Gabriela Santiago Cid ao lado de Mauro Cid. Foto: Divulgação
O celular de Gabriela Santiago Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid, foi apreendido pela Polícia Federal (PF). Nesta sexta-feira (22), a residência de Cid foi alvo de um mandado de busca e apreensão, levando ao isolamento da rua para o cumprimento da ordem.
Após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre áudios vazados nos quais critica o ministro Alexandre de Moraes e a PF, o militar foi novamente preso no mesmo dia (22), por ordem do STF.
Em comunicado, a PF informou que Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística da instituição. Ele está atualmente na Polícia do Exército, onde permanecerá detido.
Gabriela Cid, assim como seu marido, foi uma das 17 pessoas indiciadas pela PF na terça-feira (19) por envolvimento em um esquema de fraude relacionado ao cartão de vacinação de Bolsonaro. Após a decisão de prisão do militar, Mauro Cid, ele teve um mal-estar, desmaiou e foi socorrido por uma equipe médica do Supremo Tribunal Federal.
Ao término da audiência para confirmar os termos da delação premiada, que durou cerca de uma hora e meia, o ministro Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão preventiva. Isso ocorreu devido ao descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à justiça. Cid estava em liberdade desde setembro de 2023, após passar quase quatro meses na prisão.
Tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Divulgação
Conforme comunicado da Polícia Federal, o comportamento do preso também configura violação das medidas cautelares impostas no processo criminal em andamento. Os áudios, divulgados pela revista Veja, sugerem que Mauro Cid teria relatado a um interlocutor que os policiais, durante o interrogatório, tentaram fazê-lo afirmar coisas que não aconteceram.
“Queriam que eu dissesse coisas que não sei, que não ocorreram”, teria dito Mauro Cid em uma mensagem de áudio enviada a um amigo, conforme relatado pela revista.
A conversa, segundo a revista, teria se estendido por mais de uma hora. “Eles já têm a narrativa pronta. Não estavam interessados na verdade, apenas queriam que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, teria dito o militar ao amigo.
Sobre Alexandre de Moraes, a “Veja” informou que Cid fez várias observações sobre a condução do processo. “Ele já tem a sentença dele pronta”, teria afirmado. Os áudios teriam sido gravados após o último depoimento de Cid à PF, em 11 de março.
Cid é considerado uma figura-chave na investigação sobre a possível tentativa de golpe liderada por Bolsonaro, membros de seu governo e aliados. O acordo de delação do ex-ajudante de ordens foi homologado pelo STF em 9 de setembro de 2023.
Devido ao andamento da delação, os detalhes do acordo permanecem sob sigilo pelo STF. Cid já prestou sete depoimentos à PF, sendo o último com duração de aproximadamente oito horas.
Fonte: DCM