terça-feira, 26 de março de 2024

Caso Marielle: relator da CCJ defende manter prisão de Brazão


Comissão avalia hoje a posição do deputado Darci de Matos

O relator responsável por analisar a detenção do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu manter a prisão do parlamentar acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.  

A CCJ analisa nesta tarde o parecer favorável à manutenção da prisão preventiva, aprovando ou rejeitando a posição do relator. Se aprovado na CCJ, o caso segue para o Plenário. Como Brazão é deputado federal, a Câmara dos Deputados precisa referendar a prisão dele por maioria absoluta dos votos em votação aberta. De acordo com a Constituição, parlamentes só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.

"Considerando presentes os requisitos constitucionais do flagrante e da inafiançabilidade, além de estar adequadamente fundamentada, meu voto é pela preservação da eficácia da decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, referendada, à unanimidade, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal [STF]”, defendeu o relator na CCJ.

Brazão foi preso preventivamente, no último domingo (24), por obstrução de Justiça com envolvimento de organização criminosa. No mesmo dia, ele foi expulso do União Brasil.

No parecer, o relator Darci de Matos defendeu que a imunidade parlamentar não se aplica ao caso de Brazão. “Não nos afigura razoável que o constituinte originário tenha imaginado a imunidade à prisão cautelar assegurada aos parlamentares em casos como o que ora se examina”, afirmou.

O relator na CCJ acrescentou ainda que, “conforme consta da representação da autoridade policial, são eloquentes os indícios de autoria mediata por parte do Deputado Chiquinho Brazão”.

Flagrante e Inafiançável

Para Darci de Matos, está configurado o estado de flagrância, uma das exigências para prisão de deputados, uma vez que o crime de obstrução à Justiça continuava a ser praticado ao longo do tempo.

“Até os dias atuais, é possível aferir a movimentação de Domingos, Chiquinho e Rivaldo no sentido de criar obstáculos à regular tramitação da elucidação dos fatos que circundam o homicídio de Marielle e Anderson, de modo a sinalizar, de forma cristalina, a perenidade de suas condutas”, diz trecho da denúncia das autoridades policiais destacado pelo relator no parecer.

O relator Darci de Matos acrescentou que a prisão preventiva afasta a possibilidade de se pagar fiança, que é outra condição para não se prender um deputado federal.

“Se, nos casos concretos, estiverem presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva, não haveria lógica ou razoabilidade na concessão de fiança”, argumentou, citando decisão do Supremo sobre o tema em 2015, durante o julgamento sobre a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral (MT).

Defesa

A assessoria do deputado Chiquinho Brazão afirmou que o parlamentar é inocente e a prisão é arbitrária.

"É estarrecedor que o Deputado Federal Chiquinho Brazão, um cidadão inocente e um parlamentar no exercício de seu mandato, tenha sido preso de forma arbitrária em pleno domingo”, diz a nota.

“O próprio relatório policial confessa a mais absoluta ausência de provas contra o deputado. Além de altamente desnecessária, visto que o deputado sempre esteve à disposição das autoridades, a medida é absurda e se baseia apenas em presunções e nas declarações de um criminoso confesso que busca diminuir sua pena", completou o comunicado.

Motivação

De acordo com as investigações, o assassinato de Marielle Franco foi motivado por questões fundiárias envolvendo as milícias do Rio de Janeiro. O relatório da Polícia Federal (PF) cita uma divergência entre Marielle Franco e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão em torno do Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense. 

Citando uma "reação descontrolada" de Chiquinho Brazão pelo resultado apertado da votação do PL no plenário da Câmara Municipal, segundo relatório da PF, o ministro afirmou que o crime começou a ser preparado ainda no segundo semestre de 2017.    

"Me parece que todo esse volumoso conjunto de documentos que recebemos - esse é um trecho extremamente significativo - mostra a motivação básica do assassinato da vereadora Marielle Franco, que se opunha justamente a esse grupo que, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, queria regularizar terras para usá-las com fins comerciais, enquanto o grupo da vereadora queria usar essas terras para fins sociais, de moradia popular", afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Fonte: Agência Brasil

Brasil acompanha com preocupação processo eleitoral na Venezuela


Em nota, governo também repudia sanções ao país sul-americano

Em nota à imprensa divulgada nesta terça-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), manifestou preocupação com o processo eleitoral na Venezuela.

“O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral” na Venezuela. Trata-se da primeira manifestação do tipo, sobre o pleito venezuelano, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas terminou na noite desta segunda-feira (25). Porém, a coligação de oposição ao atual presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou que não conseguiu registrar a candidatura da filósofa e professora universitária Corina Yoris.

A nota do MRE destaca que o impedimento do registro da candidatura não é compatível com os acordos assinados em outubro do ano passado, em Barbados, para promoção de diálogo, direitos políticos e garantias eleitorais na Venezuela. E que até o momento, não houve explicação oficial para este impedimento.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.”

No entanto, mesmo sem o registro da opositora de Maduro, Corina Yoris, o MRE apontou que 11 candidatos ligados a correntes de oposição conseguiram registros para concorrer à vaga presidencial e citou o atual governador do município de Zulia, também integrante da Plataforma Unitaria, Manuel Rosales, que enfrentará Nicolás Maduro nas urnas, em 28 de julho.

O venezuelano já disputou a presidência da Venezuela, em dezembro de 2006, como adversário do ex-presidente Hugo Chávez, que comandou aquele país de fevereiro de 1999 a março de 2013, quando faleceu.

O Palácio do Itamaraty anunciou que o Brasil, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, irá cooperar para que as eleições sejam um passo para a normalização da vida política se normalize e o fortalecimento da democracia na Venezuela. O MRE classifica o país vizinho como “amigo do Brasil”.

Por fim, o Brasil repete posicionamento anterior em que repudia quaisquer tipos de sanção à Venezuela e acrescenta que essas sanções, além de ilegais, apenas contribuem para isolar do país e aumentar o sofrimento do povo venezuelano.

Confira a íntegra da nota:

Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país.

Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.

Onze candidatos ligados a correntes de oposição lograram o registro. Entre eles, inclui-se o atual governador de Zulia, também integrante da Plataforma Unitaria.

O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil.

O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo.

Fonte: Agência Brasil

Datafolha: Reprovação do STF cai 10 pontos percentuais

 Enfrentamento do Supremo aos atos anti-democráticos e trama golpista marcaram o período.

A imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) melhorou diante da população brasileira de dezembro pra cá. Segundo pesquisa do Datafolha, a reprovação do trabalho dos ministros caiu de 38% para 28%, enquanto a aprovação subiu de 27% para 29% no mesmo período. É o segundo menor nível de reprovação desde que o instituto passou a pesquisar a avaliação dos ministros do Supremo.

O último levantamento, de dezembro do ano passado, mostrava que a reprovação havia atingido o maior índice da série histórica iniciada em dezembro de 2019.

Desde o levantamento do ano passado, o instituto aponta que o Supremo vem protagonizando um enfrentamento com o bolsonarismo, com o julgamento dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e as acusações de tentativa de golpe de membros do governo Bolsonaro.

Simpatizantes do PT são os mais satisfeitos com o trabalho do STF. 49% dos entrevistados consideram o Supremo ótimo e bom. Entre os que consideram o governo Lula ótimo ou bom, o índice chega a 55%.

Do outro lado, 65% dos apoiadores do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro desaprovam as ações da corte, assim como 63% dos que veem Lula como ruim ou péssimo. Também reprovam mais os ministros aqueles que são mais instruídos, com curso superior completo (41%).

Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

25% dos celulares vendidos no Brasil são irregulares, diz Abinee

 

Entidade estima estima que 90% do total de smartphones contrabandeados no Brasil sejam vendidos via marketplaces, com valor 38% abaixo do vendido no mercado oficial

(Foto: Freepik)


Reuters - O volume de celulares vendidos ilegalmente no Brasil dobrou em apenas um ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação de fabricantes de produtos eletroeletrônicos (Abinee), que citou levantamento da empresa de pesquisa de mercado IDC.

"A quantidade de aparelhos ilegais passou de 10% do mercado total de telefones celulares no Brasil em 2022 para 25% no último trimestre de 2023, fechando o ano com um total de 6,2 milhões de unidades vendidas no País, de forma ilegal", afirmou a Abinee em comunicado à imprensa.

A entidade afirmou que estima que 90% do total de smartphones contrabandeados hoje no Brasil sejam vendidos via marketplaces, com valor 38% abaixo do vendido no mercado oficial.

"Trata-se de uma prática que está se generalizando e tomando proporções inaceitáveis", afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato, no comunicado.

"Precisamos de ações mais enérgicas por parte do governo para coibir esta prática", acrescentou. A Abinee estima que em 2024 o governo federal deixará de arrecadar 4 bilhões de reais em função da evasão fiscal.

A entidade afirmou ainda que somente uma fiscalização efetiva dos marketplaces será capaz de coibir a prática irregular, mas não citou nomes de marketplaces no comunicado.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Apucarana homenageia 80 mulheres pela contribuição delas para a construção de uma educação pública de qualidade


 Apucarana completou oito décadas de emancipação política no último dia 28 de janeiro. Em alusão à data, a Autarquia Municipal de Educação homenageou 80 mulheres que muito contribuíram e ainda contribuem para a construção de um ensino público de qualidade e uma sociedade cada vez mais justa. A 10ª Noite da Mulher Educadora foi realizada ontem (25/3) no Cine Teatro Fênix.

Conforme dados do Censo Escolar 2022, são as mulheres que fazem a Educação Básica no Brasil. Elas correspondem a 97,2% dos profissionais que atuam nos CMEIs, 94,2% na pré-escola, 77,5% no Ensino Fundamental e 57,5% no Ensino Médio.

Já na rede municipal de educação de Apucarana, as mulheres somam mais de 90% dos servidores. São nutricionistas, psicólogas, pedagogas, diretoras, coordenadoras, professoras, secretárias, atendentes, merendeiras, zeladoras e estagiárias.

“A Noite da Mulher Educadora é a forma singela que encontramos de reconhecer e valorizar todas as mulheres que, muitas vezes, enfrentam uma jornada exaustiva a fim de cuidar das próprias casas, educar seus filhos e ainda investir em uma carreira profissional,” afirmou a secretária de educação, Marli Fernandes.

“As mulheres sempre lutaram e continuam lutando, ao lado dos homens, para construir Apucarana. Se vivemos atualmente em um município próspero e acolhedor, devemos isso a elas. Também é graças às professoras e servidoras que a nossa cidade oferta hoje a melhor educação do Paraná às suas crianças,” acrescentou o prefeito Junior da Femac.

Foram homenageadas na 10ª Noite da Mulher Educadora, a vice-presidente do Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE-PR), Clemência Maria Ferreira Ribas; a chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR) e conselheira titular do CEE-PR, Silvana Avelar de Almeida Kaplum; a primeira-dama do município de Apucarana, Carmen Lúcia Izquierdo Martins; a professora aposentada da rede estadual de educação e mãe do prefeito Junior da Femac, Maria Toschi Venério Martins; a pioneira apucaranense Edite Ballan; a técnica do Núcleo Regional de Educação, Maria Aparecida Batista da Silva; a professora de música Maria de Lurdes Gonçalves Correia; a professora de dança Adriana Silva; e as diretoras mulheres dos colégios estaduais de Apucarana, Evelyn Partyka, Rosana Adriano, Márcia Fiorucci, Rosiney Campos, Cibele Barneze, Marlene Beletato e Daniele Violin.

Entre as servidoras da administração municipal de Apucarana, receberam a homenagem: Denise Canesin (Secretária da Mulher e Assuntos da Família); Maria Agar Borba Ferreira (Secretária da Promoção Artística, Cultural e Turística); Caroline Moreira Souza (Secretária de Obras); Sueli Aparecida de Freitas Pereira (Secretária da Fazenda); Jossuela Pirelli (Secretária de Assistência Social); Lucimara de Mattos (coordenadora pedagógica da Autarquia de Educação); Sueli Gomes Gonçalves (coordenadora do Polo da UAB); e uma representante de cada uma das 60 unidades de ensino da rede municipal de educação.

Durante a 10ª Noite da Mulher Educadora, as homenageadas e o público assistiram a uma palestra com o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dr. César Nunes, e a apresentações musicais com a cantora Pérola Crepaldi, o saxofonista Fernando Machado da Silva e o pianista Clecio Borici Junior.

Fonte: Prefeitura de Apucarana 

Eleição para prefeito de Curitiba será ‘gincana’ entre famílias políticas, analisa sociólogo

 

Todos os cinco principais pré-candidatos são herdeiros de poderosas famílias paranaenses, aponta Ricardo Costa de Oliveira

Os capitais sociais e político-familiares colocam essa candidatura com um potencial de favoritismo muito grande (Frankllin Freitas)


Mais do que uma eleição, Curitiba terá em 2024 uma “gincana entre famílias políticas e herdeiros políticos” na disputa pela Prefeitura. Uma situação que nem é novidade, mas a regra em disputas eleitorais – e não só na capital paranaense ou mesmo no Paraná, mas em diversos estados e municípios brasileiros, com poucas exceções (tão poucas que acabam por só confirmar a regra). Essa é a análise de Ricardo Costa de Oliveira, sociólogo e professor titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde é também coordenador do Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP).

Especializado na pesquisa em genealogias, nepotismo e nas chamadas “famílias políticas” (estruturas que se caracterizam pela transmissão do poder e dos cargos pelas relações familiares, muitas vezes com o mesmo sobrenome), ele aponta que a eleição para prefeito de Curitiba será fortemente marcada, mais uma vez, pela presença das estruturas de parentesco. Ou seja, pela marcante relação entre parentesco e poder (político, social e/ou econômico), cujas origens, não raro, remontam ao Brasil colonial.

Nas últimas semanas, por exemplo, foram divulgadas as duas primeiras pesquisas registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sobre a disputa para a chefia do Poder Executivo em Curitiba. Os levantamentos, feitos pelos institutos Radar Inteligência e Paraná Pesquisas, apontaram empate técnico entre os cinco principais pré-candidatos a prefeito da cidade: Eduardo Pimentel (PSD), Beto Richa (PSDB), Luciano Ducci (PSB), Ney Leprevost (União Brasil) e Deltan Dallagnol (Novo). E acontece que todos os cinco são oriundos de uma ou outra família política, destaca Ricardo Costa de Oliveira.


“Em alguns grandes municípios, como São Paulo e Rio de Janeiro, se vê mais renovação. Mas em vários municípios brasileiros, inclusive capitais como Curitiba, é sempre uma disputa de família política. Eu até brinco nas aulas, falei nesta semana: ‘Curitiba não tem só uma eleição, mas uma gincana entre famílias políticas e herdeiros políticos’. É isso, uma gincana de famílias políticas e de herdeiros políticos, sempre os favoritos”, afirma o especialista, emendando que a disputa eleitoral deverá trazer “mais do mesmo” para a capital paranaense. “Os capitais sociais e político-familiares colocam essa candidatura com um potencial de favoritismo muito grande”.


Apesar das primeiras pesquisas eleitorais retratarem, ao menos por ora, uma disputa acirrada na corrida pelo Palácio 29 de Março (sede da Prefeitura de Curitiba), um nome desponta desde já como favorito a suceder o prefeito Rafael Greca de Macedo (que, por sua vez, também é integrante de uma família política – e não de qualquer família política, mas simplesmente da mais poderosa oligarquia familiar em Curitiba, a família Macedo, comenta o professor Ricardo). Trata-se de Eduardo Pimentel Slaviero, atual vice-prefeito de Curitiba e também secretário de Estado das Cidades do Paraná.

“É todo um esquema, aquilo que na Sociologia se denominam capitais sociais e político-familiares, que coloca a candidatura do Eduardo Pimentel com potencial de favoritismo muito grande. Se vai se realizar, é a questão. Mas nas pesquisas feitas nesses últimos dias, ele aparece em primeiro lugar”, afirma o sociólogo da UFPR, destacando que além dos apoios políticos – de nomes como o governador Ratinho Junior, o deputado estadual Alexandre Khury (possivelmente o próximo presidente da Assembleia Legislativa) e o vereador Marcelo Facchinello (presidente da Câmara Municipal), além do prefeito Rafael Greca -, Pimentel também deve conquistar apoio da ‘cruz do poder’ paranaense, o chamado ‘circuitão’.


“Graciosa Country Clube, Clube Curitibano, FIEP [Federação das Indústrias do Estado do Paraná] e ACP [Associação Comercial do Paraná] formam uma cruz. Quem está bem nos quatro polos é favorito, porque vai ter apoio empresarial, apoio nas redes sociais, redes eleitorais”, explica o professor Ricardo. “Quem fecha esse retângulo, esse quadrado, vai ter muito apoio, dinheiro, base, rede… E é o caso, aparentemente, do Eduardo Pimentel mesmo. Vamos ver”, ressalta ainda ele.


“Neysmo” e “lernismo” ainda vivos

Com a permanência das estruturas de poder através da transmissão, da transferência de capitais políticos, econômicos e/ou sociais entre pai, filho, avô e neto, também permanecem abertos, de certa forma, alguns “ismos” que escreveram capítulos importantes na história política paranaense recente, como o lernismo (referência ao poder angariado pelo ex-governador Jaime Lerner) e o neysmo (referente a Ney Braga, que foi o grande chefe político do Paraná durante o regime ou a ditadura militar).


“Foi o Ney Braga que viabilizou o Jaime Lerner, principalmente na carreira política dele, na segunda administração da Prefeitura, concomitante ao segundo governo de Ney Braga. E aí esse grupo que era do Ney Braga, mais antigo, passa pro Jaime Lerner, que também agrega novos valores na época, um dos quais também era o próprio Rafael Greca de Macedo, Cássio Taniguchi, o próprio Luciano Ducci. E depois também se aproximam do Aníbal Khury e aí o próprio Beto Richa também, quando ele foi eleito deputado estadual, também se aproximava do Aníbal Khury, do esquema com o próprio Jaime Lerner”, destaca Ricardo Costa de Oliveira. “É uma política dominante no Paraná, de grupos que controlam o governo, o Estado e, geralmente, a Prefeitura, com poucas exceções”, reforça.


E, por fim, engana-se quem pensar que o fenômeno das famílias políticas é uma exclusividade entre políticos mais conservadores ou de direita. “Vamos lembrar, também, que tivemos há pouco tempo na Prefeitura o Gustavo Fruet. É do PDT, é um nome mais de centro-esquerda, mas também de uma família política, uma vez que ele é filho do também ex-prefeito Maurício Fruet e que a irmã dele [Eleonora] também era secretária municipal. Então, mesmo o Fruet também era uma família política.”

Famílias políticas: a genealogia e as conexões dos principais pré-candidatos a prefeito de Curitiba


Eduardo Pimentel Slaviero (PSD)

Neto do ex-governador Paulo Pimentel, que foi também um importante empresário da mídia, e membro da poderosa família Slaviero, dona da rede de hotéis homônima e cuja genealogia remete ainda à família Gomes (com parentesco com o também ex-governador Emílio Hoffmann Gomes), importante família política de Irati, na região central do Paraná. Seu irmão, Daniel Pimentel Slaviero, foi presidente por quatro mandatos da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) e também diretor-presidente da Copel (Companhia Paranaense de Energia). Já sua irmã, Claudia Pimentel Slaviero, é casada com Daniel César Maranhão Khury, irmão deputado estadual Alexandre Maranhão Khury e neto de Aníbal Khury, integrando também o clã Albuquerque-Maranhão, tradicional família de juristas.


Beto Richa (PSDB)
Ex-prefeito de Curitiba, ex-governador do Paraná e hoje deputado federal. É filho de José Richa, nome histórico do PSDB e do PMDB e que foi governador do Paraná, senador, deputado federal e prefeito de Londrina. Sua esposa, Fernanda Vieira Richa, é sobrinha do ex-senador José Eduardo Andrade Vieira e, portanto, integrante da família Andrade Vieira, que foi uma das famílias mais ricas do Paraná (dona do Banco Bamerindus). Além disso, conta o professor Ricardo, por parte da mãe, Arlete Vilela, Beto também faz conexão com o clã Macedo, tendo como primo genealógico o prefeito Rafael Greca de Macedo e também a deputada federal Rosângela Wolff de Quadros Moro, esposa do senador Sergio Moro.

Luciano Ducci (PSB)

Médico e político, Ducci foi deputado federal e estadual pelo Paraná, vice-prefeito de Curitiba na gestão Beto Richa e prefeito da cidade entre 2010 e 2012, após o tucano deixar a Prefeitura para concorrer ao Governo do Estado. Trata-se, portanto, de um quadro consolidado e que também possui importantes conexões políticas: além de ser um dos herdeiros da dinastia de Jaime Lerner, Ducci também é casado com Marry Dal-Prá, que é de uma importante família política de Paranavaí, na região Noroeste do estado, e sobrinha do deputado federal constituinte Dionísio Dal-Prá. “Então, ainda que seja alguém que tenha tido uma trajetória política diferente, também tem o componente familiar aí, da família Dal-Prá”, comenta Ricardo Costa de Oliveira.


Deltan Dallagnol (Novo)

Foi o deputado federal mais votado pelo Paraná em 2022, mas teve seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral por fraude à Lei das Inelegibilidades. Ex-procurador da República, foi também o coordenador da rumorosa força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. É filho de outro procurador de Justiça, Agenor Dallagnol – inclusive, passou no concurso sem ter os dois anos de formado e o pai foi seu advogado na apelação da União, em que a Justiça deu vitória ao então procurador. Além disso, o observatório “De Olho nos Ruralistas” fez uma série de reportagens sobre latifúndios da família Dallagnol no Mato Grosso, numa região de floresta na Amazônia Legal.


Ney Leprevost (União Brasil)
Hoje deputado estadual, mas já foi vereador de Curitiba, deputado federal e secretário de Estado (nas gestões Jaime Lerner, entre 1999 e 2000, e Ratinho Junior, entre 2019 e 2020). Filho do advogado Luiz Antonio Leprevost, é também neto de Ney Leprevost (que foi procurador-geral de Justiça – o chefe do Ministério Público do Paraná – e prefeito de Curitiba) e sobrinho de José Carlos Leprevost (que foi deputado federal pelo ARENA). Seu irmão, Alexandre Leprevost, foi eleito em 2020 vereador de Curitiba e agora deve buscar a reeleição. Ney, por sua vez, já disputou em 2016 a Prefeitura e ficou em segundo lugar, perdendo no segundo turno para Rafael Greca por uma diferença de pouco mais de 60 mil votos.

Paulo Martins (PL)

Jornalista por formação, ingressou na vida pública após ganhar destaque como comentarista político na Rede Massa – filial do SBT no Paraná e que pertence ao empresário Carlos Massa, pai do governador Ratinho Junior. Ex-deputado federal, é um candidato mais associado ao bolsonarismo e também dessa associação (e da importância do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a sua candidatura) se revela, mais uma vez, a relevância das famílias políticas, uma vez que os Bolsonaro já constituem um núcleo familiar de poder político (tanto que três dos filhos do ex-presidente já são políticos profissionais, ocupando cargos eletivos que vão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro ao Senado Federal, e até a atual esposa, Michelle, já projeta voos na política).


Maria Victoria (PP)

Maria Victoria Borghetti Barros é filha do poderoso deputado Ricardo Barros (membro de uma das principais famílias políticas de Maringá, que já teve não só Ricardo, mas também seu irmão e seu pai como prefeitos da cidade) com Cida Borghetti (ex-governadora do Paraná). Atualmente é deputada estadual e está desde 2014 na vida pública, após conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná com apenas 22 anos de idade. Foi também candidata a prefeita de Curitiba em 2016 e teve desempenho razoável, ficando em quarto lugar no 1º turno com mais de 50 mil votos.

Outros candidatos
Outros nomes que aparecem mais atrás nas pesquisas eleitorais são Luizão Goulart (Solidariedade), que já foi prefeito de Pinhais, na Região Metropolitana de Curtiiba (RMC); Goura (PDT), que é deputado estadual, já foi vereador de Curitiba e também candidato a prefeito da capital em 2020, ficando em segundo lugar na disputa pela Prefeitura (vencida por Rafael Greca ainda no 1º turno); e Carol Dartora (PT), essa sim uma novidade política, aponta o sociólogo da UFPR. “É uma professora, do Partido dos Trabalhadores, negra, não tem família política. Mas ela também está com intenção de voto baixa, bem como o Goura.”

Fonte: Bem Paraná por Rodolfo Luis Kowalski

Câmara dos Deputados homenageia Marielle Franco e Anderson Gomes em sessão solene

 A Câmara também analisará se mantém a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de envolvimento no crime

A Câmara dos Deputados realizará uma sessão solene nesta terça-feira (26), a partir das 11h, em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e ao motorista Anderson Gomes, marcando os seis anos desde o assassinato dos dois. O evento ocorre em meio ao avanço das investigações sobre o crime e tem como requerente a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), do mesmo partido de Marielle, juntamente com outros 14 deputados de PSOL e PT.

O pedido da sessão solene foi feito antes das recentes prisões relacionadas ao caso. No mesmo dia, a Câmara também analisará se mantém a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de envolvimento no crime.

A deputada Petrone destacou que o pedido da sessão solene está inserido em uma jornada de luta pela defesa dos direitos das mulheres, ressaltando que agentes políticos em todo o país enfrentam ameaças e violências por exercerem suas funções parlamentares.

Os recentes desdobramentos das investigações resultaram na prisão de três suspeitos de envolvimento com o crime: o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. Segundo a Polícia Federal, a morte de Marielle foi encomendada pelos irmãos Brazão, enquanto o delegado Barbosa é apontado como mentor da execução e de obstrução das investigações.

A sessão solene ocorre no mesmo dia em que a Câmara iniciará a análise sobre a prisão de Chiquinho Brazão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relator do processo na CCJ, Darci de Matos (PSD-SC), já se manifestou favorável à manutenção da prisão. Após a análise na CCJ, o processo seguirá para votação no plenário da Câmara, ainda a ser agendada pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).

Fonte: Agenda do Poder com informações da CNN Brasil

PF considera ‘patética’ explicação de Bolsonaro sobre estadia na Embaixada da Hungria

 A alegação de que Bolsonaro estava na embaixada para realizar contatos com autoridades húngaras foi considerada pela PF como uma desculpa frágil

A Polícia Federal classificou como “risível” e “patética” a nota divulgada pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) justificando sua estadia na Embaixada da Hungria. Para os investigadores, a explicação fornecida pela defesa sugere uma possível tentativa de fuga caso Bolsonaro fosse alvo de um pedido de prisão no inquérito que investiga uma suposta trama golpista durante seu governo. A informação é de Valdo Cruz, em seu blog no  g1.

A alegação de que Bolsonaro estava na embaixada para realizar contatos com autoridades húngaras foi considerada pela PF como uma desculpa frágil. A revelação de que o ex-presidente ficou “refugiado” na embaixada por dois dias após ter seu passaporte apreendido foi feita pelo jornal The New York Times.

Segundo os investigadores, as circunstâncias dessa estadia serão minuciosamente apuradas pela Polícia Federal. O órgão aguardará a confirmação oficial do caso, que deve vir por meio de uma explicação exigida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, dentro de um prazo de 48 horas. Após essa confirmação, a PF cruzará as informações com os dados sobre as movimentações e articulações de Bolsonaro já em posse do órgão. Medidas preventivas não estão descartadas para evitar que o ex-presidente busque asilo em uma embaixada, numa tentativa de escapar de qualquer decisão desfavorável contra ele.

Fonte: Agenda do Poder com informação do jornalista Valdo Cruz, em seu blog no g1

APUCARANA: Junior da Femac manifesta pesar pela morte do pioneiro Pasquale Facchiano


 O prefeito Junior da Femac emitiu nota de pesar lamentando a morte do agricultor e pioneiro de Apucarana, Pasquale Facchiano, aos 80 anos. Pasquale veio da Itália para o Brasil ainda jovem e se fixou em Apucarana, onde se dedicou junto com a família ao cultivo de café.

O prefeito Junior da Femac lembra que Pasquale veio de navio da Itália, em 1956, e desembarcou no Porto de Santos. “Trabalhou por pouco mais de dois anos na Fazenda Floresta, na região de Aricanduva, depois montou uma lenhadora e vendia a lenha de carrocinha na região da Vila Feliz”, recorda Junior da Femac.

Logo em seguida, Pasquale Facchiano comprou uma pequena propriedade na região do Bilote, onde se dedicou ao cultivo do café. “Foi lá que ele conheceu a sua esposa, a senhora Maria de Lourdes Mazini Facchiano. Além do vereador Luciano Facchiano, o casal teve ainda outros três filhos: João, Nalva e Joceli. Que Deus possa confortar a família e amigos neste momento difícil”, manifesta Junior da Femac.

Conforme familiares, Pasquale Facchiano lutava contra um câncer há algum tempo, mas não resistiu às complicações. “Ele deixou à nossa família como principal legado a educação e o respeito com as pessoas. Ele só nos ensinou coisas boas. Sempre muito honesto e correto com tudo. Estamos com o coração tranqüilo, pois sempre seguimos os seus ensinamentos”, manifesta o filho e vereador, Luciano Facchiano.

O corpo será velado na Capela Central de Apucarana a partir das 11 horas desta terça-feira (26). O sepultamento está marcado para às 10 horas desta quarta-feira (27), no Cemitério Municipal Cristo Rei.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Mercado financeiro eleva projeção para o PIB de 2024 pela sexta semana seguida

 A estimativa do IPCA para este ano passou de 3,79% para 3,75%. Para o PIB, a mediana das projeções de 2024 passou de uma expansão de 1,80% para 1,85%

Banco Central do Brasil
Banco Central do Brasil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Por Roberto de Lira, Infomoney - A projeção dos analistas para a inflação de 2024 caiu na semana enquanto a estimativa para a evolução do PIB no ano manteve a tendência de seis semanas de alta, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa, que é normalmente divulgada às segundas-feiras, tem sido adiada por conta das paralisações dos funcionários do BC.

Inflação - A estimativa do IPCA para este ano passou de 3,79% para 3,75% na semana, enquanto a previsão para a inflação de 2025 caiu de 3,52% para 3,51%. A projeção para 2026 continua em 3,50%, nível igual ao dos últimos 38 boletins Focus, a mesma taxa de variação esperada para a inflação de 2027.

PIB - Para o produto interno bruto (PIB), a mediana das projeções de 2024 passou de uma expansão de 1,80% para 1,85%. A projeção para 2025 continuou em 2,0% pela 15ª semana seguida e a de 2026 está em 2,0% há 33 semanas em sequência. A estimativa também está em 2,0% para 2027, há 35 semanas.

Selic - Para projeções para a taxa básica de juros (Selic), o Boletim Focus tem mantido as estimativas em todo o horizonte da pesquisa há várias semanas. A estimativa para 2024, por exemplo, permaneceu em 9,00%, patamar estável há 13 semanas, segundo os analistas.

A previsão para 2025 continua em 8,50% há 16 semanas na sequência, enquanto a projeção para 2026 permanece nos mesmos 8,50% há 34 semanas seguidas. A taxa esperada para 2027 também está em 8,50% há 33 semanas.

Câmbio - A mediana das projeções para o dólar em 2024 se manteve em R$ 4,95, enquanto a de 2025 permaneceu nos mesmos R$ 5,00 e a de 2026 recuou de R$ 5,04 para R$ 5,03. Para 2027, houve redução, de R$ 5,10 para R$ 5,07.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney