Sérgio Moro, ainda juiz, em participação em comissão na Câmara dos Deputados. Foto: Lula Marques
Após uma década desde o início da Operação Lava Jato, 14 das 45 sentenças proferidas pelo ex-juiz Sergio Moro foram invalidadas em instâncias superiores.
Dentre os beneficiados por essas anulações, encontram-se figuras políticas proeminentes anteriormente acusadas pela força-tarefa em Curitiba, incluindo o atual presidente Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Algumas das condenações, datadas entre 2014 e 2018, período em que Moro deixou a magistratura para ingressar na política, ainda estão aguardando decisões definitivas do Judiciário devido a recursos interpostos pelas partes.
Atualmente, o ex-magistrado, que também foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro, atua como senador representando o Paraná pela União Brasil e enfrenta um pedido de cassação na Justiça Eleitoral. A primeira fase da Lava Jato teve início precisamente há dez anos, em 17 de março de 2014.
José Dirceu, um possível novo beneficiário das anulações das sentenças de Moro. Foto: Dida Sampaio
Há ainda processos pendentes de julgamento no STF, como é o caso do ex-ministro José Dirceu e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que aguardam em liberdade.
Essas anulações ocorreram principalmente porque instâncias superiores entenderam que os casos não deveriam ter sido julgados pela Vara Federal de Curitiba ou, em dois processos, porque consideraram que réus delatados deveriam se manifestar apenas após os delatores nas fases finais das ações.
Essas decisões afetaram cerca de 60 réus condenados em 14 ações anuladas. A tendência de revisão foi impulsionada pela determinação do STF em 2019, que estabeleceu que casos relacionados a caixa de campanha devem ser julgados pela Justiça Eleitoral, não pela Justiça Federal.
Em casos de sentenças anuladas, o novo juiz responsável pode validar as decisões do magistrado anterior. A respeito das condenações de Lula, argumentou-se que os fatos já estavam prescritos, resultando posteriormente no arquivamento.
Sergio Moro, hoje senador, preferiu não comentar sobre a invalidação de suas sentenças. Algumas das antigas decisões dele envolviam delatores com acordos homologados na Justiça, que não optaram por recorrer em instâncias superiores.
Gleisi Hoffman afirmou neste sábado (16) que foi agredida por um bolsonarista durante seu desembarque no aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte. Sem citar o nome do indivíduo, a deputada federal afirmou que ele já tem passagem na polícia por conta de comentários feitos nas redes sociais.
“Olá pessoal, eu estou passando aqui para agradecer todas as manifestações de solidariedade que eu recebi em razão do ocorrido no aeroporto em Rio Grande do Norte. Não fiz antes porque eu estava aqui numa agenda intensa em Natal e que está terminando agora”.
Ela prosseguiu: “O elemento que me agrediu já é denunciado pelo Ministério Público por vários crimes cometidos nas redes sociais e também por agressão a outras pessoas. Responde a vários inquéritos policiais. Ele serve a turma bolsonarista, um cachorro do fascismo, que usa esses métodos para tentar intimidar e constranger as pessoas, mas com a gente não consegue não”.
“Esse pessoal, depois que caça a confusão, se faz de vítima, igualzinho ao Bolsonaro, que articula um golpe e depois quer anistia, dizendo-se perseguido. Mas por ser o aeroporto, em lugar de segurança federal, já acionamos a Polícia Federal e estamos tomando as medidas judiciais.
Logo esse elemento terá de responder financeiramente a mim e criminalmente à sociedade, ocupando o espaço na cadeia, como aqueles seus iguais pelos atos violentos na depredação da Praça dos Três Gordêdes em Brasília, na tentativa de golpe estimulada por Bolsonaro”, acrescentou.
No momento da abordagem, Gleisi estava recepcionada pelo deputado Fernando Mineiro. A presidente afirmou no vídeo que ele a defendeu do homem. “Eu quero agradecer ao companheiro Mineiro, nosso deputado federal por Natal, que agiu em minha defesa”, complementou.
Jair Bolsonaro acumulou uma série de atos e manifestações públicas que sugerem a possibilidade ou o desejo de uma ruptura institucional Ao longo de sua carreira, desde sua atuação na Câmara Municipal do Rio de Janeiro nos anos 80 até seu mandato como Presidente da República.
Entre eles, o recente depoimento de seu ajudante de ordens, Mauro Cid, e dos ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Baptista Júnior reforçam a possibilidade de uma tentativa de golpe de Estado no final de 2022 para impedir a posse de Lula.
Esses depoimentos e colaborações, contudo, apenas confirmam algo que já vinha sendo manifestado de forma clara desde 2020. Bolsonaro já fazia declarações de teor antidemocrático desde a campanha eleitoral de 2018, questionando as urnas eletrônicas sem fundamentos.
No dia 19 de abril de 2020, em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, Bolsonaro protagonizou uma das primeiras manifestações explícitas de ameaça à ordem institucional, desafiando o isolamento social durante a pandemia da Covid-19 e incitando apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, com pedidos de intervenção militar.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro aos apoiadores de intervenção militar. Foto: AFP
“Acabou a época da patifaria”, “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada” foram algumas das frases ditas pelo presidente. Essa postura confrontacional, sustentada na suposta adesão militar que afirmava possuir, persistiu ao longo do tempo, culminando nos atos golpistas de bolsonaristas e do próprio Bolsonaro no 7 de setembro de 2021, onde ameaçou o STF e exortou à desobediência à Justiça.
Durante as eleições de 2022, Bolsonaro repetiu ataques às urnas eletrônicas, acusando-as de fraudes, sem apresentar provas. A proximidade das Forças Armadas com o processo eleitoral e a divulgação de uma “minuta do golpe” por parte do Ministério da Defesa alimentaram ainda mais os temores de uma tentativa golpista.
Apesar da derrota nas eleições para Lula, Bolsonaro nunca reconheceu publicamente o resultado, mantendo uma postura desafiadora e incentivando manifestações golpistas, o que culminou em episódios de violência e ameaças à ordem democrática.
A investigação aponta para a possível participação de membros do governo, como o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, na articulação de um golpe de Estado, algo negado por Bolsonaro e seus aliados. As informações são da Folha de S. Paulo.
Contudo, as expectativas de um evento grandioso foram frustradas pela baixa adesão, com poucas pessoas comparecendo ao local. Isso resultou em uma repercussão discreta na mídia e mesmo entre os bolsonaristas mais fervorosos.
Os bolsonaristas presentes demonstraram, em um vídeo postado nas redes sociais, seu descontentamento com a falta de público, descrevendo a situação como “mal divulgada”, após o fracasso da cerimônia. A ausência de uma multidão só evidenciou as dificuldades enfrentadas pela extrema direita, especialmente após a possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Confira o vídeo que foi postado nas redes sociais:
Fabio Wajngarten, chefe da Secom, e Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino/Reuter
O advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação no governo de Jair Bolsonaro, intensificou sua defesa do ex-presidente nesta sexta-feira, 15, após os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica admitirem em depoimento à Polícia Federal terem sido sondados sobre um plano de golpe.
Os depoimentos dos militares e de outros investigados no inquérito do golpe foram tornados públicos nesta manhã, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo das declarações prestadas à PF.
Wajngarten, um dos advogados de Bolsonaro neste caso, sem mencionar nomes, usou as redes sociais para rebater as acusações contra o ex-presidente.
“Tem um monte de focas adestradas, bajuladores natos, que falavam o que queriam para ganhar segundos de atenção e notoriedade. Quando apertados, se escondem e ou se portam feito melhores amigos de infância de quem sempre repudiaram”, declarou.
Em seus depoimentos, o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, atribuiu ao ex-presidente a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”. Já o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, também relatou à Polícia Federal que Bolsonaro aventou a possibilidade de golpe.
Além dos depoimentos, outro indício complica a situação do ex-presidente: um áudio enviado por Mauro Cid sugere que Bolsonaro ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe.
A líder nacional do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu as ofensas de Arthur do Val, o Mamãe Falei, após o episódio em queela foi agredida por um ativista do MBLao desembarcar em natal, no Rio Grande do Norte, na última sexta (15).
Gleisi havia postado um vídeo no X agradecendo a solidariedade dos usuários e afirmando que o homem que a atacou já tinha passagens pela polícia. Em resposta ao vídeo, Mamãe Falei afirmou que a parlamentar “é uma corrupta que ao ser questionada parte para a violência”.
Ela respondeu o ex-deputado relembrando o episódio em que disse que as refugiadas ucranianas da guerra “eram fáceis por serem pobres”, falas que levaram à sua cassação na Câmara Municipal de São Paulo.
“É mais um machista que será processado! Todas nós sabemos das técnicas sorrateiras do MBL para tentar nos intimidar. Acontece que ninguém suporta mais esse clima de ódio que vocês reproduzem. Não tem intimidação, nunca ficaremos em silêncio!”, escreveu Gleisi.
Augustín Fernandes denuncia golpe na venda do perfume com o nome do inelegível. Fotomontagem
Poucos dias após o lançamento da fragrância em colaboração com o ex-presidente Jair Bolsonaro, começaram a surgir golpes relacionados ao perfume. No último sábado (16/3), Agustin Fernandez, maquiador conhecido por trabalhar com Michelle Bolsonaro, utilizou suas redes sociais para alertar seus seguidores sobre vendas falsas.
Em seu perfil no Instagram, Agustin compartilhou uma captura de tela de uma publicação de um perfil chamado Augustin, que anunciava uma pré-venda do eau de parfum por R$ 159,90. A legenda do post dizia: “Pré-venda do nosso perfume mais esperado! Vamos apoiar quem realmente foi verdadeiro e honrou nosso país”.
O maquiador fez um alerta sobre o golpe junto à imagem, pedindo para que as pessoas não caíssem nessa armadilha: “Por favor, não caiam em golpe. O perfume será comercializado apenas em meu site!!!! Meu departamento jurídico já está tomando medidas”, declarou.
A pré-venda oficial do perfume foi anunciada há apenas dois dias, oferecendo 20% de desconto no preço final e frete grátis para compras realizadas até 31 de março. O produto esgotou em apenas um dia e permaneceu esgotado no site até o momento do fechamento desta matéria.
Bolsonaro no evento da candidatura de Ramagem. Foto: Reprodução
Neste sábado (16), noevento da pré-candidatura do deputado federal Delegado Ramagem(PL) à prefeitura do Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma comparação entre sua situação e a de opositores aos governos da Venezuela e da Nicarágua.
Durante discurso na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, que tem o bicheiro Rogério Andrade como patrono, Bolsonaro afirmou que o mundo “desabou sobre a cabeça de Ramagem”, fazendo uma alusão às investigações da chamada “Abin paralela”, assim como “vem desabando” sobre ele.
“Eu sou como um bloco de concreto no sapato da esquerda. Na Venezuela, tornam seus oponentes inelegíveis. Na Nicarágua, detêm os opositores. Por que, no Brasil, me tornaram inelegível?”, indagou.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por oito anos devido a declarações que buscavam desacreditar as urnas eletrônicas, feitas durante uma reunião com embaixadores em junho de 2022, no Palácio da Alvorada.
Bolsonaro expôs o afilhado durante ato no
Rio e fez questão de dizer que Tarcísio so foi eleito por conta de seu apoio
“Temos hoje governando São
Paulo um governador que não conhecia o estado, um colega meu que era carioca,
que era torcedor do Flamengo”, disse Jair Bolsonaro, durante ato de lançamento
da pré-candidatura de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira
de Inteligência (Abin), à Prefeitura do Rio de Janeiro, neste sábado (16).
No discurso, Bolsonaro disse que a eleição de Tarcísio de
Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo foi graças à passagem no seu
governo e com “a liberdade que dei a ele”.
Tarcísio teve uma passagem apagada como
ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro e se elegeu surfando no
discurso da extrema direita bolsonarista.
Carlos Siqueira criticou a posição do
presidente Lula em relação aos dividendos da Petrobras
Carlos Siqueira, presidente do
PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, levantou dúvidas sobre o
futuro apoio de seu partido ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em 2026. "O PSB não quer tratar desse assunto agora, não vai dizer que
apoia nem que não apoia. A gente fala demais sobre eleições quando devíamos
falar dos problemas do país, que são graves", disse ele, em entrevista ao Globo.
Na mesma entrevista, ele criticou a posição do presidente
Lula em relação aos dividendos da Petrobras e à sucessão da Vale. Siqueira
afirmou que as ações de Lula geraram incertezas sobre os caminhos da economia,
destacando a importância de respeitar as regras próprias das empresas e
garantir "segurança jurídica para o mercado". O presidente do PSB
enfatizou a necessidade de obedecer estritamente às normas estabelecidas para
evitar a desconfiança dos investidores e possíveis impactos negativos na
economia nacional. "Tanto a Vale como a Petrobras, hoje, têm uma grande
presença de acionistas privados. Elas têm regras próprias, que devem ser
rigorosamente obedecidas. Se isso não acontecer, você gera desconfiança do
mercado sobre os rumos da economia e sobre os rumos do país do ponto de vista
econômico", disse ele.
Além disso, Siqueira sugeriu que as
declarações e ações de Lula em relação à Petrobras e à Vale podem comprometer a
unidade e o apoio de partidos como o PSB ao governo, levantando questionamentos
sobre a continuidade do suporte político ao presidente em futuras eleições.
Ministro do Supremo Tribunal Federal
afirma que a interpretação de alguns militares sobre o artigo 142 é totalmente
descabida
Em entrevista ao
jornalista Mário Vitor Santos, no programa Forças do Brasil, da TV 247, neste
sábado (16), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes
defendeu uma reforma que promova uma rediscussão sobre o papel das forças
militares e policiais, incluindo o artigo 142 da Constituição.
“Nós temos uma imensa responsabilidade de corrigir esses
rumos. De fazer as reformas necessárias e de dizer não a esse ‘poder
moderador’, seja ele escrito pelo professor Ives Grandra seja desenhado pelo
general Villas Bôas. Dizer não, vocês têm o papel que a Constituição prescreve.
quando os poderes os chamarem e para funções muito bem delimitadas”, enfatizou
o ministro.
A declaração de Gilmar Mendes se referiu aos depoimento do
ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, que revelou à Polícia Federal
que as conversas com o então presidente Jair Bolsonaro e sua equipe sobre a
possibilidade de desconsiderar o resultado das eleições foram fundamentadas em
interpretações do jurista Ives Gandra Martins sobre a Constituição.
Gomes destacou que durante esses encontros eram debatidas
as teses de Gandra sobre o papel das Forças Armadas como um "poder
moderador", com base no artigo 142 da Constituição. A tese de Gandra
sugere que um dos Poderes pode convocar as Forças Armadas em caso de conflito
com outro Poder.
“Tudo que se desenha nesses depoimentos era que a partir de uma
GLO [Garantia da Lei e da Ordem], mesmo já no mandato do Lula, no 8 de janeiro,
era se ter uma intervenção militar. A pergunta é: quem controla o controlador?
Temos que nos debruçar sobre essas questões e definir: nós queremos continuar a
ter essas instabilidades? Essa possibilidade de greve de policiais? Os
policiais saem da força e se candidatam e depois voltam. Esses capitães Wagner
da vida. Faz sentido isso? Aqui está uma das causas dessas intervenções, das
GLOs. 50% das GLOs que nós tivemos nesse tempo foram de crises na segurança
pública. Vamos dedicar atenção a isso”, destacou o decano da Corte Suprema.
“Precisamos delimitarmos bem o que fazer com essas GLOs.
Se vamos reescrever o 142 da Constituição, onde o professor Ives diz que leu
esse poder moderador que nós não lemos, nós não aceitamos e não interpretamos
assim. A hermenêutica da baioneta não cabe na Constituição. Então é preciso
dizer não a isso”, acrescentou.
Em ação no STF, entidade contesta decisão
da corte que atribui ao veículo a responsabilidade por declaração de
entrevistado
Agência Brasil - A
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apresentou recurso
contra a tese jurídica do Supremo Tribunal Federal (STF) segundo a qual os
veículos de imprensa são responsáveis no caso de declarações de entrevistados
que imputem falsamente crimes a terceiros.
Pelo entendimento, alcançado em novembro por maioria de 9
a 2, se um entrevistado acusar falsamente outra pessoa, a publicação poderá ser
condenada a pagar indenização a quem foi alvo da acusação falsa.
Segundo a tese aprovada, a responsabilização da publicação
poderá ser feita se ficar comprovado que, no momento da publicação da
entrevista, já existiam “indícios concretos” sobre a falsidade da imputação do
crime e se “o veículo deixou de observar o dever de cuidado na verificação da
veracidade dos fatos e na divulgação da existência de tais indícios”.
Os ministros também estabeleceram ser possível a “remoção
de conteúdo, por informações comprovadamente injuriosas, difamantes,
caluniosas, mentirosas, e em relação a eventuais danos materiais e morais”.
À época do julgamento, jornalistas e entidades de imprensa como
a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Abraji criticaram a redação da tese
final, cujos termos, considerados pelas entidades amplos e vagos, dariam margem
para ataques à liberdade de imprensa e ao direto constitucional de acesso à
informação.
O acórdão (decisão colegiada) com o texto final da tese
foi publicado pelo Supremo em 8 de março, e a Abraji apresentou embargos de
declaração sete dias depois, visando a esclarecer os termos do julgamento.
Argumentos
No recurso, a associação diz se tratar de “matéria sensível à
democracia” e que a tese estabelecida pelo Supremo possui “generalidade
incabível”. A entidade alega que, na parte em que autoriza a remoção de
conteúdo, o Supremo foi muito além de acusações falsas em entrevistas, que era
o debate do processo, e acabou por autorizar uma remoção muito mais ampla de
conteúdo.
Isso porque a tese autoriza a remoção de qualquer “informação
comprovadamente injuriosas, difamantes, caluniosas, mentirosas”. Os advogados
da Abraji destacam que somente no caso da calúnia há imputação falsa de crime,
sendo que as hipóteses de injúria, difamação e mentira envolvem outros tipos de
análise e conteúdo.
Outro ponto frágil, de acordo com a entidade, é que o Supremo
não deixou claro que a autorização para remoção de conteúdo se referiria
somente às declarações falsas de entrevistados, e não a qualquer conteúdo do
próprio jornal.
“Tal como redigida, abre-se a possibilidade para, nas
instâncias inferiores, o escopo interpretativo das hipóteses de
responsabilização da imprensa ir além dos limites da discussão realizada,
trazendo retrocessos para as poucas garantias já estabelecidas”, diz o recurso.
A Abraji sugere que a tese deixe de mencionar a possibilidade de
remoção de conteúdo, tema que alega não ter sido discutido no julgamento. Além
disso, a decisão deveria deixar mais claro que a responsabilização de
publicações somente poderia ser feita em caso de imputação falsa de crime por
entrevistado, especificamente.
Riscos adicionais, sustentaram os advogados, estariam
presentes na segunda parte da tese estabelecida pelo Supremo, por não ter
elencado especificamente quais seriam os “indícios concretos” que comprovariam
a falsidade das declarações do entrevistado. Tampouco se explica quais
procedimentos do jornal ou do jornalista seriam suficientes para preencher “o
dever de cuidado” ao checar as declarações do entrevistado, afirma o recurso.
Dessa maneira, ficaria a critério subjetivo dos magistrados de
primeira instância definir quais atitudes configurariam violação ao “dever de
cuidado” no trabalho jornalístico. Num país como o Brasil, com diversos casos
de censura judicial e ataques à imprensa e aos jornalistas, tal abertura “pode
ser extremamente perigosa”, diz a petição.
A mudança no texto final seria necessária para impedir que
juízes de instâncias inferiores deem à tese “eventual interpretação
inconstitucional que possa se encaixar na amplitude das expressões utilizadas”,
diz o embargo da Abraji, assinado pelos advogados Pierpaolo Bottini, Igor
Tamasaukas e Beatriz Canotilho Logarezzi.
O recurso foi acompanhado de uma nota técnica assinada por
outras seis entidades de imprensa, que reforçaram os argumentos da Abraji. São
elas: Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), Repórteres Sem Fronteiras
(RSF), Associação de Jornalismo Digital (AJOR), Instituto Palavra Aberta,
Instituto Vladimir Herzog e Tornavoz.
Barroso
À época do julgamento, o presidente do Supremo, ministro
Luis Roberto Barroso, publicou uma nota oficial e deu declarações negando que a
tese do supremo representasse risco à liberdade de imprensa e de expressão.
“O veículo não é responsável por declaração de
entrevistado a menos que tenha havido uma grosseira negligência relativamente à
apuração de um fato que fosse de conhecimento público”, declarou Barroso.
No recurso, a Abraji argumenta que a própria necessidade
de esclarecimento por parte do Supremo indica que a redação da tese tem
problemas. Tampouco expressões como “grosseira negligência” seriam
esclarecedoras para definir os critérios objetivos para responsabilização dos
veículos de imprensa, rebateram os advogados.
Processo
A decisão do Supremo foi baseada em ação na qual o
ex-deputado federal Ricardo Zarattini Filho processou o jornal Diário de
Pernambuco por danos morais, em função de uma reportagem publicada em 1995.
Na matéria jornalística, o político pernambucano
Wandenkolk Wanderley afirmou que Zarattini, morto em 2017, foi responsável pelo
atentado a bomba no aeroporto de Recife, em 1966, durante a ditadura militar.
Ao recorrer à Justiça, a defesa de Ricardo Zarattini disse
que Wandenkolk fez acusações falsas e a divulgação da entrevista gerou grave
dano à sua honra. Segundo ele, o jornal reproduziu afirmação falsa contra ele e
o apresentou à opinião pública como criminoso.
A temperatura subiu em boa parte do
Brasil nesta semana
O fenômeno da onda de calor,
que deixa os termômetros de 3°C a 5°C acima da média, já tem data para se
encerrar. No domingo, o evento deve chegar ao fim nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste. As informações são do jornal O Globo.
A onda que recebe o aviso de "Perigo Potencial"
pelo Inmet tem previsão de se encerrar no domingo, às 18h e encobre o Rio de
Janeiro e afeta parte de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Mato
Grosso do Sul.
A mancha laranja, que indica "Perigo", está espalhada
por parte do Sul do país, afetando o Paraná e Santa Catarina. Neste caso, tem
previsão de encerramento no sábado, às 18h, e traz risco à saúde.
Já o alerta de "Grande Perigo" espalhado pelo
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul
também deve se encerrar às 18h no sábado. A mancha vermelha ressalta um maior
risco à saúde.
No entanto, as temperaturas ainda
continuarão altas nos nove estados afetados.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
O Ministério da Agricultura e Pecuária
determinou que dez marcas de azeite extravirgem sejam retiradas de circulação
O Ministério da
Agricultura e Pecuária determinou na última sexta-feira (15) que dez marcas de
azeite extravirgem sejam retiradas de circulação. São elas: Terra de Óbidos,
Serra Morena, De Alcântara, Vincenzo, Az Azeite, Almazara, Escarpas das
Oliveiras, Don Alejandro, Mezzano e Uberaba.
De acordo com a CNN Brasil,
a medida cautelar é desdobramento da operação Getsêmani, deflagrada ao longo
deste mês. A ação identificou esquema ilícito de importação, adulteração e
distribuição de azeite de oliva.