segunda-feira, 18 de março de 2024

Gleisi critica Bolsonaro por busca anistia em candidatos a presidência da Câmara: “Estarrecedor”


Gleisi Hoffmann, líder nacional do PT. Foto: Reprodução

 Gleisi Hoffmann criticou neste domingo (17) a notícia de que Jair Bolsonaro vai apoiar candidatos a presidência da Câmara dos Deputados e Senados se os mesmos lhe derem anistia caso seja preso.

“O cara que diz não ter medo de ser preso só pensa em ser anistiado! É estarrecedora a notícia de que Jair Bolsonaro está chantageando os candidatos à presidência da Câmara, com a exigência de apoio prévio a uma anistia pelos crimes que cometeu”, comentou a presidente do PT, no X (antigo Twitter). “O bolsonarismo, a extrema-direita e os golpistas continuam ameaçando o país e envenenando a democracia. Precisam ser contidos e punidos enquanto é tempo”.

Jair Bolsonaro e seu grupo político condicionam seu apoio à escolha dos próximos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em 2025, à aprovação de um projeto de lei que garanta anistia ao ex-presidente em caso de condenação pela Justiça.

Atualmente, Bolsonaro conta com uma situação favorável na Câmara para obter aprovação da anistia, mas enfrenta resistência no Senado, principalmente sob a liderança de Rodrigo Pacheco.

No entanto, a eleição de Davi Alcolumbre para a presidência do Senado é vista como uma oportunidade para o grupo de Bolsonaro, já que ele poderá precisar do apoio da direita para uma eventual reeleição em 2026, quando se espera que a maioria da Casa seja da direita.

Partidos como o PL, de Bolsonaro, e o PP apoiam essa estratégia, preferindo uma proposta legislativa que necessite apenas de maioria simples para aprovação, em vez de uma Emenda à Constituição, mais complexa.

Essa abordagem vem ganhando força à medida que as investigações contra Bolsonaro avançam. A execução desse plano pode desencadear um embate entre os poderes Legislativo e Judiciário nos próximos anos, afetando também o Executivo.

Fonte: DCM

Rosa Weber é indicada para assumir o lugar de Lewandowski no Tribunal do Mercosul

A ministra aposentada do STF, Rosa Weber. Foto: Reprodução

 O governo Lula selecionou Rosa Weber, ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal (STF), para representar o Brasil no Tribunal Permanente de Revisão (TPR) do Mercosul.

Ricardo Lewandowski, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, que anteriormente ocupava o cargo, deixou o posto ao assumir a função de Ministro da Justiça e Segurança Pública.

Atualmente, é atribuição do Brasil presidir a instituição em 2024, cabendo a Weber completar o mandato iniciado por Lewandowski.

O ex-ministro do STF, Celso de Mello, elogiou a escolha de Weber para a posição, destacando sua reputação e experiência. “Com essa indicação de alta qualidade, o Brasil reforça de forma significativa o Tribunal Permanente de Revisão, que poderá se tornar, no futuro, um verdadeiro ‘Tribunal de Justiça’ do Mercosul”, declarou em comunicado.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Foto: Reprodução

Rosa Weber deixou o STF em setembro, sendo substituída por Flávio Dino, indicado pelo presidente Lula e aprovado pelo Senado. Com a saída de Dino do Ministério da Justiça, Lewandowski foi designado como novo chefe da pasta.

O tribunal do Mercosul é responsável por resolver disputas entre os membros e as questões relacionadas às normas do bloco. Cada país membro do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) indica um árbitro, enquanto um quinto membro é escolhido em conjunto.

Os árbitros não têm uma agenda diária fixa na sede do tribunal, mas estão disponíveis para atuar quando necessário, recebendo honorários por cada serviço prestado.

Fonte: DCM

VÍDEO – Robinho nega estupro e diz que Justiça italiana foi racista: “Se fosse branco, seria inocentado”

 

Robinho em entrevista à Record. Foto: Reprodução

Sentenciado a nove anos de prisão pelo tribunal italiano por suposto estupro coletivo de uma mulher albanesa, Robinho deu entrevista à TV Record neste domingo (17). O jogador de 40 anos não negou a ocorrência de relações sexuais com a vítima, mas alegou que foram consensuais e afirmou ter sofrido discriminação racial durante o processo na Itália.

Ele afirmou sentir-se “perseguido”, já que os outros homens acusados pelo crime não estão sendo investigados pelas autoridades italianas. Seu amigo Ricardo Falco, contudo, também foi condenado.

De acordo com documentos apresentado pela defesa, os vestígios de material genético encontrados nas roupas da suposta vítima não correspondem aos de Robinho. “Em nenhum momento eu neguei. Um teste de DNA comprovou que eu não estava lá e, mesmo assim, fui condenado”, disse o jogador, acrescentando que os áudios utilizados pelo tribunal italiano estavam fora de contexto.

Robinho enfatizou que teria sido tratado de forma diferente se não fosse negro. Ele alegou que houve discriminação no tratamento dispensado pela justiça italiana: “Não há nenhum vestígio do meu DNA, e mesmo assim fui condenado? Só posso acreditar que foi racismo. Com certeza, se eu fosse branco, seria inocentado com as provas que tenho”.

Confira o vídeo:

Fonte: DCM

VÍDEO – Vini Jr é ameaçado por torcida na Espanha: “Morra”

 

Torcida do Osasuna gritando “Vinicius Muerte”

Vinícius Júnior foi alvo de mais uma onda de ataques na Espanha. Durante a vitória do Real Madrid no estádio do Osasuna, pelo Campeonato Espanhol, ocorrida neste sábado (17), o jogador foi alvo de hostilidades por parte da torcida adversária.

O incidente ocorreu durante a comemoração do segundo gol de Vinícius na partida, conforme registrado pela transmissão da “Movistar+”. Gritos de “Morra, Vinícius!” foram ouvidos vindos de vários torcedores, direcionados ao jogador brasileiro.

Apesar das hostilidades, Vinícius Jr teve uma atuação destacada em campo, liderando o Real Madrid com dois gols na partida, contribuindo para mais uma vitória da equipe, desta vez por 4 a 2.

Confira o vídeo do momento: 

Fonte: DCM

VÍDEO – Passageiros são lançados no teto do avião após aeromoça esbarrar no piloto


Boeing 787 da Latam. Foto: Reprodução

 Um acidente aéreo atingiu um avião do modelo Boeing 787 da Latam durante um percurso entre a Nova Zelândia e a Austrália após uma comissária de voo esbarrar no assento do piloto, segundo o The Wall Street Journal.

Após o esbarrão, o piloto foi empurrado para frente e acionou involuntariamente os controles da aeronave, que acabou sendo lançada para baixo.

Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível observar o momento em que o avião faz o movimento brusco de descida. Alguns passageiros foram lançados de seus assentos e bateram no teto. Segundo a companhia, 13 pessoas ficaram feridas.

Confira o vídeo:

Fonte: DCM

Gleisi crava sobre golpismo de Bolsonaro: “Sem anistia. O crime está comprovado”

 

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Foto: Divulgação

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, utilizou as redes sociais neste domingo (17) para fazer uma análise sobre a articulação de golpe pela qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem sendo relacionado. A deputada federal foi enfática ao afirmar que o crime já foi comprovado e, portanto, não há razão para se pensar em anistia.

São gravíssimas as informações sobre a articulação de Bolsonaro com a cúpula militar para dar um golpe de estado. Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmaram que Bolsonaro os convocou, na condição de chefe supremo das Forças Armadas, para impedir a posse de Lula e continuar no poder, para fraudar a vontade das urnas.

Confirmaram que o inelegível estava ciente de que nunca houve erro, irregularidade, muito menos fraude no processo eleitoral e nas urnas eletrônicas. E mesmo assim ele queria mudar o resultado na marra, na ponta dos fuzis, usando a tese criminosa e golpista do doutor Ives Gandra, jurista de quartelada, sobre o papel das Forças Armadas na Constituição.

É terrível saber que o país esteve muito próximo de passar por outra ditadura, depois de tanta luta, tanto sacrifício e tantas vidas perdidas até reconstruirmos a democracia.

Mesmo frustrada em seu objetivo, a conspiração de Bolsonaro está diretamente ligada aos acampamentos golpistas diante dos quartéis depois das eleições, aos criminosos bloqueios de rodovias, ao ataque selvagem à sede da PF na noite da diplomação de Lula, aos incêndios e ao atentado terrorista ao aeroporto de Brasília na véspera de Natal. Está diretamente ligada ao 8 de janeiro, à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Atos golpistas na Praça dos Três Poderes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O golpe não foi consumado, mas isso não inocenta seus mentores, financiadores e muito menos seu chefe, porque o crime está comprovado. Por isso eles falam em anistia, sujando em sua boca uma palavra de tanto significado na história das lutas democráticas.

Por isso ameaçam de novo as instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal, onde estão sendo processados e serão julgados. Por isso amplificam a indústria da mentira nas redes sociais e chamam seus seguidores às ruas. E ainda ousam ir ao estrangeiro mentir ainda mais, falseando sobre uma ditadura que só existiria no Brasil se eles tivessem continuado no poder.

Não podemos nos iludir: ou os golpistas são processados e julgados por seus crimes ou vão tentar novamente empalmar o país. Sem punição justa e pedagógica para todos, do chefe aos executores, dos financiadores aos propagandistas, dos cúmplices aos omissos, eles não vão desistir.

Sem anistia! Golpe nunca mais!

Fonte: DCM

Deputado petista propõe medidas socioeducativas em vez das escolas militares de Tarcísio

Deputado Estadual Maurici (PT). Foto: Reprodução

 Na quinta-feira (14), o deputado estadual Maurici (PT) apresentou um substitutivo ao projeto de lei do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que propõe a criação do programa de escolas cívico-militares no estado.

O substitutivo proposto pelo petista estabelece o Programa Batalhão PM Socioeducativo, a ser implementado em Batalhões da Polícia Militar já existentes e em novas unidades.

De acordo com o texto, as atividades socioeducativas serão definidas pela Secretaria de Segurança Pública em colaboração com a Secretaria de Educação e as equipes do Batalhão.

A seleção dos batalhões participantes do programa e o fornecimento de apoio técnico e financeiro às instituições aderentes ficarão a cargo da Secretaria de Segurança Pública. Além disso, cada batalhão envolvido no programa contará com pelo menos um professor aposentado para contribuir com a iniciativa.

Fonte: DCM

Depoimentos sobre golpe foram usados pela PF para desqualificar fake news criadas por bolsonaristas

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) está investigando os envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 2022, com um foco específico em desmascarar uma série de fake news amplamente divulgadas pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu mandato, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Essas falsas informações, que ganharam destaque durante a tentativa de reeleição do ex-capitão, abrangem uma variedade de temas, desde alegações infundadas sobre as urnas eletrônicas até supostas conexões do presidente Lula (PT) com o crime organizado.

Tanto órgãos do próprio governo federal quanto o partido do ex-presidente foram responsáveis por disseminar essas fake news, alimentando as redes bolsonaristas com informações não verificadas na esperança de legitimá-las.

De acordo com os depoimentos, a PF está investigando o uso da própria instituição pelo governo Bolsonaro para validar informações falsas às vésperas das eleições de 2022.

Essa investigação da PF foi iniciada com base em publicações que circulavam nas redes bolsonaristas, particularmente em relação a uma suposta delação de um ex-general de inteligência venezuelano acusado de envolvimento em um cartel de drogas.

Em 2021, esse general estava detido na Espanha e afirmou, em uma carta a um juiz local, que partidos de esquerda na América Latina e na Europa estavam recebendo financiamento ilegal da Venezuela, sem apresentar provas substanciais.

Após sua extradição para os Estados Unidos, o general venezuelano se declarou inocente, sem qualquer registro de uma delação envolvendo a campanha de Lula em 2022, conforme verificado por agências de checagem de fatos.

No entanto, o próprio Bolsonaro mencionou a suposta delação durante uma reunião ministerial em julho de 2022. A PF está investigando se o ex-ministro Torres foi o responsável por transmitir essa informação a Bolsonaro. Torres negou essas alegações e afirmou que nenhuma providência foi solicitada ao Ministério da Justiça sobre o assunto por parte de Bolsonaro.

Estadão 🗞️ on X: "EDITORIAL: Jair Bolsonaro tem agido cada vez mais como líder de facção, e não como presidente da República. Tem contribuído para transformar debates importantes em briga de ruaO ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Além disso, o ex-ministro nega ter evidências para outra acusação feita durante a reunião, a de que o PT teria ligações com a facção criminosa PCC. Ele justificou suas afirmações com base em notícias sobre alegações feitas pelo publicitário Marcos Valério em um acordo de delação premiada.

A PF também tem dado destaque aos depoimentos relacionados à segurança das urnas eletrônicas e às tentativas de questionamento dos resultados das eleições de 2022.

Questões sobre esse assunto foram direcionadas aos investigados, incluindo Torres, presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e um empresário que colaborou com a auditoria do PL sobre as urnas eletrônicas. Tércio Arnaud, apontado como líder do “gabinete do ódio” de Bolsonaro, também foi alvo de perguntas sobre o tema.

Devido às repetidas críticas e declarações falsas feitas em uma reunião com embaixadores sobre o sistema eleitoral, Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e enfrenta múltiplas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, ele está inelegível pelo menos até 2030.

Após a derrota nas eleições de 2022, o PL endossou o discurso golpista de Bolsonaro e solicitou ao TSE a invalidação de votos depositados em urnas devido a “mau funcionamento”, mesmo sem apresentar evidências de fraude. O partido fundamentou sua alegação com base em relatório do Instituto Voto Legal, contratado por R$ 1 milhão para estudar o funcionamento das urnas.

Em seu depoimento à PF, Valdemar Costa Neto declarou que contratou o instituto e questionou as urnas na Justiça Eleitoral sob pressão de Bolsonaro e seus aliados. Ele afirmou que o instituto não encontrou irregularidades, contradizendo declarações públicas anteriores.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

'A gente não pode olhar a fotografia sem ver o filme. E o filme é positivo', diz Padilha sobre queda na aprovação do governo


"A gente tem que olhar essa fotografia com cuidado, com atenção, não negar que ela existe, mas sem perder o filme como um todo", afirmou o ministro

Alexandre Padilha
Alexandre Padilha (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta segunda-feira (18), data em que o presidente Lula (PT) realiza a primeira reunião ministerial de 2024, que a queda na aprovação do governo - evidenciada por pesquisas de opinião - não pode ofuscar os avanços obtidos ao longo de 2023. "A gente tem experiência de ter governado o país em outros momentos. A gente não pode olhar a fotografia sem ver o filme". 

"O filme é de um governo que reduziu o desemprego, que alcançou taxas de crescimento que ninguém achava que ia ter, controlou a inflação, que recriou o ambiente econômico no país, de segurança para investimentos, reposicionou o país no mundo, salvou a democracia, junto com a imprensa, com o Congresso, com a sociedade, recriou as políticas sociais, tem uma postura diferente, não negacionista, como tinha o governo anterior, em relação a vários problemas e desafios que o Brasil tem. Acabou de sair um dado muito importante sobre a redução do desmatamento na Amazônia, a maior redução dos últimos seis anos. Então tem um filme muito positivo. E tem a fotografia do momento, que não pode ser negligenciada, dessas pesquisas, que mostra uma oscilação em alguns segmentos, que são segmentos importantes, que deram a vitória para o presidente, regiões de que deram a vitória para o presidente Lula, outros segmentos que a gente tinha ampliado o diálogo no ano passado e agora tem uma redução. Então a gente tem que olhar essa fotografia com cuidado, com atenção, não negar que ela existe, mas sem perder o filme como um todo. Então na reunião de hoje com o presidente ele recupera o filme, recupera os avanços que foram conquistados, vai cobrar e apoiar os municípios para que os avanços cheguem nas pessoas, mas sem perder a noção desse filme que é muito positivo", avaliou o ministro em entrevista à GloboNews.

Segundo Padilha, na reunião desta segunda o presidente visa "ter uma visão global do governo". "Ano passado foi o ano de semear, aprovamos o que tínhamos que aprovar no Congresso, recriamos os programas sociais. Esse ano é o ano de colher. O presidente Lula quer muito ter um diagnóstico mais concreto do que foi anunciado no ano passado e está chegando à população. Ele é um presidente que cobra. Tem uma postura dele de querer saber se aquilo que foi anunciado está chegando [para a população] ou não".

Para o ministro, a queda na aprovação do governo está relacionada ao impacto que as medidas do governo estão - ou não - causando na população. "Uma questão central é ver em que medida aquilo que nós conseguimos aprovar no ano passado está chegando nas pessoas. O foco nosso tem que ser em que medida aquilo que foi anunciado já chega nas pessoas, já está mudando a vida das pessoas, o que precisa fazer para que chegue ainda mais".

Fonte: Brasil 247

 

Taxas de suicídio e de autolesão de crianças e jovens aumentam no Brasil

 

Estudo feito pela Fiocruz Bahia aponta que o aumento de casos foi mais significativo entre jovens de 10 a 24 anos; casos de automutilação aumentaram mais de 20%


(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Na contramão da tendência global de queda no número de suicídios, o Brasil registrou o aumento de 3,7% nas taxas de suicídio e de 21% nos casos de automutilação entre os anos de 2011 e 2022. Apesar de o problema ser mais comum em idosos, o aumento foi mais significativo entre os jovens de 10 a 24 anos: houve o crescimento de 6% nas taxas de suicídio e de 29% nas taxas de autolesão no período analisado. Enquanto a redução global de casos foi de 36%, nas Américas o aumento foi de 17%.  

A constatação é de um amplo estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs), da Fiocuz Bahia, em colaboração com pesquisadores de Harvard, nos Estados Unidos. Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram mais de 1 milhão de dados disponíveis em três bases públicas: o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os resultados foram publicados no The Lancet Regional Health – Americas.

De acordo com a psicóloga Flávia Jôse Alves, pesquisadora do Cidacs responsável pelo estudo, esse trabalho é parte do escopo de uma pesquisa maior, que avalia informações de saúde mental como um todo. “As taxas de suicídio têm decrescido globalmente, mas no Brasil e na América Latina têm aumentado. Queríamos tentar entender como isso vem acontecendo e resolvemos cruzar as informações das três bases de dados públicas, que são totalmente independentes e não se conversam”, explicou. 

Após a análise estatística, um dos dados que chamou a atenção da pesquisadora é que os índices de suicídio registrados no período têm mantido um crescimento constante e não houve um aumento ou pico considerável durante a pandemia de Covid-19, ao contrário do que seria esperado por causa do aumento de casos envolvendo problemas de saúde mental. “O registro de suicídios permaneceu com uma tendência persistente ao longo do tempo”, disse.  

Outro dado que chamou a atenção é que houve o aumento de registros em todos os grupos (indígenas, pardos, asiáticos, negros e brancos), mas o número de notificações e de óbitos foi maior entre os indígenas e, entre eles, houve menor taxa de hospitalizações. Na avaliação da pesquisadora, isso sugere que há a falta de acesso aos serviços de urgência e emergência, o que poderia atrasar as intervenções. 

Por que aumento entre os jovens?

Em relação ao aumento de casos em pessoas cada vez mais jovens, Alves disse que a pesquisa não avaliou os motivos, mas ela elenca algumas hipóteses que poderiam explicar: entre elas estão fatores socioeconômicos, que impactam diretamente o acesso aos cuidados básicos de saúde, especialmente a saúde mental – isso inclui desde a falta de médicos especialistas na rede até a resistência em procurar ajuda quando o problema envolve saúde mental. Além disso, o isolamento social também é um fator que preocupa. 

O psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, concorda e ressalta que a falta de acesso ao médico especialista é um problema sério. “Ainda há um déficit de psiquiatras em muitas regiões do Brasil e, tirando as capitais e os grandes centros, há uma enorme escassez de especialistas, o que dificulta a adequada condução dos casos para que eles não evoluam para um grande sofrimento psíquico e, consequentemente, o suicídio”, avaliou. 

Kanomata destacou ainda que o aumento mais expressivo dos casos na faixa etária mais jovem é algo que tem sido observado rotineiramente por colegas que trabalham com saúde mental. “São gerações mais atuais, muito diferentes das anteriores. São jovens que tiveram acesso a recursos, informações, educação, mas possuem um perfil mais imediatista. Eles tendem a ter um menor limiar, uma baixa tolerância à frustração, e esse também pode ser um dos motivos”, sugeriu o médico. 

Além disso, Kanomata lembra de outros fatores de risco que podem ter aumentado ao longo do tempo – entre eles os níveis de estresse e as autodemandas dos tempos atuais. “Antigamente não se falava em burnout e hoje ele é um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde no CID 11. Estamos vivendo um momento em que talvez essas atuais gerações não estejam conseguindo lidar com o aumento do estresse”, opina.
Aumento das autolesões

O número expressivo de registros de autolesões entre os jovens também chamou a atenção no estudo. Segundo Kanomata, esse comportamento era incomum décadas atrás, mas hoje é muito mais frequente de ser visto em qualquer nível de atendimento médico – tanto ambulatorial quanto emergencial, e até nas internações.  

“Esse resultado nos chama a atenção porque ele pode refletir a questão de esse jovem querer copiar o comportamento do outro. Temos conhecimento de vídeos em redes sociais de pessoas que falam de automutilação e isso provoca um efeito manada. Não significa necessariamente que aquele jovem tem um transtorno mental, mas ele copia o ato de se mutilar como uma forma de um alívio para algum sofrimento”, explicou o psiquiatra. 

Kanomata ressalta, no entanto, que a automutilação não necessariamente implica no suicídio. Os dois são comportamentos distintos e não é possível fazer uma ligação, afirmando que o aumento de casos de automutilação se refletiria no aumento de suicídios. De acordo com o psiquiatra do Einstein, no suicídio a pessoa tem a intenção de tirar a própria vida, mesmo que haja um mínimo de intencionalidade, enquanto na automutilação não há esse objetivo. 

“A autolesão está muito mais vinculada a um tipo de comportamento, para aliviar um sofrimento psíquico e emocional represado, muitas vezes por estresses da vida. Após o ato, a pessoa se sente mais aliviada. É claro que, se uma pessoa está num nível de sofrimento a ponto de se machucar, isso pode aumentar o risco de essa pessoa ter um transtorno mental. E consequentemente, se não for tratado, agravar-se e a pessoa cogitar a tentativa de suicídio como uma solução. Mas não é possível fazer esse link direto”, ressaltou. 

A pesquisadora Alves faz uma ressalva sobre dois fatores do estudo que podem interferir no resultado: o primeiro é que as três bases de dados utilizadas são independentes e, por isso, há o risco de existirem casos sobrepostos. Ela explica, por exemplo, que há o registro de um caso de autolesão e, mais para a frente, essa mesma pessoa é hospitalizada. Como os sistemas são independentes, quando essa pessoa foi internada foi gerado um novo registro no sistema de hospitalizações. 

Outro fator que pode limitar os resultados é que, somente a partir de 2011, começou a surgir a notificação compulsória das autolesões no geral e, no período analisado, houve lembretes do governo ratificando a questão da notificação compulsória. Segundo Alves, como não havia registro nenhum anteriormente, é natural que houvesse o aumento de casos. Além disso, com o passar dos anos, o treinamento das equipes e mais informações sobre os sistemas, era esperado que também houvesse a tendência de aumento de registros. 

Kanomata concorda com a ressalva, mas diz que apesar disso ainda pode haver a subnotificação de casos. “Há uma diferença entre ser obrigatório e de fato isso ser feito por todo o sistema de saúde. Isso não foi algo que tenha sido acatado e posto em prática de forma imediata e sistemática de 2011 em diante”, disse. 

Para o psiquiatra, os resultados desse trabalho reforçam a necessidade de existirem políticas de saúde pública que possam minimizar o risco de suicídio – e uma forma seria aumentar a oferta de serviços com profissionais de saúde mental. “O acesso à saúde de forma geral não é homogêneo em todo o território brasileiro, e o acesso à saúde mental não é diferente. Uma alternativa seria a implementação de atendimentos em telemedicina, por exemplo, fazendo com que o especialista chegue às pequenas cidades, às regiões mais distantes, onde o atendimento presencial com o psiquiatra acaba não sendo possível”, disse. 

Como identificar alguém em risco?

O psiquiatra diz que muitas vezes é possível identificar sinais que indicam que uma pessoa está em sofrimento psíquico intenso, entre eles: um grau de humor mais entristecido, apatia, diminuição de interesses, falta de vontade, de energia, de disposição para realizar atividades básicas, prejuízos com o autocuidado, redução do contato social ou isolamento, alterações de apetite e de sono, discurso mais pessimista em relação à vida e ao futuro.  

“São detalhes que, se aparecem de forma sustentada e se tornam constantes, merecem atenção, para que a pessoa procure profissionais da área da saúde mental, tanto psiquiatras quanto psicólogos”, finalizou o médico. 

Procure ajuda

Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio emocional, procure o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188. A ligação é gratuita. Além disso, o site Mapa da Saúde Mental pode ser utilizado para encontrar um serviço mais próximo, trazendo informações sobre acolhimentos gratuitos ou de baixo custo.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece também a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que fazem o acolhimento para quem precisar.

Fonte: Brasil 247

 

 

Gleisi Hoffmann: "Ou os golpistas são processados e julgados ou vão tentar novamente empalmar o país"

 

"Sem punição justa e pedagógica para todos, do chefe aos executores, dos financiadores aos propagandistas, dos cúmplices aos omissos, eles não vão desistir", enfatiza

(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Isaac Amorim/MJSPZeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Isaac Amorim/MJSP)


Gleisi Hoffmann, no X (ex-Twiter) - São gravíssimas as informações sobre a articulação de Bolsonaro com a cúpula militar para dar um golpe de estado. Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmaram que Bolsonaro os convocou, na condição de chefe supremo das Forças Armadas, para impedir a posse de Lula e continuar no poder, para fraudar a vontade das urnas.

Confirmaram que o inelegível estava ciente de que nunca houve erro, irregularidade, muito menos fraude no processo eleitoral e nas urnas eletrônicas. E mesmo assim ele queria mudar o resultado na marra, na ponta dos fuzis, usando a tese criminosa e golpista do doutor Ives Gandra, jurista de quartelada, sobre o papel das Forças Armadas na Constituição.

É terrível saber que o país esteve muito próximo de passar por outra ditadura, depois de tanta luta, tanto sacrifício e tantas vidas perdidas até reconstruirmos a democracia.

Mesmo frustrada em seu objetivo, a conspiração de Bolsonaro está diretamente ligada aos acampamentos golpistas diante dos quartéis depois das eleições, aos criminosos bloqueios de rodovias, ao ataque selvagem à sede da PF na noite da diplomação de Lula, aos incêndios e ao atentado terrorista ao aeroporto de Brasília na véspera de Natal. Está diretamente ligada ao 8 de janeiro, à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

O golpe não foi consumado, mas isso não inocenta seus mentores, financiadores e muito menos seu chefe, porque o crime está comprovado.

Por isso eles falam em anistia, sujando em sua boca uma palavra de tanto significado na história das lutas democráticas. Por isso ameaçam de novo as instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal, onde estão sendo processados e serão julgados. Por isso amplificam a indústria da mentira nas redes sociais e chamam seus seguidores às ruas. E ainda ousam ir ao estrangeiro mentir ainda mais, falseando sobre uma ditadura que só existiria no Brasil se eles tivessem continuado no poder.

Não podemos nos iludir: ou os golpistas são processados e julgados por seus crimes ou vão tentar novamente empalmar o país. Sem punição justa e pedagógica para todos, do chefe aos executores, dos financiadores aos propagandistas, dos cúmplices aos omissos, eles não vão desistir.

Sem anistia! Golpe nunca mais!

Fonte: Brasil 247