Com 91 deputados e 12 senadores, o
partido também quer priorizar votação de pautas de interesse da extrema direita
O PL condicionou o
apoio do partido aos candidatos à presidência da Câmara e do Senado que se
comprometerem em colocar na pauta de votação da Casa Legislativa projetos que
visem a anistia a Jair Bolsonaro e seus aliados, investigados pela suposta
tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), destaca a coluna do jornalista Lauro Jardim,
de O Globo.
Além da anistia, o PL também irá priorizar os candidatos
que prometerem priorizar a votação de projetos alinhados com a agenda
ideológica e conservadora de interesse do partido e da extrema direita, como
temas ligados à segurança pública e valores familiares. O PL possui uma bancada
composta por 96 deputados e 12 senadores.
Em seu relatório final, a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas atribuiu ao
ex-mandatário os crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta
do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, e emprego de medidas para
impedir o livre exercício de direitos políticos. Somadas, as penas para esses
crimes podem chegar a 29 anos de prisão.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna de Lauro Jardim, no O Globo
Presidente do União Brasil, Antonio
Rueda, irá pedir a expulsão imediata e o cancelamento da filiação do deputado
federal Chiquinho Brazão
Chiquinho Brazão (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
O presidente do União
Brasil, Antonio Rueda, irá pedir a expulsão imediata e o cancelamento da
filiação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), preso pela
Polícia Federal na manhã deste domingo (24) como um dos supostos mandantes do
assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson
Gomes, em 2018. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim,
de O Globo, “Rueda vai fazer uma representação à Executiva, que deve convocar
uma reunião para deliberar pela expulsão”.
Chiquinho Brazão foi preso no âmbito da operação Murder,
Inc., deflagrada nas primeiras horas da manhã deste domingo. O irmão do
parlamentar, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do
Rio de Janeiro (TCE-RJ), também foi preso como um dos mandantes do crime. O
ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita de atrapalhar
as investigações. Além dos mandados de prisão, a PF cumpriu 12 mandados de
busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes.
A direção nacional do União Brasil
interveio nos diretórios estadual e municipal do Rio de Janeiro em março do ano
passado. Até então, o partido era dominado regionalmente pela família Brazão.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo
Entrevista coletiva
do ministro da Justiça e Segurança Pública está marcada para o início da tarde
deste domingo
O ministro
da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, convocou uma entrevista
coletiva para este domingo (24), às 14h, para falar sobre a operação da Polícia
Federal (PF) que resultou na prisão de três suspeitos de envolvimento nas
mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Na terça-feira (19), Lewandowski anunciou que o ministro do
Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes havia homologado a delação
premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado por investigadores como
o responsável pelos tiros que mataram a parlamentar.
A operação da PF neste domingo resultou na
prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), seu irmão Domingos
Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O
ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa foi preso pela
suspeita de acobertar o crime.
Além dos mandados de prisão, a PF cumpriu 12
mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Suspeitos de serem os mandantes do crime
foram presos pela Polícia Federal no início da manhã deste domingo
A família da
vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), assassinada em 2018 juntamente com o
motorista Anderson Gomes, divulgou uma nota afirmando que, apesar da prisão dos
suspeitos de serem os mandantes da morte do parlamentar neste domingo (24),
ainda “há muita coisa a ser investigada e elucidada”.
“É importante não perdermos de vista que até o momento
ninguém foi efetivamente responsabilizado por esse crime, entre os apontados
como executores e mandantes. Todas as prisões são preventivas e ainda há muita
coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das
motivações de um crime tão cruel como esse. Mas, os esforços coordenados das
autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares”, diz um trecho
da nota assinada por pelos pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco
da Silva Neto , a irmã Anielle Franco e a filha Luyara Santos.
No comunicado, a família também destaca “o empenho da
Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar
por respostas sobre o caso” e que aguarda “o resultado da condução da
investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis
pelas obstruções da Justiça”.
Neste domingo (24) a Polícia Federal prendeu o deputado
federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e o conselheiro do Tribunal de
Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão pela suspeita de serem os mandantes do
crime. Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso
pela suspeita de tentar obstruir a investigação.
"Que sejam
denunciados e julgados todos os envolvidos no crime", disse a presidente
do PT
A presidente
nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou as redes sociais
para afirmar que a prisão dos suspeitos de serem os mandantes das mortes da
vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes é “um marco
na luta contra a violência política e de gênero”.
“Prisão dos suspeitos de serem mandantes do
assassinato de Marielle é um marco na luta contra a violência política e de
gênero. Que sejam denunciados e julgados todos os envolvidos no crime, que
também vitimou o Anderson. Trabalho sério da Polícia Federal, em sintonia com o
Ministério Público e o STF, foi fundamental para que o país e o mundo
conhecessem a verdade, por tanto tempo ocultada”, escreveu Gleisi no X, antigo
Twitter.
A operação da Polícia Federal, deflagrada neste
domingo (24), resultou na prisão do deputado federal Chiquinho Brazão
(União-RJ) e de seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do
Estado do Rio de Janeiro. Eles foram presos pela suspeita de serem os mandantes
do duplo homicídio. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo
Barbosa foi preso pela suspeita de acobertar o crime.
Além dos mandados de prisão, a PF cumpriu 12
mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Os investigadores do duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes já têm em mente uma segunda etapa, após a prisão dos suspeitos de mandar matar a vereadora e o motorista: ir atrás de quem atrapalhou o andamento das investigações, desde 2018, informaLauro Jardim, em O Globo.
No foco dessa etapa que virá a seguir estão, sobretudo, políticos e policiais.
No momento, porém, o foco da Polícia Federal permanece na investigação sobre os mandantes, com as priões dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa.
Fonte: Agenda do Poder com informação da coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa serão separados e ficarão em unidades de Brasília, Campo Grande e Porto Velho
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, serão inicialmente transferidos para um presídio federal em Brasília. Na manhã deste domingo (24), eles foram levados para a Superintendência da Polícia Federal do Rio, após serem presos preventivamente pela PF por serem suspeitos de mandar matar em 2018 a então vereadora Marielle Franco (PSOL) na operação batizada de Murder.Inc.
Segundo Camila Bomfim, da GloboNews, depois de irem para Brasília, eles serão separados por questões de segurança. Um deles permanecerá na capital federal. Os outros dois irão para unidades de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e Porto Velho, em Rondônia.
Chiquinho é deputado federal (União Brasil-RJ) e Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
No total, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O delegado Giniton Lages, que chefiava a Delegacia de Homicídios na época dos crimes, também é alvo de um mandado de busca e apreensão.
A operação Murder Inc. conta com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A operação ocorre menos de uma semana após a homologação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da delação premiada firmada por Ronniel Lessa, ex-policial militar preso em 2019 pela sua participação nas mortes de Marielle e Anderson. Lessa, apontado como autor dos disparos que vitimaram os dois, foi expulso da corporação e condenado em 2021 por ocultação de armas relacionadas ao crime.
Os investigadores ainda trabalham para identificar a motivação por trás do assassinato, com suspeitas direcionadas à expansão territorial da milícia no Rio de Janeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou, em nota, que a operação conjunta visa investigar os supostos autores intelectuais dos homicídios, além de apurar crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Marcelo Freixo lembra que Rivaldo Barbosa foi a primeira pessoa para quem ligou ao saber da morte de Marielle
Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, manifestou sua surpresa diante da inclusão do nome do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa na lista de supostos mandantes do assassinato da filha. Em declarações à Globonews, Marinete revelou que a notícia pegou a família de surpresa, especialmente pelo fato de Barbosa, delegado de polícia, manter uma relação de confiança com eles.
Barbosa trabalhou próximo a Marielle quando a vereadora atuava como assessora do gabinete de Marcelo Freixo.
“A maior surpresa nisso tudo foi o nome do Rivaldo. Minha filha confiava nele, no trabalho dele”, afirmou Marinete.
A mãe de Marielle expressou sua dificuldade em aceitar o envolvimento de uma autoridade que se comprometeu a investigar o crime: “Ele falou que era questão de honra elucidar esse caso. Quando se vive uma coisa dessas com uma autoridade que deveria fazer seu trabalho, é mais difícil ainda. Ver o nome dele nessa lama”.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur e amigo de Marielle, também se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal, destacando a prisão de Rivaldo Barbosa. Freixo recordou que foi para Barbosa que ligou ao saber do assassinato de Marielle e Anderson, e agora, após sua prisão, ressaltou que Barbosa teria atuado para proteger os mandantes do crime.
Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra, compartilhou a incredulidade da família diante do envolvimento de Barbosa, que chegou a ser chefe de polícia. “Surpresa de uma pessoa que foi um dos primeiros contatos com a família. Tanto como irmã como integrante do governo, tem muita coisa que para a gente dá uma sensação de vitória, mas que não acabou”, disse ela.
Segundo Anielle, a família aguarda novos desdobramentos da investigação para entender o papel de cada envolvido no crime: “A colocação do Rivaldo dá aquele gostinho de que o jogo não acabou”.
O ex-titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, que ficou amplamente conhecido por liderar as investigações do caso Marielle Franco desde o seu início, foi afastado de suas atividades por decisão do ministro Alexandre de Moraes e também alvo de mandados de busca e apreensão em uma operação realizada neste domingo (24) pela Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
A ação faz parte da “Operação Murder Inc.”, uma força-tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/FTMA) e também conta com a colaboração da Procuradoria-Geral da República.
Além de Giniton Lages, outros nomes importantes foram alvo desses mandados. Entre os investigados estão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Vale destacar que após as revelações recentes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afastou Giniton de seu cargo.
Os irmãos Brazão, Rivaldo e Giniton são suspeitos de serem os mandantes do crime que resultou na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, motorista da parlamentar. As autoridades cumprem mandados de prisão contra os três principais alvos da operação.
As investigações também incluem 12 mandados de busca e apreensão, que estão sendo executados em locais estratégicos, como as sedes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Câmara dos Deputados, em Brasília. O objetivo é recolher evidências que possam contribuir para esclarecer os fatos relacionados ao caso Marielle e Anderson Gomes.
Anderson Gomes e Marielle Franco. (Foto: Reprodução
Os nomes dos suspeitos de serem os mandantes foram mencionados na delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que tiraram a vida da vereadora Marielle Franco. A colaboração de Lessa, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe à tona informações cruciais sobre os possíveis mandantes do crime, incluindo políticos influentes.
Erika Andrade, mulher de Rivaldo Barbosa. Foto: Arquivo Pessoal
Érika Andrade de Almeida Araújo, esposa de Rivaldo Barbosa, ex-diretor da Polícia Civil do Rio de Janeiro detido na operação que visava os suspeitos de ordenar o assassinato de Marielle Franco, foi alvo de uma ordem de busca e apreensão de seus telefones, além de ter seus bens bloqueados. Com informações de Octavio Guedes, do g1.
A Polícia Federal suspeita que ela estivesse envolvida em atividades de lavagem de dinheiro em benefício de Rivaldo.
Em 2017, uma das empresas de consultoria registradas em seu nome, juntamente com o do marido, auferiram faturamento superior a R$ 500 mil.
Fonte: DCM com informação de Octávio Guedes, do g1
Rivaldo Barbosa, preso na manhã deste domingo (24) pela Polícia Federal (PF) pelo envolvimento na morte da ex-vereadora Marielle Franco, foi nomeado chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2018 pelo general Braga Netto, então interventor federal no RJ.
Barbosa foi nomeado pelo braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 13 de março, dia anterior ao assassinato de Marielle e seu motorista.
Em sua cerimônia de posse, Barbosa ressaltou o combate à corrupção como um dos focos principais de sua gestão, mencionando a importância do aprimoramento das operações de inteligência para enfrentar crimes financeiros.
Barbosa também destacou a necessidade de cooperação entre as diferentes instituições, sublinhando que a intervenção federal procurava atuar em harmonia com as entidades locais para promover a ordem e a segurança públicas.
Os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão também foram detidos pelo suposto envolvimento na morte da ex-vereadora. Os presos foram levados para a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Eles devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda neste domingo.
Confira:
Nomeação do ex-chefe da Polícia Civil do RJ, Rivaldo Barbosa. Foto: reprodução
Marcelo Freixo comentou sobre a prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, no âmbito das investigações do caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo”, escreveu Freixo na manhã deste domingo em seu perfil no X, antigo Twitter.
“Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”.
O nome de Rivaldo, juntamente com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão vieram à tona após a delação do executor do crime, o ex-policial militar Ronnie Lessa. Todos os três foram levados para a superintendência da PF no Rio e devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda neste domingo.
Até o momento, as evidências apontam para uma possível conexão com a expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro. A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Quem é Rivaldo Barbosa?
Rivado Barbosa é o delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que foi associado pela PF a um suposto recebimento de R$ 400 mil em propinas para impedir avanços na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
Ele foi citado numa troca de mensagens entre o vereador Marcello Sicilliano e o miliciano Jorge Alberto Moreth, durante a qual é dito que o delegado recebeu dinheiro de suborno. A conversa telefônica ocorreu em fevereiro de 2019 e o arquivo foi encontrado no celular de Sicilliano por agentes federais.
Moreth afirmou que Rivaldo Barbosa recebeu dois pagamentos de R$ 200 mil cada, por meio de um inspetor da DH da Capital do Rio identificado como “Marcos”.
“Isso aí, é o Rivaldo Barbosa, é ele que levou quatrocentos cruzeiros, chefe. Foi quatrocentos cruzeiro, pô, tô te falando! Na hora que eles viram que ia babar, que o bagulho deu muita repercussão, o troço falhou, o troço ficou cara para caralho! Porque, chefe, quem rodar neste bagulho de Marielle vai para Catanduvas [presídio federal no Paraná] e vai ser esquecido, meu irmão! Porra, tô te falando, papo reto. Entendeu?”, diz um trecho da conversa.
Na época, Rivaldo negou que ter recebido a propina. “Não há nada disso”, afirmou Barbosa, ao telefone. “Trabalhei muito na DH [Delegacia de Homicídios] e nunca recebi nada de ninguém”
Vale destacar que não é a primeira vez que o delegado é citado como envolvido em esquema de propina para abafar o Caso Marielle.
Em depoimentos ao MPF (Ministério Público Federal) e PF, o miliciano Orlando Curicica afirmou que o delegado e outros agentes recebiam dinheiro da contravenção e de milicianos para arquivar inquéritos de homicídios cometidos pelo grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime.
Domingos Brazão, preso na manhã deste domingo (24) pela Polícia Federal (PF), é uma figura proeminente na política do Rio de Janeiro, sendo reconhecido como uma espécie de mentor de seu grupo político, apesar de ser o mais novo entre os irmãos. Segundo a PF, a prisão do político ocorre após investigações o apontarem como sendo um dos autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
Sua trajetória política teve início como assessor na Câmara Municipal, entre 1993 e 1994. Em 1997, foi eleito vereador na cidade do Rio, mas permaneceu no cargo por apenas dois anos. Posteriormente, em 1999, assumiu o cargo de deputado estadual, ocupando uma cadeira no Palácio Tiradentes por 17 anos.
Início de seu envolvimento em escândalos
No entanto, sua carreira política foi marcada por controvérsias e envolvimento em diversos escândalos. Em 2010, foi afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) após ser preso na operação Quinto do Ouro, acusado de corrupção junto com outros membros do tribunal. Mesmo com sua carreira política manchada por suspeitas de corrupção, fraude, envolvimento com milícias, improbidade administrativa e compra de votos, Brazão alimentava a expectativa de retornar à vida política.
Família Brazão
A família Brazão sempre exerceu influência na Zona Oeste do Rio, especialmente em Jacarepaguá. Em 2011, Domingos Brazão teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) por suspeita de compra de votos, por meio de uma ONG vinculada a ele, o Centro de Ação Social Gente Solidária. No entanto, conseguiu manter seu cargo com uma liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Máfia dos combustíveis e caso Marielle
Além disso, Brazão também esteve envolvido em outros escândalos, como a chamada máfia dos combustíveis, em 2004, e foi acusado de ameaçar uma deputada estadual em 2014. No entanto, foi em 2019 que seu nome ganhou destaque nacional quando a Polícia Federal o apontou como o principal suspeito de ser o autor intelectual dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
A vereadora Marielle Franco. (Foto: Reprodução)
Apesar das acusações, Domingos Brazão sempre negou qualquer envolvimento nos crimes e chegou a ser denunciado por atrapalhar as investigações. No entanto, a Justiça do Rio rejeitou o pedido de prisão. Ainda assim, sua ligação com o caso foi revisitada após a delação de Ronie Lessa, ex-policial militar suspeito de participação no crime.
Vale ressaltar que o nome de Domingos também foi mencionado no depoimento à Polícia Federal do miliciano Orlando Curicica sobre o crime.
Chiquinho Brazão
Irmão de Domingos, Chiquinho Brazão também foi preso na manhã deste domingo (24) como um dos suspeitos de ser o mandante da morte da ex-vereadora fluminense.
Chiquinho Brazão, em sua campanha para deputado federal em 2022, ao lado de Flávio Bolsonaro e correligionários. Reprodução
Preso na manhã deste domingo como um dos suspeitos de ser o mandante da morte da ex-vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, o deputado Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) teve seu nome mencionado na delação premiada pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos fatais que vitimaram a vereadora e o motorista Anderson Gomes.
Devido à citação de uma figura com foro privilegiado, os autos da investigação foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal. A informação foi inicialmente divulgada pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, com base em fontes internas do STF. Outros veículos, como o Estadão, corroboraram essa informação.
A extensão do envolvimento de Chiquinho Brazão no crime ainda não está clara. Entretanto, em janeiro, o site Intercept Brasil indicou que Lessa apontou, na mesma delação, o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro, como mandante do crime.
O nome do conselheiro surgiu pela primeira vez nas investigações do caso em 2019, por suspeita de obstrução da justiça, e voltou à tona no final do ano passado, durante a delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, que dirigiu o veículo para Ronnie Lessa durante o assassinato.
Além de Lessa e Queiróz, Domingos Brazão foi mencionado no depoimento à Polícia Federal do miliciano Orlando Curicica sobre o crime.
O reduto político da família Brazão está localizado em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, uma região dominada por milícias.
Chiquinho Brazão possui dois mandatos como deputado federal. Ele foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 2018 e reeleito para o cargo em 2022. Antes de sua chegada a Brasília, atuou como vereador do Rio de Janeiro por 12 anos, período que inclui os dois primeiros anos de mandato de Marielle na Câmara, entre 2016 e março de 2018, ano em que ela foi assassinada.
A PF emite nota sobre a operação que prende os suspeitos da morte de Marielle Franco. Fotomontagem
A Polícia Federal emitiu a seguinte nota na manhã deste domingo (24):
A Polícia Federal deflagrou neste domingo (24/3) a Operação Murder Inc., no interesse da investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, todos na cidade do Rio de Janeiro/RJ.
A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.