Os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, foram a Israel para se aproveitar da crise diplomática entre o Brasil e o Estado judeu
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Judeus pela Democracia criticou a ida dos
governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo a
Israel.
“Só nas últimas horas, mais de 100 palestinos
foram assassinados por Israel em área de um dos hospitais de Gaza. E todos já
foram alvos anteriormente de bombardeios. Ações como essa é que levaram a Corte
Internacional em Haia a determinar medidas de prevenção a um genocídio”,
indicou a entidade.
“Nos últimos dias, a mesma Corte Internacional
denunciou que Israel descumpriu suas recomendações. Ou seja, deliberadamente
perpetrou ataques contra civis. O que constitui-se crime contra humanidade. Em
Israel, protestos que já ocorriam antes da declaração de guerra aos palestinos,
voltaram a se intensificar exigindo novas eleições. O atual governo, que tem
menos de 30% dos assentos no Congresso aparece nas pesquisas com chance de
obter só 16 de 120 assentos”, acrescenta a nota.
A entidade ainda destaca que “até o inabalável
apoio dos EUA ao Apartheid Israelense mostrou fragilidade nos últimos dias.
Enquanto o secretário de relações exteriores da União Européia acusou Israel de
usar fome e sede como armas de guerra. E o Canadá anunciou um embargo à
exportação de armas. A crise humanitária em Gaza já deixou mais de 40 mil
mortos, mais de 60 mil assassinados, entre os quais mais de 2 mil amputados.
Mais de 3 mil crianças estão órfãs. 95% da população não tem mais casa para
morar e está dormindo em barracas”.
“Para além do caráter desumano e abominável de
viajar 18 horas de avião para fazer meros conteúdos de propaganda política com
responsável por esta situação catastrófica, os dois governadores comprometeram
interesses nacionais ao tentar arrastar o Brasil para um conflito gravíssimo. O
genocídio na Palestina mobiliza opiniões políticas em todo mundo, e ações
estatais e pára-estatais que podem trazer consequências ao Brasil. A
razoabilidade e independência da nossa política externa foi deixada de lado
quando estes dois oportunistas faltaram ao trabalho ontem", salienta a
entidade.
"Se o seu objetivo de alguma maneira era
assegurar o apoio de alguns aliados judeus ou cristãos que demonstram apoio
acrítico a Israel, o que Tarcísio e Caiado fizeram é crime de responsabilidade.
Se houver contrapartidas comprovadas a esse gesto, eles são passíveis de
condenação.Nossa comunidade judaica no Brasil é plural, e em grande medida não
avaliza genocídio nenhum. Pelo contrário, o que estamos dizendo há meses é NÃO
EM NOSSO NOME. Não permitimos nenhum uso da coletividade judaica para legitimar
o enriquecimento de barões da indústria de armas”.
A entidade finaliza a nota ressaltando que
“Tarcísio de Freitas e Caiado - com sua política de memes e tik tok sobre
caixões de pessoas árabes - vão se arrepender amargamente do que fizeram. Se
tiverem juízo, pedirão desculpa a imensa população brasileira que deplorou seu
gesto mesquinho”.
Fonte: Brasil 247