Marcello Freixo. (Foto: Reprodução)
Marcelo Freixo comentou sobre a prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, no âmbito das investigações do caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo”, escreveu Freixo na manhã deste domingo em seu perfil no X, antigo Twitter.
“Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”.
O nome de Rivaldo, juntamente com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão vieram à tona após a delação do executor do crime, o ex-policial militar Ronnie Lessa. Todos os três foram levados para a superintendência da PF no Rio e devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda neste domingo.
Até o momento, as evidências apontam para uma possível conexão com a expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro. A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Quem é Rivaldo Barbosa?
Rivado Barbosa é o delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que foi associado pela PF a um suposto recebimento de R$ 400 mil em propinas para impedir avanços na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
Ele foi citado numa troca de mensagens entre o vereador Marcello Sicilliano e o miliciano Jorge Alberto Moreth, durante a qual é dito que o delegado recebeu dinheiro de suborno. A conversa telefônica ocorreu em fevereiro de 2019 e o arquivo foi encontrado no celular de Sicilliano por agentes federais.
Moreth afirmou que Rivaldo Barbosa recebeu dois pagamentos de R$ 200 mil cada, por meio de um inspetor da DH da Capital do Rio identificado como “Marcos”.
“Isso aí, é o Rivaldo Barbosa, é ele que levou quatrocentos cruzeiros, chefe. Foi quatrocentos cruzeiro, pô, tô te falando! Na hora que eles viram que ia babar, que o bagulho deu muita repercussão, o troço falhou, o troço ficou cara para caralho! Porque, chefe, quem rodar neste bagulho de Marielle vai para Catanduvas [presídio federal no Paraná] e vai ser esquecido, meu irmão! Porra, tô te falando, papo reto. Entendeu?”, diz um trecho da conversa.
Na época, Rivaldo negou que ter recebido a propina. “Não há nada disso”, afirmou Barbosa, ao telefone. “Trabalhei muito na DH [Delegacia de Homicídios] e nunca recebi nada de ninguém”
Vale destacar que não é a primeira vez que o delegado é citado como envolvido em esquema de propina para abafar o Caso Marielle.
Em depoimentos ao MPF (Ministério Público Federal) e PF, o miliciano Orlando Curicica afirmou que o delegado e outros agentes recebiam dinheiro da contravenção e de milicianos para arquivar inquéritos de homicídios cometidos pelo grupo de matadores de aluguel conhecido como Escritório do Crime.
Fonte: DCM