domingo, 17 de março de 2024

Quem é o deputado que defendeu Gleisi da agressão de membro do MBL


O deputado Fernando Mineiro. (Foto: Marcos Oliveira

 Na última sexta-feira (15), a líder nacional do PT Gleisi Hoffmann foi agredida por um influenciador ativista do MBL durante seu desembarque no Aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte.

Durante a confusão, ela foi defendida pelo deputado federal pelo Rio Grande do Norte, Fernando Mineiro (PT).

Fernando Mineiro: atuação política

Fernando Mineiro, 67, é natural de Curvelo, Minas Gerais e foi o terceiro candidato mais votado em Natal (RN) para a Câmara dos Deputados, com 98.070 votos. Formado em Biologia pela UFRN e professor da Rede Estadual de Educação, atualmente, cumpre seu quarto mandato. Além de sua atuação como deputado, ele já cumpriu outras quatro atuações como vereador na Câmara Municipal de Natal.

Mineiro também tem forte participação em movimentos estudantis, populares e sindicais na cidade de Natal e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores – PT e da Central Única dos Trabalhadores – CUT no Estado.

Seus principais eixos de atuação são as áreas de educação, saúde, finanças públicas, política urbana, meio ambiente, economia solidária, agricultura familiar, cultura, juventude, além de acompanhar e participar da luta por direitos das mulheres, indígenas e dos movimentos pela igualdade racial e diversidade sexual.

No final de 2023, o parlamentar participou de uma audiência pública da Comissão de Meio Ambiente para discutir providências a serem tomadas no enfrentamento de uma provável intensificação da estiagem na região Nordeste neste ano. Fernando, na ocasião, conduziu o debate.

Para ele, a seca nordestina é um fenômeno natural e não pode mais continuar sendo tratada como uma questão emergencial, havendo a necessidade de medidas estruturais. Ele destacou como problema grave a política de acesso à água, acrescentando que a questão não é de falta do recurso natural, mas de acesso desigual da população.

Mineiro defendeu Gleisi Hoffmann de agressão

Após a confusão, Gleisi publicou um vídeo nas redes sociais para agradecer as mensagens de apoio. A presidente do PT também disse que Polícia Federal (PF) já está investigando o caso, e que tomará todas as medidas cabíveis contra o agressor.

“O elemento que me agrediu já é denunciado pelo Ministério Público por vários crimes cometidos nas redes sociais, e também por agressão a outras pessoas. Ele serve a essa turma bolsonarista. É um cachorro do fascismo, que usa esses métodos para tentar intimidar e constranger as pessoas”, afirmou.

No vídeo da agressão, compartilhado nas redes, é possível observar o momento em que o homem bate com o celular no rosto da parlamentar.

Fonte: DCM

Pesquisa eleitoral mostra disputa acirrada pela Prefeitura de Curitiba, com empate técnico entre cinco pré-candidatos

 

Pesquisa da Radar Inteligência mostra empate técnico entre Eduardo Pimentel, Beto Richa, Luciano Ducci, Deltan Dallagnol e Ney Leprevost

Palácio 29 de Março, sede da Prefeitura de Curitiba: quem será o novo prefeito? (Foto: Luiz Costa/SMCS)

Foi divulgada neste domingo (17 de março) a primeira pesquisa eleitoral registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) tendo em vista a disputa pela Prefeitura de Curitiba na eleição municipal deste ano. E o cenário que se apresenta é de uma disputa acirrada, com empate técnico (por conta da margem de erro de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos) na liderança entre cinco pré-candidatos.

Quem aparece como tendo maior intenção de voto na pesquisa é o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), com 15,8%, seguido pelos ex-prefeitos Beto Richa (PSDB), com 13,1%, e Luciano Ducci (PSB), com 12,3%. Na sequência aparecem ainda (e também empatados na liderança, tecnicamente) o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo), com 11,5%, e o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), com 10,9%.


Mais atrás estão Paulo Martins (PL), com 4,7%; Maria Victoria (PP), com 3,3%; Luizão Goulart (Solidariedade), com 3,2%; Carol Dartora (PT), com 2,6%; e Goura (PDT), com 2,5%.

Além disso, entre os entrevistados, 7,8% disseram que votariam em nenhum, branco ou nulo; e 12,3% não sabem ou não opinaram.


O levantamento, feito e contratado pelo Instituto Radar Inteligência, tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Ao todo, 816 eleitores curitibanos foram ouvidos nos dias 11, 12 e 13 de março. O intervalo de confiança é de 95% e o registro no TRE é PR-07339/2024.


Outros cenários

Num segundo cenário, com menos candidatos, Eduardo Pimentel tem 24%, sendo seguido de Ney Leprevost (19,2%), Luciano Ducci (17%), Carol Dartora (3,9%) e Goura (3,3%). Nenhum totaliza 13,4% e não sabe ou não respondeu 19,2%.


No terceiro cenário, Pimentel aparece com 21,5% das intenções de voto, Ducci tem 17,4%, Leprevost 16,4%, Dallagnol 12% e Paulo Martins 4,4%. Nenhum totaliza 10,9% e não sabe ou não respondeu 17,4%.


No quarto e último cenário de primeiro turno, Pimentel tem 28,3%, Ducci 23%, Dartora 4,4% e Goura 3,4%. Nenhum totaliza 18,4% e não sabe ou não respondeu 22,5%.


Segundo turno


No primeiro cenário de simulação de segundo turno, a pesquisa registrou empate técnico, com Pimentel numericamente à frente com 30,6% enquanto Ducci aparece com 28,8%.


No segundo cenário, o atual vice-prefeito aparece com 31,6% e o deputado Ney Leprevost registra 29,4% das intenções de voto.


No último cenário, Eduardo Pimentel lidera a disputa com 35,1% contra 20,5% de Deltan Dallagnol.


Rejeição


A pesquisa também mediu os candidatos com maior rejeição entre o eleitorado de Curitiba. Em primeiro lugar Beto Richa com 36,7%, seguido de Goura 4,9%, Deltan 4,5%, Maria Victoria 4%, Ney Leprevost 4,5%, Ducci 3,3%, Carol Dartora 3,1%, Eduardo Pimentel 2,2%, Paulo Martins 1,8% e Luizão Goulart 1,3%. Não sabe ou não opinou 34,6%.


Fonte: Bem Paraná

La Niña deve sustituir El Niño intenso; confira quando o fenômeno deverá chegar ao Brasil

 Ondas de calor e chuvas intensas em regiões já castigadas serão atenuadas no Brasil

População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro
População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Ondas de calor e chuvas intensas em regiões já castigadas serão atenuadas no Brasil, mas a seca pode piorar a situação em regiões como Pantanal. Depois de uma temporada de superaquecimento, as águas do oceano Pacífico dão sinais de que vão ficar mais geladas que o normal. Quase sem interrupção, o fenômeno El Niño será substituído por seu oposto, La Niña, após uma temporada de temperaturas recordes e eventos extremos em todo o Brasil. As informações são do G1.

La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, especialmente na região central e leste. Esse resfriamento das águas contrasta com o fenômeno El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento anormal dessas mesmas águas. A previsão inicial é que a influência do La Niña, a partir de junho, causará chuvas acima da média em parte da região Norte, Minas Gerais e Bahia. Na região Sul, que registrou enchentes recordes em algumas localidades influenciado pelo El Niño, as chuvas agora devem ficar abaixo da média.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lava Jato destruiu 4,44 milhões de empregos, aponta estudo

 

As conclusões constam de dois estudos que analisaram o impacto econômico da Lava Jato, que completa 10 anos

 

Sergio Moro e Deltan Dallagnol
Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Marcos Corrêa/PR | Pedro de Oliveira/ALEP)


Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - A operação que prometia combater a corrupção no setor de petróleo e gás custou caro à economia e deixa o desafio da reconstrução de setores . A Lava Jato resultou na destruição de 4,44 milhões de empregos entre 2014 e 2017 e reduziu o Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% no mesmo período. De 2015 a 2018, as maiores construtoras brasileiras perderam 85% da receita.

As conclusões constam de dois estudos que analisaram o impacto econômico da Lava Jato, que completa 10 anos. O primeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), rastreou os efeitos de 2014 a 2017 dos setores afetados diretamente e indiretamente pela operação. O segundo, das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), mensurou as consequências sobre as construtoras e a indústria pesada.

O estudo da UFRJ e da Uerj estimou em R$ 142 bilhões as perdas nos setores de construção civil, indústria naval, engenharia pesada e indústria metalmecânica. Os efeitos, no entanto, vão além dos segmentos diretamente investigados pela operação e que tiveram de fechar delações premiadas e acordos de leniência.

Segundo o Dieese, dos 4,44 milhões de postos de trabalho perdidos, 2,05 milhões ocorreram nos setores e nas cadeias produtivas diretamente afetadas pela Lava Jato. Os 2,39 milhões de empregos restantes foram destruídos em setores prejudicados pela queda da renda e do consumo, como comércio, transporte e alimentação.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

 

Mega Sena acumula e prêmio vai a R$ 67 milhões

 

A quina teve 72 apostadores e cada um vai receber R$ 59.349,01. Os 5.712 ganhadores da quadra terão o prêmio individual de R$ 1.068,70

(Foto: Ag. Brasil)


Agência Brasil - Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.701 da Mega Sena, sorteadas nesse sábado (16) à noite em São Paulo. O prêmio para o próximo concurso, na terça-feira (19), será de R$ 67 milhões.

Foram sorteadas as dezenas 06 - 15 - 18 - 31 - 32 - 47.

A  quina teve 72 apostadores e cada um vai receber R$ 59.349,01. Os 5.712 ganhadores da quadra terão o prêmio individual de R$ 1.068,70.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal. Para apostar pela internet, é preciso fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5,00.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

 

Dados da economia surpreendem e projeções do PIB são revisadas para cima em 2024

 Economistas do J.P. Morgan projetam agora um crescimento de 2,2% para o PIB deste ano

Fernando Haddad
Fernando Haddad (Foto: Reuters/Adriano Machado)

A economia brasileira iniciou o ano de forma surpreendente, com indicadores que superaram as expectativas do mercado. Os dados referentes a janeiro revelaram um desempenho robusto no comércio varejista, nos serviços prestados e na geração de empregos formais. Esses resultados inesperadamente positivos estão alimentando uma perspectiva otimista para o crescimento econômico de 2024, levando alguns analistas a revisarem suas projeções para cima, aponta reportagem do Valor.

Os números divulgados esta semana contrariaram as previsões iniciais, indicando uma tendência de crescimento mais forte do que se esperava. As vendas no varejo restrito apresentaram um aumento significativo de 2,5%, enquanto o volume de serviços prestados registrou uma alta de 0,7%, ambos os casos surpreendendo os agentes do mercado. Além disso, a geração de empregos formais em janeiro superou em muito as estimativas, com a criação de 180 mil novas vagas, mais que o dobro do previsto.

Economistas do J.P. Morgan projetam agora um crescimento de 2,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, enquanto a Novus Capital indica uma expansão de 0,8% no primeiro trimestre. Essas projeções mais otimistas refletem a percepção de uma atividade econômica mais forte do que o esperado inicialmente. Além disso, alguns bancos, como o Natixis e o C6 Bank, já aumentaram suas estimativas de crescimento para o PIB de 2024, com base na análise de uma demanda interna saudável e potenciais impulsos nas despesas do governo e nas exportações.

Diante desses resultados inesperados, o mercado financeiro está reavaliando suas previsões e adotando uma postura mais otimista em relação ao crescimento econômico do Brasil para este ano. As revisões para cima nas projeções de crescimento do PIB refletem a confiança renovada na força da economia brasileira e nas perspectivas de recuperação após um período de estagnação.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor

 

Ministro Mauro Vieira desembarca em Ramala, na Cisjordânia

 

O Ministro manterá reuniões com o chanceler da Autoridade Palestina e com outras autoridades, e participará de evento na Fundação Arafat

(Foto: Itamaraty )


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou neste domingo (17) em Ramala, na Cisjordânia, procedente de Amã. O Ministro manterá reuniões com o chanceler da Autoridade Palestina e com outras autoridades, e participará de evento na Fundação Arafat.

De acordo com o Itamaraty, Vieira irá se encontrar com os representantes de cada nação e “passará em revista os principais pontos da agenda bilateral do Brasil com os respectivos países, sobretudo em temas como cooperação técnica, comércio e investimentos”.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro volta a contestar decisão do TSE que o condenou: ‘Por que me tornaram inelegível?’, perguntou a apoiadores

 Ele esteve em evento na Zona Oeste do Rio para oficializar a candidatura de Alexandre Ramagem (PL) à Prefeitura

Durante o evento político realizado no Rio de Janeiro, neste sábado (16), para oficializar a candidatura de Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio, Jair Bolsonaro voltou a contestar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos, após acusações de disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. Questionando seus apoiadores, Bolsonaro perguntou: “Por que me tornaram inelegível?”.

Durante o discurso, Bolsonaro relembrou eleições passadas e afirmou que “decisões equivocadas têm suas consequências”. Ele também reiterou sua jornada até a Presidência, destacando seu governo entre 2019 e 2022, bem como a ascensão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao cargo de governador de São Paulo.

Ao lado do governador Cláudio Castro (PL) e do senador Flávio Bolsonaro (PL), o evento combinou elementos políticos e religiosos. Bandeiras de Israel foram vistas entre as do Brasil, assim como ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo.

Enquanto Bolsonaro participava desse evento de hoje, um dia antes o ministro Alexandre de Moraes, do STF, levantava o sigilo de depoimentos relacionados a um inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Utilizando trios elétricos e com uma multidão vestida de verde e amarelo, Bolsonaro percorreu seis cidades do litoral do Rio de Janeiro, apresentando candidatos a vereador e prefeito nessas localidades.

A divulgação de 27 depoimentos dados por militares, políticos e ex-assessores de Bolsonaro na sexta-feira reforçou as suspeitas investigadas pela Polícia Federal sobre o envolvimento do ex-presidente em uma trama para manter-se no poder e evitar a posse de Lula (PT).

Depoimentos-chave dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, sugerem não apenas o envolvimento de Bolsonaro, mas também de seu ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, e do então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos.

Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral, e enfrenta diversas outras investigações no STF. Como resultado, está inelegível até pelo menos 2030.

Caso seja processado e condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de subversão do Estado democrático de Direito e associação criminosa, Bolsonaro pode enfrentar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos. No entanto, ele ainda não foi formalmente acusado desses delitos.

Após a finalização da investigação pela PF, a análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a decisão do STF sobre a transformação de Bolsonaro em réu, uma eventual prisão só ocorreria após a última etapa, caso ele seja condenado.

O objetivo do evento deste sábado foi apoiar a pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à prefeitura do Rio de Janeiro. A presença de Bolsonaro tinha como intuito reunir seus apoiadores em torno de Ramagem, cuja indicação para a disputa foi questionada após ele se tornar alvo de uma investigação da Polícia Federal.

O evento ocorreu na quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel, na zona oeste da capital. Esta área foi uma das que favoreceram a vitória de Bolsonaro sobre o presidente Lula na cidade.

A presença de Bolsonaro neste evento serviu como uma forma de pressão sobre Cláudio Castro para decidir se irá ou não apoiar o indicado pelo ex-presidente para a disputa.

A pré-candidatura de Ramagem se tornou incerta após ele ser alvo de investigação por suspeita de participação em monitoramentos ilegais durante sua gestão na Abin.

A ala mais próxima de Bolsonaro busca retratar Ramagem como um perseguido político, sugerindo uma conspiração entre o STF e o governo Lula. Esta estratégia visa a polarizar ainda mais a disputa com o prefeito Eduardo Paes (PSD), pré-candidato à reeleição, de forma a beneficiar o parlamentar do PL.

Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

TRF-1 nega pedido da defesa de Bolsonaro e mantém julgamento de improbidade do caso ‘Wal do Açaí’

Pedido de advogados de Bolsonaro era para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) recurso transferindo alçada das cortes

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) negou nesta sexta-feira um pedido da defesa de Jair Bolsonaro para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso contra a decisão que manteve em andamento no TRF-1 um processo por improbidade administrativa contra o ex-presidente.

O processo, na Justiça Federal, investiga possíveis irregularidades na contratação de Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”, como assessora parlamentar de Bolsonaro quando ele ocupava o cargo de deputado federal.

Os advogados de Bolsonaro contestaram, no TRF-1, a competência da Justiça Federal para julgar o caso. Essa contestação foi rejeitada pelo tribunal em novembro do ano passado. Em seguida, a defesa apresentou um novo recurso, agora direcionado ao STF. Esse tipo de recurso é protocolado inicialmente no TRF-1 e passa por uma análise preliminar antes de ser encaminhado para o Supremo.

Ao decidir sobre o caso, o desembargador federal Marcos Augusto de Sousa, vice-presidente do TRF-1, rejeitou o argumento da defesa de que o processo deveria ser remetido à Justiça estadual.

A defesa de Bolsonaro ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão do desembargador, agora junto ao STF. O processo por improbidade administrativa envolvendo Bolsonaro e sua ex-assessora segue em tramitação na primeira instância da Justiça Federal.

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal em março de 2022. De acordo com a acusação, Wal do Açaí esteve lotada no gabinete de Bolsonaro por mais de 15 anos, sem nunca ter ido a Brasília ou exercido suas funções relacionadas ao cargo.

O MPF alega que, durante esse período, Walderice e seu companheiro prestavam serviços particulares para Bolsonaro, especialmente relacionados à manutenção da casa e dos animais do ex-presidente na Vila Histórica de Mambucaba, no litoral do Rio de Janeiro.

As defesas de Bolsonaro e de Wal do Açaí argumentam que não houve irregularidades no caso.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Mesmo com índices positivos na inflação, na oferta de empregos e no crescimento econômico, popularidade do governo não reage

 Valores morais, questões identitárias e habilidade de mobilização política também desempenham papel crucial na formação da opinião pública e na popularidade dos governos

A inflação está sob controle, o desemprego atinge o menor nível desde 2014 e o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo além das expectativas do mercado. Porém, a popularidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em declínio.

Desde que o estrategista americano James Carville popularizou a frase “É a economia, estúpido” na campanha presidencial de Bill Clinton, em 1992, a importância da economia na política tem sido um mantra. No entanto, hoje, tanto dentro quanto fora do Brasil, essa máxima começa a ser questionada, embora a economia ainda desempenhe um papel crucial.

Segundo cientistas políticos e diretores de institutos de pesquisa, em um cenário de polarização consolidada, valores morais e questões identitárias se juntam à economia como temas fundamentais na formação da opinião pública. Em resumo, parece que o pensamento de Carville está passando por uma adaptação: a economia ainda importa, estúpido, mas não é mais suficiente por si só.

Felipe Nunes, diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa, afirma que essa nova dinâmica reflete uma opinião pública cada vez mais polarizada, onde cada lado tem convicções firmes e está fechado para ouvir o outro.

Ele destaca que, embora o debate econômico tenha sido predominante no passado, agora há uma disputa por narrativas que vai além da esfera econômica, abrangendo questões de valores e identidade.

Nas pesquisas da Quaest, a avaliação positiva do governo Lula caiu de 40% em fevereiro de 2023 para 35% no mesmo mês deste ano, enquanto a avaliação negativa aumentou de 20% para 34%. Os levantamentos do Ipec também mostram uma queda na popularidade do governo, com diminuição na aprovação e um aumento na desaprovação.

Apesar dos indicadores econômicos positivos, como inflação controlada, baixo desemprego e crescimento do PIB, os especialistas apontam que a percepção da população sobre a economia pode não estar alinhada com esses números. Márcia Cavallari, CEO do Ipec, destaca que a melhora na economia pode demorar a se refletir no cotidiano das pessoas, especialmente nas camadas de renda mais baixa.

Além disso, há uma oposição política mais ativa e eficaz, especialmente por parte do bolsonarismo, que tem conseguido mobilizar seus apoiadores em torno de pautas conservadoras e identitárias.

Josué Medeiros, professor da UFRJ, observa que o governo precisa lidar com essa oposição mais combativa e aprender a responder de forma eficiente às narrativas que são difundidas pela oposição.

Portanto, embora a economia continue sendo um fator importante na política, ela não é mais o único determinante. Valores morais, questões identitárias e a habilidade de mobilização política também desempenham um papel crucial na formação da opinião pública e na popularidade dos governos.

— Não é mais suficiente apenas a economia para gerar resultados políticos. É preciso disputar narrativas, compreender a guerra cultural num mundo de redes sociais e de formação de bolhas — avalia o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa e autor, junto com o jornalista Thomas Traumann, do livro “Biografia do Abismo”, que analisa a polarização na sociedade brasileira.

Essa nova lógica, afirma Nunes, evidencia uma opinião pública “calcificada”, palavra escolhida no livro para ilustrar como a sociedade está dividida, com cada lado convicto do que acredita e fechado a ouvir o outro.

— A sociedade brasileira sempre foi conservadora, e continua sendo. Um governo de esquerda, então, tem desafios — aponta o diretor da Quaest, que também é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). — Quando o debate era só econômico, conseguia superar pelas entregas voltadas para o bem-estar social. Quando isso deixa de ser o único determinante e entra a pauta de valores, o governo tem que debater temas não necessariamente favoráveis a ele na opinião pública, como o aborto.

Nas pesquisas da Quaest, o governo Lula passou de 40% de avaliação positiva em fevereiro de 2023 para 35% no mesmo mês deste ano; a negativa saltou de 20% para 34%. Nos levantamentos do Ipec, queda de 41% para 33% no índice de “ótimo ou bom” e crescimento de 24% para 32% no de “ruim ou péssimo”, quando comparados os meses de março de um ano para outro.

Os indicadores econômicos, por sua vez, têm registrado inflação abaixo de 5% na comparação com os 12 meses anteriores, taxa de desocupação em 7,4% e um PIB que cresceu 2,9% no ano passado, na contramão das expectativas de menos de 1% divulgadas pelo mercado no início do governo.

Outra interpretação para o descompasso versa sobre nuances da melhora da economia, destacam os especialistas. O PIB do ano passado, por exemplo, teve desempenho melhor nos dois primeiros trimestres, quando a avaliação do governo também estava superior. Pesa ainda a demora para dados econômicos despontarem como algo palpável para a população, analisa a CEO do Ipec, Márcia Cavallari.

— Uma coisa são os indicadores oficiais, outra é a percepção da opinião pública. A percepção às vezes demora a chegar —diz. — A economia pode estar melhorando, mas talvez a população ainda não tenha sentido isso no bolso. Até porque, quando vemos os segmentos em que Lula mais caiu, destaca-se o de renda mais baixa.

Adepto dessa leitura, o governo fez na última quinta-feira uma reunião em que o presidente reuniu ministros para discutir como reduzir os preços dos alimentos.

Cavallari, no entanto, também enfatiza que as outras pautas de fora da alçada econômica têm recebido mais atenção no Brasil e no mundo:

— Essa questão de pautas mais conservadoras também pega, está ficando mais forte nos últimos tempos. O que determina a aprovação é um misto de economia, segurança, pauta de costumes.

Um dado inédito das pesquisas Quaest, compartilhado agora com o Globo, dá sustentação à leitura do governo, apesar de os especialistas acreditarem que isso por si só não é o suficiente. Em dezembro do ano passado, 47% dos entrevistados acreditavam que o poder de compra do brasileiro era “menor do que antes”. No levantamento de fevereiro, o percentual saltou para 65%.

Na outra ponta, 33% avaliavam em dezembro que o poder de compra era maior; agora, apenas 20% pensam assim. Os números ilustram como indicadores positivos na economia nem sempre se convertem a curto prazo em impacto real para a população.

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cientista político Josué Medeiros enxerga uma oposição distinta daquela a que os governos anteriores de Lula estavam acostumados, o que configura um desafio.

O bolsonarismo, diz, retomou o poder de mobilização perdido nos meses seguintes ao 8 de janeiro. Uma vez recuperada a capacidade de articulação, voltou a navegar por águas que lhes são convenientes, sobretudo na pauta de valores.

— As frases de Lula sobre Israel até servem de munição, mas de forma isolada não tem nada nas pesquisas que mostre diretamente que elas fizeram cair a popularidade. Mas há, além delas, um conjunto de fatores, como as fake news sobre Marajó, a nota técnica do Ministério da Saúde sobre aborto, debate sobre inflação. Precisamos sair de tópicos isolados e ver o processo — afirma o coordenador do Observatório Político e Eleitoral (Opel) e do Núcleo de Estudos sobre a Democracia Brasileira (Nudeb).

A lógica de que políticas públicas vão naturalmente se converter em melhora na popularidade, aponta Medeiros, não se sustenta mais. E o bolsonarismo disputa de forma mais eficiente as narrativas na base da sociedade.

— Quando retomam a capacidade de pautar a oposição e de se mobilizar, isso não encontra resposta do governo. Política é esporte de contato e só tem um lado que está dando carrinho, indo para a dividida, disputando a jogada.

Márcia Cavallari ressalta que a existência de uma oposição dura é algo com que o governo precisa aprender a lidar.

— Fizemos a pergunta sobre a dificuldade com o Congresso, por ter uma oposição mais ferrenha, e a percepção das pessoas é de que vai ser mais difícil governar. O governo vai ter que lidar com isso para cumprir o que prometeu, atender expectativas, colher resultados — observa a CEO do Ipec.

Nos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden tentará a reeleição em novembro, o cenário é parecido. O governo do democrata reduziu a inflação do patamar de 9,1%, raro na história americana, para 3,1% em pouco mais de um ano. O desemprego também está abaixo de 4%. Mesmo assim, a candidatura do republicano Donald Trump, afeita às pautas da extrema direita global, tem chances reais de sair vencedora.

Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.