entidade.

“Cerca de 9 mil pacientes precisam de ser removidos urgentemente para o estrangeiro para serviços de saúde vitais, incluindo tratamento de câncer, ferimentos causados ​​por bombardeamentos, diálise renal e outras doenças crônicas”, disse ele. O número representa mil pacientes a mais do que no último censo da OMS, no início de março.

Desde 7 de outubro e o ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense, Israel prometeu eliminar o movimento islâmico e tem levado a cabo bombardeamentos incansáveis ​​em território palestino, que danificaram grande parte da estrutura sanitária.

Além disso, há semanas combates violentos ocorrem no território, por vezes dentro ou próximos de hospitais em Gaza, que, ao mesmo tempo que prestam cuidados, também servem de abrigo para milhares de habitantes de Gaza que perderam suas casas ou fogem dos combates.

Bloqueio quase total - O território está sujeito a um bloqueio quase total, e organizações como a ONU acusam Israel de não facilitar suficientemente a chegada da ajuda humanitária de que depende a maior parte dos cerca de 2,4 milhões de habitantes que ainda vivem em Gaza e estão concentrados principalmente no sul, dentro e ao redor da cidade de Rafah.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste sábado um novo número de 32.705 pessoas mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra e 75.190 feridas. As vítimas são principalmente mulheres e crianças, afirma o Hamas.

“Cada momento conta” - Dr. Tedros acrescentou que, até agora, “mais de 3,4 mil pacientes foram encaminhados ao exterior via Rafah, incluindo 2.198 feridos e 1.215 doentes”. "Mas muitos mais precisam ser retirados. Instamos Israel a agilizar as aprovações para remoções, para que os pacientes críticos possam ser tratados. Cada momento conta", pediu ele.

Antes do início da guerra, em 7 de outubro, de 50 a cem pacientes eram transferidos por dia de Gaza para Jerusalém Oriental e para a Cisjordânia. Metade deles estava em tratamento de câncer.

Fonte: Brasil 247 com RFI