quinta-feira, 14 de março de 2024

Seis anos após assassinato, instituto mantém legado de Marielle vivo

 

Organização leva consciência política para jovens periféricos

Marielle Franco
Marielle Franco (Foto: Mídia NINJA)


 Após a noite de 14 de março de 2018, a família da vereadora assassinada Marielle Franco se viu envolvida por uma junção de sentimento: a dor, o luto, a indignação que – até hoje – serve como combustível para a busca por justiça, e a necessidade de não deixar morrer a luta da ativista por uma sociedade melhor.

A comoção causada pelos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes, por si só, potencializou em todo o país o nome da carioca negra, bissexual e criada na favela da Maré.

Mas era preciso institucionalizar toda a comoção e os sentimentos vivenciados pela família de Marielle. Assim nasceu o Instituto Marielle Franco.

“O instituto traz esse resgate da história. A resposta tem que ser dada para mim, enquanto mãe e para a família. O mundo inteiro quer saber quem e por que mandaram matar Marielle”, disse à Agência Brasil Marinete da Silva, mãe da vereadora e conselheira fundadora do Instituto Marielle Franco.

“Quem mandou matar Marielle mal podia imaginar que ela era semente, e que milhões de marielles em todo mundo se levantariam no dia seguinte”, diz o instituto em seu site.

A organização da sociedade civil é financiada por meio de patrocinadores e também recebe doações de pessoas físicas. As principais atuações são a cobrança por justiça, a defesa da memória de Marielle – tão atacada por notícias falsas, e a personificação do legado político, atraindo e estimulando novas lideranças periféricas, principalmente mulheres negras e faveladas.

“É esse o papel do instituto, trazer essa mulher para essa centralidade, dizer o quanto é importante ocupar. A mulher tem que estar onde ela quiser, e a Marielle traz isso, com esse recorte da periferia”, explica Marinete.

Inspiração

Até 2022, o Instituto Marielle foi dirigido pela irmã da vereadora, Anielle Franco. Ao ser nomeada ministra da Igualdade Racial do governo Lula, em 2023, o cargo foi ocupado por Lígia Batista. A também mulher negra e periférica conhecia Marielle desde antes de ela se tornar vereadora. A defesa dos direitos humanos foi o que uniu as duas. Lígia trabalhava com o tema na organização não governamental (ONG) Anistia Internacional Brasil.

“A gente acredita na possibilidade de criar futuros para que pessoas como Marielle possam não só acessar, mas também permanecer em espaços de poder e tomada de decisão e, efetivamente, conseguir transformar a nossa democracia e, de fato, seguir lutando por justiça, dignidade e bem viver para todo mundo”.

Diretora-executiva do Instituto Marielle Franco, Ligia Batista - Tomaz Silva/Agência Brasil

O instituto é um catalisador de ações como cursos de formação em direitos humanos, organização de seminários e proposição de articulação entre outras organizações da sociedade civil e coletivos, notadamente de populações periféricas e minorias representativas, como negros e a comunidade LGBTQIA+.

“É fundamental poder inspirar as novas gerações a entender como nossa vida é atravessada pelas desigualdades de gênero, de raça, de classe, mas também se entender enquanto um ator protagonista nesse processo, porque a gente sabe que as estruturas políticas não têm servido aos nossos propósitos de vida. Então é fundamental a gente seguir inspirando, fortalecendo, formando novas gerações de lideranças políticas para que elas consigam, junto com a gente, transformar essas estruturas de poder”, descreve Lígia à Agência Brasil.

Rede de sementes

O logotipo do Instituto Marielle é a representação de sementes. Uma simbologia que remete a um dos verbos mais conjugados pela iniciativa: semear, ou seja, criar consciência social em jovens periféricos.

Uma integrante da rede de sementes é a professora de cursinho pré-vestibular comunitário Raquel Marte, de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Formada em letras e cursando atualmente produção cultural, foi no instituto que teve mais contato com cursos e articulações em prol da defesa dos direitos humanos.

“Eu tive esse tipo de conteúdo na faculdade. Mas boa parte das participantes [da rede de sementes] são pessoas do povo, pessoas de pouca instrução e, por meio do instituto, elas têm acesso também a conhecer os seus direitos de cidadãos. Por meio do acesso a informações corretas é que a gente pode fazer qualquer tipo de mudança na sociedade civil”, diz Raquel, acrescentando que o conhecimento é uma espécie de antídoto para campanhas de desinformação e fake news.

 

Agenda Marielle

O instituto busca também ter diálogo com outra ponta do processo político: os representantes eleitos. Por meio da Agenda Marielle – um conjunto de pautas e práticas antirracistas, antiLGBTfóbicas, feministas e populares – há uma busca por articulações que funcionam como uma espécie de cobrança por ações políticas.

“Essa relação se dá, fundamentalmente, a partir de uma provocação que a gente faz, tanto para candidaturas, mas também para aquelas que são eleitas, para que se comprometam com as nossas pautas e as nossas práticas. A gente convoca as candidaturas progressistas, candidaturas que se inspiram nesse símbolo de luta que a Marielle se tornou, a assinarem e defenderem essa agenda durante a sua atuação enquanto parlamentares. Acho que esse é um caminho que a gente tem explorado que é bem potente”, conta Lígia.

Para o professor de ciência política João Feres, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o diálogo com parlamentares precisa atingir um maior espectro político para ter mais resultado.

“As organizações da sociedade civil têm investido muito nas relações com o Legislativo, atividade muito difícil de executar, mas de suma importância. Os donos do capital têm recursos abundantes para contratar escritórios de lobby que se dedicam a esse trabalho diuturnamente. Já as organizações, para competir, precisam promover a profissionalização dessa atividade, algo que não é barato. A questão é que não basta estreitar contatos com políticos já alinhados, é preciso exercer pressão sobre aqueles que se encontram nas bordas do tema, por assim dizer, isto é, os que não têm interesses muitos intensos contrários à agenda e que poderiam ser ‘ganhos’ para a causa”, avalia.

Violência Política

Apesar do entusiasmo pela participação política, Lígia ressalta que o maior desafio do instituto atualmente está justamente na representação política. Mas especificamente na violência política.

“O maior desafio é justamente o quanto a violência política não só afasta as pessoas de quererem disputar a política institucional, mas também o quanto a violência política de quem está lá dentro, de quem vive esse dia a dia, acaba minando possibilidade de construção de outros mundos possíveis”, aponta.

“Para nós, o combate à violência política de gênero e raça é fundamental porque esse fenômeno atravessa muito a vida de mulheres negras, pessoas LGBT, pessoas de favela e periferia. A gente acha que o fim da violência política vai fortalecer a democracia brasileira”, complementa.

Sociedade civil

O Instituto Marielle é mais uma organização no arco de movimentos da sociedade civil que busca levar protagonismo para cidadãos.

“Sem participação não há cidadania, sem participação não se realiza o jogo de forças necessário para criar, implementar medidas, monitorar e exigir a realização das responsabilidades dos Estados nacionais em matéria de direitos humanos, sociais, culturais, políticos”, disse à Agência Brasil a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.

“Marielle era fruto dos movimentos de mulheres negras e, em sua geração, deixou sua contribuição para amplificar as vozes das populações historicamente silenciadas”.

Jurema entende que a luta por justiça para Anderson e Marielle vai além de uma resposta a um crime específico.

“Diz respeito, sobretudo, a garantir que mortes brutais como a dela e de Anderson não se repitam - como já tem se repetido - em completa impunidade em todo o Brasil”.

A diretora da Anistia Internacional Brasil acredita que o assassinato da ativista serviu como um potencializador do alcance de Marielle.

“O ativismo de Marielle como mulher, negra, bissexual, mãe, sempre foi algo inspirador, com muita potência. Após o assassinato, somamos toda essa trajetória ao desejo de justiça para continuarmos a luta que é não só a defesa dos direitos humanos, mas também dos defensores e defensoras de direitos nesse país” avalia.

Na avaliação do professor da Uerj João Feres atuações de instituições da sociedade civil como o Instituto Marielle conseguiram “uma transformação cultural no Brasil sem precedentes, que é colocar a desigualdade racial e de gênero como pauta de grande importância”.

“Essa transformação cultural se deu em conjunto com as instituições públicas e privadas cada vez mais sensíveis a essa pauta” destaca. Para o cientista político, isso só foi concretizado durante anos de governos progressistas, mais abertos à participação da sociedade civil do que os governos de direita.

“O Instituto Marielle surge em uma fase 2.0 dessa luta, por assim dizer. É notável o fato de que tenha surgido e ganhado força no contexto nada propício de extrema direita do [ex-presidente Jair] Bolsonaro”, considera Feres.

Março por justiça

O Instituto Marielle organiza e divulga diversas ações (inclusive organizadas por terceiros) previstas para o marco de 6 anos do assassinato de Anderson e da vereadora. Na manhã desta quinta-feira (14) haverá uma missa na Igreja Nossa Senhora do Parto, no centro do Rio de Janeiro.

O local é emblemático, pois fica a poucos metros do Buraco do Lume, uma praça pública em que Marielle costumava fazer discursos. Inclusive, atualmente há uma estátua da vereadora na praça.

Às 17h começará o Festival Justiça Por Marielle & Anderson, na Praça Mauá, também no centro do Rio. A atração será de graça e contará com apresentações artísticas e exposições com obras em homenagem à Marielle.

O crime

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em uma noite de terça-feira. Ela tinha saído de um encontro no Instituto Casa das Pretas, no centro do Rio. O carro dela foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte carioca. Investigações e uma delação premiada apontam o ex-policial militar (PM) Ronnie Lessa como autor dos disparos. Treze tiros atingiram o veículo.

Lessa está preso, inclusive tendo já sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado no crime.

Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.

No fim de fevereiro, a polícia prendeu Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha. Ele é o dono do ferro-velho acusado de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato. O homem já havia sido denunciado pelo Ministério Público em agosto de 2023. Ele é acusado de impedir e atrapalhar investigações.

Apesar das prisões, seis anos após o crime ninguém foi condenado. Desde 2023, a investigação iniciada pela polícia do Rio de Janeiro está sendo conduzida pela Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil



 

APUCARANA: Moradores do Núcleo Nossa Sra. Aparecida devem participar de reunião do “Moradia Legal” nesta quinta


 A Prefeitura de Apucarana e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) promovem reunião nesta quinta-feira, dia 14 de março, a partir das 19 horas, na Escola Municipal Papa João XXIII, no Jardim Figueira, com os moradores do Núcleo Habitacional Nossa Senhora Aparecida.

A reunião tem por objetivo tratar da regularização dos documentos dos imóveis dos moradores do bairro, por meio do Programa Moradia Legal (Regularização Fundiária). O TJPR e a prefeitura, através do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento (Idepplan), vão orientar e encaminhar o processo de regularização dos imóveis dos moradores do Núcleo Nossa Senhora Aparecida.

Conforme explica o diretor-presidente do Idepplan, Dr. Ivan Silva, a matrícula é o único documento que garante ao morador a propriedade do imóvel. Ao participar da reunião, os moradores devem levar os documentos necessários para a escritura, incluindo a matrícula do lote no Núcleo Habitacional Nossa Senhora Aparecida.

“As famílias também devem apresentar nesta reunião, o RG e CPF (do cônjuge também caso seja casado no civil; certidão (nascimento, casamento, viuvez ou divórcio); comprovante de residência atualizado (água, luz ou internet); contrato de compra e venda, recibo ou carta de data; histórico de água ou luz (caso não possua comprovante de posse)”, informa o Dr. Ivan Silva.

O cadastramento será realizado nos dias 18 e 19 de março, das 8h30 às 17 horas, na Escola municipal Papa João XXIII, no Jardim Figueira. Mais informações aos moradores do Núcleo Habitacional Nossa Senhora Aparecida podem ser obtidas pelos telefones e whatsApp (41) 99990-0344 com Jeremias ou (42) 99906-3693 com Daniele.

A prefeitura, em parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná, está trabalhando para avançar no processo da Regularização Fundiária Urbana (REURB). A cidade tem hoje cerca de 2.500 imóveis, cujos proprietários só dispõem de contratos de gaveta ou contratos de compra. E, sem a escritura pública, não têm como legitimar a propriedade para registro em cartório.

O prefeito Junior da Femac assinala que a Regularização Fundiária Urbana é o procedimento no qual se garante o direito de propriedade às famílias que não detém da escritura legal em áreas urbanas. “Esse problema se arrasta a muitos anos em Apucarana e agora estamos nos empenhando ao máximo para atender estas famílias”, pontua ele.

Apucarana foi a primeira cidade da região norte a aderir ao Programa Moradia Legal, em agosto de 2021. A iniciativa é do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), focada na regularização fundiária e documentação de titularidade de habitações juridicamente vulneráveis.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Comissão de Segurança da Câmara deve votar projeto de Gleisi que acaba com CACs no Brasil

 

Presidente da comissão, Alberto Fraga é da bancada de bala e quer tentar enterrar o projeto, impedindo-o de chegar ao plenário

Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)


O novo presidente da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, Alberto Fraga (PL-DF), conhecido por suas posições alinhadas ao bolsonarismo e membro destacado da Frente Parlamentar da Segurança, anunciou sua intenção de colocar em votação o projeto apresentado pela presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), informa o Metrópoles. O projeto visa acabar com os CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) no Brasil.

Fraga, que é um dos líderes mais ativos da chamada "bancada da bala", expressou sua firme oposição ao projeto proposto por Gleisi. Seu objetivo é agendar a proposta para votação na comissão, visando bloqueá-la antes mesmo de chegar ao plenário, diminuindo assim suas chances de aprovação. Ao pautar o projeto na comissão, Fraga visa fazer uma "provocação" contra a agenda anti-armamentista.

O projeto protocolado por Gleisi Hoffmann na última segunda-feira (11) propõe o cancelamento do registro de todos os CACs no Brasil, permitindo a concessão de posse e porte apenas para atletas de tiro olímpico. Isso significaria a revogação dos registros de colecionadores de armas, caçadores desportivos e clubes de tiro. Em sua justificativa, Gleisi argumenta que "não há sentido na manutenção dos clubes de tiro, assim como na atividade da caça desportiva e no colecionamento de armas, fontes de suprimento para o crime". A iniciativa da presidente nacional do PT vem após a divulgação de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou que o Exército brasileiro concedeu autorizações para mais de 5 mil indivíduos condenados.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Justiça manda leiloar sede da Mundial para quitar aluguel de R$ 37 mil

  Essa é uma das maiores derrotas judiciais da igreja, que enfrenta diversos processos de inadimplência

Pastor Valdemiro Santiago
Pastor Valdemiro Santiago (Foto: Reprodução (Youtube))

A Justiça de São Paulo decidiu que a sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, do empresário da fé Valdemiro Santiago, irá a leilão no dia 24 de abril para pagar uma dívida de aluguel de R$ 37.451,94.

De acordo com apuração do UOL, essa é uma das maiores derrotas judiciais da igreja, que enfrenta diversos processos de inadimplência, incluindo uma greve de funcionários que não receberam seus devidos pagamentos. A decisão ocorreu no dia 26 de fevereiro e foi assinada pelo juiz Edson Lopes Filho. O magistrado afirma no documento que será realizada uma "alienação judicial eletrônica", pois é uma "solução mais rápida" para o "pagamento de credores".

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL


Diretor vencedor do Oscar, Oliver Stone finaliza documentário sobre Lula

Ele é vencedor do Oscar de Melhor Diretor por “Platoon” (1986) e “Nascido em 4 de Julho” (1989)

(Foto: Danny Moloshok/Reuters)

Oliver Stone, vencedor do Oscar de Melhor Diretor por “Platoon” (1986) e “Nascido em 4 de Julho” (1989), finalizou o documentário sobre Luis Inácio Lula da Silva. O filme aborda os últimos anos do Presidente do Brasil, com um recorte que vai de sua prisão, em 2018, até a vitória nas eleições de 2022.

Em entrevista à AFP, Stone explicou que a produção se trata de uma perseguição judicial. “Sobre o que aconteceu quando ele havia sido um presidente de sucesso, e, então, foi preso por corrupção, que é como geralmente as coisas são feitas nesses países”, contou.

Fonte: Brasil 247


Nova onda de calor sufocante: saiba qual será a sua duração e regiões do Brasil que serão mais afetadas

 

A temperatura começa a subir em boa parte do Brasil nesta semana

Onda de calor no Brasil
Onda de calor no Brasil (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)


A temperatura começa a subir em boa parte do Brasil nesta semana e já anuncia a nova onda de calor que já deixa os termômetros de 3°C a 5°C acima da média, fenômeno que deve persistir até o fim do verão, no dia 20 de março. As informações são do Climatempo.

Nessa primeira semana, entre os dias 11 e 15 de março, os locais mais afetados devem ser o oeste do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e noroeste do estado de São Paulo.

A outra parte de São Paulo, além do Rio de Janeiro, Minas Gerais, oeste da Bahia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima também devem sentir o fenômeno ainda nessa semana.

Fonte: Brasil 247 com informações do Climatempo

Gleisi critica ação bolsonarista por anistia pelos crimes de 8 de janeiro

 

Ela destaca também a hipocrisia da direita, que defende punição rigorosa para outros crimes

Gleisi Hoffmann e os atos terroristas bolsonaristas em Brasília no 8 de janeiro
Gleisi Hoffmann e os atos terroristas bolsonaristas em Brasília no 8 de janeiro (Foto: ABr)


A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, lançou duras críticas aos membros bolsonaristas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Em meio a um cenário político carregado de tensões, Hoffmann denunciou o interesse desses parlamentares em discutir a anistia para os condenados dos eventos ocorridos em 8 de janeiro, uma data marcada por tentativas de golpe de Estado.

"Aqui está uma prova clara de que o bolsonarismo governa apenas para seus próprios interesses", afirmou Hoffmann. "Enquanto clamam por punições mais severas para determinados crimes, como seletivamente escolhidos, estão ávidos por conceder anistia aos que tramaram contra a democracia. Para eles, o restante da população e até mesmo a democracia não têm valor."

As declarações da deputada surgem em um momento em que o Congresso Nacional se depara com uma série de propostas que visam conceder anistia a indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos. Pelo menos oito projetos estão em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado, incluindo uma proposta notável do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), especificamente voltada para os responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro de 2023.

Além disso, um grupo de 29 senadores assinou uma proposta de emenda constitucional que visa perdoar os participantes das manifestações consideradas terroristas na capital federal. Outras iniciativas, como a dos senadores Guaracy Silveira (PP-TO) e Eliane Nogueira (PP-PI), propõem anistiar multas aplicadas a caminhoneiros envolvidos em protestos após o anúncio dos resultados das eleições de 2022, abrangendo também os manifestantes de janeiro de 2023.

Na Câmara dos Deputados, projetos similares foram apresentados por diversos parlamentares, incluindo Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Jorge Braz (Republicanos-RJ), Franciane Bayer (Republicanos-RS), José Medeiros (PL-MT), Major Vitor Hugo (PL-GO) e Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Entre as propostas, destacam-se aquelas que visam anistiar candidatos condenados por manifestações antidemocráticas nas redes sociais.

Essa movimentação legislativa ocorre paralelamente à investigação em curso sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023. A Polícia Federal lançou a Operação Tempus Veritatis ("A hora da Verdade") no mês passado, com o objetivo de esclarecer os detalhes do plano golpista e responsabilizar os envolvidos. A tentativa de golpe incluía planos para a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente do Senado, além de outros políticos e autoridades.

Entre os alvos da investigação estão nomes proeminentes, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos antigos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diante desse contexto político delicado, as declarações de Gleisi Hoffmann refletem a preocupação com possíveis retrocessos democráticos e o uso seletivo do poder legislativo para favorecer interesses particulares, em detrimento da integridade institucional do país.

Fonte: Brasil 247



 

PF descarta interesse em delação de ex-assessor de Bolsonaro e vê conflito de interesse

 

Marcelo Câmara está preso desde fevereiro na investigação que apura a tentativa de golpe

Marcelo Câmara
Marcelo Câmara (Foto: Reprodução)


A Polícia Federal não tem interesse em firmar um acordo de delação premiada com o coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, detido desde fevereiro na investigação que apura a tentativa de golpe.

De acordo com a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, “a defesa do militar sinalizou publicamente a possibilidade de Câmara delatar, mas investigadores avaliam que há conflito de interesse entre os clientes que o advogado representa. Além de defender Câmara, Luiz Eduardo Kuntz é advogado do ex-assessor de Bolsonaro na Presidência Tércio Arnaud. Arnaud é apontado como um dos integrantes do “gabinete do ódio” do Palácio do Planalto e investigado no mesmo inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. Nesta semana, Kuntz disse ao jornal “Valor Econômico” que, se o militar for chamado novamente a depor, está disposto a discutir uma delação premiada. Câmara chegou a ser interrogado em 22 de fevereiro pela PF, mas ficou em silêncio, sob o argumento de que seu advogado estava acompanhando Arnaud”.

Fonte: Brasil 247 com informação da coluan da jornalista Bela Megale, no jornal O Globo

Lula marca reunião ministerial para acelerar entregas e reverter queda na aprovação

 

Reunião também visa estabelecer estratégias para ampliar o diálogo com o público evangélico e conter a reaglutinação do bolsonarismo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena reunião ministerial, no Palácio do Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena reunião ministerial, no Palácio do Planalto. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agendou uma reunião ministerial para a próxima segunda-feira (18), com o intuito de impulsionar as entregas governamentais e reverter a queda em sua aprovação, segundo reportagem do Valor. A iniciativa vem em resposta aos resultados desfavoráveis de pesquisas de opinião que indicaram uma diminuição na popularidade do presidente e de seu governo em âmbito nacional.

A convocação para o encontro ministerial surge em um contexto de inflação controlada e diminuição do desemprego, onde se observa a necessidade de uma comunicação mais eficaz das realizações do governo. De acordo com análises internas, a falta de clareza na divulgação das conquistas pode estar relacionada ao foco excessivo em questões internacionais por parte do presidente, o que tem colocado o governo em posições defensivas.

Além disso, a reunião visa estabelecer estratégias para ampliar o diálogo com o público evangélico e conter a reaglutinação do bolsonarismo. Lula tem enfrentado a crescente articulação do campo bolsonarista, especialmente após manifestações bem-sucedidas lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A preocupação se estende também para o possível impacto desses movimentos nas eleições municipais.

No centro das discussões da reunião ministerial estarão medidas para acelerar as entregas do governo e fortalecer sua base de apoio, visando recuperar a confiança do eleitorado. A expectativa é que o encontro ofereça uma oportunidade para reavaliar estratégias e ajustar o curso do governo diante dos desafios enfrentados.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor

 

Lula está mais preocupado em punir o 8 de janeiro do que em relembrar 1964

 Presidente determinou que o governo evitasse eventos oficiais em memória do golpe militar

Lula, ministro da Defesa, José Múcio, comandantes do Exército, Tomás Ribeiro Paiva; da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno; e da Marinha, Marcos Sampaio Olsen
Lula, ministro da Defesa, José Múcio, comandantes do Exército, Tomás Ribeiro Paiva; da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno; e da Marinha, Marcos Sampaio Olsen (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Lula tem expressado sua prioridade em investigar e punir os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro, em detrimento do aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964, segundo informa a jornalista Bela Megale. Em uma entrevista à Rede TV, concedida ao jornalista Kennedy Alencar, Lula deixou claro que sua atenção está direcionada para eventos mais recentes do que aqueles ocorridos em 1964.

Segundo relatos do jornal Folha de S. Paulo, Lula determinou que o governo evitasse eventos oficiais em memória do golpe militar. Esta postura foi evidenciada pelo cancelamento de um ato programado para 1º de abril em Brasília pelo Ministério dos Direitos Humanos, comandado por Silvio Almeida, embora não tenha havido comunicação direta entre Lula e o ministro sobre o assunto.

A atitude de Lula reflete uma preocupação em lidar com questões contemporâneas e recentes da história brasileira, como a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, destacando a necessidade de investigação e punição dos envolvidos nesse evento. O presidente argumenta que a história de 1964 já está consolidada e que é hora de olhar para frente, buscando maneiras de avançar como sociedade.

Fonte: Brasil 247 com informação da jornalista Bela Megale

 


Primeira represália a Milei: empresa chinesa abandona Argentina e demite 1.800 no país

 

Em reação à postura hostil do ultradireitista argentino, a empresa Gezhouba deixa o país, levando consigo engenheiros, operários e diretores envolvidos em projeto 'crucial'

Javier Milei e Xi Jinping
Javier Milei e Xi Jinping (Foto: Reuters)


Considerada a "primeira represália da China contra o presidente argentino Javier Milei", a empresa chinesa Gezhouba, responsável pela construção das represas em Santa Cruz, paralisou as operações e demitiu todos os trabalhadores na Argentina, informa o portal La Política Online. A decisão surge em meio a tensões entre o governo argentino e a China.

As represas, inicialmente orçadas em USD 4.7 milhões, são consideradas um projeto crucial para a China fora de seu território. A obra teve início em 2013, mas foi interrompida durante o governo de Mauricio Macri e retomada, com lentidão, durante a gestão de Alberto Fernández.

O atual governo do ultradireitista Javier Milei, por sua vez, adotou uma postura hostil em relação à China, o que culminou na paralisação das obras. A empresa chinesa decidiu abandonar o país, levando consigo engenheiros, operários e diretores que estavam envolvidos no projeto.

A paralisação resultou na demissão de 1.800 trabalhadores e levanta preocupações sobre possíveis novas represálias por parte da China, que poderiam incluir a execução de créditos vinculados a outros projetos no país, totalizando mais de USD 30 bilhões.

A situação também levanta preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre a Argentina e a China, o segundo maior parceiro comercial do país. A tensão poderia resultar na suspensão de compras de produtos argentinos, como soja e carne.

Fonte: Brasil 247 com informação do portal La Política On Line

Doador de R$ 1 milhão a Bolsonaro é réu por ocupação ilegal de terras


Empresário Cornélio Sanders, maior produtor de soja do Piauí, é também acusado de trabalho escravo em suas propriedades

Soja
Soja (Foto: JOSE ROBERTO GOMES / REUTERS)

O empresário Cornélio Sanders, maior produtor de soja do estado do Piauí, está sendo acusado em um processo por ocupação ilegal de 7,6 mil hectares de terras na região de Uruçuí, oeste do Piauí. Sanders, que doou R$ 1 milhão à campanha de Jair Bolsonaro em 2022, terá seu caso julgado pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) nesta quinta-feira (14/3). A denúncia foi feita pela empresária Bernadete Guadagnin, que pleiteia uma indenização de R$ 172,6 milhões, alegando irregularidades na compra da fazenda em 2007 por parte de Sanders. A informação foi publicada inicialmente na coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.

Segundo Guadagnin, a terra é uma "propriedade fictícia e inexistente, fruto de ato fraudulento". Em resposta, a defesa de Cornélio Sanders afirmou que a compra foi realizada de acordo com todos os procedimentos legais e que a ação movida pela família Guadagnin é uma tentativa de prejudicar a carreira empresarial de Sanders. O advogado de Sanders, Wildson de Almeida Oliveira Sousa, destacou que não houve apresentação de danos pelos autores do processo, o que, segundo ele, demonstra a impossibilidade da indenização.

Em um caso anterior, em 2005, Cornélio Sanders foi denunciado pelo Ministério Público Federal por trabalho escravo em uma de suas fazendas, embora o caso tenha sido arquivado em 2019 sem julgamento. Os fiscais apontaram supostas jornadas excessivas de trabalho e irregularidades nos alojamentos, banheiros e cozinhas da propriedade, mas Sanders negou qualquer irregularidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles

Botafogo garante presença na fase de grupos da Copa Libertadores

 

Agora, a equipe de General Severiano se junta a Fluminense, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG e Flamengo para disputar a fase de grupos

(Foto: Vítor Silva/ BFR)

Agência Brasil - O Botafogo garantiu a presença na fase de grupos da Copa Libertadores da América após segurar um empate de 1 a 1 com o Bragantino, na noite desta quarta-feira (13) no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, pela volta da terceira fase prévia da competição.

O Glorioso garantiu a classificação, na partida transmitida pela Rádio Nacional, porque na última semana bateu o Massa Bruta por 2 a 1 em partida disputada no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

Agora, a equipe de General Severiano se junta a Fluminense, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG e Flamengo para disputar a fase de grupos do torneio de clubes mais importante da América do Sul.

Júnior Santos decisivo

Em um confronto no qual o primeiro tempo foi mais marcado pelas disputas de bola do que pelos lances de perigo, as emoções se concentraram na etapa final. Logo aos 5 minutos do segundo tempo o Botafogo ficou em desvantagem numérica, pois o lateral uruguaio Damián Suárez acabou expulso após fazer falta em Juninho Capixaba, em lance claro de gol.

Porém, mesmo com 10 homens em campo o Glorioso conseguiu abrir o marcador. Aos 30 minutos Hugo recebeu lançamento e superou Lucas Cunha em disputa de bola antes de cruzar rasteiro para o meio da área, onde Júnior Santos apareceu livre para marcar o seu 8º gol na Libertadores.

Tendo a vantagem numérica e precisando marcar gols, o Bragantino se lançou ao ataque. E, de tanto tentar, a equipe da casa conseguiu igualar o marcador aos 40 minutos, quando Talisson, que havia acabado de entrar no gramado, se livrou de Lucas Halter antes de bater com violência para superar o goleiro Cleiton.

A partir daí o Massa Bruta aumentou ainda mais a pressão, mas o Botafogo conseguiu se segurar até o apito final para ficar com a vaga.

Fonte: Brasil 247

Ex-comandante da Marinha diz que assinou nota em defesa de acampamentos golpistas para apoiar chefe do Exército


O texto foi publicado em novembro de 2022 diante da pressão para que o Exército desmobilizasse os acampamentos antidemocráticos

Jair Bolsonaro e Almir Garnier Santos
Jair Bolsonaro e Almir Garnier Santos (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)

Alvo da Polícia Federal (PF) por supostamente apoiar tentativa de golpe de Estado, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos tem afirmado a aliados que combinou a nota em defesa dos acampamentos em frente a quartéis do Exército com comandantes das Forças Armadas. A informação foi dada pela CNN Brasil.

O texto foi publicado em novembro de 2022 diante da pressão para que o Exército desmobilizasse os acampamentos golpistas montados na frente de quartéis, incluindo no Quartel-General em Brasília. Na ocasião, bolsonaristas queriam impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) no poder. Para isso, exigiam uma intervenção militar.

A conhecidos, Garnier afirma que assinou o texto para “apoiar” o ex-comandante do exército Marco Antônio Freire Gomes. A nota ainda conta com a assinatura de Carlos Baptista Junior, o então comandante da Força Aérea Brasileira (FAB).

No conteúdo do texto, os comandantes consideram os acampamentos golpistas “manifestações populares” e chamam as Forças Armadas de “moderadoras” nos momentos históricos importantes. Entre as críticas, a nota condena “eventuais excessos cometidos em manifestações” e “eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos”.

Com a divulgação da nota, a PF enxerga relevância para a “manutenção e intensificação das manifestações antidemocráticas, em vista do suposto realdo das Forças Armadas ao movimento”.

Segundo a investigação, entre os três comandantes do fim do mandato de Bolsonaro, apenas Garnier colocou a tropa à disposição para um possível golpe de Estado.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

"O Brasil será imbatível na produção de alimentos", diz Lula

 

Presidente inaugurou complexo industrial que reduzirá a dependência do País na produção de fertilizantes para o agronegócio

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)


Agência Gov – O Brasil caminha para reduzir a dependência de importação de fertilizantes e para se tornar o “celeiro do mundo” na produção de alimentos e energia renovável. Nesta quarta-feira (13/3), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da inauguração do Complexo Mineroindustrial da EuroChem, em Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro. Com investimento de US$ 1 bilhão, esta é a primeira unidade de mineração da empresa fora da Europa.

“A vinda da EuroChem para o Brasil e o investimento numa planta como essa em Serra do Salitre não é apenas a demonstração de que essa empresa acredita no que está acontecendo no Brasil. É que essa empresa sabe que o Brasil está se transformando muito rapidamente. Aquilo que a gente dizia, o ‘celeiro do mundo’, é o que vai acontecer com o Brasil. Não apenas do ponto de vista de carne, da produção de soja, de milho, de cana, não. Do ponto de vista também da produção de energia renovável. O Brasil será um país imbatível nesse momento em que a gente discute a transição energética e a questão climática”, afirmou o presidente Lula na cerimônia.

Íntegra do pronunciamento do presidente Lula

A previsão é que o complexo chegue a fornecer um milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira — o equivalente a 15% da produção nacional. Toda a produção do Complexo será destinada ao mercado interno, para apoiar a produtividade da agricultura brasileira e, como consequência, fortalecer a segurança alimentar das gerações presentes e futuras.

O Governo Federal tem atuado para fomentar o aumento da fabricação nacional de fertilizantes. “Nós queremos deixar de ser importador. No ano passado, foram 25 bilhões de dólares que nós pagamos para importar fertilizantes para o Brasil. Esse dinheiro poderia ter sido pago para empresários aqui dentro, que gerem emprego aqui dentro, que gerem salário e qualidade de vida aqui dentro”, pontuou Lula.

IMPACTOS — O presidente também destacou o fato de a EuroChem ter contratado 30% de mulheres para trabalhar no Complexo. Ele defendeu a inclusão de mais mulheres no mercado de trabalho, ganhando salário justo. “Nós conseguimos aprovar no Congresso Nacional uma lei que diz o seguinte: trabalho igual, salário igual entre homens e mulheres. Não tem por que uma mulher fazer a mesma função que um homem, com a mesma competência, mesma qualidade, e ganhar 30% a menos, 20% a menos, até mais”, disse Lula.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou que o trabalho do Governo Federal é pautado em uma mineração mais segura, socialmente justa e ambientalmente sustentável. “O aumento da produção de fertilizantes vai impactar na produção de alimentos, a nossa grande vocação. O fertilizante mais barato vai beneficiar a produção agrícola e baixar o preço dos alimentos. Vai reduzir o preço da comida que chega no prato do povo”, sinalizou.

“Estamos implementando um crescimento sustentável da nossa agropecuária. Vamos incentivar a conversão de mais de 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produção para alta produtividade. E, para isso, fertilizante é fundamental”, salientou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

EMPREENDIMENTO — O Complexo Mineroindustrial da EuroChem integra, em um único local, desde a extração do fosfato, matéria-prima principal, até a produção de fertilizantes granulados. Além de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano, a planta industrial produzirá 1 milhão de toneladas anuais de ácido sulfúrico e 240 mil toneladas de ácido fosfórico, subprodutos usados no processo de produção do próprio fertilizante.

O empreendimento tem área total de quase 20 milhões de m². A companhia espera envolver mais de 1,5 mil colaboradores, com atuação direta, indireta e contínua na operação. Durante as obras, foram gerados 3,5 mil empregos diretos no Complexo, com a adoção de uma política de desenvolvimento e capacitação profissional que prioriza a contratação de mão-de-obra local.

O diretor-presidente da EuroChem na América do Sul, Gustavo Horbach, explicou que a missão da empresa no Brasil segue duas direções: “A primeira é continuar impactando positivamente as comunidades que nos recebem aqui, em Serra do Salitre e nas outras 20 comunidades onde temos unidades no Brasil. A segunda é reafirmar o nosso compromisso com o Brasil de fazer com que cada vez mais a dependência que temos de importação de fertilizantes seja gradativamente reduzida. Contamos, para tanto, com o apoio do governo, seja ele municipal, estadual ou federal”.

Fundada em 2001, a EuroChem desenvolve atividades que abrangem mineração, produção, logística e distribuição de fertilizantes. Com sede na Suíça, está presente no Brasil desde 2016, a partir da aquisição das empresas Fertilizantes Tocantins e Fertilizantes Heringer. Atualmente, conta com 21 unidades produtoras no país.

MAPEAMENTO — Durante a inauguração do Complexo em Minas Gerais, o ministro Alexandre Silveira assinou uma portaria que institui o Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico e Levantamento de Recursos Minerais (PlanGeo). O documento estabelece as diretrizes e orientações sobre o planejamento e execução das atividades pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

“Esse planejamento vai permitir que a mineração do país saiba para onde está indo. Com esse mapeamento, seremos capazes de aproveitar o solo de forma mais eficiente e produtiva”, afirmou o ministro.

“Também estamos confirmando, sob a orientação do presidente, a instalação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM). Na primeira reunião do CNPM, já no próximo mês, vamos propor o Programa de Mineração para Segurança Alimentar. Vamos priorizar o mapeamento geológico dos minerais fundamentais, tanto críticos quanto fertilizantes”, completou Silveira.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov