domingo, 3 de março de 2024

Papa Francisco pede fim das hostilidades em Gaza

 "Vocês realmente acham que podem construir um mundo melhor dessa forma? Acham mesmo que conseguirão a paz? Chega, por favor! Vamos todos dizer basta!", apelou o líder religioso

Papa FranciscoPapa Francisco (Foto: Vatican Media/via Reuters)

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco fez um apelo neste domingo para o fim da guerra na Faixa de Gaza e mostrou sinais de recuperação após sofrer de bronquite.

No sábado, o papa de 87 anos delegou a leitura de um discurso em uma cerimônia a um assessor, e na quarta-feira ele fez uma breve viagem a um hospital de Roma depois de não ter lido em sua audiência semanal, dizendo que tinha "um pouco de frio".

"Todos os dias carrego em meu coração com dor o sofrimento das populações na Palestina e em Israel devido às hostilidades em curso, milhares de mortos, feridos, deslocados", disse Francisco, falando sozinho com voz clara em Roma.

Dirigindo-se aos fiéis na Praça de São Pedro, Francisco enfatizou as consequências da guerra para as crianças e pediu a libertação de todos os reféns israelenses feitos pelo Hamas em 7 de outubro.

"Vocês realmente acham que podem construir um mundo melhor dessa forma? Acham mesmo que conseguirão a paz? Chega, por favor! Vamos todos dizer basta, por favor! Parem!", disse o papa.

Francisco teve uma série de problemas de saúde nos últimos meses. Ele foi forçado a cancelar uma viagem para a reunião climática da COP28 em Dubai no início de dezembro por causa dos efeitos da gripe e da inflamação pulmonar. Em janeiro, ele não conseguiu concluir um discurso devido a "um pouco de bronquite".

Fonte: Brasil 247

Gleisi aponta o legado desastroso da Lava Jato para o Brasil-

"Custou ao país a destruição do setor de exportação de serviços, a condenação de 4 milhões de pessoas ao desemprego e o imenso prejuízo à economia do país", lembrou

Gleisi Hoffmann e Sergio MoroGleisi Hoffmann e Sergio Moro (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | GUSTAVO BEZERRA)

 Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) destacou em postagem no X, antigo Twitter, neste domingo (3) o rastro de destruição deixado pela Lava Jato - que completou dez anos - no país, na economia e na política:

"Dez anos de Lava Jato, que custou ao país a destruição do estratégico setor de exportação de serviços, engenharia, óleo e gás, a condenação de 4 milhões de pessoas ao desemprego e incalculável, mas imenso, prejuízo à economia do país. A herança política da Lava Jato, cujo o único alvo real era Lula, foi a eleição de um presidente de extrema direita em 2018, que por pouco não reinstaurou a ditadura no país. Sua herança institucional foi o descrédito nas instituições, especialmente do Ministério Público e do Judiciário, que hoje se esforçam para reconstruí-la. Foi uma experiência dolorosa que, apesar dos imensos danos causados ao país, ao Estado de Direito e à democracia, nos deixou como lição a resistência heróica do presidente Lula e daqueles que o apoiaram na defesa de sua inocência", resumiu.

whatsapp sharing button
facebook sharing button
twitter sharing button
sharethis sharing button

Fonte: Brasil 247 

Criança é flagrada praticando racismo contra Vini Jr. (vídeo)

 O atacante brasileiro voltou a jogar no Mestalla, do Valencia, neste sábado e foi novamente alvo de ofensas racistas

Vini Jr.Vini Jr. (Foto: Pablo Morano/Reuters)

Durante a partida entre Valencia e Real Madrid neste sábado (2), que terminou em um empate de 2 a 2, o racismo voltou a ser o foco principal do jogo. Uma brasileira, identificada como Anna Anjos, residente em Barcelona, presenciou e filmou uma criança proferindo insultos racistas contra o jogador Vinícius Jr.

De acordo com Anna, que concedeu uma entrevista exclusiva à ESPN, a criança, localizada a duas cadeiras de distância dela, repetidamente chamou Vinícius Jr. de "mono", termo espanhol para macaco. Ao tentar intervir e conscientizar a criança e sua mãe sobre a gravidade do racismo, Anna foi confrontada com negações e minimizações da situação por parte da mãe da criança. Esta alegou que o termo utilizado não era ofensivo, mas apenas uma forma de se referir ao jogador como um animal.

Diante da persistência dos insultos racistas, Anna decidiu gravar a cena. Contudo, ao perceber que estava sendo filmada, a mãe da criança agrediu Anna, tentando evitar a filmagem. A situação escalou quando alguns torcedores do Valencia tentaram tomar o celular de Anna, resultando na intervenção da polícia.

Vinícius Jr., que já havia sido alvo de ataques racistas por torcedores do Valencia no passado, lembra o jornal O Globo, retornou ao estádio Mestalla neste sábado. Apesar da imprensa espanhola relatar uma chegada tranquila do ônibus do Real Madrid ao estádio, a preocupação sobre a interação do jogador com os torcedores era evidente. Vale lembrar que Vinícius Jr. foi alvo de insultos racistas em uma ocasião anterior no mesmo estádio, onde foi chamado de "mono". O jogador tem sido objeto de críticas e é rotulado como "mentiroso" por parte da torcida do Valencia, que afirma que o episódio anterior de racismo foi um incidente isolado e que os responsáveis já foram identificados e banidos pelo clube.

Fonte: Brasil 247

Barbeiro de 20 anos é condenado a 11 anos e seis meses de prisão por participar do 8 de Janeiro


Manifestantes fazem ato contra governo no dia 8 de janeiro 2023. Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta sexta-feira, 1º, o barbeiro piauiense João Oliveira Antunes Neto a 11 anos e seis meses de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Antunes Neto tem 20 anos, e além de barbeiro, se identifica como um “jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”.

O barbeiro é natural de Dirceu Arcoverde, município localizado no sudeste piauiense e com pouco mais de sete mil habitantes, segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Corte condenou Antunes Neto a três crimes praticados no 8 de Janeiro: abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e associação criminosa armada.

O barbeiro está em liberdade provisória desde o dia 15 de novembro, quando foi solto, com a obrigação de seguir medidas cautelares, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Nas redes sociais, João se dizia um “barbeiro profissional” e um jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”. O condenado pelos atos golpistas publicava fotos profissionais e não expressava opiniões políticas.

Ao Estadão, o advogado de Antunes Neto, Fábio Diniz Rocha Alves, afirmou que irá recorrer da decisão e que o barbeiro estava “apenas com objetivos de se manifestar pacificamente”.

“Solicitei também pedidos de acordos de não persecução penal, tendo em vista outros envolvidos que não participaram dos atos de vandalismo a prédios públicos, e presos em flagrantes no QG foram incluídos nesse acórdão”, disse o advogado.

Além de Antunes Neto, o STF condenou outros 14 réus nesta sexta, sendo que o barbeiro piauiense teve a pena mais branda junto a outro réu. Cinco foram condenados a 16 anos e seis meses de prisão e outros seis a 13 anos e seis meses. Foram eles:

➤Ana Claudia Rodrigues de Assunção – 16 anos e seis meses de prisão

➤Ivair Tiago de Almeida – 16 anos e seis meses de prisão

➤Marcos Roberto Barreto – 16 anos e seis meses de prisão

➤Edson Carlos Campanha – 16 anos e seis meses de prisão

➤Viviane dos Santos – 13 anos e seis meses de prisão

➤Viviane Jesus Câmara – 13 anos e seis meses de prisão

➤Valmirando Rodrigues Pereira – 13 anos e seis meses de prisão

➤Patrícia dos Santos Salles Pereira – 16 anos e seis meses de prisão

➤Janailson Alves da Silva – 11 anos e seis meses de prisão

➤Jucilene Costa do Nascimento – 13 anos e seis meses de prisão

➤Nilvana Monteiro Furlanetti – 13 anos e seis meses de prisão

➤Maria Carlos Apelfeller – 13 anos e seis meses de prisão

➤Simone Aparecida Tosato Dias – 13 anos e seis meses de prisão

➤Joel Borges Correa – 13 anos e seis meses de prisão

Fonte: Estadão Conteúdo

Equipes de busca fazem cerco em fazenda em que fugitivos de Mossoró teriam sido vistos

 Residentes locais afirmaram ter avistado os dois fugitivos nas primeiras horas da madrugada deste domingo

Deibson Cabral e Rogério da SilvaDeibson Cabral e Rogério da Silva (Foto: Divulgação/Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do RN)

 No esforço para capturar os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, a força-tarefa que busca os criminosos desencadeou mais uma operação neste domingo (3), concentrando esforços em uma fazenda na cidade de Baraúna, segundo o g1. Residentes locais afirmaram ter avistado os dois fugitivos nas primeiras horas da madrugada, o que levou as autoridades a montarem um cerco na área.

De acordo com informações obtidas pela TV Globo através de investigadores, os fugitivos teriam invadido um galpão agrícola na propriedade durante a incursão noturna. A presença dos foragidos foi confirmada pelo relato do proprietário do local, que também foi agredido quando os fugitivos descobriram que ele não possuía um celular. Após o incidente, os suspeitos empreenderam fuga mais uma vez.

Essa incursão marca mais um episódio na saga da busca por Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró em 14 de fevereiro, marcando a primeira fuga registrada no sistema prisional federal desde sua criação, em 2006.

Os esforços de busca envolvem recursos aéreos e terrestres, com helicópteros sobrevoando a região desde as primeiras horas da manhã de domingo. Além disso, drones equipados com sensores térmicos estão sendo empregados para auxiliar na localização dos fugitivos.


Fonte: Brasil 247

Se Bolsonaro extrapolar, vai ser preso: o recado de Moraes para Tarcísio de Freitas antes de manifestação

 Governador de São Paulo procurou ministros do STF, a quem garantiu que não haveria exageros

Durante a preparação do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no último domingo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tomou precauções. Uma delas foi falar com os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo Lauro Jardim, em O Globo. Tarcísio disse que o discurso de Bolsonaro seria de pacificação; mesmo assim, Moraes alertou que, se Bolsonaro extrapolasse, seria preso.


Além de tentar baixar a temperatura no STF, Tarcísio de Freitas tratou de adotar medidas de prevenção. A PM botou a tropa de choque nas ruas — incluindo cavalaria —, agentes infiltrados na multidão, além de militares estrategicamente colocados no alto dos prédios da via.


Fonte: Agenda do Poder com informação do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo

Advogado rebate Dallagnol após ser ameaçado de processo: “Vai ter power point?”


Deltan Dallagnol. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Neste domingo (3), o advogado Marcelo Feller e Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Operação Lava Jato e deputado federal cassado, protagonizaram um “bate-boca” no X (antigo Twitter). Após o advogado publicar uma matéria da revista Piauí, o ex-parlamentar o acusou de distorcer e mentir sobre a realidade.

Segundo a revista Piauí, Dallagnol enriqueceu com a Lava Jato, se acostumou a só andar de jatinho e comprou dois imóveis pelo Minha Casa Minha Vida para revender. Além disso, o ex-parlamentar solicitou favores a delegados da Polícia Federal (PF) para obter privilégios para sua família.

“Assim que saiu tudo isso, ele faz o que? Volta a falar do Lula, como se Deltan tivesse mínima moral para tanto. A verdade é que se a Vaza Jato não tivesse nascido da obtenção criminosa das mensagens, Deltan estaria na cadeia”, disse Feller.

Em seguida, Dallagnol afirmou que irá processar o advogado. “Caro Marcelo, você distorce e mente sobre a realidade. Vai responder na Justiça por isso. Prepare-se para sustentar tudo o que disse na Justiça ou para pagar uma justa indenização por isso”, disparou.

“Exatamente o que é mentira ou distorção da realidade, Deltan Dallagnol? Responder a um processo faz parte. Sou fácil para ser citado e uma pessoa solvente. Não vou fugir, e me defenderei na Justiça. Você vai processar também a revista Piauí? Vai ter Powerpoint na inicial?”, rebateu Feller.

Fonte: DCM

 

Mandato de 5 anos, sem reeleição e limites para militares: conheça a reforma eleitoral

 

Urna eletrônica. Foto: Reprodução

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estabeleceu como um dos objetivos da Casa neste ano a discussão de uma “reformulação do sistema eleitoral”. Junto a lideranças partidárias, o mandatário tem defendido a análise de textos que atualizam o Código Eleitoral e que acabam com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República.

A tarefa de destravar as discussões coube ao senador Marcelo Castro (MDB-PI), sobretudo em torno do novo Código Eleitoral, que aguarda votação desde 2021.Em reunião com líderes nesta quinta-feira (29), Castro fez a apresentação de uma prévia do seu parecer sobre o projeto que reformula o Código Eleitoral.

Nesta primeira reunião sobre o tema, ele também compartilhou três esboços de uma futura Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição e cria mandatos de cinco anos para todos os cargos eletivos.

Senadores dizem que há chances de que as propostas entrem na pauta de votação ainda neste primeiro semestre — antes de um esvaziamento da Casa para as campanhas eleitorais nos municípios. Se aprovadas pelo Congresso Nacional neste ano, no entanto, as novas regras não valeriam para o pleito marcado para outubro.

O relator do projeto que reforma o Código Eleitoral, o senador Marcelo Castro, apresentou uma prévia do seu parecer às lideranças partidárias do Senado.

Marcelo Castro. Fonte: Agência Senado

O texto deve reunir mudanças feitas pela Câmara na proposta original do novo Código, aprovada pelos deputados em 2021, e na chamada minirreforma eleitoral, votada em 2023. A reforma do Código Eleitoral deverá consolidar, em uma só lei, diversas normas eleitorais, como as que tratam das regras de inelegibilidade e a de partidos.

Mesmo que seja aprovada antes das eleições municipais deste ano, as regras valerão somente para o próximo ciclo eleitoral. A versão proposta por Castro deve reunir cerca de 900 artigos, consolidando sete leis em uma só.

O relator destacou cinco pontos de seu parecer como relevantes: afastamento obrigatório de juízes e militares que queiram disputar cargos políticos (a chamada “quarentena”), uniformização do prazo de inelegibilidade, data única para a desincompatibilização de candidatos com cargos públicos, mudanças na distribuição das chamadas sobras eleitorais, e simplificação da prestação de contas.

Fonte: DCM

Guerra em Gaza é 'o primeiro genocídio' transmitido ao vivo, diz Maduro

O mandatário da Venezuela condenou o que está acontecendo na Faixa de Gaza e assinalou que o poder dos EUA e do mundo ocidental em geral está diminuindo

Nicolás MaduroNicolás Maduro (Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria)

Sputnik - O mundo inteiro está reagindo ao genocídio de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza, especialmente depois que um soldado americano se incendiou em protesto em frente da embaixada israelense em Washington, EUA, disse no sábado (2) o presidente da Venezuela em uma entrevista.

"O que aconteceu com esse soldado, esse jovem soldado da Força Aérea dos EUA, abalou a sociedade americana e o mundo. Eles o censuraram nas redes, mas não conseguiram, e isso chegou ao mundo inteiro. E depois houve protestos em cidades dos Estados Unidos, onde soldados e ex-militares queimaram o uniforme", segundo Nicolás Maduro.

Isso provocou "uma reação da consciência, da moralidade do mundo diante de um genocídio transmitido ao vivo, em tempo real, pelas redes sociais", explicou o presidente venezuelano.

"[É] o primeiro genocídio, a primeira guerra de extermínio no século 21 contra um povo, o povo palestino, transmitido ao vivo. Isso vai gerar uma mudança na consciência do mundo, completamente, não tenho dúvida", reiterou.

Maduro acrescentou que o poder global dos EUA está diminuindo.

"Acredito que [estamos testemunhando] o esgotamento, o declínio definitivo dos EUA e do sistema de dominação imperial ocidental. Estamos testemunhando um momento na história, um antes e um depois. Há um declínio moral total, e um questionamento da ideologia imperialista e hegemônica", avaliou.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

 

Israel boicota negociações de cessar-fogo no Cairo e deve seguir com genocídio em Gaza

 A delegação israelense não compareceu para discutir os termos do cessar-fogo com representantes do Hamas

Casas danificadas no bairro de Zeitoun, em GazaCasas danificadas no bairro de Zeitoun, em Gaza (Foto: Reuters/Hossam Azam)

Reuters - Israel boicotou as negociações de cessar-fogo em Gaza, no Cairo, neste domingo, depois que o Hamas rejeitou exigência de entregar uma lista completa com os nomes dos reféns que ainda estão vivos em poder do grupo, publicou um jornal israelense.

Uma delegação do Hamas chegou ao Cairo para as negociações, anunciadas como um possível obstáculo final antes de um acordo que interromperia os combates por seis semanas. Mas até o início da noite não havia sinal dos israelenses.

"Não há nenhuma delegação israelense no Cairo", disse Ynet, a versão online do jornal israelense Yedioth Ahronoth, citando autoridades israelenses não identificadas. "O Hamas se recusa a dar respostas claras e, portanto, não há razão para enviar a delegação israelense."

Washington tem insistido que o acordo de cessar-fogo está próximo e deve estar em vigor a tempo de interromper os combates até o início do Ramadã, daqui a uma semana. Mas ambos os lados deram poucos sinais em público de que estão flexibilizando exigências anteriores.

Após a chegada da delegação do Hamas, uma autoridade palestina disse à Reuters que o acordo "ainda não foi fechado". Do lado israelense, não houve nenhum comentário oficial.

Uma fonte informada sobre as negociações havia dito no sábado que Israel poderia ficar longe do Cairo, a menos que o Hamas apresentasse primeiro a lista completa de reféns que ainda estão vivos. Uma fonte palestina disse à Reuters que o Hamas rejeita essa exigência.

Em negociações anteriores, o Hamas procurou evitar discutir o bem-estar de reféns individuais até que os termos para sua libertação fossem estabelecidos.

Uma autoridade dos EUA disse a jornalistas no sábado: "O caminho para um cessar-fogo agora, literalmente, a esta hora, é simples. E há um acordo sobre a mesa. Há uma estrutura de acordo." Israel concordou com a estrutura e agora cabe ao Hamas responder, disse a autoridade dos EUA.

Um acordo traria a primeira trégua prolongada da guerra, que já dura cinco meses, com apenas uma pausa de uma semana em novembro. Dezenas de reféns mantidos pelos militantes seriam libertados em troca de centenas de presos palestinos.

A ajuda seria aumentada para os habitantes de Gaza, que estão famintos. Os combates cessariam a tempo de impedir um grande ataque israelense planejado contra Rafah, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza está encurralada contra a cerca da fronteira sul do território com o Egito. As forças israelenses se retirariam de algumas áreas e permitiriam que os habitantes de Gaza voltassem para suas casas.

Mas a proposta parece não atender à principal exigência do Hamas de um fim permanente da guerra, além de deixar sem solução o destino de mais da metade dos mais de 100 reféns restantes - incluindo homens israelenses não cobertos pelos termos de libertação de mulheres, crianças, idosos e feridos.

Os mediadores egípcios sugeriram que essas questões poderiam ser deixadas de lado por enquanto, com a garantia de resolvê-las em etapas posteriores. Uma fonte do Hamas disse à Reuters que os militantes ainda estavam esperando por um "pacote de acordos".

Ataque aéreo durante a noite - Em um necrotério do lado de fora de um hospital de Rafah, na manhã de domingo, mulheres choravam e lamentavam ao lado de fileiras de corpos da família Abu Anza, 14 dos quais foram mortos em sua casa em um ataque aéreo de Israel durante a noite. Os parentes abriram um saco plástico preto para beijar o rosto de uma estudante morta, usando um moletom rasgado e um pijama de unicórnio rosa.

Mais tarde, os corpos foram levados para um cemitério e enterrados, incluindo dois bebês gêmeos, um menino e uma menina.

"Meu coração se foi", lamentou a mãe deles, Rania Abu Anza, que também perdeu o marido no ataque de Israel. "Eu não tive tempo suficiente com eles."

As autoridades de Gaza disseram que pelo menos oito pessoas foram mortas neste domingo, quando um caminhão que transportava ajuda alimentar de uma instituição de caridade do Kuwait foi atingido por um ataque aéreo. Não houve nenhum comentário israelense imediato.

A guerra foi desencadeada em outubro, depois que combatentes do Hamas invadiram cidades israelenses, matando 1.200 pessoas e capturando 253 reféns, de acordo com Israel. Desde então, as forças israelenses mataram mais de 30 mil palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, com milhares de outros mortos que se teme não terem sido encontrados sob os escombros dos incessantes bombardeios.

Grandes porções da Faixa de Gaza foram reduzidas a escombros, quase toda a população ficou desabrigada e as Nações Unidas estimam que um quarto dos habitantes de Gaza está faminta.

Os moradores de Gaza descreveram um pesado bombardeio durante a noite em Khan Younis, a principal cidade do sul do território, ao norte de Rafah. Mais ao norte, onde a ajuda já não chega, as autoridades de saúde de Gaza disseram que 15 crianças já morreram de desnutrição ou desidratação dentro do hospital Kamal Adwan, onde não há energia para a unidade de tratamento intensivo. A equipe teme pela vida de mais seis crianças no local.

Os Estados Unidos, grande aliado de Israel, lançou 38 mil refeições em Gaza no sábado a partir de aviões militares, embora as agências de ajuda humanitária digam que isso foi apenas o suficiente para ter um impacto marginal, dada a escala da necessidade.

Os últimos dias que antecederam a trégua esperada foram excepcionalmente sangrentos, com as negociações ofuscadas na semana passada pela morte de 118 pessoas perto de um comboio que tentava entregar alimentos à população.

Fonte: Brasil 247 com Reuters